Após 40 anos a Boeing definiu a data para o fim da produção do F/A-18 Super Hornet para meados de 2025.
A Boeing anunciou que a produção do caça F/A-18 Super Hornet será encerrada em meados de 2025, com chances de permanecer até 2027, caso novos contratos internacionais sejam fechados.
Além da baixa procura pelo caça, a Boeing planeja focar seus esforços industriais e de pesquisas no desenvolvimento de uma nova geração de aviões militares.
“À medida que investimos e desenvolvemos a próxima era de capacidade estamos aplicando a mesma inovação e experiência que fizeram do F/A-18 um burro de carga para a Marinha dos EUA e as forças aéreas em todo o mundo por quase 40 anos", disse Steve Nordlund, vice-presidente da Boeing Air Dominance.
Com o encerramento da produção do F/A-18, o fabricante poderá investir em outros produtos de defesa, como no MQ-25 Stingray, aeronave autônoma de reabastecimento para operações em porta-aviões; ou na ampliação da capacidade de produção do treinador avançado T-7A Red Hawk, assim como eventualmente no caça F-15EX Eagle II.
Ainda que planeje encerrar a produção do Super Hornet, a Boeing deverá aumentar suas instalações em St Louis, onde o avião é montado. As instalações são uma das mais importantes do seu complexo industrial, devendo receber capacidades adicionais.
"A Boeing continuará a desenvolver capacidades avançadas e atualizações para a frota global F/A-18 Super Hornet e EA-18G Growler. Ao longo da próxima década, todos os Super Hornets do Bloco II na Modificação da Vida Útil receberão o conjunto de recursos do Bloco III", afirmou a Boeing
Saiba Mais
O F/A-18 foi o sucessor do clássico e bem-sucedido F-14 Tomcat na Marinha dos Estados Unidos. A primeira geração, o F/-18 Hornet, foi desenvolvida pela então McDonnell Douglas no final dos anos 1970, entrando em serviço em 1983.
O Hornet apresentou um salto tecnológico em relação aos antecessores, aliando um projeto simples e de menor custo que modelos maiores, como o F-14, além de permitir sua evolução para um avião multimissão.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias embarcadas e armamentos, em 1995 voou pela primeira vez uma versão aperfeiçoada, o Super Hornet. O caça trouxe uma maior fuselagem, asas com aerodinâmica aprimorada, sendo considerado um dos maiores expoente das chamada geração 4,5 ou 4++. Dois anos depois a Boeing assumiu a McDonnell Douglas e passou a ser responsável pelo desenvolvimento, evolução e venda do jato.
O Super Hornet avião também substituiu gradualmente o F/A-18 Hornet e F-14 na Marinha dos Estados Unidos (US Navy, na sigla em inglês). Recentemente ainda foi o protagonista no filme Top Gun: Maverick.
Seu derivado voltado para guerra eletrônica, o EA-18G Growler, é um dos mais avançados e capazes aviões da categoria, sendo um dos grandes trunfos da US Navy.
A aeronave também alcançou boas vendas no mercado internacional, todos em forças aéreas, e não na marinha, como Canadá, Austrália, Suíça, Finlândia, Kuwait, entre outros. Recentemente sua idade avançada e a concorrência com modelos mais atuais, sobretudo o F-35 e Rafale, pesou e o F/A-18 Super Hornet perdeu importantes concorrências internacionais, incluindo a Finlândia, Suíça e Canadá, que optaram pelo F-35. Na Índia um primeiro acordo foi vencido pelo Rafale, embora a Boeing continue disputando o contrato com a marinha indiana.
No Brasil, o F/A-18 Super Hornet chegou a ser cogitado como favorito para o F-X2, o programa de reequipamento de caças da FAB. No final de 2013, a então presidente Dilma Rousseff anunciou o Gripen NG como vencedor.
Via Edmundo Ubiratan (Aero Magazine)
Nenhum comentário:
Postar um comentário