"Explicaram que alguém despachou líquido na bagagem", afirma passageira.
Empresa tem 10 dias para prestar esclarecimentos sobre caso para agência.
Placa orienta sobre o que pode ser levado a bordo
em avião
Foto: Marcella Gozzi/Arquivo pessoal
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) notificou nesta terça-feira (7) a Azul Linhas Aéreas a prestar esclarecimentos sobre o suposto vazamento de formol que teria ocorrido no voo 2421. De acordo com a bailarina Marcella Gozzi, de 28 anos, o líquido tóxico e inflamável foi derramado nas malas de alguns passageiros que estavam na aeronave que seguia de Belo Horizonte (MG) para Campinas(SP) na madrugada de quinta-feira (2). Após o recebimento do ofício, a empresa terá dez dias para comprovar que não houve irregularidades às normas de aviação civil. Se confirmada a infração, ela poderá ser autuada e multada.
Na sexta-feira (3), a passageira que fez a denúncia retornou ao aeroporto para fazer uma manifestação do ocorrido junto à Anac. No entanto, a agência informou ainda, que mesmo antes do documento feito por Marcella, já tinha conhecimento do caso, por isso, paralelamente está coletando informações junto aos envolvidos para verificar o que de fato aconteceu.
A Azul informou ao G1 que segue investigando o caso relatado pela passageira e que ainda não foi notificada oficialmente pela Anac.
Vazamento de formol
A passageira relatou que o líquido tóxico e inflamável foi derramado nas malas de algumas pessoas que estavam no voo 2421. De acordo com Marcella, o cheiro forte do formol já podia ser sentido dentro da aeronave, além de uma ardência nos olhos.
No entanto, segundo a jovem, ao retirar a bagagem na esteira, ela afirma ter ouvido alguns passageiros relatarem que as malas estavam molhadas.
Passageira teve peças íntimas expostas em aeroporto
Foto: Marcella Gozzi/Arquivo pessoal
Ela conta que pegou a mala e foi para o carro com a mãe. Após duas tentativas de ficar dentro do veículo e começar a passar mal, decidiu voltar para o aeroporto.
"Já não tinha quase ninguém no aeroporto. Uma atendente viu, a gente abriu a mala na frente dela e ela viu que tava tudo molhado. Inclusive, ela foi para o ambulatório do aeroporto porque passou mal na hora. Ninguém conseguia ficar perto da mala", destaca.
No entanto, a jovem conta que quando foi denunciar o problema, ficou sabendo que funcionários da Azul que retiravam as cargas da aeronave estavam passando mal por causa do formol. "Aí, eles mesmo acionaram a brigada de incêndio. A funcionária que me atendeu explicou que o líquido derramado na aeronave foi água, e que na bagagem de algum passageiro tinha formol. Alguém despachou formol e isso se espalhou e deve ter misturado com a água", afirma.
Segundo a bailarina, após constatar o problema com a sua mala, a Azul disse que poderia apenas enviar a bagagem para ser higienizada.
Sem ressarcimento
Marcella destaca ainda que não foi ressarcida do prejuízo e do risco a que foi exposta, além do constrangimento de ter todas as suas peças íntimas expostas no aeroporto. Ela ressalta que a empresa não queria nem relatar os bens que estavam na mala, já que esse não seria um procedimento padrão e que isso só foi feito após muita insistência.
"É impossível 20 ml de formol ter causado isso. Eles viram que tava na aeronave. Falaram que a minha foi mais atingida porque tava do lado de quem tava levando. Eu disse se ela [atendente] 'sabia que a venda e uso de formol é proibido?' Formol é inflamável, podia ter explodido o avião", finaliza.
Investigação
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o local, informou na sexta-feira que o manuseio de bagagens é de responsabilidade das companhias aéreas. E informou que só se responsabiliza pela estrutura, como o funcionamento das esteiras.
Passageira afirma que mala estava com formol
Foto: Marcella Gozzi/Arquivo pessoal
De acordo com o aeroporto, há uma equipe médica para atender os passageiros, mas nenhum atendimento foi registrado no dia da ocorrência. Apesar disso, os bombeiros foram chamados, fizeram análise do líquido e identificaram que o produto não seria nocivo para a saúde.
Fonte: G1 Campinas e Região