quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Pai queria que filho embarcasse em voo para ter fim com a família

Menino de 3 anos morreu dentro de avião no aeroporto de Guarulhos.

Segundo delegado, menino estava em estado terminal de câncer.


O pai da criança, José Paulo Rikson, deixa delegacia do aeroporto

O pai do menino de 3 anos que morreu em um avião no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, na manhã desta quarta-feira (14) queria que seu filho tivesse um fim de vida com a família em Juazeiro do Norte, no Ceará. Em depoimento à Polícia Civil, José Paulo Rikson afirmou que seu filho estava em estado terminal de câncer.

“Os pais queriam que o garoto passasse seus últimos dias com a família em Juazeiro do Norte, no Ceará”, contou o delegado Carlos Mezher, assistente do Distrito Policial do aeroporto. “Ele estava muito mal. Poderia morrer no saguão ou durante o voo”, afirmou.

A criança, que, após desembarcar em Brasília, pegaria um voo para Juazeiro do Norte, morreu nos braços do pai por volta das 9h30. A aeronave estava taxiando quando o menino passou mal. A empresa disse que houve uma comoção dentro do avião, e que o pai e o menino foram retirados do voo. Posteriormente, foi constatada a morte da criança. O voo a Brasília seguiu viagem após a saída dos dois.

“Foi uma fatalidade”, disse, isentando de culpa a companhia aérea Ocean Air e os pais do menino. Muito abalado, o pai do garoto não quis conversar com a imprensa.

Parecer da médica particular da criança constatou que ela morreu por complicações decorridas do câncer. Para enfrentar as dores do tratamento, que era realizado em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, o menino tomava morfina.

A médica oncologista Elitânia Marinho Pontes, que atendeu o menino durante o tratamento, disse ao VNews que ele tinha neuroblastoma, um tipo de câncer gravíssimo, de origem neural, e muito agressivo. Nenhum dos tratamentos surtiu efeito. A criança, em fase terminal, já estava recebendo cuidados paliativos.

Ainda segundo a médica, a criança poderia morrer a qualquer momento. "Falei com o pai pelo telefone e ele estava tranquilo, sabia que o momento poderia chegar a qualquer instante."

A Ocean Air informou que irá arcar com todas as despesas do traslado para Juazeiro do Norte e do enterro do menino. Na tarde desta quarta, o pai foi à delegacia de Cumbica prestar depoimento. O corpo deverá ser levado a Juazeiro entre a noite desta quarta e quinta-feira.

Fonte: G1 - Foto: Vagner Campos/Futura Press

Três países prometem transferir tecnologia de caças para o Brasil

Em audiência pública ocorrida hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia, os representantes das três empresas finalistas na licitação para a compra de 36 caças para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB) se comprometeram a transferir para o Brasil toda a tecnologia dos aviões comprados. As empresas são a norte-americana Boieng, a francesa Dassault e a sueca Saab.

A decisão norte-americana de transferir tecnologia é inédita. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial os EUA não transferiam tecnologia de nenhum equipamento militar em operação para outro país; no máximo, ofereciam parceria para manutenção e uso. O Congresso americano já aprovou a transferência de tecnologia do caça F-18 Super Hornet para o Brasil. A Boeing ofereceu o conteúdo do F-18, tecnologia de manutenção, laboratórios de túneis de vento supersônicos e materiais compostos, como cerâmicas e fibra de carbono. A empresa prometeu montar os aviões no Brasil.

A Boeing também se comprometeu a construir um laboratório no Brasil para desenvolver tecnologia de construção de aviões invisíveis a radares.

O vice-presidente da Boeing destacou que o F-18 Superhornet é o único entre os três que foi usado em guerras e tem robustez comprovada em combates de longa duração.

Dassault

O diretor da Dassault International do Brasil Ltda, Jean-Marc Merialdo, informou que a França não necessitará de autorização de nenhum outro país para vender os caças Rafale ao Brasil, pois domina toda a tecnologia para criação e evolução desses aviões. Merialdo disse ainda que o governo francês já autorizou a Dassault a vender o Rafale e os sistemas de manutenção do avião com transferência de 100% da tecnologia.

O avião Rafale foi criado nos anos 80 para substituir sete aparelhos diferentes, entre eles o Mirage 2000 e o Super Etendard.

Saab

O diretor da Saab no Brasil, Bengt Janér, disse que todas as aeronaves Gripen que forem compradas pelo governo brasileiro serão produzidas inteiramente no País. O Gripen é a mais nova das três aeronaves.

A Saab oferece também parceria com empresas brasileiras para o desenvolvimento das aeronovaes suecas. Pela proposta de Janér, 80% da estrutura física de cada aeronave serão construídos no Brasil, inclusive das que serão vendidas na Suécia. Além disso, toda a parte eletrônica dessas aeronaves será produzida no Brasil.

Os softwares serão produzidos em conjunto pela Saab e pela Embraer, o que significa que a empresa brasileira poderá, depois, produzir esses softwares sem a presença da Saab. A empresa sueca também se comprometeu a instalar no País um laboratório de tecnologia supersônica e outro para desenvolver tecnologia eletrônica.

Novos debates

Os parlamentares que integram a comissão querem agora realizar audiências com representantes do Executivo e com pilotos da FAB, mas as datas ainda não foram definidas.

Fonte: Bruno Angrisano/Rádio Câmara - Edição: Patricia Roedel - Agência Câmara