domingo, 3 de maio de 2009

Helicóptero cai na Venezuela, matando 18 militares

Um Mil Mi-35 semelhante ao que se acidentou hoje

Um helicóptero do Exército venezuelano caiu hoje (03) na fronteira com a Colômbia, causando a morte de seus 18 ocupantes, entre eles um general da Simulação de Operações Número 2, informou o presidente Hugo Chávez, em seu programa dominical "Alô, presidente!".

A aeronave era o helicóptero Mil Mi-35, prefixo EV 08114, anunciou a Agência Bolivariana

Chávez não hesitou em politizar a morte dos militares, usando o acidente para provocar o Governo americano.

"Hoje, 18 venezuelanos morreram, patrulhando a fronteira, cuidando aos venezuelanos, e o Governo dos Estados Unidos nos acusa de não patrulhar a fronteira" com a Colômbia, disse, sem dar mais detalhes do acidente.

O governante informou do acidente sem especificar o local exato onde caiu o helicóptero, imediatamente após receber discretamente um informe das mortes durante a transmissão de seu programa dominical.

Após gritar "vivas ao que morrem pela pátria!", Chávez lembrou que nesta semana o Governo dos Estados Unidos "voltou a acusar" seu país de não colaborar completamente na luta contra o terrorismo.

Ele citou o acidente para acusar o Governo americano que dizer "a infâmia de que a Venezuela não patrulha suas fronteiras".

"Quantas vidas nos custou patrulhar a fronteira? Vejam os senhores o que nos custa o conflito interno da Colômbia, que é alimentado, é preciso dizer, pelas correntes 'guerreiristas' dos Estados Unidos", disse.

Chávez ainda aproveitou para pôr a culpa pelas crises bélicas do mundo nos EUA, que chamou de "cães da guerra que andam inventando guerras e conflitos para vender armas, alimentados pelo narcotráfico".

Fonte: EFE via G1 / Globovision - Foto: panamericandefense

Egito criará centro de quarentena para viajantes de países com gripe suína

O ministro da Saúde egípcio, Hatem al-Jabali, anunciou hoje a criação de um centro de quarentena para examinar os passageiros procedentes de países onde foram detectados casos de gripe suína, informou a agência oficial "Mena".

O centro de quarentena ficará no hospital psiquiátrico do aeroporto do Cairo, situado nas proximidades deste aeroporto, disse o ministro, durante uma visita às instalações do mesmo.

Jabali, que não especificou a data de abertura do centro, disse que os passageiros que chegarem de países onde houve casos de gripe suína serão isolados neste lugar para examiná-los e acompanhar a evolução dos casos suspeitos.

Durante sua visita, o ministro percorreu as dependências do hospital para avaliar o equipamento que o centro de quarentena precisará para enfrentar uma eventual pandemia dessa doença.

O lugar será preparado para receber 37 doentes por tempo prolongado, e outros 150 por períodos breves, destacou o ministro.

Jabali afirmou que o centro de quarentena deixará de funcionar logo após o fim da crise gerada por essa gripe.

Até o momento, não houve nenhum caso suspeito de gripe suína no Egito, que no Oriente Médio só afetou Israel.

Fonte: EFE via G1

Movimento é tranquilo nos aeroportos na volta do feriado

O movimento era tranquilo nos principais aeroportos do País no início da tarde deste domingo, volta do feriado prolongado do Dia do Trabalho.

Segundo a Infraero, dos 762 voos programados para todo o Brasil até as 13 horas, 73 sofreram atrasos superiores a meia hora (9,6%) e 49 foram cancelados (6,4%).

No Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, Grande São Paulo, 12 das 116 operações previstas atrasaram (10,3%) e sete foram suspensas (6%). Já no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, dos 58 voos programados, oito foram cancelados (13,8%) e um sofreu alteração no horário (1,7%).

Fonte: Agência Estado

Obama vive impasse com programa de helicópteros de US$ 13 bi

Helicóptero VH-71 é considerado mais veloz e capaz de atingir alturas maiores do que o usado pelo presidente hoje

Em uma conferência sobre responsabilidade fiscal realizada em fevereiro em Washington, o presidente Barack Obama tentou ditar o tom alegando que não precisava dos novos e caros helicópteros presidenciais encomendados pelo governo Bush.

"O helicóptero que tenho agora me parece perfeitamente adequado", ele disse, causando risos. Em tom mais sério, acrescentou que "em minha opinião esse episódio é um exemplo de descontrole no processo de aquisições públicas. Teremos de resolver esse problema".

Mas o presidente está aprendendo que, no mundo dos projetos de defesa, a frugalidade pode sair caro. Alguns legisladores e especialistas em assuntos militares advertem que os esforços dele para evitar o desperdício de bilhões de dólares pode resultar exatamente em desperdício semelhante.

O plano do governo para suspender o programa de helicópteros presidenciais de US$ 13 bilhões, anunciado este mês, não fornecerá quase nada ao governo pelos US$ 3,2 bilhões gastos desde que o governo Bush decidiu promover a criação de um aparelho futurista capaz de resistir a ataques terroristas e ao efeito eletromagnético de uma detonação nuclear.

Os críticos da decisão afirmam que o Pentágono gastaria ao menos US$ 200 milhões em indenizações de cancelamento, e talvez mais centenas de milhões de dólares para estender a vida operacional da frota envelhecida que está em operação. Como resultado, diversos legisladores e analistas de defesa influentes estão apelando por um compromisso que preservaria uma versão mais simples do novo helicóptero, a qual já está sendo testada.

Eles afirmam que isso é uma alternativa mais palatável, em um momento econômico difícil, do que solicitar propostas para um aparelho mais avançado, cujo desenvolvimento já se provou difícil. "A verdadeira questão é o que exatamente o presidente precisa e quanto custaria fornecê-lo", diz David J. Barteau, que estudou o programa de helicópteros como membro de um grupo de trabalho do Conselho Científico da Defesa. Ele afirma não ter dúvida de que a versão mais simples do novo helicóptero seria uma grande melhora ante os aparelhos com 30 a 35 anos de idade que hoje servem o presidente, no que tange a ajudá-lo a "sobreviver a uma crise e operar a bordo".

Outros dizem que a menos que a Casa Branca reduza os complicados requerimentos de segurança que levaram a uma duplicação no custo do programa, não existe garantia de que o governo se prova capaz de controlar melhor os custos caso o processo de concorrência seja reiniciado. "Todo mundo deseja proteger o presidente, mas não vamos pagar US$ 500 milhões por helicóptero", disse o deputado John Murtha, democrata da Pensilvânia e presidente do subcomitê de verbas de defesa da Câmara.

Murtha disse que aconselhou o governo Obama a não cancelar todo o programa, que inclui um primeiro lote de cinco helicópteros com capacidade para mais passageiros, e equipamento de comunicação e recursos de sobrevivência melhores do que os da frota atual, e um segundo lote de 23 aparelhos mais sofisticados. Os assessores de Murtha dizem que ele pode insistir em preservar fundos para uma versão básica do novo helicóptero quando o Congresso estiver debatendo o orçamento do ano que vem.

Mas também fica claro que, a despeito dos comentários de Obama quanto a manter os helicópteros com a parte superior pintada de branco que usam o gramado da Casa Branca como área de pouso desde os anos 70 e 80, seu governo ainda deseja os novos helicópteros, com recursos mais sofisticados, planejados pela equipe do presidente Bush depois dos ataques terroristas do 11 de setembro. Tommy Vietor, porta-voz da Casa Branca, se recusou a comentar quanto aos seus planos para os helicópteros.

Mas John Young Jr., que renunciou na segunda-feira ao posto de diretor geral de aquisições no Departamento da Defesa, afirmou acreditar que a Casa Branca e os dirigentes das forças armadas reconsiderariam esses requisitos, em breve. Young disse que a versão básica do helicóptero -produzida pela Lockheed Martin e pela companhia européia AugustaWestland- tinha por objetivo servir como modelo de transição para os aparelhos mais avançados, e que estava certificada para uso por prazo limitado.

Ainda que os fabricantes insistam em que os helicópteros poderiam voar por 30 anos, Young afirma que, com o peso adicional que a blindagem e outros equipamentos acrescentam, os especialistas do Pentágono afirmam que a frota não poderia ser usada por mais do que 10 a 20 anos. Young disse que nem ele e nem a casa militar da presidência, que estabeleceu os requerimentos, e nem o esquadrão dos Fuzileiros Navais que opera os aparelhos, desejam os modelos básicos. Os cinco foram construídos, e depois de testes de voo e da instalação do equipamento mais sofisticado, devem estar prontos para operar a partir do segundo trimestre de 2011.

Como resultado, disse Young, o pessoal do Pentágono recomenda o cancelamento de todo o programa "para economizar o máximo possível de dinheiro e aplicar todos os nosso esforços, verbas e energia" a outra tentativa de desenvolver helicópteros mais avançados. Ele disse que o secretário da Defesa, Robert Gates, havia tomado essa decisão depois de consultar Obama. Outros funcionários do governo e do setor de defesa dizem que o maior problema é que os planejadores da Casa Branca desejam um helicóptero poderoso o bastante para voar 500 quilômetros em alta velocidade e sem reabastecimento, em caso de emergência.

Os aparelhos existentes têm autonomia de cerca de 160 km, e representantes do setor dizem que os novos modelos básicos teriam autonomia de 320 km. Maior parte dos estouros de custos e atrasos deriva da necessidade de projetar rotores e turbinas mais poderosos, a fim de ampliar o alcance da versão avançada. Giuseppe Orsi, presidente-executivo da AugustaWestland, disse na terça-feira em Paris que se a Casa Branca aceitasse um compromisso, suas empresa poderia entregar 19 modelos básicos, dentro do orçamento original de US$ 6,8 bilhões do programa.

Reabrir a concorrência representaria uma oportunidade para a Sikorsky, uma empresa do Connecticut que construiu e cuida da manutenção da atual frota de helicópteros presidenciais. A Sikorsky foi derrotada na concorrência pelo novo contrato em 2005 porque o modelo que propôs tinha cabine menor e custava mais caro. Defensores da empresa, como o senador Joseph Lieberman, sem partido, do Connecticut, querem que ela receba uma segunda chance.

Mas uma versão comercial do modelo proposto pela Sikorsky caiu ao largo da costa da Terra Nova, no Canadá, um mês atrás, causando a morte de 17 pessoas, e a investigação do acidente revelou que a causa pode ter sido uma falha na transmissão. A empresa também sofreu atrasos e estourou orçamentos em um projeto militar no Canadá. Young diz que se a Casa Branca mantiver seus requerimentos altamente especializados, o programa dos novos helicópteros continuaria a enfrentar "custos significativos de projeto, teste e aquisição".

Fonte: Christopher Drew (New York Times) via Terra - Tradução: Paulo Migliacci

Agência russa decide suspender oferta de bilhetes para viagens espaciais

Turistas espaciais vão ter de esperar por nave própria

Motivo da suspensão é a falta de espaço na estação


Os multimilionários que quiserem comprar um bilhete de ida e volta com destino a uma plataforma espacial terão que esperar até que se construa uma nova nave russa Soyuz, projetada especialmente para turistas espaciais.

O magnata norte-americano do mercado da informática Charles Simonyi foi o último turista a visitar a Estação Espacial Internacional (ISS) . Simonyi, que pagou US$ 35 milhões por uma passagem para a Soyuz, foi o único turista dos seis que pisaram na ISS desde 2001 que pôde repetir a experiência.

Desde que retornou à Terra, no dia 7 de abril, a Estação Espacial foi fechada por vários anos para os curiosos por este tipo de turismo, não importa quantos milhões paguem.

"O turismo espacial é uma atividade complicada. Sinto, mas temos que construir a ISS não para os turistas, mas para satisfazer as necessidades dos habitantes da Terra", disse Vitali Lopota, presidente da firma aeroespacial Energia.

A Rússia recorreu ao turismo espacial no início desta década devido à grave crise de financiamento que afetou seu programa especial depois da queda da União Soviética, primeira potência a enviar um homem ao espaço, em 1961.

No início, a decisão russa de enviar turistas para o espaço foi muito mal recebida pela agência espacial norte-americana, Nasa, que achava que a presença de turistas na plataforma distrairia os astronautas.

Agora, porém, segundo o diretor da Agência Espacial Russa (Roscosmos), Anatoli Perminov, a razão para suspender as visitas é a falta de espaço.

Perminov explicou que, "segundo os acordos internacionais, quando se lançarem os módulos japoneses e europeus, a tripulação (da ISS) deverá ser de seis pessoas (...), por isso não há lugar para turistas espaciais".

Este mês, três novos astronautas se juntarão à atual expedição número 19 da ISS para formar a primeira tripulação ampliada de seis pessoas.

A decisão de ampliar o pessoal da estação deve-se aos atrasos na construção da plataforma, projeto iniciado em 2000, com a participação de 16 países. Além disso, se duplicarão os lançamentos de foguetes Soyuz, de dois para quatro por ano, já que ela será o único veículo de revezamento de tripulações da ISS depois que as naves norte-americanas saírem de serviço, em 2010.

O consórcio russo Energuia, o encarregado da construção dos foguetes Soyuz, apontou em 2008 que se o programa espacial russo recebesse o financiamento necessário, já não teria que recorrer ao turismo como fonte de renda.

No entanto, a crise financeira afetou a pesquisa espacial, motivo pelo qual a Energuia se mostra disposta a assumir um novo pedido.

O chefe do programa de voos da Roscosmos, Alexei Krasnov, afirmou que a nova Soyuz para turistas espaciais poderia estar pronta "em 2012 ou 2013", segundo a agência Interfax.

Por sua vez, Lopota estimou que a Energuia poderia construir a nova Soyuz em "dois anos e meio, três anos", mas ponderou este prazo, devido à atual restrição de crédito.

Não em vão, cerca de 30% do dinheiro investido na construção das naves Soyuz procede de créditos bancários,acrescentou. Em qualquer caso, a Roscosmos cogita outras alternativas para os interessados: a compra de uma nave espacial. "Se um multimilionário tiver um irresistível desejo de viajar para ISS, pode adquirir uma Soyuz", assinalou Vitali Davidov, subdiretor da Roscosmos.

Fonte: EFE via Diário de Pernambuco

Comissários aprendem a sobreviver na selva

Um objetivo em comum lança todos na água, mesmo quem não sabe nadar. Em terra firme, apóiam-se em galhos e pedras para escalar uma encosta íngreme. No fim, ainda encontram o fogo pela frente. Tudo isso para um dia poderem encarar o ar. O Diário participou do curso de sobrevivência para comissários de bordo e experimentou na pele as agruras daqueles que não se contentam em apenas servir um cafezinho durante os voos.

O céu de Santo André está nublado e a sexta-feira anoitece fria para quem pretende ir à praia. Não são empecilhos para os cerca de 80 alunos que aguardam pela viagem a Bertioga, onde viverão de forma intensa as próximas 24 horas. Durante o período, nada de sono. Comida e água racionadas. Esforço físico e desgaste mental temperam a receita.

O primeiro exercício é leve. Um por um, todos seguem para uma cabine esfumaçada e às escuras, onde se deve encontrar extintores e a "vítima fictícia", tirando-a para fora da aeronave de mentira. Instrutores dão a carga emocional, gritando que o avião está prestes a explodir. Alívio quando se abre a porta e surge a luz.

No salão da ABC Fly (escola de aviação de Santo André responsável pelo curso), os instrutores formam quatro grupos e promovem a interação entre os alunos. Parece brincadeira, mas fortalece a solidariedade.

Dois ônibus lotados levam à praia de Indaiá. É o meio da madrugada e os botes são inflados. Um aquecimento rápido é seguido da instrução sobre sinalizadores. Um clarão ilumina o céu e, a partir daí, é hora do embarque. No breu.

A água está menos gelada do que se imaginava antes de se descer a serra, mas a escuridão impera. Os botes se distanciam 500 metros da costa. É lá onde se pratica os exercícios, com coletes salva-vidas. Mais instruções. Não é fácil se jogar no mar, mas todos experimentam a água salgada.

A calça jeans vai virar uma bóia, capaz de suportar um deslocamento de até 400 metros. O repórter afunda e volta para a superfície, no primeiro teste. Falta familiaridade com o mar, consequência de uma vida toda em terra firme, mesmo conhecendo algumas barcas furadas nesses 32 anos. Sobrevive-se, enfim.

Testa-se o nado centopéia, com uma "fila indiana", e apenas os braços servindo à natação, até para quem não sabe nadar. É uma forma de se manter o grupo aquecido e de se transmitir confiança. Depois, nado em dupla até a areia. O repórter refuga, humildemente, e se arrepende depois.

Onde dá pé, o bote é virado. Mergulha-se e se entra debaixo da embarcação, depois de um mergulho. É o teto que todo marinheiro quer em dias de chuva. É o fim do treinamento na água. Hora de conhecer os "Outros", neste Lost real.

Profissão motiva curso de resistência

A vontade de ganhar a vida nos ares e se aventurar pelo mundo é o que move quem busca a carreira de comissário de bordo. Explica também porque aqueles que nunca tiveram contato com a água e a mata se lançam desesperadamente em um curso de sobrevivência como o descrito acima.

No treinamento, os futuros comissários não recebem instruções sobre como servir café e refrigerante durante os voos, aquilo que todos estão mais acostumados a ver. Os profissionais da área são na verdade técnicos em segurança, os responsáveis por checar equipamentos e orientar passageiros em uma tragédia. A sobrevivência entra aí.

Imaginar o que poderia acontecer em uma situação real foi o que motivou Eliane Alves da Silva, 31 anos. Ela enfrentou a mata e se surpreendeu ao ver o desempenho de outras colegas. "Algumas meninas extremamente delicadas se mostraram bastante persistentes e corajosas", afirmou.

A aluna Cristiane Barcelo, 29, caiu pela primeira vez no mar. O batismo serviu para que saísse renovada. "Tinha pânico de água, até por não saber nadar. Foi uma surpresa notar que todo o suporte e instrução permitiram que agora eu saiba o que fazer."

Personal trainer no dia a dia, Vivian de Souza Milani Viaro, 27, enfrentou pela primeira vez o tipo de dificuldade apresentada no curso. "Deu para aprender bastante coisa. Nem imaginava como se monta um acampamento, por exemplo. Só achei exagerada a descida na lama", afirmou.

Instrutor, Ednei Fernando dos Santos é pós-graduado em Educação Física, comissário e especialista em sobrevivência em selva, mar, gelo e deserto. Ele acredita que muitos alunos chegam ao curso com uma visão superficial. As dificuldades trazem a realidade. "Quando ganham noção do que pode acontecer na mata ou no mar, passam a ter controle da situação, e sabem o que fazer."

Um salário inicial de aproximadamente R$ 2.000 está na outra ponta do sonho de quem busca nas empresas aéreas uma carreira sólida. Depois de dois anos, como se fosse um estágio probatório, o comissário pode ganhar até R$ 3.500.

Durante o curso de formação, alunos têm acompanhamento psicológico e são orientados sobre o que as empresas procuram. Por fim, se submetem a um teste da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

O mercado teve momentos de alta nos dois últimos anos. As empresas aéreas buscavam até 120 comissários por mês. "Chegou-se ao ponto de não ter profissionais disponíveis, tamanha a procura", explica o diretor da ABC Fly, José Luiz Ferreira de Mattos Júnior, que forma 150 alunos por ano. Neste semestre, porém, está em baixa, reflexo da crise mundial.

A professora de Inglês Vanessa Johvem, 18, está disposta a encontrar um espaço. "É algo mágico, que quero vivenciar. Um sonho. Mesmo sabendo que vai interferir na minha vida pessoal, na dificuldade em formar uma família, por exemplo."

Mesmo na mata, vaidade impera

Estancados diante da mata fechada, intransponível. É a encosta da Serra do Mar, no Litoral Norte paulista. Futuras comissárias representam 90% do grupo. Algumas delas não descuidam da vaidade e aproveitam a breve parada para retocar a maquiagem e arrumar os cabelos. Mochilas nas costas, todos serpenteiam pela trilha enlameada. É barro dali até o fim.

Na base do morro, espanto diante das dificuldades que se apresentam à frente. Uma subida íngreme, que é encarada com respeito por quem conhece a selva. Aqui, nada é ornamental, e samambaia vira comida - o broto dela, pelo menos. É hora de se agarrar ao que tiver pela frente. Principalmente, a própria confiança.

A primeira parte da subida é prova de determinação pura. A segunda, de sorte, solidariedade, compaixão, fé. Na mata, isso é real. Pela primeira vez, o repórter do Diário dependeu do auxílio de comissárias de bordo fora de um avião.

Não é só apertar os cintos e aguardar. Para chegar ao alto, apega-se às raízes. Pedras com limo, como bagres ensaboados, viram pontos de salvação, quando não se tem apoio algum. Galhos podres deslizam barranco abaixo. E todos chegam ao topo. Vivos.

Descer é mais fácil. E pode ser incrivelmente mais fácil caso se jogue lá do alto. Mas todos querem chegar inteiros em casa. Alguns conseguem parar em pé, agarrando-se a cordas providencialmente colocadas depois da subida. É rapel. Mas também dá para transformar a ladeira num "tobobarro", deslizando até o pé. É a alegria dos fabricantes de sabão em pó. "Se sujar faz bem", diz o comercial. Não tem maquiagem. E a calça que já foi bóia vira cerâmica.

Na parte debaixo, um acampamento é montado em pouco mais de uma hora. Abrigo, fogo, água e alimento (as iniciais AFA+A) garantidos, parte-se então para a construção de cabana, moquém (fogão), filtro natural, armadilha, posto de observação, maca e latrina. Cobras e aranhas sempre à espreita. Às vezes, sobre os sobreviventes. Lei da selva.

À noite, é a hora de acabar com o incêndio. Desliga-se um botijão de gás em chamas, apaga-se tambores cheios de gasolina. Instrutores encorajam alunos diante da prova de fogo. Brilho nos olhos. É o fim, amigos, o fim. Um céu de brigadeiro para cada um.

Fonte: William Cardoso (Diário do Grande ABC)

Dubai instala câmaras térmicas em aeroporto para detectar gripe suína

A cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ordenou a instalação de câmaras térmicas em seu aeroporto para detectar eventuais casos de gripe suína entre os viajantes que chegarem de países onde foram descobertos casos, informou hoje um comunicado oficial.


A Companhia de Aeroportos de Dubai afirmou, na nota, que a medida foi adotada por ordem do Ministério da Saúde dos Emirados Árabes Unidos.

Além disso, uma fonte desse aeroporto revelou que as companhias aéreas estrangeiras foram informadas sobre os passos adotados, que também incluem a presença de uma equipe de médicos no aeroporto.

Qualquer caso suspeito de contágio será encaminhado ao centro médico do aeroporto para tomar as medidas necessárias, concluiu a fonte.

Os Emirados Árabes Unidos proibiram, na quinta-feira passada, a importação e venda de carne de porco.

Fonte: EFE via G1

Trabalhadores de Orly se negam a descarregar aviões do México e Espanha

Os empregados da empresa que se encarrega do recolhimento de malas no aeroporto de Orly, em Paris (foto acima), boicotaram neste sábado os voos procedentes do México e da Espanha por medo de se contagiar com o vírus da gripe suína.

Fontes aeroportuárias informaram hoje que foi um grupo de trabalhadores da empresa Alyzia que se negou a descarregar os voos mexicanos e espanhóis.

No total, foram afetados 15 voos operados pelas companhias Iberia, Clickair e Air Europa.

O protesto dos trabalhadores de Orly provocou atrasos para cerca de mil viajantes, segundo as fontes, que disseram que a situação se normalizou pela noite.

"Vemos os passageiros sair dos aviões com máscaras e a nós não nos dão nada", denunciou um representante dos trabalhadores em declarações ao jornal "Le Parisien", nas quais diz que algum dos aviões afetados por este protesto deixou o aeroporto de Orly sem haver descarregado as bagagens do voo anterior.

Fonte: EFE via Último Segundo (IG) - Foto: Pierre Dablon