quarta-feira, 12 de maio de 2010

Foto do Dia

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O Antonov An-26B, prefixo
UR-CHT, da Meridian, no Aeroporto Warsaw / Frédéric Chopin (WAW/EPWA), em Okecie, na Polônia, em 30 de abril de 2010.

Foto: Jan Ostrowski (Airliners.net)

África: o pior lugar para se voar

Quem já garantiu sua presença na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e pretende aproveitar para conhecer outros países do continente africano, deve ficar atento na hora de escolher destinos e, principalmente, empresas aéreas. Apesar de a África do Sul possuir boas companhias, o continente como um todo registra um número alto de acidentes, muitos deles causados por aeronaves em péssimo estado de manutenção. Nesta quarta-feira, por exemplo, um acidente envolvendo um Airbus A330 da Afriqiyah Airways matou 103 pessoas em Trípoli, na Líbia.

Ainda não há explicações sobre a causa do acidente - testemunhas dizem que o Airbus caiu bem perto da pista de pouso. As caixas-pretas já foram recuperadas e devem ajudar a esclarecer a tragédia. Um relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) divulgado em fevereiro deste ano mostra que, apesar de concentrar apenas 2% do tráfego aéreo global, a África registra 26% de todos os acidentes ocorridos no mundo, o que a coloca em primeiro lugar nesse quesito.

Dos 90 acidentes que ocorreram em 2009, segundo a Iata, 17 foram na Europa, 10 na América Latina, 14 na América do Norte, 14 na África Subsaariana e 15 no conjunto norte da África e Oriente Médio. Segundo a associação, isso acontece porque os aeroportos são pobres em infraestrutura, as companhias usam aeronaves muito antigas e com manutenção deficiente. Um investimento maior em novas tecnologias poderia ajudar a reverter essa situação.

Índice de acidentes no mundo em 2009, por região:

África: 9,94 por milhão de voos
Oriente Médio e África do Norte: 3,32 por milhão de voos
Ásia-Pacífico: 0,86 por milhão de voos
Europa: 0,45 por milhão de voos
América do Norte: 0,41 por milhão de voos
Ásia do Norte, América Latina e Caribe: 0

Fonte: Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA)

Grandes desastres

O acidente envolvendo o jato da Afriqiyah Airways, que caiu na madrugada desta quarta, no Aeroporto Internacional de Trípoli, relembra muitos outros anteriores ocorridos no continente. Em junho de 2009, um Airbus A310, com 150 pessoas a bordo, caiu no arquipélago de Comores, no Oceano Índico. O avião, da companhia aérea Yemenia, do Iêmen, seguia da capital, Sanaa, para Moroni, capital de Comores, no sudeste da África. O local do acidente é muito procurado por turistas interessados em pesca e mergulho, além de ser conhecido por suas praias de areia branca e paisagens exuberantes - como muitas regiões do continente.

Veja outros exemplos de acidentes com mais de cem mortos na África:

- Junho de 2008: Em meio a uma tempestade, um avião da Sudan Airlines explodiu logo após pousar em Cartum, capital do Sudão. Das 214 pessoas a bordo, 32 morreram.

- Maio de 2007: Poucos minutos depois de decolar de Douala, na República de Camarões, sob forte tempestade, um Boeing 737 da Kenya Airways cai, vitimando todos os 114 ocupantes da aeronave.

- Outubro de 2005: 117 pessoas morreram na queda de um Boeing 737 da Bellview Airlines perto da aldeia de Lissa, no Estado de Ogun (Nigéria).

- Março de 2003: 102 morreram na queda de um Boeing 737-200 de Air Algerie na província de Tamanrasset (Argélia).

- Dezembro de 2003: um Boeing 727 da UTA com 141 pessoas a bordo caiu ao decolar do aeroporto de Cotonou (Benin), matando 130 pessoas.

- Julho de 2003: 115 morreram na queda de um Boeing 737 das Linhas Aéreas Sudanesas perto de Porto Sudão, no litoral leste do país.

- Maio de 2003: cerca de 150 pessoas morreram, entre militares, policiais e familiares, com a abertura em pleno vôo da rampa de carga do avião em que viajavam de Kinshasa até Lubumbashi, na República Democrática do Congo (RDC). O avião era um Iliushin-76, de fabricação soviética.

- Maio de 2002: mais de 150 pessoas morrem na cidade de Kano, no norte da Nigéria, quando um bimotor da companhia nigeriana EAS caiu numa área urbana pouco depois de decolar.

- Janeiro de 2000: um Airbus 310 da Kenya Airways caiu no oceano Atlântico pouco depois de decolar de Abidjan, na Costa do Marfim, com 169 passageiros e 10 tripulantes a bordo.

Fonte: Veja.com

Aeroporto de Maringá recebe equipamento da Força Aérea

Doação de caminhão pela Força Aérea elevará a categoria do Aeroporto de Maringá do nível 5 para 6 com relação a combate a incêndio

A chegada de um caminhão especial de bombeiros elevará a categoria do Aeroporto de Maringá do nível 5 para 6 com relação ao combate a incêndio. A elevação é uma exigência para que novos voos sejam autorizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O veículo, doado pela Força Aérea, está em fase final de adaptação e deverá ser incorporado à frota na próxima semana.

A superintendência do aeroporto também quer comprar um caminhão novo, estimado em R$ 1 milhão, e que garantiria a categoria 7. Os recursos, segundo o superintendente Marcos Valencio, já estariam assegurados junto aos governos do Estado e prefeitura. O edital para o abertura do processo de licitação deve ser publicado esta semana.

Outro investimento previsto é a ampliação da área do pátio de 1.500 metros para 2.100 metros. A obra custaria aproximadamente R$ 3 milhões e seria financiada pelos governos federal e estadual.

De acordo com Valencio, os investimentos são necessários para atender a crescente demanda de passageiros e as solicitações das companhias aéreas instaladas na cidade por novos vôos. Hoje são 32 vôos diários – de segunda a sexta-feira – , operados por cinco companhias. No fim de semana o número de operações cai pela metade.

Voos

O número de passageiros no cresceu 47,1% de 2008 para 2009. Nos primeiros quatro meses deste ano, 137 mil passageiros pousaram ou decolaram em Maringá de acordo com números da superintência - uma média de 35 mil por mês.

“Uma cultura de aviação esta sendo instaurada na cidade e na região e deve fazer esses números aumentarem significativamente daqui para frente. As pessoas que antes viajavam de ônibus agora estão viajando de avião, e é justamente por isso que somos o terceiro aeroporto que mais cresceu”, explica Valencio.

O superintendente diz que o aumento do fluxo de passageiros deve trazer investimentos para a aérea de serviços oferecidos pelo aeroporto.

Fonte: Rosângela Gris (O Diário Maringá) - Foto: Pé Vermelho (Skyscrapercity)

Embraer pode fornecer caças à Indonésia

Super Tucano, da fabricante brasileira, está na disputa por contrato estimado em cerca de US$ 100 milhões

O Super Tucano da Embraer (foto acima) pode substituir o velho OV-10 Bronco, americano, na Força Aérea da Indonésia – são oito aviões, contrato estimado em cerca de US$ 100 milhões, consideradas as aeronaves, documentação técnica, treinamento, peças e componentes.

O Super Tucano é o favorito em um processo que envolve outros dois modelos: a nova versão OV-10X, da Boeing, apresentada apenas em papel, e o Pilatus, suíço, que, por orientação do governo, não pode ser vendido na configuração armada para o uso de nações emergentes.

O ministro da Defesa indonésio, Purnomo Yusgiantoro, disse semana passada, ao apresentar o programa de reequipamento das forças armadas, que a aviação militar indonésia "quer comprar os aviões brasileiros". Yusgiantoro ressalvou que a decisão ainda depende de "uma análise final".

O governo local estuda também a oferta do KT-1, da Coreia do Sul, em inédito arranjo de combate. Esse avião, configurado para treinamento básico, já é empregado na academia de pilotos de Jacarta. A Indonésia quer o Super Tucano para missões de patrulha armada e ataque leve na região das províncias do oeste, Papua principalmente. Ali, grupos tribais rebeldes estão recebendo equipamentos e instrução de guerrilha, provavelmente de ex-militantes radicais do movimento Fretilin, desarticulado depois da independência do Timor, em 2002. Os turboélices da Embraer entrariam no lugar do OV-10 (foto acima), bimotor dos anos 60 usado em várias partes do mundo. A Indonésia recebeu 12 deles no início dos anos 70 – desse lote, apenas dois estão em condições de uso.

Briga

Nos EUA, não há vida fácil para o mesmo Super Tucano, envolvido em uma disputa pela encomenda de um avião de pequeno porte para reconhecimento e ataque leve da Força Aérea americana, a USAF, e eventualmente também para a Marinha. Nesse caso, o contrato envolverá frota estimada em 200 aviões, algo como US$ 2,2 bilhões.

A concorrência, segundo o departamento de Defesa, será aberta em 2011, com escolha prevista para o mesmo ano e entregas esperadas para 2012. Há obstáculos no caminho do Super Tucano. Um deles, é o poderoso lobby da indústria aeroespacial americana, sempre pronto para evitar a compra de produtos fora do país. O outro voou no sobre o Kansas, em 5 de abril.

Uma nova configuração do turboélice AT-6, da companhia Hawker Beechcraft, foi mostrada, e parece feita para ganhar o contrato. O avião incorporou motor de 1,6 mil hp e pode levar 1,8 tonelada de mísseis, bombas inteligentes, canhões, metralhadoras e foguetes livres. Sistemas eletrônicos contemplam sensores de coleta de informações de inteligência, identificação de alvos e guiagem de armas de precisão.

Além do AT-6 de segunda geração, a seleção terá a participação do jato italiano M-346, da Alenia. O Super Tucano é utilizado pelas forças de cinco países – Brasil, Colômbia, Chile, República Dominicana e Equador. Um dos 170 aviões já vendidos é operado pela empresa Blackwater, prestadora de serviços militares terceirizados.

Fonte: Roberto Godoy (O Estado de S. Paulo) - Fotos: Divulgação/Embraer - armybase.us

Outros acidentes tiveram um único sobrevivente

Menino que sobreviveu na Líbia não é o único caso de pessoas que resistiram à queda de um avião

O garoto considerado o único sobrevivente do acidente que deixou 104 mortos - 93 passageiros, em sua maioria turistas da Holanda, e 11 tripulantes - no aeroporto de Trípoli, na Líbia, está internado em um hospital na capital líbia.

Imagem de TV mostra único sobrevivente de avião que caiu em aeroporto em Trípoli, Líbia, recebendo cuidados médicos

O avião, do voo 771 da companhia líbia Afriqiyah, vinha de Johanesburgo, na África do Sul, e caiu quando se aproximava da pista para pousar. Segundo o ministro líbio dos Transportes, Mohammed Zidan, pelo menos 96 corpos já foram recuperados.

Um porta-voz do Clube de Turismo Real Holandês disse que 61 dos mortos eram membros de dois grupos turísticos da Holanda que retornavam a África do Sul. Ad Meijer, porta-voz do ministro de Relações Exteriores da Holanda, Maxime Verhagen, disse que a embaixada ainda não verificou seu todos os turistas eram cidadãos holandeses, incluindo o garoto, cuja idade ainda não foi confirmada. Informações prévias indicavam que ele teria entre 8 e 10 anos.

O milagre de o garoto ter sobrevivido faz recordar histórias semelhantes em outros acidentes aéreos. O mais recente é o caso da adolescente Bahia Bakari, que escapou com vida da queda de um avião, em julho do ano passado, no Oceano Índico, que deixou 152 mortos.

Bahia Bakari, única sobrevivente de acidente no Oceano Índico, é vista em cama de hospital (01/07/2009)

Bahia, que mal sabia nadar, segurou-se nos destroços que flutuavam na água por mais de 12 horas antes de ser avistada por equipes de resgate no mar. O avião caiu quando tentava pousar no arquipélago de Comores.

"Estou dividido entre alívio e tristeza. Estou feliz por ver minha filha, mas sua mãe não voltou", disse o pai de Bahia, Bakari Kassim, em Paris, pouco depois de receber a filha em seu retorno de Comores. Médicos locais ficaram impressionados com o fato de ela ter sobrevividos com apenas alguns cortes, arranhões e uma clavícula quebrada.

Outros feitos

Outros casos inacreditáveis incluem o de Vesna Voluvic, uma aeromoça sérvia que estava em um avião que explodiu sobre a então Checoslováquia em um suposto atentado terrorista em janeiro de 1972.

Vesna, que recebeu posteriormente um prêmio da organização Guinness World Records pela "mais alta queda do espaço sem paraquedas", despencou de mais de 10 mil metros de altitude junto com uma parte da fuselagem do avião, para cair nos montes nevados da atual República Checa.

Apesar dos ferimentos sérios, que incluíram duas pernas quebradas, a sobrevivente diz que uma conveniente perda de memória a poupou dos horrores do trauma pós-acidente: "Até hoje gosto de viajar e não tenho medo de voar", afirmou.

Semanas antes, na véspera do Natal de 1971, um avião de passageiros também explodiu depois de ser atingido por um raio sobre a Amazônia peruana. Todos morreram, à exceção da garota de 17 anos Juliane Koepcke, que caiu de uma altitude de cerca de 3 mil metros ainda abotoada ao seu assento.

Acredita-se que os fortes ventos que sopravam de baixo para cima suavizaram a queda, fazendo o assento descer em espiral e não em queda livre. A adolescente alemã passou 11 dias vagando na selva, sem comida, em busca de civilização.

História semelhante é a de George Lamson Jr., que tinha 17 anos quando sobreviveu à queda do Lockheed L-188 Electra da Galaxy Airlines, que matou as outras 70 pessoas a bordo em janeiro de 1985.

Lamson Jr. também foi lançado ainda atado à sua cadeira quando a aeronave caiu logo após decolar do aeroporto de Reno, em Nevada, explodindo em seguida. Outros dois passageiros sobreviveram ao impacto inicial, mas morreram dias depois.

As histórias de sobreviventes nessas circunstâncias incluem a de uma garota de quatro anos que escapou da queda do voo 255 da Northwest Airlines em agosto de 1987. Mais de 150 pessoas morreram no acidente, segundo os organizadores de um memorial pelas vítimas da catástrofe.

Em 1995, uma garota de nove anos foi a única sobrevivente da explosão em pleno ar de um avião na Colômbia. Dois anos depois, um garoto tailandês escapou de um acidente que matou 65 pessoas durante um voo da Vietnam Airlines. Em 2003, um menino de três anos foi o único sobrevivente de um acidente aéreo no Sudão que matou 116 pessoas.

Fonte: iG (com New York Times, BBC e Reuters) - Fotos: Reuters / Getty

Menino que sobreviveu a acidente de avião diz seu nome

Criança está em tratamento intensivo e tem ossos quebrados

O menino que sobreviveu ao acidente com o avião da companhia Afriqiyah Airways que caiu nesta quarta-feira (12) em Trípoli, na Líbia, se chama Ruben. Ao menos é isto o que o médico que o atende disse, informou o portal de notícias holandês NOS.

Ainda não foi confirmado se a criança realmente é holandesa, mas ele disse duas vezes ao médico a palavra “Holanda” em holandês.

Ruben tem cerca de oito anos e as outras 103 pessoas que estavam no mesmo voo que ele morreram. A criança está internada na ala de cuidados intensivos, mas não corre risco de vida. Ele sofreu diversas fraturas, sendo duas mais sérias, de acordo com seu médico.

Na aeronave estavam pessoas de nacionalidades diferentes, como ao menos 60 holandeses, 22 líbios, três sul-africanos, e ao menos um britânico, informou o jornal americano The New York Times.

O jornal francês Le Figaro publicou que ao menos uma francesa estava no voo.

O Airbus A330 da Afriqiyah Airways com 104 pessoas a bordo - 93 passageiros e 11 tripulantes - caiu quando tentava pousar no aeroporto da capital Líbia por volta das 6h locais (1h de Brasília). A aeronave vinha de Johannesburgo, na África do Sul.

Uma fonte dos serviços de segurança do aeroporto de Trípoli, que pediu anonimato, disse que o avião pegou fogo antes do pouso.

Outra fonte, que também não quis se identificar, descreveu um cenário parecido.

- A aeronave explodiu na aterrissagem e se desintegrou totalmente.

Milhares de destroços ficaram espalhados em uma grande área a 500 metros do extremo da pista de pouso.

Os serviços de segurança e as equipes de resgate trabalham na área da tragédia para recuperar os pedaços de corpos dos passageiros e tripulantes.

Fonte: Helena Capraro (R7) - Foto: AFP

Empresa divulga nacionalidade de vítimas de queda de avião na Líbia

Maioria dos que estavam a bordo era de holandeses e líbios.

Morreram 103 pessoas, e menino de 10 anos foi o único sobrevivente.

A empresa dona do Airbus acidentado nesta quarta-feira (12) em Trípoli, capital da Líbia, informou que havia 62 holandeses, 2 alemães, 1 filipino e um zimbabuano a bordo, além de 13 cidadãos líbios.

Segundo Saleh Ali Saleh, chefe do departamento legal da empresa, ainda não havia uma relação completa de todos que estavam a bordo. Morreram 103 pessoas no total, segundo as autoridades líbias. Um garoto de dez anos foi o único sobrevivente.

Fonte: G1 (com agências internacionais) - Foto: AP

Avião da tragédia da Líbia passou por controles de segurança

O avião da companhia líbia Al Afriqiyah que caiu nesta quarta-feira em Trípoli, causando a morte de 103 pessoas, passou por todos os controles de segurança necessários antes da decolagem em Johannesburgo, informou a empresa responsável por administrar os negócios da empresa na África do Sul.

"A companhia tem um bom balanço em termos de segurança", declarou Charmaine Thomé, diretora para a África Austral do grupo alemão Aviareps, especializado no transporte aéreo e turismo.

"O avião, um Airbus A330, passou por todos os controles de segurança necessários antes de partir de Johannesburgo", completou a diretora.

A aeronave caiu às 6H00 locais (1H00 de Brasília) durante o pouso, com 104 pessoas a bordo, incluindo 11 membros da tripulação. Apenas um menino de oito anos sobreviveu.

A maioria dos passageiros estava em trânsito na Líbia: 42 seguiriam para Düsseldorf (Alemanha), 32 para Bruxelas (Bélgica), sete para Londres e um para Paris, segundo Nicky Knapp, porta-voz da agência Aeroportos Sul-Africanos (Acsa).

Em Haia, a Federação Holandesa de Turismo anunciou que 61 holandeses morreram na catástrofe e confirmou que o único supervivente é um menino da mesma nacionalidade.

O Airbus A330, uma aeronave nova, havia sido comprado em setembro de 2009 pela companhia, segundo o ministro dos Transportes líbio, Mohamed Zidane, que descartou a hipótese de um ato terrorista.

Fonte: AFP - Foto: AFP

"Ouvimos um grande estrondo", diz brasileiro que trabalha em obra do aeroporto de Trípoli

Funcionários brasileiros da construtora Odebrecht que trabalham nas obras de ampliação do aeroporto de Trípoli, na Líbia, presenciaram o acidente aéreo ocorrido nesta quarta-feira (12). O avião transportava 93 passageiros e 11 tripulantes e deveria pousar em Trípoli às 6h10 no horário local (1h10 de Brasília), mas caiu a cerca de 100 metros da cabeceira da pista do aeroporto. Um holandês de 10 anos foi resgatado com vida.

O brasileiro Erick Marcel, que trabalha na administração da construtora em Trípoli, disse que muitos colegas viram o acidente. “Como nosso turno é de 24 horas, muitos viram o acidente. Na hora que o avião caiu eles escutaram fortes estrondos. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu. O avião caiu bem perto da pista”, disse em entrevista ao UOL Notícias.

De acordo com Marcel, que está na Líbia há um ano e meio os brasileiros trabalham na construção de dois novos terminais do aeroporto de Trípoli. O administrador disse que a polícia isolou a área do acidente para evitar a atuação de curiosos. “Existem muitos curiosos. As pessoas estão fora de si”, afirmou.

Ainda segundo o brasileiro, aparentemente a pista do aeroporto não tem problemas de infraestrutura ou de sinalização. “Pelo que a gente consegue ver, a estrutura de pista não tem nenhum problema. Já desembarquei durante o dia e à noite e nunca percebi algum problema”, disse.

Marcel também acha difícil que o tempo tenha influenciado na queda da aeronave. “O céu está super aberto, o verão está começando. Nessa época o sol costuma nascer por volta de 5h30. Hoje, não houve sinal da ocorrência de tempestades de areia, nem houve rajadas de vento”, acrescentou.

"A cerca de 500 metros do local do acidente há um condomínio onde vivem cerca de 100 brasileiros que trabalham em uma construtora brasileira aqui em Trípoli", disse Marcel.



Fonte: Guilherme Balza (UOL Notícias) - Foto: AP

Acidente na Líbia é o quarto maior em um ano

Queda de Airbus da Afriqiyah Airways matou 103 pessoas; uma criança sobreviveu

O acidente com o Airbus A330 da Afriqiyah Airways que caiu no aeroporto de Trípoli, na Líbia, nesta quarta-feira (12), matando 103 pessoas, é o sexto grande desastre aéreo em menos de um ano e o quarto maior em número de vítimas no mesmo período. Um menino holandês de 10 anos seria o único sobrevivente da tragédia.

No último dia 10 de abril, o avião do presidente da Polônia, Lech Kaczynski, caiu na Rússia, matando o governante e mais 95 pessoas, a maioria políticos e militares de alto escalão.

A aeronave, um Tupolev TU-154M, caiu quando tentava pousar no aeroporto de Smolensk, no oeste da Rússia. De acordo com testemunhas, as condições do tempo eram desfavoráveis no momento do acidente, com uma espessa névoa cobrindo a pista de aterrissagem. Autoridades suspeitam que um erro do piloto causou a tragédia.

No dia 25 de janeiro, um Boeing 737-800 da companhia área Ethiopian Airlines caiu no mar Mediterrâneo, com 90 pessoas a bordo, logo após decolar do aeroporto de Beirute, no Líbano. Nenhum dos ocupantes sobreviveu.

As causas da queda do avião etíope ainda estão sendo investigadas, mas o presidente do Líbano, Michel Sleimane, descartou a possibilidade de atentado terrorista.

No dia 15 de julho de 2009, um Tupolev Tu-154M da Caspian Airlines, com 168 pessoas a bordo, caiu quando sobrevoava a cidade iraniana de Qazvin, 150 km a noroeste de Teerã. Todos os ocupantes morreram.

Autoridades iranianas disseram que aeronave teve problemas técnicos e pegou fogo antes de cair, abrindo uma cratera no chão. A versão foi confirmada por testemunhas em terra.

Apenas 15 dias antes, no dia 30 de junho de 2009, um Airbus A310 da Yemenia Airways caiu no mar das ilhas Comores após tentar pousar sem sucesso no aeroporto local. Uma adolescente de 14 anos foi a única sobrevivente entre os 153 ocupantes da aeronave.

No início do mesmo mês, no dia 1º de junho de 2009, um Airbus A330 da companhia Francesa Air France caiu no oceano Atlântico, perto das ilhas brasileiras de Fernando de Noronha, quando fazia a rota entre Rio de Janeiro de Paris. Todos os 228 ocupantes morreram.

As causas da tragédia ainda estão sendo investigadas. Equipes de resgate francesas tentam recuperar os destroços e as caixas-pretas do fundo do oceano. Os primeiros relatórios indicam, no entanto, que uma falha nos sensores de velocidade da aeronave pode ter contribuído para o acidente.

Fonte: R7 - Foto: AFP

TAM recebe avião da Airbus para voos internacionais

A companhia aérea TAM recebeu na sexta-feira a primeira das duas aeronaves A330 encomendadas à fábrica da Airbus em Toulouse (França). O avião, configurado com 223 assentos para passageiros, será usado em voos internacionais de longo curso.

A entrega da segunda unidade está prevista para o início de junho, elevando a frota da empresa para 137 aeronaves, sendo 130 modelos da Airbus e sete da Boeing. O plano da TAM é fechar o ano com 148 aviões.

De acordo com a companhia, os dois novos aviões vão operar inicialmente voos fretados para a África do Sul, de forma a atender à demanda gerada pela realização da Copa do Mundo no país. Depois, serão utilizados em voos extras para Orlando (Estados Unidos) na alta temporada.

A partir de agosto, essas unidades serão integradas à malha aérea da TAM para operar novos voos regulares às cidades de Frankfurt (Alemanha) e Londres (Inglaterra) a partir do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro.

"O recebimento dos novos aviões faz parte da política da TAM de operar uma frota com baixa idade média - seis anos, uma das mais jovens do mundo -, assegurando mais conforto aos passageiros", informa a companhia.

Fonte: Eduardo Laguna (Valor Online) - Foto: Paulo Tadeu

MT: Anac investiga queda de peça de Boeing cargueiro em decolagem

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta quarta-feira que um avião cargueiro, modelo Boeing 727-200F, prefixo PR-RLJ (foto), perdeu parte da carenagem (peça de revestimento) ao decolar do aeroporto de Cuiabá (MT), na última sexta-feira.

Segundo a Anac, a peça foi enviada para análise e a empresa Rio Linhas Aéreas, notificada. A carenagem caiu em uma rua no trajeto entre o aeroporto e o centro de Cuiabá, sem causar danos. O avião fazia a rota entre a capital mato-grossense e São Paulo.

A Rio Linhas Aéreas, que tem sede em Curitiba (PR), afirmou que tomou conhecimento do caso na segunda-feira, por comunicação da Anac. Segundo a empresa, a peça que se desprendeu na decolagem é metálica e tem 20cm de altura por 60cm de largura.

Ela teria se soltado de perto do freio aerodinâmico, mas sua falta não teria interferido no funcionamento do avião. Uma investigação interna está sendo feita para revelar porque a peça caiu. Os dados devem ser apresentados à Anac na próxima segunda-feira, segundo a empresa dona do avião, que ressaltou que a manutenção estava em dia.

Fonte: Terra - Foto: André Bonacin (Panoramio)

Russos são detidos por suspeita de plano para sequestrar avião em Berlim

Dois russos foram detidos nesta quarta-feira no aeroporto de Tegel, na capital alemã, Berlim, após suspeitas de que eles planejassem sequestrar um avião que partia em direção a Moscou.

Uma testemunha alertou a polícia após ouvir um diálogo dos dois na fila de embarque da empresa aérea Air Berlin.

Os detalhes da conversa, em russo, não foram revelados, embora a imprensa alemã especule que eles falassem sobre o sequestro de jatos para Moscou.

Um porta-voz da polícia disse que a testemunha ficou com a impressão de que "um sequestro tinha sido planejado".

Todos os 130 passageiros do voo foram questionados e a maioria embarcou em voos posteriores a Moscou.

Ambos os detidos, de 49 e 26 anos de idade, tinham licença de piloto.

Fonte: BBC Brasil via O Globo - Foto: AP

Novas buscas por caixas-pretas de avião da Air France fracassam

As buscas pelas caixas-pretas do Airbus A330 da Air France - que em junho de 2009 caiu no Atlântico com 228 pessoas a bordo - em uma nova região fracassaram, anunciou nesta quarta-feira em Paris o BEA (departamento de investigações e análises), órgão francês encarregado das operações.

"Depois de ter efetuado uma cobertura ótima no conjunto da região, a BEA decidiu retomar as buscas em uma região localizada a noroeste da última posição conhecida", informou a BEA ao explicar que a busca não teve êxito até agora.

O navio norueguês "Seabed Worker" prevê dirigir-se para essa área durante a noite. Ali foi inicialmente efetuada a tarefa de busca das caixas-pretas da aeronave que em 1 de junho de 2009 caiu no Atlântico quando voava entre Rio de Janeiro e Paris.

A BEA informou que "a exploração da nova região de buscas depois das tarefas da Marinha Nacional (francesa)" tinha continuado a "um ritmo que precisou ser reduzido devido a problemas técnicos".

Na quinta-feira, o ministério da Defesa francês anunciou que as caixas-pretas do Airbur A330 da Air France tinham sido localizadas em uma região nova do "tamanho de Paris, onde relevo submarino assemelha-se à Cordilheira dos Andes", a uma profundidade de 3.600 metros.

A BEA tinha antecipado que nesta quarta-feira faria um balanço sobre os resultados e se estes fossem infrutíferos, "estenderia um pouco o perímetro das buscas".

Até agora, a BEA considerou que um mau funcionamento das sondas Pitot (sensores de velocidade), feitas pela empresa Thales, era "um dos fatores" do acidente.

Esse órgão considera que apenas as caixas-pretas permitirão compreender as causas exatas da tragédia.

Fonte: AFP

Avião da TAM é atingido por pássaro durante pouso no Pará

Uma aeronave que fazia o voo 3871 da TAM foi impedida de seguir viagem na tarde desta terça-feira (11), em Marabá, a 485 km de Belém, no Pará. O voo, que partiu de Belém às 14h15m com destino a Brasília, fez escala na cidade. O avião foi atingido por um pássaro quando se aproximava do aeroporto de Marabá e, por isso, precisou ficar no município paraense para passar por manutenção.

Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa da companhia aérea, a continuação do voo foi cancelada e os passageiros acomodados em hotéis para decolar nesta quarta-feira, em voos da empresa e de outras companhias. O voo estava previsto para pousar em Brasília às 17h30m.

Fonte: Portal ORM via O Globo

Mais informações sobre o acidente na Líbia

O Airbus A330-202, prefixo 5A-ONG, da Afriqiyah Airways, realizando o voo 8U-771 de Joanesburgo, na África do Sul, para Trípoli, na Líbia, com 93 passageiros e 11 tripulantes, estava na abordagem à pista de 09 do Aeroporto Internacional de Trípoli (Tarrabalus/Idris) (TIP/HLLT), quando caiu próximo a pista, aproximadamente às 06:10 (hora local - 04:10 Z), desta quarta-feira (12).

O mesmo Airbus A330 envolvido no acidente, fotografado em 09.09.09, no Aeroporto de Trípoli, 10 anos após a data 09.09.1999, que que forma o logo da empresa aérea Afriqiyah Airways, que lembra a data da reunião extraordinária da OUA (Organização da União Africana), realizada em Sirte, Líbia, em que o líder líbio Muammar al-Gaddafi solicitou a criação da União Africana (UA)

O avião ficou completamente destruído, sem que houvesse incêndio após o impacto.

Inicialmente, o aeroporto havia relatado 105 mortes (94 passageiros e 11 tripulantes).

O avião partiu às 21h37min de Joanesburgo (hora local - 19:37 Z) e deveria chegar às 06:20 (hora local - 04:20 Z).

A Afriqiyah Airways confirmou o seu voo 8U-771 transportando 93 passageiros e 11 tripulantes caiu na chegada em Tripoli.

O Aeroporto Internacional de Tripoli não tem um sistema de aterrissagem por instrumentos e a pista 09 tem equipamentos VOR e NDB não confiáveis em operação.

A Airbus confirmou que o Airbus A330-202, de prefixo 5A-ONG (c/n 1024) estava envolvido no acidente do voo 8U-771, informando que a aeronave havia acumulado 1.600 horas de voo em 420 ciclos. O avião caiu nos limites da curta pista 09 do Aeroporto de Trípoli.

O BEA francês enviou dois investigadores a a Airbus especialistas para Tripoli para participarem do inquérito a ser realizado pela Autoridade de Aviação Civil da Líbia.

Fonte: Aviation Herald - Mapa: Cortesia/Google Earth - Foto: Chris Smith Photography (Airliners.net)

Fotos do acidente com o avião na Líbia


Fotos: AP / AFP / Reuters

Queda de avião na Líbia mata 103 das 104 pessoas a bordo

Menino é único a sobreviver a queda de avião que matou 103 na Líbia.

Ministério do Transporte confirmou mortes de todos os demais a bordo.

Airbus vinha da África do Sul e tentava pousar em Trípolí.




Um Airbus de uma empresa líbia caiu nesta quarta-feira (12) quando tentava pousar em Trípoli, capital da Líbia, matando 103 das 104 pessoas que estavam a bordo. Um garoto holandês de 10 anos foi o único sobrevivente, segundo o ministro líbio de Transportes.

O Airbus A330-200 estava em operação desde setembro do ano passado e voava de Johannesburgo, na África do Sul, rumo à capital líbia, quando caiu por volta das 6h locais (1h de Brasília).

Autoridades holandesas confirmaram que 61 turistas do país morreram no acidente. Autoridades locais disseram que havia 22 líbios a bordo, mas não foram reveladas as identidades dos demais mortos.

"Todo mundo está morto, exceto uma criança", disse o ministro líbio de Transportes, Mohamed Zidan. O avião levava 93 passageiros e 11 tripulantes. A aeronave era operada pela companhia líbia Afriqiyah Airways.

O ministro disse que os investigadores estavam tentando descobrir a causa do acidente, mas descartou a hipótese de terrorismo. O sobrevivente está ferido, mas não corre risco de vida. "A criança está em boas condições e foi hospitalizada para exames", disse o ministro.

Imagens de TV do menino sobrevivente

Informações

A Afriqiyah Airways forneceu dois números de telefones para que familiares possam buscar informações: 0213341181 (na Líbia) e +442033552737 (ligação internacional).

A Airbus também se manifestou: "A Airbus fornecerá assistência técnica total para as autoridades responsáveis pela investigação do acidente com o Bureau d'Enquête et d'Analyse (BEA)".

Mapa mostra o local do acidente, na Líbia

Fonte: G1 (com agências internacionais) - Foto: Abdel Meguid al-Fergany (AP) / Arte/G1

Mudanças em aeroportos ficarão para 2011, diz Anac

Proposta da agência está em análise pelo Ministério da Defesa e pela Casa Civil

Mercado cresce acima de 20% pelo décimo mês; agência cita descompasso entre demanda de clientes e oferta aeroportuária


A decisão sobre o modelo de gestão dos aeroportos deverá ficar para o próximo governo, disse ontem a presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Solange Vieira.

Caso a decisão seja tomada em 2011, o novo governo deverá definir se a administração de aeroportos no país deve ficar a cargo da iniciativa privada, permanecer sob a gestão de uma empresa estatal, a Infraero, ou passar a ser feita em parcerias público-privadas.

Segundo especialistas, a definição de um modelo é essencial para viabilizar investimentos antes da Copa e dos Jogos Olímpicos. Questionada sobre o impacto da demora do governo, Vieira disse que dependerá da velocidade das obras.

Vieira participou ontem de seminário sobre infraestrutura promovido pelo "Valor Econômico" no Rio. Segundo a presidente da agência, é preciso discutir se o monopólio na administração dos aeroportos é o modelo mais adequado e se deve ficar a cargo de empresa pública, que tem restrições para investimentos e contratações.

"Quando a gente pensa em manter uma empresa pública operando com características de setor privado, a gente tem de ter em mente que nunca vai conseguir a eficiência de uma empresa privada porque ela tem limitações burocráticas".

Os números da agência evidenciam o crescimento da demanda. Com maior acesso a crédito e passagens mais em conta, o fluxo de passageiros no mercado doméstico teve alta maior que 20% em dez meses.

A TAM continua a liderar em participação de mercado, com 42,13%, seguida pela Gol, com 40,69%. Empresas com uma fatia menor do mercado registraram crescimento expressivo no fluxo de passageiros. A Webjet teve alta de 96%, e a Azul, de 89%, na comparação com abril do ano passado.

Sem investimentos compatíveis em infraestrutura, os terminais de passageiros começam a ficar saturados. "As empresas estão fazendo milagre, criando voos noturnos adicionais, mas há sinais de estrangulamento em alguns aeroportos", afirma Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação.

O aumento da demanda sem investimento em infraestrutura não interfere apenas no conforto do passageiro. Para as companhias aéreas, ela pode resultar em restrições ao uso de aeroportos, nos moldes do que ocorre em Congonhas.

A agência realiza estudos para definir quais outros aeroportos poderão ficar saturados.

Segundo Vieira, desde o ano passado o crescimento no uso dos aeroportos não é mais centrado em São Paulo, e sim no Rio de Janeiro e em Brasília.

De janeiro a abril, as companhias brasileiras têm alta de 32% na demanda ante igual período do ano passado.

Fonte: Janaina Lage e Samantha Lima (Folha de S.Paulo)

Balão cai perto do Aeroporto Santos Dumont

Um balão caiu na Baía de Guanabara perto da pista do Aeroporto Santos Dumont. Por medida de segurança, a Infraero suspendeu por alguns minutos as operações no aeroporto. No entanto, os vôos não sofreram atrasos.

Fonte: Correio Braziliense

Brasil abrirá licitação para comprar aviões de reabastecimento

Depois da escolha do modelo de caças que serão adquiridos para equipar a Força Aérea brasileira (o francês Rafale, o sueco Gripen ou o americano F-18 E/F), a Aeronáutica deve lançar outra licitação no mercado. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

A abertura de concorrência prevê a compra de aviões para reabastecer, no ar, as próprias aeronaves de guerra que virão para o Brasil. Os aviões que hoje cumprem a missão são da década de 50 e estão entre os mais velhos do mundo para este tipo de serviço.

Fonte: Terra

Diretor-presidente de uma das empresas armamentistas brasileiras afirma que a aura de mistério é exigência dos estrangeiros

Olhando rapidamente, o prédio parece abandonado. O mato precisa ser aparado, as paredes externas não são pintadas há anos e estão descascando. No pátio, há apenas um Fiat Uno velho. Mas o diretor-presidente da ETR Indústria Mecânica Aeroespacial, Rubens Carlos Jacintho, garante que ali se fabrica motor para foguetes, bombas incendiárias e aéreas, lança-granadas e uma série de artefatos bélicos. “Entre os nossos clientes estão o Ministério da Defesa, os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, além de governos latino-americanos”, ressalta Jacintho.

A ETR está localizada na periferia de São José dos Campos. Aparentemente, a fábrica está parada. Na Mectron, por exemplo, observa-se um entra e sai de funcionários a todo momento. Na ETR, depois de meia hora batendo palma no portão surge um segurança. O Correio pede para visitar a empresa, mas o funcionário dá a mesma desculpa que todas as empresas deram. “Aqui se desenvolve tecnologia e armas sob o mais absoluto sigilo.”

O diretor-presidente da ETR explica que nenhuma empresa que fabrica armas e munições de guerra permite que pessoas estranhas entrem na área de produção porque os clientes que as contratam exigem sigilo na hora da encomenda. “Aqui você pode entrar só para ver os laboratórios, isso se não estiverem sendo realizados ensaios. Desculpe, mas a empresa trata com clientes estrangeiros e eles são muito exigentes”, conta o relações públicas Regis Borges, da Mectron.

Acrílico

Na condição de anonimato, dois funcionários contaram como funciona a linha de produção da Companhia Brasileira de Cartuchos, a CBC. Boa parte dos 1,2 mil funcionários atua na linha de produção, dividida em seis turnos. A indústria funciona 24 horas por dia. Só para se uma das máquinas quebrar. Um operador III ganha R$ 5,3 mil por mês e trabalha operando as máquinas que enchem os cartuchos de pólvora.

Na linha de produção, segundo os funcionários, há uma série de medidas de segurança. Para evitar acidentes, os funcionários são protegidos por uma tela de acrílico que suporta até disparo à queima-roupa de calibre .38. Cada turno de 8h produz 680 mil cartuchos do mais variados calibres só no setor de armas curtas.

O número: 1,2 mil e o número de funcionários da CBC, maior fábrica de munição do país

Câmara atenta

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados pretende discutir amanhã a exportação brasileira de armas para países com conflitos étnicos e religiosos, como o Sri Lanka, onde até 100 mil pessoas foram mortas em conflitos étnicos, como mostrou ontem reportagem do Correio. Atualmente, o país fornece munição para sete nações em guerra. Segundo a presidente da comissão, deputada Iriny Lopes (PT-ES), o assunto ainda não foi tratado até pela falta de informações.

“A pauta de exportações brasileiras deve ser de conhecimento público. Não só o parlamento deve ter acesso, mas toda a população. Segundo ela, o país — que faz campanha pelo desarmamento — deveria centrar as atividades econômicas em outras frentes, como alimentos. “Sabemos o que significam essas armas e como aumentam o sofrimento de um povo”, afirmou a deputada, citando dados estatísticos de mortos por armas de fogo no Brasil.

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil também deve colocar o assunto em pauta. Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcanti, a complexidade do assunto e a repercussão da venda de armas para países em guerra e para o Irã exigem compreensão do tema. “É preciso esclarecer melhor à população essas questões.” O Congresso Nacional, segundo ele, tem papel fundamental nesse debate.

Para saber mais CBC, “mãe” e orgulho

No município de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, está a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), a maior fábrica de munição do país. Na cidade, todo mundo sabe o que a indústria fabrica e chega a ter orgulho da empresa, já que ela colabora com o desenvolvimento da região. “Eles fazem espingardas, rifles, carabinas e todo tipo de munição. A gente sabe que esse arsenal é usado em guerras e caças. Mas precisamos desenvolver a nossa região”, diz a vereadora Diva de Sousa.

A CBC é considerada uma empresa-mãe. Difícil encontrar um funcionário que fale mal do patrão. Ela dá refeição gratuita, leva e traz os funcionários em casa em ônibus de luxo e oferece um dos melhores planos de saúde do país.

O Correio só conseguiu entrevistar o diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo José dos Santos, que é funcionário da CBC, depois que ele pediu autorização do departamento de Recursos Humanos da empresa. Quando foi comentado que boa parte da produção da empresa é usada para abater militares na guerra, Paulo José deu uma resposta prática. “Se não houvesse munição, haveria guerra do mesmo jeito. Os povos iriam para combate com espadas e flechas”, comenta.

Fonte: Ullisses Campbell e Alana Rizzo (Correio Braziliense)

Fábricas nacionais de armamentos usados em conflitos bélicos no exterior trabalham em regime de silêncio

Quem entra pela estrada de asfalto no quilômetro 14 da Rodovia dos Tamoios, no município de São José dos Campos, nem imagina o que a paisagem bucólica esconde. No meio da tranquilidade do campo está instalada uma das maiores fábricas de explosivos e munições do Brasil, a Avibras. A empresa de engenharia fabrica foguetes de longo alcance para abate de aviões, unidades de controle de fogo para derrubar helicópteros que voam em baixa altitude e mísseis que alcançam embarcações a 300km.

O povo que mora ao redor nem sonha com o material que é produzido por trás da muralha de 6m de altura protegida por cerca elétrica farpada e enrolada. A Avibras é uma das empresas brasileiras que alimenta um mercado milionário e polêmico. Na edição de ontem, o Correio mostrou que, na última década, o Brasil exportou, por US$ 17,8 milhões, um total de 777 toneladas de bombas, foguetes, mísseis e todo tipo de munição para países nos quais os embates armados mataram 1,3 milhão de pessoas.

A camponesa Maria de Paula Sodré, 45 anos, saiu do interior da Bahia em 1988 em busca de prosperidade em São José dos Campos. Conseguiu emprego na fazenda Porto Velho, de propriedade de um político da região. Todos os dias caminha por estradas vicinais da Rodovia dos Tamoios. Conhece a Avibras “de ouvir o povo falar”, mas nem sonhava que se tratava de uma fábrica de explosivos. “Já vi a carretas carregando caixas de ferros enormes, mas pensava que tinha naves espaciais lá dentro”, conta.

A unidade da Avibras que fabrica foguetes aeroespaciais também fica em São José dos Campos, mas a 30 quilômetros do local onde se desenvolvem explosivos de guerra. O terreno que a empresa escolheu para pesquisar tecnologia espacial fica atrás da Embraer, longe da área residencial. Nas duas fábricas, não se passa da portaria sem ser convidado. “Você não pode se aproximar porque a empresa está desenvolvendo um projeto secreto. Se quer fazer matéria sobre a fábrica de explosivo, tem que ir para outra unidade”, explica o sentinela na portaria da unidade aeroespacial.

Se no local onde se fabrica sondas espaciais não se passa da portaria, na unidade em que se montam foguetes para abate de aviões não se chega à primeira entrada. A presença de jornalistas com máquinas fotográficas mobiliza a segurança. Eles sequer deixam bater foto da fachada, alegando que se trata de local de segurança máxima. “Vocês não podem ficar nem na calçada da frente”, avisa o guarda particular.

Batas

São José dos Campos é o reduto das fábricas de bombas, mísseis e outros artefatos de guerra. A Mectron, localizada em área urbana, fabrica mísseis para abate de curta e longa distância e armas anticarro. O prédio é modesto para quem desenvolve tecnologia para armas de defesa. Assim como ocorre com a vizinhança da Avibras, os moradores da Mectron não sabem o que é construído do lado de dentro dos muros. “Moro aqui há 20 anos e não sei até hoje com o que esse pessoal mexe. Meu filho mais velho já foi lá pedir emprego, mas disseram que não tinha nada para ele”, conta Benedito Marciano, 52 anos. Ele mora ao lado da Mectron. “A vizinha me falou que eles fabricam bombas, mas não acredito porque já vi mulheres vestidas com bata de enfermeira entrando na empresa depois do almoço”, relata a dona de casa Maria Aparecida Marciano, 56, mulher de Benedito.

Fonte: Ullisses Campbell (Correio Braziliense)