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quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Congresso mira bilionário mercado de milhas aéreas

Programas de milhas aéreas podem passar por forte regulamentação no Brasil a partir
de propostas do Congresso (Imagem: Alina Rosanova/Getty Images/iStockphoto)
O mercado de milhas aéreas deixou de ser apenas uma estratégia de fidelização e se consolidou como um negócio bilionário. No Brasil, bancos, companhias aéreas e plataformas digitais movimentam bilhões de reais com pontos que podem ser trocados por passagens, produtos e serviços.

O setor cresceu a ponto de atrair intermediários, que passaram a vender pacotes e passagens emitidas com milhas, expansão, no entanto, que trouxe riscos. Um desses casos é o da 123 Milhas, que suspendeu pacotes promocionais e entrou em recuperação judicial em 2023, mostrando como consumidores ficam vulneráveis em um ambiente sem regras claras.

Desde então, uma série de projetos em análise na Câmara dos Deputados busca criar regras claras para proteger os clientes e dar mais previsibilidade ao setor. O principal é o PL 2767/2023, de autoria dos deputados Amom Mandel (Cidadania-AM) e José Guimarães (PT-CE), que tem diversos apensados tratando de pontos específicos desse mercado.

O que propõe o PL 2767/2023


O principal projeto em análise é o PL 2767/2023, que cria parâmetros para programas de milhagem, determinando que os pontos tenham validade mínima de três anos e que os clientes sejam avisados com seis meses de antecedência sobre o vencimento.

Outro ponto é a obrigação de enviar extratos mensais por e-mail, garantindo ao passageiro acompanhamento do saldo. Já a quantidade de pontos exigida para emissão de passagens não poderia ultrapassar o dobro do valor cobrado em períodos de baixa demanda.

O projeto também veta a venda de milhas a terceiros, a cobrança de taxas para transferências vindas de bancos e limita as mudanças unilaterais nos programas, que só poderiam ocorrer um ano após serem anunciadas

Milhas sem prazo de validade


Se a proposta principal cria validade mínima, o PL 4880/2023, apresentado pelos deputados Celso Russomanno (Republicanos-SP) e Odair Cunha (PT-MG), quer proibir totalmente a expiração de milhas. Para os autores, os pontos não são uma "cortesia" da empresa, mas um ativo que pode ser comprado e vendido.

O projeto também proíbe taxas em transferências, impede cancelamentos de contas sem justificativa e obriga comunicação prévia de seis meses em caso de alterações nas regras. De acordo com os parlamentares, só em milhas expiradas os consumidores perdem cerca de R$ 40 bilhões por ano.

CPI das Pirâmides Financeiras


Outra iniciativa é o PL 4934/2023, fruto da CPI das Pirâmides Financeiras, de 2023. A proposta prevê maior transparência na relação com o consumidor e surgiu após denúncias de fraudes envolvendo criptomoedas e o colapso da 123 Milhas.

Pela proposta, mudanças nos regulamentos não poderiam prejudicar milhas já emitidas, e as empresas seriam obrigadas a fornecer extratos detalhados com origem e prazo de cada ponto. O projeto também garante ao consumidor a possibilidade de reembolso parcial quando comprar milhas diretamente da companhia.

Além disso, proíbe empresas intermediárias de comercializar pacotes baseados em simples promessa de emissão futura de passagens, prática que prejudicou milhares de clientes como no caso da 123 Milhas.

Herança de milhas e beneficiários


O PL 5601/2023, de autoria do deputado Saulo Pedroso (PSD-SP), trata de um tema que costuma gerar disputa: a herança de milhas. O texto permite que o participante registre um beneficiário preferencial com CPF cadastrado. Em caso de morte, o saldo seria transferido sem custo, com validade preservada, para o beneficiário ou, na falta dele, para os herdeiros legais.

Hoje, companhias podem simplesmente cancelar milhas após a morte do titular. Especialistas consideram essa prática abusiva, já que pontos acumulados representam patrimônio econômico e devem ser reconhecidos como tal.

Alterações no CDC


Alguns projetos miram diretamente o CDC (Código de Defesa do Consumidor). O PL 1049/2025, de Romero Rodrigues (Podemos-SP), considera abusivo mudar regras de programas de fidelização (não exclusivamente os aéreos) antes de 24 meses de adesão, além de exigir aviso de 12 meses em caso de encerramento dos benefícios

Já o PL 2723/2023, de Alberto Fraga (PL-DF), obriga que os programas tenham regras válidas por pelo menos 12 meses. O texto também proíbe que companhias criem cobranças extras para embarque prioritário fora do que já está previsto em lei ou em contratos de fidelidade

Além das milhas: os cashbacks


Entre os projetos mais abrangentes está o PL 2654/2025, do deputado José Guimarães (PT-CE), que não é focado no setor aéreo. A proposta inclui os programas de cashback, que devolvem parte do valor gasto em compras. Pelo texto, pontos e saldos acumulados passam a ser considerados patrimônio do consumidor, sem possibilidade de expiração.

O projeto obriga transparência na conversão em reais, exige que os recursos sejam mantidos em contas separadas e prevê fiscalização do Banco Central. Para os autores, isso evitaria riscos de apropriação indevida e fraudes semelhantes às que já ocorreram no Brasil.

Próximos passos


Alguns dos projetos ainda precisam passar por comissões temáticas da Câmara antes de irem ao plenário. O setor aéreo e financeiro vê com cautela a criação de regras mais rígidas, afirmando que a flexibilidade é essencial para equilibrar custos.

Para parlamentares e órgãos de defesa do consumidor, no entanto, a regulamentação é urgente. Só no Brasil, bilhões de reais em milhas expiraram ou foram perdidos nos últimos anos, segundo os próprios parlamentares, valor que, de acordo com os autores das propostas, deveria estar protegido como patrimônio dos consumidores.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

sexta-feira, 13 de junho de 2025

O incrível erro que levou Pepsi a enfrentar universitário por avião militar

A Pepsi-Cola e a Coca-Cola sempre competiram por mercado
O ano era 1995. A "guerra das colas", iniciada na década de 1970, seguia a todo vapor.

Na verdade, a acirrada rivalidade entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola havia começado no exato momento em que a Pepsi Cola Company foi fundada, em 1902, dez anos depois da Coca-Cola Company.

Enquanto a Coca-Cola dominava, a Pepsi reduzia os preços e usava outros artifícios para ganhar mercado.

Até que, em 1975, ela lançou o que chamou de "Pepsi Challenge", voltado diretamente à concorrente, declarando essa guerra de marketing.

Duas décadas e muitos comerciais depois, ela investiu na campanha promocional "Pepsi Stuff", cujo slogan era: "Beba Pepsi e ganhe coisas".

Se os consumidores guardassem os rótulos de Pepsi, acumulavam pontos que poderiam ser trocados por mercadorias, como camisetas, bonés, jaquetas jeans e de couro, bolsas e mountain bikes.

Esta foi a estratégia mais bem-sucedida na disputa entre os dois refrigerantes.

Mas surgiu uma pedra no caminho da Pepsi que, por pouco, não se tornou um enorme obstáculo.

O avião


As lojas divulgavam a promoção em pontos de venda com fotos da supermodelo Cindy Crawford. Mas os catálogos em si eram pouco atraentes, particularmente para a chamada "Geração Pepsi", que eles queriam conquistar.

Para aumentar seu impacto, a campanha precisava ser reforçada no grande campo de batalha da publicidade — as telas de cinema e televisão.

Os profissionais de criação idealizaram então um comercial mostrando um menino se arrumando para ir à escola.

Conforme ele vestia alguns dos itens oferecidos pela companhia, aparecia a quantidade de pontos necessários para adquiri-los: "camiseta, 75 pontos Pepsi"; "jaqueta, 1.450 pontos Pepsi".

"Agora, quanto mais Pepsi você beber, mais coisas geniais você vai ganhar", dizia o narrador.

Quando estava pronto, o menino saía de casa e subia em um avião de combate para ir à escola. Na tela, surgiam os dizeres:

"Avião de combate Harrier, 7.000.000 pontos Pepsi", seguidos pelo slogan da campanha.


Em nenhum momento no comercial, originalmente lançado nos Estados Unidos, apareceram aquelas legendas em letras minúsculas que sempre nos recomendam ler. No caso, deveriam ter indicado que este último item não estava incluído na promoção.

Questão matemática


É claro que ninguém na empresa pegou lápis e papel para fazer as contas antes de determinar o preço do avião de combate em pontos Pepsi. Afinal, quando se trata de grandes números, tudo o que vem depois de um certo ponto indica apenas que o número é grande demais.

Neste caso, o número 7 milhões atendia a este propósito, especialmente considerando o quanto era difícil obter os pontos necessários para qualquer mercadoria.

Cada garrafa de refrigerante equivalia a apenas um ponto. No caso das latas, a situação era pior: um pack de 24 latas, por exemplo, valia quatro pontos.

Ou seja, era preciso tomar muita Pepsi para ganhar a camiseta do comercial... e a quantidade para resgatar o avião era absurda.

Na verdade, os responsáveis pelo comercial nunca pararam para pensar na quantidade. Para eles, era apenas um truque para chamar a atenção dos espectadores.

Até que alguém fez as contas. E, mais do que isso, conseguiu os pontos necessários para ganhar o avião.

Anúncio premiado da Pepsi em 1991, com a supermodelo Cindy Crawford

John Leonard


John Leonard era estudante universitário. Ele estava sempre em busca de oportunidades para ganhar dinheiro e, assim, financiar suas aventuras — particularmente, sua paixão pelo alpinismo.

Ele tinha 20 anos e uma longa lista de trabalhos que havia feito desde pequeno com este objetivo.

Um dia, ele ouviu falar de um comercial que oferecia a possibilidade de ganhar um avião. Ao assistir, reparou que não havia um aviso legal de isenção de responsabilidade — e decidiu fazer o dever de casa que a Pepsi não havia feito.

Ele somou e multiplicou, para saber quantos refrigerantes ele precisaria comprar para ganhar o avião de combate. Depois, calculou o valor que precisaria gastar para armazenar milhões de garrafas e retirar os rótulos. E concluiu que, embora os números fossem altos, a oferta era, na verdade, uma pechincha.

Custaria a ele cerca de US$ 4 milhões para adquirir um avião com valor aproximado de US$ 23 milhões.

Leonard apresentou seu plano ao milionário Todd Hoffman, com quem havia feito amizade durante uma viagem em que trabalhou como guia de alpinismo.

Hoffman, vários anos mais velho do que ele e muito mais experiente, fez as perguntas necessárias para determinar a viabilidade do plano.

Até que uma dessas perguntas fez o plano ruir: o que aconteceria se a promoção terminasse quando estivessem a ponto de reunir todos os rótulos? O que fariam com milhões de garrafas de refrigerante sem rótulo?

John Leonard (à esquerda) e Todd Hoffman (à direita) são amigos até hoje

Pingue-pongue


Decepcionado, Leonard se deu por vencido. Mas, um dia, folheando o catálogo da Pepsi, encontrou outro caminho.

A Pepsi oferecia a venda dos pontos em dinheiro — por US$ 0,10 cada, o que significava que os sete milhões de pontos necessários para resgatar o avião custariam US$ 700 mil.

Hoffman fez o cheque, e eles enviaram para a Pepsi. Ali começou o que mais parecia uma partida de pingue-pongue em câmera lenta.

A primeira resposta da Pepsi foi na linha "Que engraçado! Aqui está seu cheque e alguns cupons de brinde".

Leonard e Hoffman responderam da seguinte forma: "Se não recebermos as instruções de transferência em até 10 dias úteis a partir da data desta carta, não teremos escolha a não ser iniciar um processo judicial contra a Pepsi."

Mas a empresa se adiantou, apresentando uma petição em Nova York, garantindo que um eventual processo legal ocorreria em um local conhecido por favorecer as empresas.

Com a petição, a Pepsi tentava obter "uma declaração judicial que determinasse que ela não tinha a obrigação de fornecer um jato Harrier ao solicitante", segundo consta no parecer final.

O caso gerou um frenesi na imprensa, que inicialmente retratava Leonard como Davi lutando contra Golias (a Pepsi). Mas, com o tempo, Leonard acabou sendo rotulado de oportunista, como alguém que quis se aproveitar da pobre multinacional dos refrigerantes.

A disputa judicial se estendeu por anos

Leonard x PepsiCo


Ao longo do processo, Leonard chegou a recusar um acordo oferecido pela fabricante de refrigerantes.

Como Leonard e Hoffman também deram entrada em uma ação no Estado da Flórida, as faculdades de direito americanas ensinam o caso até hoje como "Leonard x PepsiCo" — e não o inverso.

Em certo momento, a disputa recebeu o apoio do advogado Michael Avenatti que, anos depois, ficaria famoso defendendo a atriz pornô Stormy Daniels em sua batalha judicial contra Donald Trump. Em 2022, Avenatti foi condenado por enganar quatro dos seus clientes, incluindo a própria Daniels.

Mas quando Avenatti propôs ameaçar a Pepsi usando um caso anterior em que a companhia não honrou a promessa de um prêmio milionário a seus consumidores nas Filipinas, alegando um erro de informática, Hoffman se recusou porque pareceu a ele que a estratégia seria uma chantagem.

O julgamento ocorreu, finalmente, em 1999, na jurisdição de preferência da Pepsi: Nova York.

Michael Avenatti e Stormy Daniels em 2018

O julgamento


Para Leonard e Hoffman, a possibilidade de ganhar a disputa contra o exército de advogados da Pepsi, suas seguradoras e a agência de publicidade era remota. Mas eles teriam mais chance se a decisão fosse tomada por um júri formado por pessoas comuns.

Infelizmente para eles, a juíza Kimba Wood descartou a possibilidade de fazer um julgamento com júri. E decidiu por um julgamento sumário.

Outra possibilidade que poderia ter sido vantajosa para Leonard eram os depoimentos — em que cada uma das partes faz perguntas à outra parte ou a testemunhas sob juramento.

Leonard havia descoberto que o mesmo comercial havia sido lançado no Canadá, mas incluindo as fundamentais letras minúsculas abaixo da expressão "jato de combate Harrier: 7.000.000 pontos Pepsi".

Além disso, a Pepsi já havia alterado o comercial, acrescentando zeros — eram agora 700 milhões de pontos pelo avião – e incluindo uma legenda dizendo "é brincadeira". As alterações podiam ser interpretadas como admissão do erro.

Os executivos da agência de publicidade BBDO, criadora do anúncio, poderiam ser interrogados sobre estas e outras decisões — e eles poderiam defender melhor sua posição.

Mas a juíza decidiu que já tinha os fatos relevantes, de forma que tampouco permitiu os depoimentos.

Após a audiência, seguiu-se mais uma longa espera, até que a juíza Kimba Wood acabou decidindo a favor da Pepsi.

"Nenhuma pessoa imparcial poderia ter concluído razoavelmente que o comercial oferecia aos consumidores, na verdade, um avião Harrier", ela escreveu em um extenso documento, incluindo observações como:

"Nenhuma escola forneceria um espaço de pouso para o avião de combate de um estudante, nem aprovaria a interrupção que seria causada pelo uso do avião."

O que aconteceu?


O documentário Pepsi, Cadê Meu Avião?, da Netflix, conta a história de
John Leonard e da promoção dos pontos Pepsi
Além de pôr fim ao sonho de Leonard, a juíza Wood nos deixou sem saber por que a Pepsi cometeu esse erro.

Mas o produtor cinematográfico Andrew Renzi encontrou a resposta no documentário Pepsi, Cadê Meu Avião? (2022), que fez para a Netflix.


Nele, o ex-diretor de criação da agência de publicidade encarregada dos anúncios da Pepsi, Michael Patti, revelou que, originalmente, o número de pontos mencionado no comercial relativo ao avião Harrier era de 700.000.000.000.000 (700 trilhões).

Mas, quando o comercial foi apresentado à Pepsi na sala de edição, um dos executivos da empresa disse que era um número difícil de ler.

Dois executivos da Pepsi que estavam presentes confirmaram no documentário que foi o que aconteceu, mas ninguém lembrava quem havia feito a observação.

Patti disse que explicou a eles que não precisava ser legível, que não era preciso saber qual era o número exato. Bastava "ver que era um 7 com muitos zeros para entender que era impossível e engraçado".

Mas ele não os convenceu.

Cortaram um zero, mas não pareceu suficiente. Depois cortaram outro, até que todos concordaram que assim era melhor.

"Deveriam ter pensado melhor. A promoção era deles. Passou pelo departamento jurídico, que revisou [o anúncio] para garantir que estava tudo certo", relembra Renzi.

Se tivesse tudo certo mesmo, o comercial de 1995 da Pepsi teria sido relegado ao esquecimento.

Via BBC

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Volta ao mundo com uma única passagem de avião? Dá até para usar milhas

(Imagem: beeboys/stock.adobe.com)
Muitas crianças que pensaram pela primeira vez em dar a volta ao mundo ao ler a obra clássica de Júlio Verne se converteram em adultos que ainda sonham com essa fachada — não mais no balão de Phileas Fogg, mas com a segurança e a rapidez de um jato contemporâneo.

Apesar de ainda pouco exploradas pelos brasileiros e objeto de desejo de muito gringo há bastante tempo, as passagens RTW (Round The World tickets) são um bilhete aéreo único com múltiplas paradas ao redor do mundo, e que pode ser emitido tanto em classe econômica como em executiva com tarifas mais baratas em comparação à compra individual das passagens.

Antes comumente associada a mochileiros em ano sabático ou nômades digitais, hoje a modalidade já se adaptou até à realidade CLT: tem cada vez mais gente aproveitando as boas tarifas e flexibilidade das RTWs para "dar a volta ao mundo" com paradas que caibam em um mês de férias.

Como funciona o RTW na prática


(Imagem: olly/stock.adobe.com)
As passagens RTW podem ser emitidas facilmente através de companhias afiliadas à Star Alliance (a maior aliança aérea do mundo, reunindo South African Airways, TAP, Lufthansa, SWISS, United, ANA e outras) e à One World (que reúne Iberia, British Airways, American Airlines e outras), por exemplo.

Você compra a RTW através de uma companhia específica , mas voa com várias delas (as parceiras da aliança) ao longo das férias, dependendo dos destinos visitados. É possível comprar-la também diretamente das alianças.

O principal ponto da RTW é a liberdade: é o próprio viajante que decide onde, como e quando vai fazer suas paradas durante uma volta ao mundo.

Mas, é claro, existem regras básicas intransponíveis para sua emissão:
  • é preciso voar sempre no mesmo sentido (sempre a leste ou sempre a oeste, sem propostas),
  • começar e terminar a viagem no mesmo país (ou na mesma cidade),
  • ter no mínimo dois desfiles diferentes,
  • duração máxima de 12 meses,
  • e cruzar obrigatoriamente os oceanos Atlântico e Pacífico.
Não é permitido voltar para um mesmo destino em uma passagem RTW, o que acaba complicando a inclusão de alguns destinos na viagem.

No entanto, permite os chamados "bolas abertas", estratégia usada por muita gente para chegar em um país por um destino e continuar a viagem por outra cidade ou outro país (viajando entre eles por terra, mar ou com uma passagem aérea extra, avulsa à RTW).

Outras regras podem ser acrescentadas dependendo da aliança ou da companhia aérea emissora; mas seu valor final é fixo e depende basicamente do número total de paradas efetuadas e milhas percorridas e, é claro, da classe voada.

Quanto custa uma passagem de volta ao mundo


(Imagem: undrey/stock.adobe.com)
Nas grandes alianças aéreas o custo da passagem RTW é fixo , de acordo com uma tabela própria baseada em classe voada, quantidade de voos e quantidade de destinos visitados. A duração total e as paradas da viagem ficam sempre a categorias do viajante.

Na Oneworld, todo RTW envolve, além das regras básicas deste tipo de passagem, a obrigatoriedade de paradas em pelo menos três continentes diferentes e um máximo de 16 voos no total; e custa desde US$ 3.500 em classe econômica.

Com a Star Alliance, o RTW precisa ter no máximo 15 desfiles e os valores começam em US$ 4.000 (para seis desfiles em classe econômica).

Com milhas

Para emitir um RTW com milhas, a quantidade de milhas permitidas para um RTW pode variar bastante de uma companhia aérea para o outro, mesmo que elas sejam parte da mesma aliança.

Atualmente, a emissão mais simplificada de uma RTW com milhas tem sido oferecida pela companhia aérea portuguesa TAP - embora nesse tipo de aquisição ela só ofereça o modelo mais simples da viagem de volta ao mundo da Star Alliance, que consiste em um máximo de 10 voos e 6 paradas no total.

Para os membros do programa Miles&Go da TAP, o RTW em classe económica vale 250.000 milhas e, em classe executiva, 400.000 milhas. Embora os valores em milhas pareçam inicialmente altos, eles são considerados por muitas pessoas "pechinchas" da aviação quando comparados aos valores em milhas cobradas para uma simples viagem de ida e volta do Brasil à Europa.

É importante ressaltar também que as milhas utilizadas para emissão de RTW não precisam necessariamente terem sido acumuladas; podem ser milhas e pontos oriundos de cartão de crédito, do banco, clubes de compras etc.

Afinal, hoje em dia a gente consegue reunir gratuitamente quilômetros e pontos até de compras de supermercado, farmácia, lojas de departamento e serviços de carro por aplicativo.

Por outro lado, a emissão da RTW com milhas exige paciência e flexibilidade extra do viajante, já que os assentos de prêmio nos voos são sempre limitados pelas companhias aéreas, seja em classe econômica ou executiva.

Ou seja: é preciso estar preparado para fazer concessões ao seu itinerário dos sonhos para conseguir ter a sonhada passagem em mãos.

Como emitir uma passagem de volta ao mundo


(Imagem: Design Depot/stock.adobe.com)
Para ajudar quem não sabe nem por onde começar, os próprios sites das alianças aéreas oferecem algumas sugestões de itinerários de volta ao mundo envolvendo diferentes números de paradas e diferentes continentes.

O ideal é pesquisar bastante as opções disponíveis antes de tentar a emissão da RTW: listar os destinos desejados (será que a época pretendida para a viagem é mesmo boa para conhecer aquele lugar?), as companhias aéreas que fazem os trechos entre eles, as conexões possíveis e as regras obrigatórias.

É possível emitir uma passagem de volta ao mundo de forma independente, diretamente com a companhia aérea preferida, ou também através de um bom agente ou consultor de viagens - mesmo que um RTW vá ser adquirido com milhas ou pontos de programas de fidelidade.

Seja qual for a opção escolhida, a RTW vem simplificando sua emissão e segue sendo a mais mítica das viagens para muitas pessoas. Afinal, não é todo dia que a gente sai de casa para dar a volta ao mundo...

Como eu emiti a minha RTW em executiva e com milhas


Embarquei na minha sonhada viagem de volta ao mundo com um RTW emitido com milhas, em executiva, pela TAP.

Ao longo de três anos, juntei quilômetros majoritariamente com os pontos vindos de compras no cartão de crédito e em outras empresas afiliadas ao programa de fidelidade da companhia e de aceleradores disponíveis no programa.

Mari Campos (Imagem: Arquivo pessoal)
Decidir embarcar na baixa temporada para pegar maior disponibilidade de voos, preços mais camaradas nos destinos visitados e temperaturas mais amenas, tanto no hemisfério norte quanto no sul (o que também contribuiu para uma bagagem mais enxuta e inteligente).

Minha viagem durou 50 dias e, ao longo destas sete semanas, fiz minhas paradas da RTW nos Estados Unidos, no Japão, na China, na Tailândia, na Turquia e na África do Sul. E inclui também, "por fora", uma escapada da África do Sul (onde fiz o "open jaw" descrito no começo desta reportagem) a Moçambique, onde passei dias fabulosos no divino arquipélago de Bazaruto.

A emissão com milhas não foi simples: preciso mudar não apenas alguns dos destinos que faziam parte da minha lista inicial como também o próprio sentido da viagem - eu planejava voar de oeste para leste e preciso voar de leste para oeste.

Também não foi possível conseguir assento em classe executiva em todos os voos: em dois dos dez voos da minha RTW eu aceito voar em econômico ou a passagem não fechava. O custo em milhas da minha RTW não mudou na função desses dois voos em econômico, mas a minha franquia de bagagem em executiva foi mantida para todos os voos do bilhete.

A minha volta ao mundo foi fabulosa, incluindo passar até o meu aniversário em Bangkok, mais ou menos na metade da viagem.

Uma aventura conto com destinos novos e velhos conhecidos, paisagens lindas de outono e primavera e visitas a grandes cidades, montanhas, vilarejos encantadores, savanas cheias de vida selvagem e praias paradisíacas - e, é claro, muitos novos amigos na estrada.

Recomendo e não vejo a hora de conseguir embarcar na próxima.

Via Mari Campos (Nossa/UOL)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Quer economizar com passagens? Aéreas dão descontos de aniversário

Empresas aéreas, bancos e programas de fidelidade podem oferecer promoções de passagens (Imagem: Freepik)
Além de planejar com antecedência, algumas promoções permitem economizar bastante na hora de comprar uma passagem aérea. É comum que empresas e programas de fidelidade ofereçam condições especiais em seus aniversários, transformando esses momentos em oportunidades para atrair passageiros.

Desde passagens mais baratas até a possibilidade de acumular pontos extras com as milhas, companhias chegam a oferecer diversos benefícios, que podem incluir o despacho gratuito de bagagens, por exemplo.

Embora o objetivo seja fidelizar os clientes e aumentar o volume de vendas, os bilhetes vendidos podem ter o foco na baixa temporada, ajudando as empresas a preencherem os assentos que costumam ficar vazios e aumentando a ocupação dos voos.

Veja a seguir as datas de aniversários de empresas e programas de milhagem e fique atento a cada uma delas para procurar promoções próximo a elas:

Janeiro
  • Lufthansa
  • Gol
  • Qatar Airways
  • Flybondi
  • Azul Fidelidade (programa de fidelidade da Azul)
Fevereiro
  • South African
  • Air Europa
Março
  • TAP
  • Swiss
  • British Airways
Abril
  • United
  • Ethiopian Airlines
  • American Airlines
  • Air Canada
Maio
  • Turkish Airlines
Junho
  • Delta
  • Royal Air Maroc
  • Iberia
  • Copa
Julho
  • Voepass
  • Taag
  • Jetsmart
  • Air China
  • Smiles (programa de fidelidade da Gol)
Agosto
  • Copa Airlines
  • British Airways
  • AirFrance
Setembro
  • Aeroméxico
  • Arajet
Outubro
  • KLM
  • ITA Airways
  • Emirates
  • Latam Pass (programa de fidelidade da Latam)
  • Air France
Novembro
  • Qantas
Dezembro
  • Avianca Colombia
  • Aerolíneas Argentinas
  • Iberia
  • Azul
  • Ethiopian
  • Sky Airline
Não é porque a empresa ou o programa de fidelidade está fazendo aniversário que irão oferecer o desconto. Essa lista é uma dica para quem quiser acompanhar se será feita alguma promoção e aproveitar a viagem.

Outras formas de economizar


Além de acompanhar se as empresas terão alguma promoção em seu aniversário, aniversários de bancos também podem gerar oportunidades de economizar na hora de voar.

Instituições como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal já ofereceram promoções de acúmulo de pontos em seus cartões, que podem ser trocados por passagens aéreas.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

domingo, 12 de maio de 2024

O incrível erro que levou Pepsi a enfrentar universitário por avião militar

A Pepsi-Cola e a Coca-Cola sempre competiram por mercado
O ano era 1995. A "guerra das colas", iniciada na década de 1970, seguia a todo vapor.

Na verdade, a acirrada rivalidade entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola havia começado no exato momento em que a Pepsi Cola Company foi fundada, em 1902, dez anos depois da Coca-Cola Company.

Enquanto a Coca-Cola dominava, a Pepsi reduzia os preços e usava outros artifícios para ganhar mercado.

Até que, em 1975, ela lançou o que chamou de "Pepsi Challenge", voltado diretamente à concorrente, declarando essa guerra de marketing.

Duas décadas e muitos comerciais depois, ela investiu na campanha promocional "Pepsi Stuff", cujo slogan era: "Beba Pepsi e ganhe coisas".

Se os consumidores guardassem os rótulos de Pepsi, acumulavam pontos que poderiam ser trocados por mercadorias, como camisetas, bonés, jaquetas jeans e de couro, bolsas e mountain bikes.

Esta foi a estratégia mais bem-sucedida na disputa entre os dois refrigerantes.

Mas surgiu uma pedra no caminho da Pepsi que, por pouco, não se tornou um enorme obstáculo.

O avião


As lojas divulgavam a promoção em pontos de venda com fotos da supermodelo Cindy Crawford. Mas os catálogos em si eram pouco atraentes, particularmente para a chamada "Geração Pepsi", que eles queriam conquistar.

Para aumentar seu impacto, a campanha precisava ser reforçada no grande campo de batalha da publicidade — as telas de cinema e televisão.

Os profissionais de criação idealizaram então um comercial mostrando um menino se arrumando para ir à escola.

Conforme ele vestia alguns dos itens oferecidos pela companhia, aparecia a quantidade de pontos necessários para adquiri-los: "camiseta, 75 pontos Pepsi"; "jaqueta, 1.450 pontos Pepsi".

"Agora, quanto mais Pepsi você beber, mais coisas geniais você vai ganhar", dizia o narrador.

Quando estava pronto, o menino saía de casa e subia em um avião de combate para ir à escola. Na tela, surgiam os dizeres:

"Avião de combate Harrier, 7.000.000 pontos Pepsi", seguidos pelo slogan da campanha.


Em nenhum momento no comercial, originalmente lançado nos Estados Unidos, apareceram aquelas legendas em letras minúsculas que sempre nos recomendam ler. No caso, deveriam ter indicado que este último item não estava incluído na promoção.

Questão matemática


É claro que ninguém na empresa pegou lápis e papel para fazer as contas antes de determinar o preço do avião de combate em pontos Pepsi. Afinal, quando se trata de grandes números, tudo o que vem depois de um certo ponto indica apenas que o número é grande demais.

Neste caso, o número 7 milhões atendia a este propósito, especialmente considerando o quanto era difícil obter os pontos necessários para qualquer mercadoria.

Cada garrafa de refrigerante equivalia a apenas um ponto. No caso das latas, a situação era pior: um pack de 24 latas, por exemplo, valia quatro pontos.

Ou seja, era preciso tomar muita Pepsi para ganhar a camiseta do comercial... e a quantidade para resgatar o avião era absurda.

Na verdade, os responsáveis pelo comercial nunca pararam para pensar na quantidade. Para eles, era apenas um truque para chamar a atenção dos espectadores.

Até que alguém fez as contas. E, mais do que isso, conseguiu os pontos necessários para ganhar o avião.

Anúncio premiado da Pepsi em 1991, com a supermodelo Cindy Crawford

John Leonard


John Leonard era estudante universitário. Ele estava sempre em busca de oportunidades para ganhar dinheiro e, assim, financiar suas aventuras — particularmente, sua paixão pelo alpinismo.

Ele tinha 20 anos e uma longa lista de trabalhos que havia feito desde pequeno com este objetivo.

Um dia, ele ouviu falar de um comercial que oferecia a possibilidade de ganhar um avião. Ao assistir, reparou que não havia um aviso legal de isenção de responsabilidade — e decidiu fazer o dever de casa que a Pepsi não havia feito.

Ele somou e multiplicou, para saber quantos refrigerantes ele precisaria comprar para ganhar o avião de combate. Depois, calculou o valor que precisaria gastar para armazenar milhões de garrafas e retirar os rótulos. E concluiu que, embora os números fossem altos, a oferta era, na verdade, uma pechincha.

Custaria a ele cerca de US$ 4 milhões para adquirir um avião com valor aproximado de US$ 23 milhões.

Leonard apresentou seu plano ao milionário Todd Hoffman, com quem havia feito amizade durante uma viagem em que trabalhou como guia de alpinismo.

Hoffman, vários anos mais velho do que ele e muito mais experiente, fez as perguntas necessárias para determinar a viabilidade do plano.

Até que uma dessas perguntas fez o plano ruir: o que aconteceria se a promoção terminasse quando estivessem a ponto de reunir todos os rótulos? O que fariam com milhões de garrafas de refrigerante sem rótulo?

John Leonard (à esquerda) e Todd Hoffman (à direita) são amigos até hoje

Pingue-pongue


Decepcionado, Leonard se deu por vencido. Mas, um dia, folheando o catálogo da Pepsi, encontrou outro caminho.

A Pepsi oferecia a venda dos pontos em dinheiro — por US$ 0,10 cada, o que significava que os sete milhões de pontos necessários para resgatar o avião custariam US$ 700 mil.

Hoffman fez o cheque, e eles enviaram para a Pepsi. Ali começou o que mais parecia uma partida de pingue-pongue em câmera lenta.

A primeira resposta da Pepsi foi na linha "Que engraçado! Aqui está seu cheque e alguns cupons de brinde".

Leonard e Hoffman responderam da seguinte forma: "Se não recebermos as instruções de transferência em até 10 dias úteis a partir da data desta carta, não teremos escolha a não ser iniciar um processo judicial contra a Pepsi."

Mas a empresa se adiantou, apresentando uma petição em Nova York, garantindo que um eventual processo legal ocorreria em um local conhecido por favorecer as empresas.

Com a petição, a Pepsi tentava obter "uma declaração judicial que determinasse que ela não tinha a obrigação de fornecer um jato Harrier ao solicitante", segundo consta no parecer final.

O caso gerou um frenesi na imprensa, que inicialmente retratava Leonard como Davi lutando contra Golias (a Pepsi). Mas, com o tempo, Leonard acabou sendo rotulado de oportunista, como alguém que quis se aproveitar da pobre multinacional dos refrigerantes.

A disputa judicial se estendeu por anos

Leonard x PepsiCo


Ao longo do processo, Leonard chegou a recusar um acordo oferecido pela fabricante de refrigerantes.

Como Leonard e Hoffman também deram entrada em uma ação no Estado da Flórida, as faculdades de direito americanas ensinam o caso até hoje como "Leonard x PepsiCo" — e não o inverso.

Em certo momento, a disputa recebeu o apoio do advogado Michael Avenatti que, anos depois, ficaria famoso defendendo a atriz pornô Stormy Daniels em sua batalha judicial contra Donald Trump. Em 2022, Avenatti foi condenado por enganar quatro dos seus clientes, incluindo a própria Daniels.

Mas quando Avenatti propôs ameaçar a Pepsi usando um caso anterior em que a companhia não honrou a promessa de um prêmio milionário a seus consumidores nas Filipinas, alegando um erro de informática, Hoffman se recusou porque pareceu a ele que a estratégia seria uma chantagem.

O julgamento ocorreu, finalmente, em 1999, na jurisdição de preferência da Pepsi: Nova York.

Michael Avenatti e Stormy Daniels em 2018

O julgamento


Para Leonard e Hoffman, a possibilidade de ganhar a disputa contra o exército de advogados da Pepsi, suas seguradoras e a agência de publicidade era remota. Mas eles teriam mais chance se a decisão fosse tomada por um júri formado por pessoas comuns.

Infelizmente para eles, a juíza Kimba Wood descartou a possibilidade de fazer um julgamento com júri. E decidiu por um julgamento sumário.

Outra possibilidade que poderia ter sido vantajosa para Leonard eram os depoimentos — em que cada uma das partes faz perguntas à outra parte ou a testemunhas sob juramento.

Leonard havia descoberto que o mesmo comercial havia sido lançado no Canadá, mas incluindo as fundamentais letras minúsculas abaixo da expressão "jato de combate Harrier: 7.000.000 pontos Pepsi".

Além disso, a Pepsi já havia alterado o comercial, acrescentando zeros — eram agora 700 milhões de pontos pelo avião – e incluindo uma legenda dizendo "é brincadeira". As alterações podiam ser interpretadas como admissão do erro.

Os executivos da agência de publicidade BBDO, criadora do anúncio, poderiam ser interrogados sobre estas e outras decisões — e eles poderiam defender melhor sua posição.

Mas a juíza decidiu que já tinha os fatos relevantes, de forma que tampouco permitiu os depoimentos.

Após a audiência, seguiu-se mais uma longa espera, até que a juíza Kimba Wood acabou decidindo a favor da Pepsi.

"Nenhuma pessoa imparcial poderia ter concluído razoavelmente que o comercial oferecia aos consumidores, na verdade, um avião Harrier", ela escreveu em um extenso documento, incluindo observações como:

"Nenhuma escola forneceria um espaço de pouso para o avião de combate de um estudante, nem aprovaria a interrupção que seria causada pelo uso do avião."

O que aconteceu?


O documentário Pepsi, Cadê Meu Avião?, da Netflix, conta a história de
John Leonard e da promoção dos pontos Pepsi
Além de pôr fim ao sonho de Leonard, a juíza Wood nos deixou sem saber por que a Pepsi cometeu esse erro.

Mas o produtor cinematográfico Andrew Renzi encontrou a resposta no documentário Pepsi, Cadê Meu Avião? (2022), que fez para a Netflix.


Nele, o ex-diretor de criação da agência de publicidade encarregada dos anúncios da Pepsi, Michael Patti, revelou que, originalmente, o número de pontos mencionado no comercial relativo ao avião Harrier era de 700.000.000.000.000 (700 trilhões).

Mas, quando o comercial foi apresentado à Pepsi na sala de edição, um dos executivos da empresa disse que era um número difícil de ler.

Dois executivos da Pepsi que estavam presentes confirmaram no documentário que foi o que aconteceu, mas ninguém lembrava quem havia feito a observação.

Patti disse que explicou a eles que não precisava ser legível, que não era preciso saber qual era o número exato. Bastava "ver que era um 7 com muitos zeros para entender que era impossível e engraçado".

Mas ele não os convenceu.

Cortaram um zero, mas não pareceu suficiente. Depois cortaram outro, até que todos concordaram que assim era melhor.

"Deveriam ter pensado melhor. A promoção era deles. Passou pelo departamento jurídico, que revisou [o anúncio] para garantir que estava tudo certo", relembra Renzi.

Se tivesse tudo certo mesmo, o comercial de 1995 da Pepsi teria sido relegado ao esquecimento.

Via BBC

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Por que as companhias aéreas gostam de ser clientes de lançamento para novos tipos de aviões?

Ser o primeiro pode vir com toda a glória, mas também pode significar ser o primeiro a descobrir as falhas.

(Foto: Airbus)
No mundo da aviação, um cliente lançador é uma companhia aérea que recebe a primeira entrega de um novo tipo de aeronave. Existem prós e contras em ser um cliente de lançamento - o glamour de ser o primeiro e o risco de ser o primeiro a descobrir o que não está certo com ele. Vamos dar uma olhada nas razões pelas quais as companhias aéreas trabalham tanto para serem as primeiras a pilotar um novo tipo de avião.

Os clientes de lançamento podem colher recompensas



Existem algumas vantagens em ser o cliente lançador de um novo tipo de aeronave. Isso pode incluir alguma atenção extra da mídia combinada com o direito de se gabar. Também pode significar um aumento no tráfego de passageiros de entusiastas da aviação que desejam ser alguns dos primeiros passageiros a bordo de um novo avião. Em 2011, quando a ANA se tornou o cliente de lançamento do Boeing 787 , os ingressos vendidos em um leilão online chegaram a custar US$ 34.000.

Em 2018, a Qatar Airways recebeu o primeiro Airbus A350-1000 do mundo . Também foi o cliente de lançamento do A350-900 em 2015. Ambos os eventos de entrega foram glamorosos, com tapetes vermelhos, centenas de imprensa mundial presentes e tours da mídia para mostrar a aeronave. Ele garantiu que o mundo soubesse que tinha um tipo de avião totalmente novo e ficou encantado com toda a exposição que reuniu em todo o mundo como resultado.


É claro que essa parceria em particular tinha uma faca de dois gumes, pois quando o Catar repintou alguns A350 antes da Copa do Mundo de 2022, problemas de pintura foram expostos, levando a uma longa batalha entre a companhia aérea e a fabricante de aviões para estabelecer a falha. e causa.

Para o fabricante, ter um cliente-lançador significa apenas 'dar o pontapé inicial', pois busca um pedido com volume suficiente para atrair ainda mais negócios. Para fabricantes maiores com um estabelecimento firme, as companhias aéreas podem estar lutando pelo título.

Por outro lado, pode ser um risco que uma companhia aérea tenha que avaliar. Ter um cliente de lançamento significa confiança em um novo produto que nunca viu um serviço comercial antes. Isso foi crítico para a Bombardier quando tinha a SWISS como cliente de lançamento do CSeries (agora Airbus A220).

O risco de atraso


No entanto, apesar do grande alarde e das potenciais oportunidades de marketing, ser um cliente de lançamento também traz riscos. Novos tipos de aviões têm que passar por rigorosos processos de certificação, sem falar nos testes de voo, e atrasos podem surgir facilmente com os reguladores ou devido a problemas identificados nos testes.

(Foto: Vidit Luthra/Shutterstock)
O Boeing 777X é um dos tipos de aeronaves mais atrasados ​​e ainda está se preparando para a certificação hoje. A Boeing espera conseguir isso a tempo para uma entrega em 2024 às companhias aéreas e expressou preocupação de que mais atrasos possam levar a cancelamentos . Mas com o aumento do escrutínio da FAA, os riscos são altos de que os primeiros clientes - Lufthansa, Qatar, Emirates, por exemplo - possam ter que esperar novamente mais do que o esperado.

Atrasos nas entregas são uma dor de cabeça para as companhias aéreas, principalmente quando planejam redes e frotas em torno das datas prometidas. O presidente da Emirates, Tim Clark, observou que a companhia aérea estava tendo que manter os Airbus A380 mais antigos por mais tempo como resultado direto da não entrega de seu Boeing 777X. Para outras companhias aéreas, pode ser embaraçoso também, como quando a Norwegian realizou um leilão de passagens para voar no novíssimo 737 MAX em meados de junho de 2017. Pouco depois, a Boeing anunciou que a entrega foi adiada até o final daquele mês. Isso causou algum constrangimento e inconveniência para a Norwegian.

(Foto: Tanhu/Shutterstock)

O risco de mau funcionamento


Mesmo aeronaves bem projetadas podem ter problemas ao entrar em serviço pela primeira vez. Durante sua entrada em serviço acidentada, o Dreamliner foi atormentado por muitos problemas. Esses problemas incluíam erros de fabricação, defeitos no motor, falhas no sistema hidráulico, vazamentos de combustível e problemas na bateria.

Como a primeira companhia aérea a adquirir o 737 MAX 9, a Lion Air talvez tenha pago o maior preço como cliente de lançamento. Em outubro de 2018, perdeu 189 passageiros e tripulantes quando uma de suas aeronaves 737 MAX mergulhou no mar . Desde então, muito foi escrito sobre o 737 MAX e seus problemas. O 737 MAX é o pior cenário para qualquer cliente lançador ou adotante inicial. Grandes pedidos foram feitos e o serviço regular foi agendado. Todo o acúmulo parou quando o tipo de aeronave foi aterrado e bilhões de dólares em investimentos ficaram inutilizáveis.

(Foto: Boeing)
O MAX teve um excelente retorno ao serviço, graças aos esforços dos engenheiros da Boeing, e o Dreamliner é um favorito de longa distância em todo o mundo. O fato é que os fabricantes podem fazer todos os testes que desejam em suas novas aeronaves, mas alguns desses problemas não são totalmente percebidos até que a aeronave esteja em serviço regular e ativo.

É melhor ser um cliente de lançamento ou não?


As companhias aéreas que desejam encomendar novos aviões devem avaliar o risco e a recompensa de ser um cliente de lançamento. Ser o primeiro vem com glamour e reconhecimento, mas também traz o risco de ser o primeiro a voar neste novo tipo de aeronave. Essa companhia aérea entrará para a história como a primeira a operar esse novo tipo de aeronave, mas, em alguns casos, também pode aparecer na mídia pelos motivos errados.

É uma linha tênue e que apenas os proprietários e executivos da companhia aérea podem decidir. E, claro, sempre há o que comemorar quando uma companhia aérea ganha um novo tipo de avião, mesmo que não seja a primeira no mundo a voar com ele.

Com informações de Simple Flying

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Etihad Airways lança tapete vermelho com parceria Missão Impossível

A companhia aérea e sua tripulação de cabine também estarão no filme.

Boeing 787-9 da Etihad Airways (Foto: Vincenzo Pace)
A Etihad Airways anunciou uma parceria com os gigantes do cinema de Hollywood, Paramount Pictures, à medida que se aproxima a estreia no Oriente Médio de Missão: Impossível - Parte 1 em Abu Dhabi. Vamos dar uma olhada mais de perto abaixo.

Etihad's Mission: Impossible


A operadora baseada em Abu Dhabi se uniu à Paramount para a sétima edição da franquia Missão: Impossível. Isso é apropriado, pois partes de Dead Reckoning Part One- estrelado por Tom Cruise, Rebecca Ferguson e Simon Pegg - foram filmadas em Abu Dhabi, incluindo o Midfield Terminal , o novo terminal de aeroporto de última geração do Aeroporto Internacional de Abu Dhabi (AUH). abrir este ano.

Amina Taher, vice-presidente de marca, marketing e patrocínios da Etihad Airways, disse:"Os sucessos de bilheteria de Missão Impossível são uma série fenomenal e estamos incrivelmente orgulhosos de fazer parceria com a Paramount Pictures para mostrar a Etihad e Abu Dhabi para o mundo. seu voo Etihad e exibir o filme em nossa rede global."


Uma semana atrás, foi anunciado que Tom Cruise, o roteirista e diretor Christopher McQuarrie e algumas co-estrelas compareceriam à estréia do filme no Oriente Médio, em Abu Dhabi, em 26 de junho.

Fazendo uma participação especial


Membros da tripulação de cabine da Etihad e aeronaves da Etihad fazem uma aparição no filme, que agora é a terceira parcela de Missão Impossível a ser filmada em locações nos Emirados Árabes Unidos. Vários cenários foram construídos no Midfield Terminal de 7,9 milhões de pés quadrados - embora ele possa não estar segurando a lateral de um Airbus A400M quando ele decola (como ele fez durante as filmagens de Missão: Impossível - Rogue Nation), Tom Cruise provavelmente estava acordado para algo que desafia a morte durante as cenas filmadas no telhado do edifício do terminal .

Novo Terminal Midfield do Aeroporto Internacional de Abu Dhabi (Foto: Aeroporto de Momberger)
Irene Trachtenberg, vice-presidente sênior de marketing e parcerias mundiais da Paramount Pictures, comentou: "Estamos felizes em fazer parceria com a Etihad e filmar em Abu Dhabi mais uma vez. Ter a aeronave e a tripulação de cabine da Etihad autenticamente no filme celebra nossa apreciação pela recepção calorosa que Abu Dhabi deu à nossa produção. Nossa parceria com a Etihad ajudará a alcançar a missão : Fãs impossíveis em todo o mundo, pois podem assistir aos filmes anteriores de Missão: Impossível no entretenimento a bordo enquanto voam para, de ou através de Abu Dhabi em suas próprias missões."

Benefícios premium, entretenimento a bordo


De junho a agosto, os passageiros First e Business podem desfrutar de um menu especial 'Movie Snacks', juntamente com uma lista de mocktails composta por bebidas temáticas como 'Mission Accomplished', 'Undercover Sipper', 'Secret Agent' e 'Thyme's Up'.

No final do ano, todos os passageiros da Etihad terão a chance de acompanhar os filmes anteriores de Missão: Impossível - o sistema E-BOX de entretenimento a bordo (IFE) da companhia aérea hospedará um novo canal com todas as sete parcelas da popular franquia, atualmente em andamento para eclipsar a marca de $ 4 bilhões de bilheteria.


Juntamente com suas ofertas de bordo, a Etihad deve lançar uma série de tarifas especiais com "ofertas autodestrutivas" e conteúdo de marketing de marca conjunta. A transportadora também sugeriu prêmios para os fãs da franquia de filmes, que "viajarão em sua próxima missão com uma experiência temática de filme ".

Via Simple Flying