quarta-feira, 28 de maio de 2008

Aviões históricos desfilam na Base Aérea de Sintra

'Bartolomeu Dias', o primeiro a entrar e último a sair da frota de Airbus A-310 da companhia aérea Portuguesa. Passagem pela base aérea de Sintra, escoltado por dois 'Alpha Jet A'.

Encontro anual de “clássicos” dos ares incluiu espectáculos de acrobacias aéreas e voos de demonstração de máquinas que marcaram a história da aviação portuguesa e internacional. Aeronave A310 da TAP realizou último voo no festival “AeroNostalgia 2008”.

Foi num Domingo de Sol que a Base Aérea de Sintra (Granja do Marquês) recebeu o festival AeroNostalgia 2008, dedicado aos “clássicos” da aviação nacional e internacional.

A despedida do avião Airbus 310, que esteve ao serviço da TAP durante vários anos, foi um dos pontos altos do festival. Às 14h00, a aeronave já aterrava na Granja do Marquês, para ser apreciada pelos visitantes antes do seu último voo rumo a Lisboa.

O festival incluiu um espectáculo de demonstração com aviões clássicos como o Alon Ercoupé, Boing Stearman, Chipmunk, Dornier 27 Paulistinha, Piper J3 Cub, Piper L4J, ou o famoso Piper Colt.

Ao final da tarde, foi a vez de aeronaves como o Extra 300L, Pitts S1, Pitts S2, Rutan Varieze, Vans RV6, Yak 50 e Yak 52 realizarem voos acrobáticos. A Força Aérea Portuguesa também marcou presença nas acrobacias com aviões e helicópteros de combate pilotados por membros dos grupos acrobáticos Asas de Portugal e Rotores de Portugal.

Com o Sol a caminho do horizonte, era altura de despedidas. Ao A 310, restou um voo para casa, enquanto aguarda um lugar num museu que o venha a receber.

Fonte: Alvor de Sintra - Foto: José Dâmaso

Pá de hélice de bimotor cai e avião é obrigado a pousar de novo no Recife

Um avião bimotor teve problemas na manhã desta quarta (28), depois de decolar do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife.

De acordo com informações repassadas pela assessoria do Centro Integrado de Defesa e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), a aeronave apresentou problemas logo após a decolagem. Uma das pás da hélice se soltou e caiu em um terreno perto do hangar da empresa responsável pelo avião.

O piloto fez um procedimento normal de pouso e aterrissou novamente, mas ninguém ficou machucado. O acidente não mudou a rotina do aeroporto, que funciona normalmente.

Fonte: pe360graus.com

'Menor helicóptero do mundo' é exibido no Japão



Um helicóptero de 75 kg foi criado por uma empresa japonesa como uma alternativa para fugir do trânsito das grandes cidades.

A máquina é equipada com dois rotores que giram em direções contrárias e alcança uma velocidade máxima de 50 quilômetros por hora.

O aparelho foi registrado no Livro Guiness dos Recordes como o menor helicóptero do mundo e está sendo vendido a US$ 58.250 (o equivalente a cerca de R$ 97 mil).

Até agora, a fabricante do helicóptero, a Gennai Yanagisawa, vendeu cinco unidades no Japão e duas nos Estados Unidos.

Fonte: BBC

Britânicos vão investigar poluição do ar dentro de aviões

Há suspeitas de que gases poluentes estejam afetando saúde de passageiros.

Especialistas britânicos vão viajar a bordo de cem vôos cargo e de passageiros para monitorar a qualidade do ar dentro dos aviões.

A iniciativa, que está sendo patrocinada pelo governo britânico, tem como objetivo investigar alegações de que gases poluentes dos motores estejam entrando nas aeronaves e prejudicando a saúde de pilotos e passageiros.

O governo britânico diz que "se sente no dever de proteger a saúde dos que estão a bordo".

Na maioria dos aviões, o ar pressurizado é bombeado das turbinas para a cabine do avião antes de passar pelo processo de combustão.

Segundo o repórter da BBC Tom Symonds, em algumas aeronaves, como BAE 146 e o Boieng 757, há relatos de que o ar tenha sido contaminado.

Os especialistas viajarão a bordo desses aviões, pertencentes a cinco empresas aéreas que não se identificaram, e vão comparar a qualidade do ar com a encontrada em aeronaves da Airbus.

Fonte: BBC

Balão de dez metros cai no aeroporto de Guarulhos

Artefato pegou fogo durante a queda em área situada a 1,3 mil metros da pista.

Arames que sustentam a tocha ficaram presos em fios de alta tensão.


Um balão de quase 10 metros caiu por volta das 22h30 de segunda-feira (26) no canteiro de obras do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo , a cerca de 1,3 mil metros de distância da pista de pouso e decolagem. O incidente foi divulgado nesta quarta-feira (28).

Balão em chamas caiu sobre fios de alta tensão, a 1,3 mil metros da pista

O balão pegou fogo durante a queda e ficou preso nos fios de alta tensão pela cangalha, formada por arames que sustentam a tocha.

De acordo com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) foi necessário desligar a rede elétrica daquele local para retirar a armação do referido objeto. Não houve registros de feridos e nem danos ao patrimônio. Equipes de segurança da Infraero acompanharam toda a ocorrência.

De acordo com Infraero, 32 balões foram avistados no espaço aéreo e nas imediações do Aeroporto de Guarulhos até 28 de maio, sendo que 14 deles caíram no sítio aeroportuário.

Em 22 de maio, um dos seis balões que passaram sobre o aeroporto caiu na área do terminal. A polícia deteve oito pessoas. Em 2007, 104 balões foram avistados e 42 caíram no aeroporto, 33% mais do que em 2006, quando 78 balões passaram pelo local.

Em 14 de maio, um balão caiu ao lado de um avião estacionado no pátio do aeroporto. O momento foi flagrado por um telespectador do SPTV, que trabalha no local.

Alerta geral

Quando avista um balão sobre o aeroporto, o centro de operações de emergências (COE) da Infraero divulga um alerta, imediatamente, às equipes da torre de controle, à seção contra incêndio da Infraero, à cabine de Controle de Pátios (CCP) e à Polícia Militar, para que todos acompanhem a ocorrência para que, no caso da queda, o atendimento à emergência será realizado o mais rápido possível.

A seção contra-incêndio da Infraero é formada por 88 bombeiros , que se revezam em escala de trabalho durante as 24 horas do dia. Esse departamento tem nove caminhões contra incêndio, com capacidade de transporte de água, resgate e salvamento.

Fontes: G1 / SPTV - Foto: Divulgação (Infraero)

Avião que participava de Show Aéreo na Alemanha, sai da pista na aterrissagem

Nesta terça-feira (27) no Aeroporto Internacional Berlin-Schönefeld (SXF/EDDB), em Schönefeld, Brandenburg, que serve a Berlim na Alemanha, o avião Messerschmitt Bf 109G, prefixo D-FDME, pertencente a EADS Messerschmitt Foundation, que participava do Show Aéreos ILA 2008, falhou na aterrissagem tocando com a hélice no solo, indo parar fora da pista.

O único ocupante do avião não se feriu.

Fonte: Planemaniac (para o ASN)

Veja mais imagens do acidente que vitimou nove pessoas na Rússia

O Antonov AN-12, prefixo RA-12957, da Moskovia Airlines cai na segunda-feira (26) a 15 quilômetros do Aeroporto Chelyabinsk Balandino (CEK/USCC) na cidade de Chelyabinsk, na Rússia, matando seus nove ocupantes.


Fotos: Kuritsyun Andrey - Imagem: Иванов Евгений

Aviões de 12 kg guiados por satélite estudarão furacões

Pesquisadores americanos estão apostando no uso de aviões controlados por controle remoto via satélite para penetrar no centro de furacões no Oceano Atlântico e tentar compreender melhor o que causa as grandes tempestades. Feitos pela companhia australiana Aerosonde Pty, os aviões custam entre US$ 50 mil e US$ 80 mil, (equivalente a preços entre R$ 83 mil e R$ 132 mil), medem 2,7 m de uma ponta a outra das asas, e pesam apenas 12,7 kg.

Imagem de satélite mostra furacão Henriette sobre o México, em setembro de 2007

Segundo a agência Reuters, o estudo com os aviões especiais poderá ajudar na previsão mais adiantada e precisa de furacões. Os aviões partirão do leste da ilha caribenha de Barbados já que a autoridade da aviação dos EUA não permitirá a partida da pequena aeronave do solo americano, por medo que ela ponha em risco outros aviões.

Apesar disso, pesquisadores de tempestades estão confiantes em que essas aeronaves, que lembram aviões de aeromodelismo mas podem ser controladas por satélites, darão uma ilustração mais precisa do centro dos furacões, como jamais foi feito.

As aeronaves comandadas a distância podem voar dentro do olho de um furacão até 90 m acima da superfície do mar e mandar informações de temperatura, pressão, vento e umidade ao vivo. É uma distância muito menor que a atingida por aviões tradicionalmente usados para investigar essas tempestades.

"Elas vão poder coletar medidas que nós não conseguiríamos de outro jeito", disse Joe Cione, pesquisador de meteorologia da Gestão Atmosférica e Oceânica americana.

"Aquela área do furacão é crítica porque é onde estão os ventos mais fortes. A iniciativa vai nos permitir uma melhor compreensão de onde a energia é retirada do mar".

Com um motor de 24 cm³, as aeronaves australianas alcançam uma velocidade máxima de 113 km/h e percorrem até 3,2 mil km com 2,5 l de combustível. Elas são catapultadas para voar ou lançadas de um veículo em movimento.

Fonte: Terra - Foto: AFP

Cancelada audiência sobre indenização para vítimas da TAM

A Comissão de Defesa do Consumidor cancelou a audiência pública desta quarta-feira (28) sobre as negociações para pagamento de indenizações aos familiares das 199 vítimas do acidente com o Vôo 3054 da TAM. O debate havia sido proposto pelo deputado Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB). Segundo ele, a TAM se nega a revelar os valores do seguro contratado, o que seria necessário para permitir uma negociação justa e transparente.

O desastre aconteceu no dia 17 de julho de 2007, em São Paulo, quando um Airbus A320 se chocou contra um prédio da própria TAM, ao lado da pista do Aeroporto de Congonhas. Entre as vítimas, estava o deputado Júlio Redecker, que era o líder da Minoria na Câmara.

Ainda não há data marcada para a próxima audiência.

Fonte: Agência Câmara

Berlim ILA Airshow

O salão aeronáutico de Berlim abriu portas esta terça-feira (27). O evento conta com a presença de mais de mil expositores, oriundos de 37 países. A Índia é a nação em destaque este ano.

A chanceler alemã, Angela Merkel, inaugurou aquele que é o airshow mais antigo do mundo, a primeira edição decorreu em 1909. Este ano o salão vai honrar a história, e em particular os aparelhos que no início da Guerra Fria permitiram furar o bloqueio soviético a Berlim. Tal como há 60 anos, todos os dias um DC-3 vai de novo sulcar os céus da cidade com veteranos britânicos e americanos a bordo.

Os rumores sobre um eventual anúncio de uma missão espacial europeia tripulada para 2017 marcaram a abertura do airshow. O salão é ainda uma oportunidade para muitos verem de perto o que há muito deixou de ser uma especulação, o Airbus A380, o maior avião de linha jamais construído, fruto da engenharia europeia.

Fonte: EuroNews

Portugal vai comprar mais 100 aviões nos próximos 20 anos, prevê Airbus

Portugal vai necessitar de mais de uma centena de aviões comerciais nos próximos 20 anos, equivalente a um investimento de 10 milhões de dólares (6,34 milhões de euros), previu hoje o fabricante aeronáutico europeu Airbus.

Num estudo de prospecção sobre o mercado português, a Airbus prevê que metade destes novos aviões servirá para responder ao crescimento do tráfego português, que a construtora prevê que seja de cinco por cento por ano até 2028.

A restante frota que a Airbus prevê vender em Portugal destina-se à substituição de aviões antigos.

A puxar o crescimento do tráfego aéreo em Portugal estará o sector do turismo, que desde 1988 tem crescido 3 por cento ao ano, superando oito milhões de dólares (5,07 milhões de euros) anuais, estima a Airbus.

Pelas contas da Airbus, o tráfego aéreo em Portugal cresceu 74 por cento desde 2000, impulsionado pela vertente internacional, com destaque para a América Latina e a África.

Actualmente, no mercado português estão em utilização 63 aviões da Airbus, o que representa um aumento de 89 por cento desde 1990.

Fonte: Agência Lusa

FAB muda 15% das rotas de helicópteros no Rio

Tiros contra aeronaves

No ano passado, a Aeronáutica implantou no Rio novos corredores de circulação de helicópteros e alterou o desenho de algumas rotas, levando em conta a insegurança de pilotos e passageiros e também o aumento do volume de tráfego aéreo na Região Metropolitana. A informação foi revelada em nota pelo comando da Força Aérea Brasileira (FAB), admitindo que as alterações atingiram cerca de 15% do traçado, com o estabelecimento de novas altitudes, rumos e até novas rotas, como mostra reportagem do jornal "O Globo".

Ainda segundo a FAB, novas mudanças podem acontecer no espaço aéreo do Rio este ano. O assunto será discutido na reunião que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realizará nos próximos meses, em data a ser definida. Na pauta de discussões, os "problemas relacionados com o movimento de aeronaves na região do Rio de Janeiro, a exemplo do que já aconteceu em São Paulo, em fevereiro deste ano", diz a nota. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou nesta terça a existência de registros na Gerência Regional (Ger 3) - como noticiou nesta terça-feira no jornal "O Globo" - de helicópteros atingidos por balas quando sobrevoavam morros do subúrbio do Rio, em 2007.

O governador Sérgio Cabral assegurou que vai continuar a enfrentar os criminosos, lembrando que os moradores do Complexo do Alemão também sofrem com a violência.

Fonte: O Globo

Índios isolados tentam flechar avião no Acre

Índios isolados tentam flechar monomotor durante sobrevôo promovido pela Funai

Sim, o Brasil produtor de aviões a jato ainda tem os seus povos das cavernas! Ou melhor, das malocas bem escondidas dentro da grande floresta amazônica, com vestígios de civilização antiga. Eles são os chamados índios isolados, que acabam de ser fotografados de um avião monomotor, em sobrevôos pela floresta densa entre a fronteira do Estado do Acre com o Peru.

Guerreiros atiram flechas contra o avião monomotor

Pintados de urucu e jenipapo, alguns guerreiros, ao lado de suas malocas primitivas, aparecem atirando flechas contra o avião e a presença de brancos intrusos, com os quais a maioria deles não teve até hoje qualquer contato. A não ser quando, há alguns anos, alguns flecharam na boca justamente um dos ocupantes do monomotor, o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai no Acre, o principal responsável pelo cerco de proteção às áreas em que eles habitam naquela região amazônica.

Pertencentes a quatro etnias ainda não estudadas, os índios isolados ou arredios, como também costumam ser chamados na linguagem antropológica, vivem na região do Vale do Juruá do Acre e também transitam pelo território peruano, onde estariam sendo perseguidos por madeireiros, garimpeiros e narcotraficantes que avançam por sobre a floresta atrás das muitas riquezas que ela oferece, particularmente as chamadas madeiras de lei.

Aparecem mais guerreiros para flechar o avião monomotor

Além dos conflitos com os peruanos, que também exploram ilegalmente madeira em território brasileiro, entrando em constantes conflitos com outros grupos indígenas acreanos, como os Ashaninka, do rio Amônia, no município de Marechal Thaumaturgo (AC), os isolados também já se conflitaram várias vezes com índios contatados dos altos rios acreanos.

Segundo o antropólogo Terri Aquino, que trabalha há 34 anos com os índios do estado, os isolados costumam atacar as casas dos índios contatados para roubar-lhes comida e utensílios domésticos, além de espingardas e facões, que eles também usam como instrumentos de caça e de pesca. Recentemente, alguns deles tentaram flechar a filha do sertanista José Carlos Meirelles, Paula, que trabalha para a Funai em outra frente de proteção etnoambiental no estado.

Malocas dos índios isolados ou arredios na fronteira Acre-Peru

Em seu blog, onde foram postadas várias fotos tiradas pelo fotógrafo Gleison Miranda durante o sobrevôo a uma aldeia dos isolados, o presidente da Assembléia Legislativa do Acre, deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), revela que o sertanista Meirelles lhe contou que, após a viagem, já se considerava vencedor ao ver aqueles índios "parrudos", com roçados lotados de banana e macaxeira e dispostos a derrubar avião de flechada.

Segundo o parlamentar, isso só está sendo possível devido ao trabalho de intensa dedicação desenvolvido por José Carlos Meirelles durante muitos anos, evitando que a invasão branca colocasse em risco a sobrevivência destes povos. “Estas imagens servem para chamar atenção para os novos desafios que todos temos para garantir que estes povos possam seguir seu caminho sem ser importunados, até que um dia, por seu único e exclusivo desejo, resolvam nos contatar. Tomara que demorem séculos. Não temos nada a lhes ensinar”, assinala o parlamentar.

Veja mais fotos do fotógrafo Gleison Miranda, da Secretaria de Comunicação Social do Governo do Acre, no blog do deputado Edvaldo Magalhães.

Fonte: Kaxiana - Fotos: Gleilson Miranda (Agência de Notícias do Acre)

Justiça de MT manda interrogar pilotos americanos

A Justiça Federal de Sinop encaminhou na segunda-feira (26), à Justiça dos Estados Unidos, o interrogatório dos pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, no processo da queda do boeing da Gol, no Norte do Estado, em 2006. A demora no envio foi necessária devido a tradução de todo o documento. São 52 perguntas para cada um, elaboradas pelo juiz Murilo Mendes e Ministério Público, com questionamentos sobre as possíveis causas para a queda da aeronave que causou a morte de 154 pessoas, em setembro de 2006. Joseph e Jan pilotavam o jato Legacy e seguiam de Rio de Janeiro para Manaus, de onde prosseguiriam aos EUA. No trajeto, o jato colidiu com o boeing. Eles conseguiram fazer pouso forçado na Serra do Cachimbo e os seis tripulantes saíram ilesos.

Entre os questionamentos que os dois devem responder estão se eles analisaram o plano de vôo e se estavam cientes que o percurso previa três altitudes – nível 370, nível 360 e nível 380, e por que a aeronave voou sempre no nível 370. O magistrado também questiona quais as informações lhes foram repassadas pela torre de São José dos Campos quando autorizado o plano e se alguém desligou o transponder durante o vôo, e se perceberam que estava desligado.

Também quer saber por quê eles tentaram contato com o centro de controle antes da colisão, uma vez que, antes dela, apenas um contato havia sido feito, e também quem pronunciou a frase “odeio ter a Força Aérea Brasileira no nosso rabo”, e se esta frase indicava apenas uma manifestação de desapreço pela Força Aérea Brasileira ou indicava vontade de livrar-se do monitoramento regular.

Ainda não há um prazo para que o interrogatório seja feito e remetido novamente para a Justiça Brasileira. Somente após este procedimento, o juiz Murilo Mendes dará prosseguimento com a oitiva de testemunhas, que também serão ouvidas por meio de carta precatórias, já que residem em outros Estados e países.

Todo o procedimento é feito por intermédio do Ministério da Justiça.

Fonte: Só Notícias - Foto: AFP

Os bons tempos da Varig não voltam mais

Março de 2007. A Gol Linhas Aéreas compra a Varig. Reacende-se a esperança do renascimento da companhia que já foi de longe a aérea mais representativa do País.

Maio de 2008. A Gol cancela todos os vôos intercontinentais operados pela Varig. "No momento não pretendemos retomar essas rotas. Não está nos nossos planos", sentenciou o presidente do grupo, Constantino de Oliveira Junior. A escalada do preço do petróleo e a concorrência com as grandes empresas internacionais fizeram a Gol tomar uma atitude que frustrou grande parte dos brasileiros.

"Ninguém imaginava que em um ano o preço do petróleo chegaria a mais US$ 120 o barril. É muito difícil concorrer com as companhias internacionais que cada vez mais ganham mercado nas rotas de longo curso nas ligações com o Brasil, um país que vem crescendo e atraindo as grandes operadoras", disse Oliveira Junior.

As estrangeiras estão ganhando mercado aceleradamente. Um estudo elaborado pelo Núcleo de Economia Industrial e de Tecnologia (Neit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra que de 2001 a julho de 2006 a participação das companhias brasileiras nas rotas internacionais despencou de 51,9% para 28,5%. O coordenador do estudo, o professor e pesquisador Marcos Barbieri interpreta como uma das causas centrais para essa queda a operação falha da Varig, que perdeu vários mercados quando passava por crise financeira.

"Até a ''falência'' da Varig o mercado estava equilibrado. De repente, a participação das brasileiras despenca e as estrangeiras tomam conta. Isso foi ruim para o País porque perdemos a chance de ter uma companhia forte mundialmente", diz Barbieri.

Segundo ele, nem mesmo a TAM Linhas Aéreas, que hoje detém o monopólio nas rotas internacionais das empresas brasileiras poderá recuperar o prestígio e a expertise da Varig em seus tempos áureos. "Leva tempo construir uma imagem no mercado mundial, principalmente em um setor que hoje se fortalece com fusões. Para se ter operação lucrativa em tempos de crescimento da demanda e também de custos é preciso ser forte economicamente", afirma Barbieri.

"A Varig construiu sua imagem de grande empresa mundial durante décadas. Foram mais de 80 anos de operação. E o Brasil perdeu isso. Perdeu a grande chance de se firmar no mercado internacional com a Varig", ressaltou o pesquisador da Unicamp. Ainda no entendimento de Barbieri, a retomada da operação internacional da Varig sob controle da Gol foi dificultada pela débil estrutura operacional.

"A Varig mantinha, apesar de inchada, uma estrutura em cada país que atuava, além de participar de alianças operacionais que facilitavam toda a operação internacional. Quando acabou, não tinha mais como retomar. É difícil recuperar a imagem de uma empresa falida", diz Barbieri.

Quando iniciou operações internacionais, na década de 50, a Varig servia apenas os Estados Unidos e países da América do Sul. Com a controvertida falência da Panair em 1965, o governo militar concedeu à Varig todas as rotas internacionais. Lembre-se que a Panair tinha como principais destinos a Europa e algumas capitais sul-americanas, que interessavam a Varig e a Cruzeiro do Sul. Numa manobra polêmica, as duas empresas influenciaram o governo a decretar a falência da Panair para assumir as suas rotas. A situação foi tão inusitada que poucas horas após o anúncio do fechamento da Panair, a Varig já estava operando as linhas da ex-concorrente.

O monopólio de fato da Varig em rotas internacionais veio com a aquisição da Cruzeiro do Sul, em 1975. O curioso é que essa negociação não tinha a Varig como protagonista, mas sim, a Vasp, que já dava como certa a compra da Cruzeiro do Sul e, por isso, oferecia valor muito abaixo do mercado. Os diretores da Cruzeiro resolveram, então, oferecer a empresa à Varig que fez proposta melhor e saiu vitoriosa. Apesar de continuarem empresas distintas, foi feita uma racionalização de serviços entre ambas, para evitar, por exemplo, a superposição de rotas e horários. Em 1993, a Cruzeiro foi inteiramente absorvida.

Ex-diretor do extinto Departamento de Aviação Civil (DAC), o ex-ministro da Aeronáutica, Mauro Gandra diz que uma das causas para a quebra da Varig e de todo o prestígio que representava no exterior foi a falta de atitude do governo brasileiro. "Dentro do espírito neoliberal do governo Fernando Henrique Cardoso, não era permitido ajuda às empresas aéreas. Isso acabou com a Varig", diz Gandra. "O negócio de aviação não é um bom negócio. Só se sobrevive com algum tipo de subsídio", ressalta.

Gandra cita a atitude do governo norte-americano que aprovou recursos para as companhias aéreas logo após o ataque às torres gêmeas em 11 de setembro de 2001. "Foram aprovados cerca de US$ 20 bilhões a fundo perdido, para dar fôlego às empresas em tempos de demanda baixa. Mas, os norte-americanos entendem que aviação é um negó-cio primordial para o crescimento da economia, o que ainda não é percebido aqui no Brasil", acrescenta o ex-ministro.

"Hoje, as empresas norte-americanas estão entre as maiores do mundo e aumentaram a presença no Brasil, também em detrimento do setor nacional", ressalta Gandra para quem as empresas estrangeiras que atuam no Brasil remeteram US$ 2 bilhões a seus países somente no ano passado. "Quando tínhamos uma situação de igualdade no mercado, a Varig faturava cerca de US$ 1 bilhão, somente nas rotas internacionais. Isso foi perdido pela imprudência do governo federal", opina Gandra.

Para o ex-diretor do DAC, será difícil o Brasil ter uma companhia com representantividade mundial nos próximos anos. "Há estudos que mostram que em 15 anos apenas 10 grandes empresas aéreas comandarão o mercado, entre elas quatro norte-americanas e quatro européias. Acho difícil ter uma brasileira na lista das maiores", afirma.

Segundo Gandra, para ser forte no mercado internacional a empresa aérea dever ter uma base estruturada nos vôos domésticos. "Com isso, as companhias, principalmente norte-americanas, podem competir de maneira até mesmo predatória nos vôos internacionais. Elas têm a garantia de um doméstico forte - cerca de 75% da receita dessas empresas é gerada nas rotas internas de seus países de origem", afirma.

Gandra ressalta que mesmo a TAM, líder no mercado doméstico, não consegue competir igualmente com as companhias estrangeiras. "Ela é forte no Brasil, mas ainda engatinha no mundo. É difícil ter representatividade que a Varig teve. Por isso, fica difícil acreditar que o País terá uma companhia entre as grandes mundiais", acrescenta. "Sinto saudades da ''estrela'' da Varig".

Fonte: Gazeta Mercantil (26/05/08)