Módulo Philae foi liberado por sonda espacial no início desta manhã.
É a primeira vez que cientistas conseguem pousar equipamento em cometa.
Técnicos da Missão Rosetta comemoram no momento em que houve a
confirmação do pouso no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, ocorrido no
início da tarde desta quarta-feira (12) - Foto: Reprodução/ESA
Pela primeira vez, o homem conseguiu pousar um robô em um cometa, em uma missão que durou mais de dez anos e que tem o objetivo de estudar esse corpo celeste. Dados enviados pelo módulo Philae e rebatidos à Terra pela sonda Rosetta, responsável por levar o equipamento ao cometa, confirmaram no início da tarde desta quarta-feira (12) o feito inédito na ciência.
Clique AQUI e veja infográfico que simula o pouso no cometa.
A Agência Espacial Europeia, ESA, recebeu a confirmação às 14h03 de que o módulo espacial Philae tocou o solo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, uma massa imensa com superfície composta de gelo e poeira. "Estamos sentados na superfície. Estamos no cometa", disse Paolo Ferri, um dos líderes da missão Rosetta, depois de confirmar o funcionamento da transmissão do sinal.
A chegada ocorreu 28 minutos e 20 segundos antes, já que existe um intervalo entre a emissão do sinal da Rosetta e a recepção dele na Terra - tempo chamado pelos cientistas de "minutos de terror".
De acordo com a ESA, após análise da telemetria, verificou-se que o toque na superfície do cometa não aconteceu conforme o planejado, já que os arpões, que fixariam o módulo no cometa, não dispararam em um primeiro momento. Os pesquisadores analisam o que podem fazer para reverter o problema.
Mensagem publicada em inglês na conta do Twitter @Philae2014, do módulo
espacial liberado pela sonda Rosetta, diz "Aterrissei! Meu novo endereço: 67P!",
em referência ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko
Foto: Reprodução/Twitter/@Philae2014
Qual o objetivo disso tudo?
Compostos químicos, gases e muita poeira presentes no cometa podem conter respostas sobre a formação dos planetas do Sistema Solar. Além disso, apontariam aos cientistas uma direção para descobrir como a vida surgiu, no estágio em que a conhecemos.
Uma das teorias sobre o início da vida na Terra sugere que os primeiros ingredientes da chamada "sopa orgânica" vieram de um cometa, considerados alguns dos corpos celestes mais antigos do Sistema Solar.
Passo a passo
Imagem feita pela sonda Rosetta mostra o módulo espacial Philae seguindo
em direção ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko - Foto: ESA/Rosetta
Nova etapa de exploração
Após a aterrissagem, uma nova etapa da missão Rosetta se inicia. Câmeras de alta resolução devem fornecer panorâmicas do ponto de pouso, chamado pelos cientistas de Agilkia, e dez outros equipamentos de pesquisa colherão dados sobre a estrutura interna do cometa.
O módulo Philae vai perfurar o 67P/Churyumov-Gerasimenko para colher amostras, que serão analisadas remotamente. O robô vai ainda medir seu núcleo. Esses dados vão para a sonda e serão rebatidos para a Terra.
O robô terá 64 h de bateria para fazer tudo isso. É possível recarregá-las, já que os cientistas da ESA instalaram equipamentos que permitem o recarregamento pela luz solar, mas isso vai depender da claridade existente na região da aterrissagem.
Veja a sequência de eventos registrada até agora (no horário de Brasília):
07:43. A Rosetta executa uma manobra de afastamento.
09:03. A sonda Rosetta aponta para a Philae para poder receber seus dados.
14:03. Pouso da Philae.
15:00. Divulgação das primeiras imagens.
15:03. Início das primeiras operações de ciência.
Philae mandou imagem logo após se desprender da Rosetta
Foto: ESA/Rosetta/Philae/CIVA
Foto de 3 de agosto feita pela sonda Rosetta mostra o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko
a 285 km de distância - Foto: ESA/Rosetta/MPS for OSIRIS Team/AFP
Fontes: Eduardo Carvalho (G1) / Daily Mail