quinta-feira, 12 de maio de 2011

Pai e filha morrem em acidente aéreo anos após escaparem de avião em chamas

Elzie Warren e sua filha, Phyllis Ridings, estavam a caminho de um evento quando seu monomotor explodiu.


Elzie Warren, 70 anos, e sua filha Phyllis Jean Ridings, 54 anos

Um pai e sua filha morreram no último sábado (7) em consequência da explosão do avião monomotor Harold L. Woodward Ravin 500, prefixo N913RA, em que estavam, quatro anos depois de sobreviver por pouco a uma acidente do mesmo tipo.

Elzie Warren, de 70 anos, e sua filha Phyllis Jean Ridings, de 54 anos, voavam em um avião experimental a caminho de um evento na cidade de Temple, no Texas, quando perceberam fumaça no assento do piloto.

Warren e Phyllis tentaram voltar para o aeroporto de Houston e fazer um pouso forçado, mas o monomotor modelo Ravin 500 explodiu, matando os dois.

Investigadores da Federação Americana de Aviação e do Conselho de Segurança Nacional do Transporte ainda tentam determinar a causa do acidente.

Acidente anterior

Em 2007, eles também voavam em um avião experimental, de montagem caseira, quando um incêndio no motor os forçou a pousar em um campo de feno.

Warren, que tinha uma empresa de motores para aviões experimentais, e Phyllis Ridings, uma corretora de imóveis, escaparam da aeronave, que foi destruída pelo fogo.

Na época, Ridings disse ao jornal Houston Chronicle que dava "todo o crédito (por terem escapado ilesos) a Deus e ao talento de piloto de meu pai".

Fonte: BBC Brasil via Estadão - Fotos: www.geareddrives.com/BBC Brasil / Karl Anderson/AP

Conteúdo das caixas-pretas do voo 447 será conhecido em três dias

Gravadores localizados em alto-mar chegaram nesta quinta (12) a Paris.

Conteúdo é fundamental para elucidar acidente que matou 228 em 2009.

As duas caixas-pretas do voo 447 da Air France, que caiu no mar em 31 de maio de 2009 deixando 228 mortos, chegaram nesta quinta-feira (12) a Paris, mas segundo os investigadores da BEA (Escritório de Investigação e Análise, na sigla em francês), levará "ao menos três dias" para saber se o conteúdo está em bom estado.

Localizados no início deste mês em alto-mar, os gravadores que ficaram submersos durante dois anos a 4 mil metros de profundidade foram apresentados à imprensa na sede do escritório francês em Bourget, nos arredores de Paris, e começam a ser analisados ainda na tarde desta quinta pela equipe responsável pela investigação.

Uma das caixas-pretas do voo 447 é apresentada à imprensa durante entrevista coletiva nesta quinta (12), em Paris - Foto: Mehdi Fedouach/AFP

Os conteúdos das caixas-pretas são fundamentais para elucidar o acidente com o Airbus que caiu no Atlântico quando fazia a rota Rio-Paris, já que contém a gravação das conversas na cabine da aeronave.

O diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, disse que “exteriormente as caixas-pretas estão em bom estado” porque os elementos protetores “cumpriram sua função antichoque”. O que não quer dizer, afirmou, que o conteúdo seja válido para a investigação, já que o equipamento ficou quase dois anos a 4 mil metros de profundidade.

Troadec também esclareceu que, embora na próxima semana já seja possível saber se o equipamento cumpriu a função de registrar as conversas e dados do voo, não significa que será possível conhecer as circunstâncias do acidente.

“É preciso confirmar estes dados, confrontar com outros que temos ou que podemos obter de outras peças que serão recuperadas”, disse.

“Temos que deixar os investigadores e pesquisadores trabalharem de forma serena, no tempo necessário. Na semana que vem teremos mais elementos, mas não explicações. Não esperem que na próxima semana haja um comunicado sobre o acidente. Ainda falta mais tempo, não queremos dar um prazo. Podem ser vários meses”, disse.

O responsável pela investigação, Alain Bouillard, no entanto, sinalizou que não divulgará um comunicado com conclusões sobre o acidente antes do final deste ano, mas se recusou a dar uma data.

Troadec disse que as conversas entre os pilotos não serão divulgadas ao público, mas disse que a possível transcrição fará parte do comunicado final, se for útil à investigação.

Resgate de corpos

Quanto ao resgate de corpos das vítimas, o fiscal-adjunto de Paris, Jean Quintard, disse que a prioridade da investigação é recuperar elementos que sejam úteis para a compreensão do acidente.

Familiares das vítimas tem manifestado o desejo de que os corpos sejam recuperados, para que seja possível identificá-los.

Até agora foram recuperados dois corpos, que estão sendo submetidos a exames de DNA para avaliar se é possível identificá-los.

O estado de conservação dos corpos, que também permaneceram quase dois anos em águas profundas, dificulta o resgate e a identificação. De acordo com a equipe, os exames de DNA são realizados nos ossos dos cadáveres e não é possível precisar se conseguirão identificar as vítimas do voo.

Especialista brasileiro

O Comando da Aeronáutica brasileiro enviou na noite de terça-feira (10) para a França um oficial especialista em abertura e degravação de caixas-pretas para acompanhar na sede do BEA a leitura dos gravadores recuperados em alto-mar.


Fonte: G1, com agências internacionais

Resultado de DNA de vítimas do AF 447 sai em sete dias, diz agência

Exames de dois corpos resgatados dos destroços determinarão a retirada de outras vítimas.

Entrevista coletiva em que as caixas-pretas do voo foram apresentadas, nesta terça (12)

Os resultados dos testes que tentam extrair o DNA dos ossos das duas vítimas retiradas dos destroços do voo AF 447 da Air France deverão ser conhecidos na próxima quarta-feira, segundo um procurador francês.

Se os resultados forem negativos, nenhum outro corpo será retirado do fundo do mar, disse nesta quinta-feira Jean Quintard, procurador-adjunto do Tribunal de Grande Instância de Paris.

'Se não for possível extrair o DNA e identificar os corpos, será inútil resgatá-los', disse Quintard a jornalistas, na sede do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês), após a chegada das duas caixas-pretas do avião a Paris.

'Os corpos ficaram quase dois anos a 3,9 mil metros de profundidade e a natureza seguiu seu curso. Existem incertezas em relação à possibilidade de se conseguir extrair o DNA ósseo nessas condições', afirmou o coronel François Daust, do Instituto de Pesquisas Criminais da Polícia Militar francesa, que conta com especialistas e legistas a bordo do navio utilizado no resgate dos corpos.

Os testes estão sendo realizados por um laboratório privado francês. Para extrair o DNA dos corpos, os especialistas devem utilizar ossos grandes, como o fêmur ou a tíbia.

Troca de tripulação

Na sexta-feira, o navio Île de Sein deixará a área de buscas, situada a cerca de 1,1 mil quilômetros da costa brasileira, e retornará a Dacar, no Senegal, para efetuar a troca da tripulação, que será reforçada com mais quatro especialistas do Instituto de Pesquisas Criminais.

O navio deverá sair de Dacar no dia 18 e chegar à área de buscas por volta do dia 21 de maio. No entanto, dependendo dos resultados dos testes para tentar extrair o DNA dos dois corpos já resgatados, os investigadores poderão nem retornar ao local onde foram localizados os destroços.

'Se apenas um dos testes for positivo e conseguirmos extrair o DNA de apenas uma das vítimas, continuaremos os resgates dos corpos', disse o procurador-adjunto de Paris.

'Faremos todo o possível para resgatar os corpos', ressaltou o coronel, sem dar detalhes sobre como seriam os procedimentos para selecionar os corpos menos deteriorados no fundo do mar.

Segundo o coronel Xavier Mulot, da direção da Polícia dos Transportes Aéreos, que conduz as investigações judiciárias, cerca de 50 corpos foram localizados na área dos destroços do avião, que caiu no Atlântico em 2009.

Resgate

A Justiça francesa informou nesta semana que os corpos muito degradados não seriam resgatados para 'preservar sua dignidade'.

No entanto, famílias brasileiras contestaram essa decisão, já que muitas gostariam de recuperar os restos mortais de seus parentes, independentemente do estado em que se encontram.

O procurador lembrou o conteúdo da carta enviada nesta semana pelos juízes responsáveis pelas investigações judiciais às famílias das vítimas.

'Na hipótese em que uma identificação se revele impossível, acreditamos que, em respeito aos desaparecidos e a vocês mesmos, eles devam seguir repousando em paz em sua última moradia', diz a carta.

Fonte: BBC via G1 - Foto: AP