sexta-feira, 22 de abril de 2011

Na investigação, Brasil é apenas observador. Nada mais.

O Escritório de Investigações e Análises (BEA) da Aviação Civil da França fez saber mais detalhes da operação de resgate dos destroços do Airbus A330 e dos corpos das vítimas do acidente com o voo 447 da Air France, encontrados a 3 900 metros no fundo do Oceano Atlântico, cerca de 1 100 quilômetros à nordeste de Recife.

O Ile de Sein, navio-cabo escolhido para realizar a missão, zarpou de Las Palmas (Ilhas Canárias) com previsão de chegada à zona do acidente por volta do dia 28 de abril. Mas antes, o barco da francesa Alcatel-Lucent fará uma escala em Dacar (Senegal) para embarcar o ROV Remora 6000 e a equipe da empresa americana Phoenix International que opera o veículo autônomo submersível capaz de funcionar até 6 400 metros de profundidade onde só há luz dos seres marinhos abissais.

O comandante da missão é o monoglota francês Alain Brouillard, investigador-chefe do BEA. Além de três outros investigadores do organismo estatal francês, seguem dois “representantes credenciados”. Um deles pertence à britânica Air Accidents Investigation Branch (AAIB) e o outro, é o coronel da FAB Luís Cláudio Lupoli, investigador do Centro de Investigação e Prevenção de Aeronáuticos (CENIPA). A Airbus está enviando três especialistas e a Air France, apenas um.

A equipe embarcada conta com um técnico americano em imagens de sonar e um psicólogo para cuidar de eventuais distúrbios provocados pela tentativa de resgate das vítimas. O BEA diz que as fotografias mostraram uma cena de horror, “dezenas e dezenas de corpos” junto aos destroços do Airbus 330-203. A precaução acontece seguida ao resgate dos restos mortais das vítimas do acidente aéreo de Sharm el-Sheikh, no extremo sul da península do Sinai, junto do Mar Vermelho. Alguns participantes da operação de resgade precisaram de apoio psicológico durante seis meses. A possibilidade de resgate dos corpos ainda é uma incognita. Alguns deles estão presos por cintos de segurança nas poltronas. Tampouco se sabe qual será a reação do tecido humano, conservado quase dois anos a zero graus Célcius e imune às bactérias que provocam decomposição. O contato com temperaturas mais elevadas pode provocar degradação. O navio está equipado com containers refrigerados para o transporte dos corpos até a França, onde serão, eventualmente, analizados por legistas e depois, restituídos às famílias.

Os juízes de instrução do Tribunal de Grande Instância de Paris, Silvie Zimmerman e Yann Daurelle, responsáveis pela investigação penal francesa, na qual a Air France e a Airbus foram indiciadas por homicídio culposo, enviaram quatro agentes da Polícia Judicial (OPJ) que serão assistidos por três especialistas do Instituto de Pesquisa Criminal da Gendarmaria, o IRCGN na sigla em francês. São eles os responsáveis pela decisão do resgate dos corpos, e ninguém mais.

O CENIPA organizou uma entrevista coletiva à imprensa para anunciar a presença do coronel Lupoli e a participação “ativa” do Brasil segundo rege o Anexo 13 da Convenção de Chigago que aborda as investigações de acidentes aéreos. Não é bem isso. O Anexo 13 está a disposição para qualquer alfabetizado ler. O órgão investigador, no caso, o BEA, só tem a obrigação de informar o andamento e os resultados da investigação ao “representante credenciado”, no caso, o coronel Lupoli, do CENIPA.

O coronel Lupoli não tem direito de intervir ou direcionar a investigação nem possui poder de veto. Uma vez a investigação concluída, as observações dos “representantes credenciados” podem ser anexadas como informações adicionais em pé de página. Isso não quer dizer bem participação “ativa” como o Ministério da Aeronáutica tenta fazer crer aos menos cautelosos e incautos.

Se os franceses acharem as caixas-pretas, por exemplo, o BEA deixou claríssimo – atitude rara em comportamento tradicionalmente opaco no que diz respeito a comuniçação de informações – que no momento da extração de registros de dados e áudio, só haverá a presença de funcionários do orgão de investigação francês, um agente da Policia Judiciária e uma câmera de vídeo para documentar a operação. Depois, o BEA entregará a transcrição para os “representantes acreditados”.

Caso os franceses encontrem as caixas-pretas – a possibilidade é alta porque a cauda da aeronave onde estão os aparelhos está em boas condições, segundo dizem os investigadores baseados em 13 000 fotografias –, elas serão seladas pela Policia Judiciária. Em seguida, os dois aparelhos serão embarcadas em uma fragata da Marinha francesa que os levará diretamente para França. Pergunta-se: por que não levar as caixas-pretas para Recife e a partir de lá, decolar em voo para Paris? Seria operacionalmente mais rápido. Mas as autoridades francesas não querem ouvir falar na possibilidade das caixas-pretas transitarem por território brasileiro. Por que será?

Por Antonio Ribeiro (veja.abril.com.br/blog/de-paris) - Imagem: Veja,com

Navio francês parte em busca de caixas pretas do voo da Air France

Embarcação deve iniciar buscas domingo ou segunda-feira; acidente matou 228 pessoas em 2009


O navio francês Ile de Sein (foto acima), que realizará a operação de buscas das caixas pretas do voo AF 447 da Air France, vai sair nesta sexta-feira do porto de Dacar, no Senegal, rumo a área onde foram localizados os destroços do avião que caiu no Atlântico em 2009.

A previsão é de que a embarcação chegue ao local de buscas no domingo ou na segunda-feira, iniciando uma etapa decisiva nas investigações sobre as causas do acidente que matou 228 pessoas em 31 de maio de 2009. A prioridade dessa quinta fase de operações é a busca das duas caixas pretas do Airbus A 330-200.

Área menor

O trabalho dos investigadores será facilitado porque já foi efetuada a localização geográfica dos destroços, encontrados a cerca de 1,1 mil quilômetros da costa brasileira, a partir da análise das 15 mil fotos tiradas por robôs submarinos na operação anterior, que localizou a fuselagem, no início de abril.

Os especialistas do Escritório de Análises e Investigações da França (BEA, na sigla em francês) já sabem, portanto, a posição geográfica exata da parte traseira do avião, onde se situam as caixas pretas do Airbus.

Isso permitirá uma intervenção mais rápida do robô Remora 6000 (ROV, na sigla em inglês - Veículo Operado Remotamente) da companhia americana Phoenix International, que será enviado diretamente ao local onde está a cauda do avião.

O robô, normalmente utilizado em atividades de exploração de petróleo submarinas, é equipado de câmeras e "braços" articulados e é capaz de manipular equipamentos para cortar a fuselagem.

O BEA, que investiga as causas do acidente, não sabe ainda, no entanto, se as caixas pretas estariam presas na fuselagem ou teriam sido projetadas para fora em razão do choque.

Conservação

Outra incógnita é se os dados das duas caixas pretas, que contém os parâmetros técnicos do voo e as gravações das conversas dos pilotos, poderiam ser extraídos e analisados, após terem ficado quase dois anos submersos a 3,9 mil metros de profundidade.

As caixas pretas são consideradas fundamentais para descobrir as causas do acidente. Se elas forem localizadas, serão colocadas em uma fragata da marinha francesa, que sairá de Caiena, na Guiana Francesa, para recuperá-las e trazê-las à França.

A fuselagem do avião foi localizada a apenas cerca de dez quilômetros ao norte da última posição do avião conhecida nos radares. A área de buscas dessa quinta fase é muito menor do que a das precedentes: ela se concentra em uma área de apenas 120 mil metros quadrados (0,12 km²).

O BEA também afirma que não sabe ainda se os corpos das vítimas poderão ser resgatados nessa operação de buscas. A decisão, que cabe exclusivamente a representantes da Justiça francesa, será tomada a bordo do navio, diz o BEA.

Os investigadores não sabem se os restos mortais poderiam resistir às manipulações do robô. De acordo com os primeiros cálculos feitos por especialistas, um tipo de "cesta" ligada a cabos poderia levar os corpos à superfície.

Fonte: BBC Brasil via Estadão - Foto via Veja.com

Voo rasante de bimotor na Paraíba provoca susto e Bombeiros desmentem acidente

Um voo rasante de um bimotor na praia de Intermares, em Cabedelo - a 18 km de João Pessoa -, provocou muito susto e desmentindos na imprensa paraibana. Havia a informação de que a aeronave teria caído, razão do voo tão baixo, mas o Corpo de Bombeiros desmentiu qualquer tipo de acidente, através da assessoria de imprensa.O possível acidente também provocou muita confusão entre os twitteiros, alguns, inclusive, chegaram a afirmar que viram o avião passar em uma altura bastante baixa.

A informação do voo rasante e até mesmo a confusão sobre o acidente, ou não, colocam pilha na disputa pelo terreno onde funciona o Aeroclube da Paraíba, no bairro do Bessa, que vem passando por um processo acelerado de crescimento.

A prefeitura de João Pessoa está brigando na Justiça pela posse do terreno e chegou até a destruir a pista, assim que conseguiu uma liminar que lhe dava o direito de posse. Em seguida, um recurso federal devolveu o terreno para a diretoria do Aeroclube.

Fonte: Turismo em Foco/www.pbagora.com.br

Presidente da Associação Brasileira de Táxi Aéreo critica especulações sobre queda de avião

Milton Arantes disse que é prematuro sugerir hipóteses sobre queda. Ele afirmou que avião tinha autorização para voar com sete a bordo, mas registro na Anac aponta apenas cinco


Registro da aeronave PT-EFS na Anac diz que ela tinha capacidade para cinco pessoas

O presidente da Associação Brasileira de Táxi Aéreo (ABTAER), Milton Arantes Costa, está em Manaus para o velório do dono da empresa Amazonaves, Antônio Picão, e se posicionou contrário a todos os comentários sobre as possíveis causas da queda do Seneca prefixo PT-EFS, que se acidentou na tarde de quinta-feira (21) no aeroporto Eduardo Gomes.

“O que podemos afirmar com convicção é que a aeronave não tinha reporte de pane, ela tinha certificação para sete pessoas a bordo. O Seripa irá fazer a investigação para dizer as causas do acidente. Nesse momento qualquer coisa que se fale a mais é especulação e irresponsabilidade”, opinou Arantes.

O presidente da ABTAER esclareceu que o Seneca acidentado não pertencia a frota da empresa Amazonaves. “O avião era privado e particular do Picão, não era da frota da Amazonaves e estava adequado ao vôo”, disse. No entanto, a própria foto do avião acidentado mostra a logomarca da empresa em sua cauda.

Outra contradição nas informações sustentadas pelo presidente da ABTAER é em relação a capacidade de pessoas que poderiam voar na aeronave. Mesmo dizendo que ela estava homologada para sete passageiros, o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) do Seneca PT-EFS mostra, segundo consulta a página da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na internet, que o avião tinha permissão para voar com apenas cinco pessoas.

Seripa

O comandante do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 7), tenente-coronel Carlos Frederico Schonhardt, explicou que apesar de as informações do RAB da aeronave acidentada constar que ela só podia transportar cinco pessoas (contando com tripulantes), pode ter havido alguma modificação nesse registro sem que tenha sido atualizado no site da Anac.

"O site da Anac não é 100% atualizado. Essa homologação pode ter sido modificada, mas só vamos saber disso na segunda-feira (25), pois os documentos do avião já foram recolhidos e encaminhados para o Seripa. Mas há sim a possibilidade desse avião poder levar sete passageiros", disse Schonhardt.

Fonte: Márcio Azevedo (acritica.uol.com.br) - Imagem: Reprodução da Internet

Empresa de avião que caiu em Manaus teve quatro acidentes desde 2002

Desde 2002, houve quatro acidentes graves envolvendo aviões da empresa Amazonaves Táxi Aereos, incluindo o de ontem, que matou o dono da companhia, Antônio Picão Neto, sua esposa, seu filho de 12 anos e mais quatro pessoas. Há indícios de falha mecânica, mas apenas uma investigação do Serviço de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) podera dizer as causas da queda.

Antes do acidente de ontem, um bimotor Seneca da empresa caiu em cima de uma casa em construção em Manaus, ferindo piloto e passageiro. Em 2003, outro avião semelhante caiu durante um voo de inspeção, ferindo o piloto gravemente. Já em 2002, um monomotor Minuano caiu na selva, matando o piloto e o passageiro, cujos corpos levaram dois meses para ser encontrados. Todos os acidentes anteiores aos de ontem foram causados por falhas mecânicas.

O Seneca acidentado ontem caiu de bico entre as cabeceiras 10 e 28 do Aeroporto eduardo Gomes. O destino da viagem era a cidade de Santarém.

A Amazonaves atua no segmento de Táxi Aéreo na Amazônia deste a década de 90 e tem sua sede em no município de Tefé (AM).

Empresário foi investigado

O empresário Antônio Picão Neto chegou a ser preso pela Polícia federal em 2007, durante a Operação Metástase, que investigava um suposto esquema de fraudes em licitações na Fundação Nacional da Saúde (Funasa) de Roraima para contratação de serviços de táxi-aéreo. Na época, o empresário e seu sócio, Geraldo Luiz Picão, foram detidos por suspeita de envolvimento no caso.

Fonte: Jornal do Brasil (com agências)

Veja mais imagens do acidente com avião no Amazonas

Fotos: Divulgação/Corpo de Bombeiros / Marcio Melo/Futura Press

Queda de avião, em aeroporto do AM, deixa sete vítimas fatais

Aeronave modelo Seneca pertenceria a empresa Amazonaves Táxi Aéreo, cujo dono, Antônio Picão Neto, se encontrava no voo, juntamente com os familiares, a caminho de Santarém (PA)




Uma aeronave bimotor, modelo Embraer EMB-810C Seneca, prefixo PT-EFS, da empresa Amazonaves Táxi Aereo caiu minutos após a decolagem, na tarde desta quinta-feira (21), na pista do aeroporto internacional Eduardo Gomes, localizado no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus.

De acordo com as equipes do Corpo de Bombeiros que atenderam a ocorrência entre as vítimas fatais estão três homens, três mulheres, uma criança e o cachorro "Pimpolho".

O proprietário da Amazonaves, Antônio Picão Neto, 50, foi uma das vítimas, juntamente com a esposa, Luciana Fernandes Picão, 42; o filho Matheus Henrique Picão, 12; além de uma funcionária da empresa, Janilça Oliveira Nascimento, 35; a amiga Kelly Cidrônio.

O piloto dao avião, identificado como Waldeir Alencar da Silva, o "Mineirinho", e o pedreiro Magno Souza, também estão entre as vítimas fatais.

A aeronave tinha como destino o município de Santarém (PA).

O Seneca modelo EMB-810C, pesava 2.073 quilos, e tinha capacidade para cinco pessoas. A aeronave estava regular com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).

A chegada e saída de voos no aeroporto internacional Eduardo Gomes foi suspensa por alguns instantes, sendo liberada por volta das 15h30.

Testemunho

Relatos de aeronautas, que se encontravam no aeroporto, no momento do acidente, dão conta de que a aeronave levantou voo às 14h51, mas não chegou a atingir a altura de 100 metros, caindo às 14h52.

"Talvez o vento tenha contribuído de alguma forma para a queda do avião, pois a velocidade marcada na torre, naquele momento era de 4 nós, e não oferece riscos. A partir de 6 nós a velocidade do vento oeferece perigo", salienta o aeronauta, que pediu o sigilo constitucional da fonte.

Fonte: Síntia Maciel, Luana Lima e Lorena Serrão (acritica.uol.com.br) - Fotos: Ney Mendes, Márcio Melo e Antônio Lima