sábado, 19 de novembro de 2022

Conheça os aviões que tinham até 12 motores

No passado uso de múltiplos motores eram uma necessidade e alguns aviões que tinham até 12 propulsores.

B-47 usava seis motores e ainda podia empregar retrofoguetes durante a decolagem (USAF)
O fim da era dos quadrimotores na aviação comercial se aproxima. Nas próximas semanas a Boeing entregará o último 747-8F, encerramento a produção do lendário Jumbo, que há 52 anos é referência em aviação de grande porte.

O domínio dos bimotores é absoluto no transporte aéreo regular enquanto os monomotores reinam na aviação de caça de última geração, como é o caso do F-35 Lightning II e do Gripen E. Na prática, é o desfecho de um período mais longo do que os próprios programas dos jumbos. O uso de múltiplos motores ocorreu pela falta de potência nominal, o que exigia a instalação de um conjunto de propulsão para viabilizar o voo. Não por acaso, no passado, houve aviões com mais de dez motores, em configurações pouco ortodoxas ou lógicas. Veja alguns bem curiosos.

Dornier Do X – Um bote gigante com 12 motores



Ainda que apenas três protótipos tenham sido construídos, o modelo realizou um tour mundial, passando inclusive pelo Brasil. Projetado como o maior bote voador de sua época, pesando mais de 56 toneladas. Para impulsionar toda essa massa com uma aerodinâmica bastante deficiente, os engenheiros foram obrigados a instalar nada menos que 12 motores Curtiss Conqueror, pesados V12 de 610 cavalos de força (hp) cada. Ainda que fosse um avião alemão, as relações com os Estados Unidos ainda estavam bem, em 1929. Com a escalada da Segunda Guerra, a Dornier perdeu seu fornecedor de motores e passou a focar seus esforços na guerra. Os três aviões acabaram destruídos.

B-36 Peacemaker – 6 motores girando e 4 queimando



Outro titã de sua época, o B-36 surgiu no pós-guerra como um bombardeiro intercontinental estratégico, projetado para lançar bombas atômicas sobre alvos soviéticos. As maiores bombas aerotransportadas foram criadas para o avião batizado como Pacificador. Para elevar as mais de 185 toneladas do avião, foram necessários seis motores radiais Pratt & Whitney R-4360-53 Wasp Major de 3.800 hp cada. O B-36D recebeu um reforço de peso, mais quatro motores a jato puros General Electric J47 de 5,200 lbf. A estranha configuração final eram de dez motores, o que rendeu o slogan “six turnin' and four burnin”, na tradução livre “seis girando e quatro queimando”, em alusão ao princípio de funcionamento de cada grupo propulsor.

B-52 Stratofortress – Um dos ícones da Guerra Fria



Próximo de completar 70 anos, o B-52 reina agora não apenas como uma das relíquias de engenharia da Guerra Fria, mas também como o último dos aviões com mais de seis motores em serviço ativo. Projetado como espinha dorsal da frota de bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos, os B-52 eram bastante revolucionários para a década de 1950. Empregavam asas com grande enflechamento e utilizava oito motores P&W YJ57-3 de 8.700 lbf cada. Ainda em serviço ativo, os atuais B-52H serão remotorizados com os Rolls-Royce BR725, os mesmos utilizados no Boeing 717, Bombardier Global Express e Gulfstream GV.

Caproni Ca.60 – Um quase indescritível hidroavião



É difícil descrever o Ca.60, um hidroavião construído na Itália em 1921. São três conjuntos de asas duplas montadas em uma fuselagem retangular. O exótico modelo teve apenas um protótipo construído, que se acidentou logo no segundo voo. Dadas as limitações de potência dos motores nos anos 1920, foram necessários oito motores V12 Liberty L-12 refrigerados a água e que geravam 400 hp cada para tentar permitir o voo do estranho aparelho.

Antonov An-225 Mriya – 640 toneladas de peso máximo de decolagem



O icônico An-225 foi uma atração em todo aeroporto que operou. Com suas enormes dimensões, era impossível ficar indiferente. Eram 88,4 metros de envergadura, 84 metros de comprimento e uma área de asa de surpreendentes 905 m². O peso máximo de decolagem de de 640 toneladas foi o maior da história da aviação. Para mover toda essa massa os engenheiros tiveram de instalar seis motores Progress D-18T de 51.600 lbf, cada. O que tornou ainda mais emblemática a silhueta do gigante. Como tudo tem um preço, o alcance do An-225, com peso máximo de decolagem, era de apenas 4.000 km.

XB-70 Valkyrie – Três vezes mais rápido do que o som



Outro avião que se tornou lendário é o XB-70, que deveria ter sido um poderoso bombardeiro estratégico de longo curso e com capacidade supersônica. As complexas soluções de engenharia são tantas que, após o acidente com um dos protótipos, a força aérea norte-americana optou por cancelar o projeto. Era basicamente um pesadelo de engenharia, de operação e construção. A seu favor está seu belo design. Para permitir que um gigante de 246 toneladas pudesse voar acima de Mach 3, foram necessários seis motores turbojatos General Electric YJ93-GE-3 equipados com pós-queimadores. Com pós-combustão os motores geravam 28.800 lbf, cada.

B-47 Stratojet – Um discreto bombardeiro estratégico



Com 2.032 unidades construídas, o B-47 teve uma carreira bastante tranquila durante os 18 anos em que atuou como bombardeiro estratégico de longo curso nos Estados Unidos. Não houve grandes missões para o estranho avião de seis motores. Com cockpit em bolha, asas de grande enflechamento e motores montados sob as asas, o B-47 não se destacou por suas grandes qualidades. Exceto pelo fato de que faz parte do seleto grupo de aviões que empregaram mais de quatro motores, utilizando seis jatos puros General Electric J47-GE-25 de 7.200 lbf cada.

Por Edmundo Ubiratan (Aero Magazine)

Sessão de Sábado: Filme "Missão de Honra" (dublado)

Os pilotos poloneses superam o preconceito para lutar ao lado da Royal Air Force contra a Luftwaffe durante a Segunda Guerra Mundial, na esperança de proteger a Grã Bretanha e a própria Polônia dos avanços alemães.

Aconteceu em 19 de novembro de 1996: Voo United Express 5925 - Colisão fatal no Aeroporto em Illinois

Em 19 de novembro de 1996, o Beechcraft 1900C-1, prefixo N87GL, da United Express, partiu para realizar o voo 5925, operado pela Great Lakes Airlines, do Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago,  para Quincy, ambas localidades de Illinois, nos EUA, com escala intermediária em Burlington, no Iowa.

O Beechcraft 1900C-1, prefixo N87GL, da United Express (JetPhotos)

O avião partiu de Chicago às 15h25, levando a bordo 10 passageiros e dois tripulantes, entre eles a capitã Kate Gathje, de 30 anos e o primeiro oficial Darren McCombs, de 24 anos.

Após a escala em Burlington, no Iowa, o voo seguiu para Quincy. Duas aeronaves em Quincy estavam prontas para decolar quando o voo 5925 estava se aproximando. 

Ambas as aeronaves, o Beechcraft A90 King Air, prefixo N1127D, e um Piper Cherokee, seguiam para a Pista 04. Como Quincy é um aeroporto sem torres, todas as três aeronaves estavam se comunicando na Frequência Consultiva de Tráfego Comum. 

Ao se aproximar, a capitã Gathje perguntou se o King Air se manteria aquém da pista ou partiria antes de sua chegada. Depois de não receber resposta, Gathje  novamente fez contato e recebeu uma resposta do Cherokee que eles estavam parados na pista 04. 

No entanto, devido ao sistema de alerta de proximidade do solo soando na cabine do voo 5925, apenas parte da transmissão foi recebida pela aeronave.

A interrupção da transmissão de rádio do piloto do Cherokee levou a um mal-entendido da tripulação do United Express sobre a transmissão como uma indicação de que o King Air não decolaria até que o voo 5925 tivesse liberado a pista.

Supondo que ambos os aviões estivessem aguardando, o voo 5925 pousou na Pista 13. O King Air, entretanto, taxiou até a posição na Pista 04 e começou sua rolagem de decolagem quando o voo 5925 pousava. 

Ambas as aeronaves colidiram na interseção das pistas 4 e 13. A aeronave da United derrapou por 34 metros, parando ao lado da pista 13, e pegou fogo. Todos os 12 a bordo do voo da United Express sobreviveram ao impacto inicial, mas ficaram presos devido a uma porta emperrada. 

Vários pilotos nas proximidades do acidente correram para o local, mas não conseguiram abrir as portas da aeronave antes que ambos os aviões fossem destruídos pelo fogo. 

Todos os 12 ocupantes a bordo do voo 5925 morreram devido à inalação de fumaça, e os dois pilotos do King Air, Neil Reinwald (63) e Laura Brooks Winkleman (34), morreram no acidente.

O National Transportation Safety Board determinou que a causa provável deste acidente foi a falha dos pilotos do King Air A90 em monitorar com eficácia a radiofrequência do aviso de tráfego comum ou em fazer a varredura adequada do tráfego, resultando no início de uma decolagem quando o Beech 1900C (voo United Express 5925) estava pousando em uma pista que se cruzava.

Contribuindo para a causa do acidente estava a interrupção da transmissão de rádio do piloto Cherokee, que levou ao engano dos pilotos do Beech 1900C sobre a transmissão como uma indicação do King Air que não decolaria até que o voo 5925 tivesse liberado a pista.

Diagrama das posições das aeronaves envolvidas no acidente (Wikimedia)

Contribuindo para a gravidade do acidente e a perda de vidas, estava a falta de serviços adequados de resgate de aeronaves e combate a incêndios, e a falha da porta do Beech 1900C para abrir.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)

Aconteceu em 19 de novembro de 1980: Voo Korean 015 - Acidente na aterrissagem em Seul


Em 19 de novembro de 1980, o Boeing 747-2B5B, prefixo HL7445, da Korean Air Lines - KAL, operava o voo KE015 entre Los Angeles, Califórnia (EUA) e Seul (Coreia do Sul) com escala para reabastecimento em Anchorage, no Alasca. A bordo estavam 198 passageiros e 14 tripulantes.

O vento estava calmo e havia uma visibilidade de 1000 metros em meio a uma névoa irregular quando o voo KE015 se aproximou da pista 14 do Aeroporto Gimpo, em Seul. 

A aeronave pousou 90 metros antes da cabeceira da pista e entrou em contato com uma encosta de aterro de 45 graus. O trem de pouso principal foi empurrado para trás e para cima causando uma ruptura na parte inferior do avião no compartimento de carga, onde os amortecedores foram rompidos. 

O avião deslizou pela pista arrastando a engrenagem do nariz e barriga. As asas estavam intactas. Nenhum tanque de combustível foi rompido. O fogo irrompeu na área do compartimento de carga devido a faíscas e fluido hidráulico das escoras rompidas. Não houve fogo do combustível do avião. 

O Boeing rapidamente se encheu de fumaça. O fogo entrou e atingiu os assentos das grades do piso e destruiu a fuselagem rapidamente.

A evacuação foi bastante ordenada. Houve alguns ferimentos ao descer do avião. A fumaça ficou pesada rapidamente. Alguns sobreviventes sofreram inalação de fumaça. 

Dos 18 tripulantes e 208 passageiros a bordo, 6 tripulantes e 9 passageiros sofreram ferimentos fatais. Quatro passageiros ficaram gravemente feridos.

Por Jorge Tadeu (com ASN e baaa-acro)

Aconteceu em 19 de novembro de 1977: 131 mortos em acidente com avião da TAP na Ilha da Madeira

O Voo TAP 425 foi um voo comercial entre Bruxelas e Funchal operado pela TAP Portugal, no dia 19 de Novembro de 1977, com um Boeing 727-282 que se acidentou após uma tentativa de aterrissagem no Aeroporto da Madeira sob condições meteorológicas desfavoráveis.


A aeronave acidentada era do modelo Boeing 727-282B, prefixo CS-TBR, da TAP, fabricado pela The Boeing Company no ano de 1975. No seu registo foi-lhe atribuído o nome "Sacadura Cabral", em homenagem ao aviador português Artur de Sacadura Freire Cabral. O avião acumulou 6154 horas de voo e efetuou 5204 aterragens até ao dia do acidente.

Durante as investigações, constatou-se que a aeronave estava regulamentada e mantida conforme as recomendações de manutenção do fabricante, e também não foi encontrado nenhum defeito nos sistemas e componentes da aeronave.


No dia 19 de Novembro de 1977, a aeronave CS-TBR foi escalada para fazer o voo TAP420 entre Lisboa, em Portugal e Bruxelas, na Bélgica. No voo de volta, após a parada em Lisboa, estava prevista a continuação do voo até Funchal, na Ilha da Madeira.

A aeronave fez os percursos entre Lisboa e Bruxelas e de Bruxelas de volta a Lisboa sem incidentes, com o voo TAP 425 decolando às 19h55 da pista em Lisboa para o último trecho do voo. Durante o despacho foi reportada a possibilidade de mau tempo no Aeroporto de Funchal, na Ilha da Madeira. A aeronave levava a bordo 156 passageiros e oito tripulantes.

Às 21h24, durante o procedimento de aproximação da pista 06 de Funchal, a aeronave recebe comunicação da torre de controle informando a possibilidade de aquela pista não servir naquele momento e, às 21h26, o comandante interrompeu a aproximação por falta de visibilidade. 

A segunda tentativa foi realizada com intenção de aterrissar na pista 24 e às 21h36 a aproximação foi novamente interrompida por falta de visibilidade. 

Às 21h44 o piloto pergunta à torre do Funchal se tinha as luzes sinalizadoras de pista na máxima intensidade, recebendo confirmação da mesma.

Às 21h47 a torre informou que o vento estava calmo na pista 24 e perguntou a aeronave se intenciona aterrissar nela, recebendo confirmação do piloto. 

A aproximação final foi executada a uma velocidade relativa de 278 km/h (150 kn) efetuando a aterrissagem com toque na pista a 628 m (2.060 ft) além da cabeceira, uma distancia muito além do normal. 

Durante o "Flare"*, o piloto efetuou uma correção direcional no leme e 15 segundos depois do toque o avião saiu pela cabeceira da pista a uma velocidade de 145,3 km/h (78,4 kn). Ele desceu por um aterro íngreme, colidiu com uma ponte de pedra, quebrou-se em vários pedaços e acabou parando em chamas em uma praia localizada cerca de 40 metros abaixo da elevação do aeródromo. 

A aeronave foi totalmente destruída por forças de impacto e um incêndio pós-colisão. Seis tripulantes e 125 passageiros morreram, enquanto 33 outros ocupantes ficaram gravemente feridos.

(Fotos via baaa-acro.com / AviationAccidentsThisDayInHistory)

No dia seguinte a cauda do avião foi pintada, ocultando assim o logotipo da companhia aérea para evitar que o acidente desse origem a uma má imagem da companhia.

Três árbitros entre os que perderam a vida no voo TP425



Guilherme Alves, 40 anos, pertencia ao Grupo Coordenador dos Árbitros de Futebol do Porto e à Comissão Coordenadora Nacional de Árbitros de Futebol, liderava uma equipe que não chegou a dirigir o Nacional-Barreirense daquele fim-de-semana. O juiz morreu ao lado dos seus auxiliares: António Almeida (34 anos) e Carlos Rocha (31 anos).

Carlos Eduardo, de apenas 17 anos, era o goleiro dos juniores do Barreirense e estava escalado como reserva para o jogo daquela noite. O adolescente seguiu para a Madeira um dia após a restante equipe. Foi no fatídico voo TP425. O jovem não morreu no acidente, mas ficou cego de um olho e teve de amputar uma parte do pé direito. Depois a TAP acabou por lhe arranjar um emprego, de forma a tentar compensar o que aconteceu naquela dia.


Nacional e Barreirense entraram em campo na ressaca daquele terrível acidente, sem esquecer as dezenas de mortes da noite anterior. Manuel Abrantes, o goleiro titular do Barreirense declarou:

"Fomos de certa forma obrigados a jogar, mas a verdade é que nenhum jogador tinha vontade de o fazer. Na baliza estive eu, mas mal me conseguia mexer. Acabaram por ser noventa minutos surreais, apenas com trocas de bola. Nós ficávamos com ela uns minutos, depois passávamos para eles, e foi assim o jogo. Terminou 0-0, não havia cabeça para mais.

Consequências

Após este acidente, o único com vítimas mortais da companhia TAP, a pista foi aumentada duas vezes e atualmente possui 2781 metros de comprimento, alguns deles conseguidos através de pilares construídos sobre o mar, num projeto da autoria de António Segadães Tavares, premiado mundialmente graças a essa obra de grande mestria, que reviu e adaptou um projeto do engenheiro Edgar Cardoso, elaborado em 1980, quando da primeira ampliação da pista para 1 600 metros de comprimento.

A curta pista do Aeroporto de Funchal na época do acidente

O novo aeroporto em Funchal, batizado de Aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo, em homenagem ao craque futebolístico português nascido na Ilha da Madeira (Foto: Turismo Madeira)

Causas do Acidente

O acidente foi consequência da combinação dos seguintes fatores contribuintes:

  • Condições meteorológicas muito desfavoráveis ​​no momento do pouso,
  • Possível existência de condições para aquaplanagem,
  • Pouso a uma velocidade de Vref + 19 nós,
  • Pouso longo com demasiado alargamento longo,
  • Correção direcional repentina após o toque na pista.

* "Flare" ou "landing flare" é o nome do movimento realizado pelo piloto imediatamente antes da aeronave encostar na pista. Também é conhecido por "Arredondamento" ou "Round Out".

O acidente no voo 425 da TAP é conhecido como o segundo pior acidente aéreo de Portugal e o primeiro com fatalidades na história da TAP.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN, maisfutebol.iol.pt e Diário de Notícias)

Aconteceu em 19 de novembro de 1969: Mohawk Airlines voo 411 - Queda em voo curto em Nova York

O avião que se envolveria no acidente (Foto: Bill Armstrong)
Em 19 de novembro de 1969, o bimotor turboélice Fairchild FH-227B, prefixo N7811M, da Mohawk Airlines, tinha programado o voo 411 entre Albany e Glens Falls, ambas localidades de Nova Iorque.

Na noite de 19 de novembro de 1969, por volta das 20h03, o voo 411 da Mohawk Airlines, partiu do Aeroporto Internacional de Albany, perto de Albany, em Nova York, levando a bordo 11 passageiros e três tripulantes.

O avião estava operando como um voo regular de passageiros e carga em um plano de voo por regras de voo por instrumentos (IFR) para seu destino no Aeroporto Warren County, em Glens Falls, Nova York, a 69 km a nordeste, com um tempo de voo estimado em cerca de 15 minutos.

Às 20h07:32, apenas 4 minutos após a decolagem, o voo 411 foi liberado pelo controle de tráfego aéreo (ATC) para "uma abordagem VOR para a pista 19". A aeronave sobrevoou o aeroporto de Glens Falls e seguiu para o norte, posteriormente invertendo o curso. 

Logo após a reversão do curso, por volta das 20h20, a aeronave atingiu árvores na encosta noroeste da montanha Pilot Knob, em seguida, colidiu com um penhasco de rocha da qual caiu 10 metros e se alojou entre as árvores e pegou fogo. Dos 11 passageiros e 3 tripulantes a bordo, não houve sobreviventes.

Diagrama que descreve a trajetória do voo final do Mohawk 411 (Imagem: Relatório NTSB)
O acidente foi investigado pelo National Transportation Safety Board (NTSB). O Flight Data Recorder foi recuperado intacto dos destroços, mas o Cockpit Voice Recorder foi danificado no incêndio pós-colisão e estava inutilizável.

O tempo em Glens Falls no momento do acidente foi relatado como "2100 (pés) nublado, visibilidade 7 (milhas) com chuva fraca, vento 180 (graus) a 12 (nós), rajadas de pico 22 (nós), altímetro 2980, pista 19 em uso". A temperatura da superfície era de 54 graus Fahrenheit (12 graus Celsius).

A investigação revelou que o ATC autorizou o voo para "a abordagem VOR", sem realmente especificar qual procedimento específico de abordagem VOR deveria ser usado, possivelmente deixando isso ao critério da tripulação de voo. 

De acordo com a transcrição da comunicação de rádio, a tripulação de voo não perguntou qual abordagem específica estava em vigor. Havia duas abordagens VOR publicadas na época, uma do norte e outra do sul. 

A abordagem do norte, chamada de "VOR/DME 19", não estava legalmente disponível para a tripulação sob essas circunstâncias, pois a política da empresa Mohawk proibia a confiança no DME como um instrumento de navegação primário. 

A outra abordagem VOR, chamada de "VOR 1", era a única legalmente disponível para o voo e teria exigido a descida ao se aproximar do aeroporto pelo sul durante o segmento de aproximação final, seguido por uma manobra "círculo para terra", pousando ao sul na pista 19.

Apesar disso, possivelmente devido às suas preocupações com o conforto do passageiro (a abordagem VOR 1 teria exigido a realização da manobra "círculo para aterrissar" em uma altitude relativamente baixa sobre o aeroporto para pousar na pista 19), ou possivelmente por simplesmente estar atrasado para definir para a abordagem VOR 1 recomendada (o tempo de voo era de apenas 8 minutos da decolagem em Albany até a área de Glens Falls, com um componente de vento de cauda significativo de aproximadamente 50 nós), a tripulação não executou a abordagem VOR 1. 

Em vez disso, a tripulação pareceu selecionar uma versão modificada improvisada e não autorizada da abordagem VOR/DME 19, que incluía o voo de ida seguido por uma reversão de curso a cerca de 10 milhas náuticas (20 km) ao norte do aeroporto, sobre o Lago George. Enquanto a tripulação realizava o que parecia ser uma curva de procedimento não publicada e não autorizada para reversão de curso no caminho de aproximação do VOR/DME 19, eles desceram prematuramente e bateram na lateral de uma montanha. 

Posteriormente, foi determinado que um vento sul de 60 nós (110 km/h) criou um efeito 'downdraft' que, juntamente com a baixa altitude da aeronave sobre o terreno, contribuiu para o acidente.

Detritos da aeronave encontrados ainda hoje no local da queda
Em seu relatório final, emitido em 25 de junho de 1970, o NTSB determinou a seguinte Causa Provável oficial para o acidente: "O capitão, ao realizar uma aproximação, excedeu seus limites de autorização e, a partir daí, voou com a aeronave em um severo "sotavento da corrente descendente" em uma altitude insuficiente para a recuperação. Nenhuma evidência foi encontrada para explicar por que essa abordagem específica foi tentada."

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e poststar.com)

Piloto escapa ileso ao pousar avião de cabeça para baixo em praia da Flórida (EUA)

Piloto ao lado do avião que ele pouso de cabeça para baixo em praia na Flórida (Foto: Reprodução)
O TikToker Joseph Cook estava usando seu detector de metais na ilha de Anastasia (Flórida, EUA), na última terça-feira (15/11), quando presenciou o acidente com o monomotor Piper PA-18-150 Super Cub, prefixo N9858P, registrado para a empresa Bentley Aero Inc.

Enquanto filmava a si mesmo cavando algo na areia, Joseph se virou para testemunhar o pouso bizarro.


Ele começou a correr e foi ouvido gritando: "Oh meu Deus! Oh meu Deus! Alguém acabou de cair!"

"Não ouvi nada antes de cair, olhei para cima e vi o avião virar de cabeça para baixo", contou o americano.

O avião sendo removido da praia (Foto: WJXT News4Jax)
Via Extra e ASN

Piloto morre em queda de avião agrícola em Mato Grosso

Ele era o único tripulante na aeronave e ficou preso às ferragens; causas do acidente serão investigadas.

Homem morre após queda de avião agrícola (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Uma pessoa morreu, esta tarde, na queda de um avião agrícola de pequeno porte, nas proximidades do entroncamento da BR-163 com a MT-225, entre Sorriso e Sinop. O acidente ocorreu dentro do território do município de Vera. A vítima foi identificada como Roberto Candido de Souza, de 42 anos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave Air Tractor 502 -XP,  prefixo PP-OBL, caiu em uma fazenda, com um tripulante a bordo, que ficou preso às ferragens. Conforme a assessoria, rapidamente as guarnições deslocaram-se até o local indicado e constataram se tratar de queda de avião, em mata fechada, a aproximadamente 200 metros da plantação de soja.


Utilizando técnicas de salvamento e com o uso de equipamento desencarcerador, os militares realizaram a retirada da vítima das ferragens. O tripulante, porém, já havia falecido e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi acionada.

O corpo da vítima foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para identificação oficial e liberação para os procedimentos fúnebres, os quais ainda não têm definição de horário e local.

O Corpo de Bombeiros informou ainda que as causas do acidente serão investigadas por autoridade competente, para apontar possíveis circunstâncias e fatores que contribuíram para a queda.


Via Só Notícias e g1

Vídeo: Veja o momento em que o caminhão dos bombeiros se dirige para a pista e a colide com avião no Peru


Vídeo: Passageiro grava momento em que Airbus da Latam que se acidentou no Peru


O vídeo do passageiro captura o momento em que o voo LA2213 da LATAM colidiu com um caminhão de bombeiros na decolagem do aeroporto de Lima, no Peru, ontem.

Jato da American bate em pássaros e fica danificado em três locais diferentes


Um raro incidente ocorreu nesta sexta-feira (18) nos EUA, quando um jato da American Airlines foi atingido por vários pássaros, ficando com danos espalhados por toda fuselagem. O caso aconteceu com um Boeing 737-800 fabricado em 2008 e que, desde então, voa pela companhia americana.

O jato cumpria o voo AA-1855 de Chicago para Kansas City. Durante a aproximação acertou em cheio um bando de pássaros e não foi possível desviar. Como resultado, ocorreu o birdstrike, um tipo de ocorrência muito comum na aviação, mas não da magnitude e com a quantidade de danos registrados desta vez.

Ao invés dos pássaros atingirem normalmente só uma parte da aeronave, como motor ou o nariz, nesta ocorrência eles também atingiram a asa, causando danos em três áreas diferentes de uma só vez, algo incomum de se ver, confira as fotos:


“Pepsi, Cadê Meu Avião?”: documentário da Netflix conta um erro que custou caro

Uma campanha publicitária da Pepsi de 1996 e um jovem com ajuda financeira formam a história fascinante de "Pepsi, Cadê Meu Avião?"

(Imagem: Netflix © 2022)
“Pepsi, Cadê Meu Avião?” é uma nova série documental que estreou nesta quinta-feira (17) na Netflix contando a história de um erro que custou caro à gigante dos refrigerantes.

Em 1996, a PepsiCo errou de forma desastrosa. A companhia lançou um programa de pontos, em que seus consumidores podiam guardar os rótulos da Pepsi e trocá-los por produtos da marca Pepsi. Sessenta fichas renderiam um chapéu. Quatrocentos e você ganharia uma jaqueta jeans.

Mas no comercial que acompanha o lançamento, a Pepsi foi além, brincando que qualquer um que coletasse 7 milhões de rótulos seria elegível para um novíssimo jato Harrier. O erro? A Pepsi esqueceu de adicionar qualquer letra miúda no rodapé da campanha apontando que aquilo se tratava de uma piada.

Esta falha é a base para a nova série documental da Netflix “Pepsi, Cadê Meu Avião?”. A nova produção conta a história de John Leonard, um estudante universitário que decidiu fazer a Pepsi cumprir sua palavra.

John Leonard e Todd Hoffman em “Pepsi, Cadê Meu Avião?” (Imagem: Netflix © 2022)
Depois de perceber rapidamente que comprar 7 milhões de latas ou garrafas de refrigerante Pepsi seria extremamente caro, Leonard viu um aviso revelando que, em vez de colecionar rótulos, os consumidores poderiam comprar Pepsi Points por 10 centavos cada. Um jato Harrier avaliado em US$ 23 milhões por apenas US$ 700 mil? Tratava-se da barganha do século. Com o financiamento do amigo Todd Hoffman, o jovem foi em busca do que foi prometido.

Ao longo de quatro episódios, a série relata a determinação de um jovem em enfrentar uma corporação multinacional para tentar conseguir o que um anúncio lhe prometia. O resultado, sem spoilers, foi uma batalha judicial e impactos profundos na imagem da Pepsi.

Inicialmente, o diretor da série, Andrew Renzi, recebeu a proposta de transformar esta história fantástica em ficção. Mas, após localizar Leonard, que na época já tinha seus 40 e poucos anos, e trabalhava como guarda florestal no Alasca, ele percebeu que a verdade seria mais divertida.

John Leonard e Todd Hoffman em “Pepsi, Cadê Meu Avião?” (Imagem: Netflix © 2022)
Confira a sinopse oficial da série documental”: 

A Guerra das Colas estava pegando fogo em 1996. Mesmo com suas superpropagandas com celebridades, a Pepsi não conseguia roubar a liderança da Coca-Cola e, por isso, decidiu lançar sua maior campanha publicitária até o momento: o “Coisas da Pepsi”. Com um comercial infame, a campanha prometia “Pontos Pepsi” em cada compra, que poderiam ser trocados por produtos da marca, como óculos escuros, jaquetas de couro… e um avião Harrier? Na cabeça dos executivos da Pepsi, o “preço” astronômico do jato militar deixava claro que era tudo brincadeira, mas o universitário John Leonard levou a história a sério e decidiu encarar o desafio. Com a ajuda (e o financiamento) de seu amigo de escalada Todd Hoffman, Leonard bolou um plano para conquistar um grande prêmio que nunca nem existiu. Com estilo irreverente e divertido, além de referências culturais e trilha sonora dos anos 90, Pepsi, Cadê Meu Avião? traz entrevistas com Leonard, Hoffman, a equipe criativa por trás do comercial e um elenco inesperado de celebridades envolvidas no caso para contar a história lendária do garoto que processou a Pepsi para ganhar seu avião de caça militar e acabou virando um herói da nova geração.


FAA estende período de registro de aeronaves para sete anos


A FAA está lançando uma regra na próxima semana que estenderá a duração dos certificados de registro de aeronaves de três para sete anos. De acordo com a minuta da regra final direta , os proprietários de aeronaves serão obrigados a confirmar suas informações de registro e renovar seus certificados a cada sete anos, a menos que um evento ou circunstância exija um novo registro antes desse período. Se a agência determinar que as informações de registro são imprecisas, o proprietário pode ser solicitado a enviar novos formulários de registro.

Além disso, a regra final direta aborda algumas outras áreas relacionadas ao registro de aeronaves, incluindo a remoção de uma exigência de que a agência emita uma carta estendendo a autorização temporária se um registro não tiver sido emitido ou negado dentro de 90 dias do pedido. Ele também remove regulamentos obsoletos que abordam o novo registro.

A agência em 2010 determinou que os proprietários de aeronaves registrassem novamente suas aeronaves a cada três anos. Antes, o prazo de cadastramento era indeterminado, mas com a estipulação de que os proprietários mantivessem seus cadastros atualizados. No entanto, a agência descobriu que os proprietários falharam em fazê-lo, criando vários registros desatualizados e levantando preocupações das autoridades policiais e de outras agências governamentais.

Mas na Lei de Reautorização da FAA de 2018, o Congresso instruiu a agência a estender esse período de três anos para sete para aeronaves de aviação geral não comerciais. A FAA, no entanto, disse que não pode distinguir entre aeronaves de aviação geral comercial e não comercial e acrescentou: “É impraticável ter durações diferentes para registros de aeronaves de aviação geral comercial e não comercial. Portanto, a FAA está estendendo a duração do registro para todas as aeronaves para sete anos.”

A regra se aplicará a registros existentes – um emitido em 2020 agora expirará em 2027, por exemplo –, bem como a novas emissões.

Embora a agência tenha optado por uma regra final direta, em vez do aviso mais tradicional e demorado do processo de regulamentação proposto, ela aceitará comentários por 30 dias após a publicação no Registro Federal . A regra deve entrar em vigor 60 dias após a publicação.

A NBAA elogiou a regra, dizendo que ela não apenas ajudará a agilizar as aprovações da FAA com uma carga de trabalho reduzida, mas também expandirá a autoridade para os proprietários de aeronaves operarem além da data de renovação do registro de 90 dias após a expiração para 12 meses, dando uma proteção contra quaisquer atrasos nas renovações. decorrente de uma carteira de pedidos da agência.

“Aplaudimos a FAA por ouvir nossas preocupações sobre os requisitos atuais e fazer essa mudança”, disse Brian Koester, diretor de operações e regulamentos de voo da NBAA. “A nova regra vem com benefícios tangíveis que ajudarão a aumentar a conveniência e a eficiência para os proprietários de aeronaves executivas.”

Via AIN Online

Por que as telas nos aviões mostram no mapa locais onde navios naufragaram?

(Imagem: Reprodução Twitter/Florian Nikolaus)
Os passageiros de voos costeiros ou transoceânicos que buscam algum tipo de distração nos mapas que vão mostrando o avanço da viagem — os chamados in-flight maps, que exibem por onde o avião está passando — podem encontrar bem mais do que a simples localização do ponto onde estão sobre o mar nas pequenas telas diante de seus assentos.

Se forem passageiros atentos e estiverem voando em algumas das maiores companhias aéreas do mundo, como a American Airlines ou a Emirates, encontrarão referências sobre a posição do avião no vazio do mar através de estranhas informações que, a princípio, parecem não fazer muito sentido — um nome, seguido de quatro dígitos de um ano antigo do calendário.

Mas elas significam algo. São indicações de famosos naufrágios do passado, embora, obviamente, nenhum deles possa ser visto lá do alto, nem sirva como localização precisa de onde o avião se encontra. Para as companhias aéreas, o objetivo é outro. 

Distração ou incômodo?


As curiosas informações sobre naufrágios nos mapas de aviões que estão a quilômetros de altura no céu servem apenas como distração para os passageiros, nos entediantes voos sobre os oceanos — como são, por exemplo, quase todos os voos internacionais que partem do Brasil. Mas, para boa parte dos passageiros, aquele tipo de informação mais amedronta do que distrai.

Mais críticas que elogios 


Usar a localização de naufrágios nos mapas de entretenimento dos aviões tem sido uma prática bem mais criticada do que elogiada pelos passageiros desde que a novidade foi implantada alguns anos atrás, porque remete a lembranças nada tranquilizadoras — e justamente quando se está a milhares de metros de altura, voando sobre a imensidão vazia do mar. Exemplos de comentários negativos abundam na Internet. 

"Quem vai querer se lembrar de tragédias que aconteceram em meios de transportes durante uma viagem de avião?", questionou uma passageira no seu Instagram, após identificar, na tela do seu assento em um voo da American Airlines, a localização do naufrágio do transatlântico Andrea Doria, na costa americana, 65 anos atrás, no qual morreram quase 50 pessoas.

(Imagem: Reprodução Twitter/Wendy Felton)
O que as companhias aéreas pretendem com essa informação? Mostrar que é mais seguro voar do que navegar?", criticou outro passageiro, também nas redes sociais. 

"Será que os passageiros de navios de cruzeiro são avisados quando estão passando sobre o local de algum acidente aéreo no mar, ou são poupados dessa informação desnecessária?", cutucou outro. "Enquanto você não estiver vendo estes naufrágios ao vivo, diante dos seus olhos, é sinal de que ainda está tudo bem com o seu voo", ironizou outro.

Até o Titanic!


A identificação de naufrágios famosos nos mapas dos aviões é mais comum nos voos de certas companhias aéreas, como a American Airlines, British Airways, Emirates e Ethiopian, que partem ou chegam aos Estados Unidos, embora aconteçam também em águas europeias. 

Os passageiros de alguns voos que cruzam o Atlântico, entre a Europa e os Estados Unidos, por exemplo, costumam ser lembrados tanto do local onde o afundou o transatlântico Lusitania, torpedeado por um submarino alemão na Primeira Guerra Mundial, na costa da Irlanda, matando quase todos os seus ocupantes (clique aqui para ler esta história), quanto do pior de todos os naufrágios: o do Titanic, identificado através de um sinistro pontinho preto, com o nome do navio e a fúnebre data da tragédia.

(Imagem: Reprodução Twitter/Florian Nikolaus)

Outros naufrágios


Já quem chega ou parte de Quebec, no Canadá, é informado pelo mapa da tela diante do seu assento que sobrevoará o exato local do pior desastre marítimo da história canadense, o do transatlântico Empress of Ireland, que, em 1914, bateu em outro navio, no Rio São Lourenço, e matou mais de mil pessoas.

(Imagem: Reprodução Twitter/Thimas Weber)
Da mesma forma, quem sobrevoa o litoral de Massachusetts, nos arredores de Boston, fica sabendo que ali, em 1963, desapareceu o submarino americano Thresher, com 129 tripulantes, até hoje a segunda maior tragédia do gênero na história. 

E os passageiros que atravessam o Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra, uma das rotas aéreas mais movimentadas do mundo, são convidados a testemunhar onde afundou o cargueiro SS Egypt, em 1922, com uma fortuna em barras de ouro e prata avaliadas em milhões de dólares.

(Imagem: Reprodução)
"Seriam informações curiosas, não fosse as tragédias que costumam acompanhar os naufrágios" E não são as melhores lembranças que os passageiros mais amedrontados possam ter a bordo de avião, muito menos voando sobre o mar. Mas há quem pense o contrário.

Informações educativas


Um dos defensores desse tipo de informação como forma de entreter os passageiros é a própria empresa que teve a ideia de implantar a novidade nos mapas dos aviões, a americana Collins Aerospace, fabricante do software Airshow, usado por diversas empresas aéreas — que, no entanto, podem customizar as informações que exibirão em seus aviões, optando por mostrar ou não os naufrágios. "Muitos passageiros consideram essas informações interessantes e educativas", explicou a empresa, quando começaram as críticas.

"Nos voos sobre os oceanos, não há nenhuma referência que possa informar os passageiros sobre a localização do avião", justificou a empresa, na ocasião. 

Geologia em vez de naufrágios 


Tempos depois, no entanto, as informações sobre naufrágios passaram a dar lugar a outras indicações bem menos traumáticas, como cânions, montanhas, cordilheiras submersas e outros aspectos geológicos do fundo do mar, na maioria dos mapas das empresas aéreas.

Mas algumas companhias ainda mantém as referências aos naufrágios, para incômodo e desconforto de alguns passageiros. Para eles, o simples fato de estarem voando já assusta o bastante. Que dirá sobre locais onde ocorreram infames naufrágios que mataram pessoas. 

"Com certeza, não é a informação mais relaxante do mundo", escreveu um passageiro, na Internet. "Só falta mostrar o local do Atlântico onde caiu o avião da Air France, que ia do Rio de Janeiro para Paris", ironizou outro.Definitivamente, não foi a melhor ideia do mundo...", resumiu um terceiro comentário. 

Filmes proibidos


Um dos motivos que geraram perplexidade em parte dos passageiros é o fato de que as empresas aéreas sempre evitaram fazer qualquer menção a acidentes nos seus aviões. Filmes ou documentários sobre desastres aéreos ou quedas de aviões sempre foram sumariamente proibidos no mesmo sistema de entretenimento que passou a exibir a localização de naufrágios — da mesma forma que, também por razões óbvias, nenhum navio de cruzeiro jamais exibiu filmes como Titanic nos seus cinemas a bordo.

(Imagem: Divulgação)
Filmes assim sempre foram considerados uma forma mórbida e inapropriada de entretenimento. E inspiram sentimentos que causam muito mais apreensão e palpitação do que relaxamento e distração, o que toda companhia aérea sempre busca oferecer aos seus passageiros.

Um dos objetivos dos sistemas de entretenimento nos aviões é fazer com que os passageiros esqueçam que estão voando e que não há nada debaixo dos seus pés. Sobretudo os mais medrosos.

Um caso famoso 


Ainda assim, embora pertençam a ambientes diametralmente opostos, a relação entre aviões e naufrágios sempre foi um tanto estreita. E não apenas nos casos de eventuais quedas de aparelhos no mar.

Um dos casos mais recentes — e emblemáticos — dessa peculiar relação entre aviões e barcos naufragados aconteceu sete anos atrás e virou notícia no mundo inteiro. Em março de 2014, quando equipes de buscas tentavam encontrar o avião da Malaysia Airlines, que fazia o voo MH 370 e desapareceu em algum ponto do Oceano Índico, após desviar completamente da sua rota — em um dos maiores enigmas da aviação até hoje —, nada menos que dois naufrágios até então desconhecidos foram detectados pelos equipamentos eletrônicos dos técnicos. 


Mas como nenhum deles era o avião desaparecido, as equipes deram de ombros e seguiram em frente, sem sequer tentar descobrir que navios eram aqueles — clique aqui para conhecer esta história, que se transformou em outro mistério até hoje tão inexplicado quanto o que levou o avião malaio a voar na direção errada, até que esgotasse o seu combustível.

Nenhum daqueles dois misteriosos navios fazem parte da lista de naufrágios do sistema de entretenimento oferecido aos passageiros dos aviões — bem como, obviamente, o próprio fatídico voo MH 370. Mas, curiosidade por curiosidade, por que não?