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domingo, 14 de dezembro de 2025

Posso viajar de avião depois de ter feito uma cirurgia?

Médico cirurgião aborda perigos, impedimentos e cuidados quando o assunto é transporte aéreo para pós-operados.


Dúvida de muitos, viagens aéreas são contraindicadas em média por duas semanas após uma cirurgia, conforme explica o diretor médico hospitalar do São Cristóvão Saúde, José Carlos Ferrari Júnior, cirurgião oncológico e geral, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

O especialista ressalta que “o tempo de recuperação varia de acordo com o tipo de cirurgia realizada e as comorbidades do paciente”, o que determinará o intervalo específico para cada indivíduo antes de uma viagem de avião. Esse cuidado evita uma exposição desnecessária a complicações.

Ainda de acordo com o cirurgião do São Cristóvão Saúde, algumas cirurgias mais invasivas, como abdominais, cardíacas e neurocirúrgicas, exigem um período maior de recuperação: “É importante consultar o médico responsável pelo procedimento para avaliar se está apto para viajar”.

Algumas companhias aéreas podem exigir um atestado médico para permitir que o paciente embarque após uma cirurgia recente. Nos casos de pós-operatório recente de pacientes com riscos de tromboembolismo, Ferrari recomenda o uso de meias de compressão, de modo a prevenir a formação de coágulos sanguíneos.

Ande pelo avião


Outros cuidados, como levantar-se e caminhar pelo avião, para evitar problemas circulatórios, são recomendados pelo médico, principalmente em voos longos.

“Caso o paciente ainda esteja tomando medicamentos, é importante levar uma receita médica e informar a companhia aérea sobre a necessidade de medicamentos durante o voo”, enfatiza.

“Em caso de dúvidas, é sempre melhor adiar a viagem até que o médico autorize o paciente a viajar de avião”, finaliza Ferrari.

De acordo com o mais recente anuário do transporte aéreo brasileiro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), foram realizados cerca de 830 mil voos no país em 2022, número expressivo que reforça a responsabilidade de profissionais dos setores de saúde e de transportes aéreos em relação ao tema.

Via Redação Homework/Terra - Foto: Imagem gerada com a IA Visual Electric

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Veja como evitar dor de ouvido aguda em crianças nas viagens de avião

O otorrinolaringologista Stênio Ponte faz alerta para entupimento e pressão dentro de ouvido de recém nascidos.


Nos meses de dezembro e janeiro, é comum que o número de viagens de avião aumente. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o movimento nos aeroportos deve aumentar 45% durante as festas de fim de ano.

Para viajar com tranquilidade, existem cuidados importantes para lidar com crianças pequenas e recém-nascidos durante o voo. Afinal, viajar de avião, tomar banho de piscina e mar contribuem para o entupimento dos ouvidos, o que pode gerar dor aguda.

A obstrução em crianças pode deixá-las inquietas e a frustração por não conseguir transmitir exatamente o que estão sentido normalmente é traduzida em choro. De acordo com o médico Stênio Ponte, otorrinolaringologista da clínica Otorrino DF, em alguns casos mais raros, a criança tem tanta dor que pode desmaiar, ter náuseas, febre e até vomitar.

Ponte explica que o entupimento acontece pelo retardo da compensação entre a pressão de dentro do ouvido e do avião. “Enquanto o bebê é recém-nascido, existe uma peculiaridade no ouvido que predispõe a dor. Quando ele cresce um pouco, há uma deficiência da compensação da pressão pela anatomia da criança ainda não madura”, esclarece o médico.

Por isso, pediatras pedem que recém-nascidos de até 3 meses não viajem. Mas, em caso de necessidade, não se deve deixá-lo em posição horizontal, e sim sempre sentado na vertical para dificultar o entupimento.

Já crianças maiores, de acordo com o especialista, além de terem a anatomia mais madura, o que permite melhor regulação da pressão, sabem explicar o que estão sentindo. Em geral, os comissários de bordo são orientados a ajudar os tripulantes que estiverem com dor devido ao entupimento, e os pequenos podem entender as dicas e agir para diminuir a pressão nos ouvidos.

Para evitar o problema, o ideal, segundo Ponte, é não viajar com o nariz congestionado. “O muco pode migrar do nariz para o ouvido pela tuba auditiva, o canal que liga os dois órgãos. É aconselhável o uso de descongestionante nasal”, afirma.

Como resolver o entupimento


O normal é que com o tempo, o órgão auditivo se desobstrua sozinho. Sequelas como ruptura de tímpano e perda de audição são casos caros. O recomendado é sempre procurar um especialista antes de viajar.

“Os otorrinos podem fazer um guia do que fazer nas viagem para prevenir e remediar os casos de obstrução, mas nem sempre a mesma dica serve para todos. É uma espécie de manual a ser seguido, mas cada organismo é diferente”, enfatiza.

Uma das medidas para crianças de colo é manter o bebê se alimentando. Segundo o médico, o movimento da mandíbula evita que os ouvidos se obstruam.

Para os maiores, a técnica de apertar o nariz e fazer pressão para desentupir o ouvido é recomendada , desde que feita de forma correta. Se a pressão for excessiva, pode acontecer a ruptura do tímpano, o que pode causar perda de audição.

Via João Vítor Reis (Metrópoles)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Homem morre durante voo e avião precisa fazer pouso de emergência em Recife (PE)

Um voo internacional da Turkish Airlines que partiu de Istambul com destino a São Paulo precisou realizar um pouso não programado no Aeroporto Internacional do Recife, na madrugada desta quarta-feira (4), após um passageiro apresentar um grave problema de saúde a bordo. 

(Imagem: AirNav Radar)
A aeronave, o Airbus A350-941, prefixo TC-LRG, da Turkish Airlines, tocou o solo por volta das 2h40 para permitir o atendimento médico urgente.

De acordo com informações da Aena Brasil enviadas ao Portal iG, empresa responsável pela administração do terminal pernambucano, a decisão pelo pouso foi tomada pela tripulação depois que a situação clínica do passageiro se agravou durante a viagem. Assim que o avião estacionou, equipes do serviço de Atendimento Pré-Hospitalar do aeroporto foram acionadas para prestar auxílio.


O passageiro já vinha recebendo suporte de médicos que estavam no voo, os quais iniciaram os procedimentos de reanimação ainda na aeronave. Com a chegada das equipes em solo, as tentativas de socorro foram mantidas, porém, apesar de todos os esforços, a morte foi constatada no local.

Após a conclusão dos protocolos necessários, a aeronave foi liberada para seguir viagem, decolando novamente rumo a São Paulo por volta das 4h35, quase duas horas depois da parada emergencial.

Confira anota na íntegra: 

"Na madrugada desta quinta-feira (4), às 2h38, o voo THY215 Istambul-São Paulo, operado pela Turkish Airlines, fez um pouso não programado no Aeroporto Internacional do Recife por conta de uma emergência médica. A equipe do Posto de Atendimento Pré-Hospitalar do aeroporto foi acionada para atendimento a um passageiro, que já estava sendo assistido por médicos a bordo. Os profissionais locais deram continuidade aos procedimentos de reanimação iniciados durante o voo, mas constataram o óbito do passageiro. A aeronave decolou da capital pernambucana às 4h36 e seguiu para o destino inicial."

Via Portal iG e Aeroin

Vai viajar de avião? Conheça 6 dicas para evitar dor de ouvido


Viajar de avião já é uma realidade para diversas pessoas, facilitando bastante o deslocamento entre estados e países. Porém, da mesma forma que uma viagem de carro pela serra, há aqueles que acabam sofrendo com alguns incômodos no ouvido.

Na maioria dos casos, os sintomas vão de dores na cabeça a incômodos nos dentes e na face. E o motivo pelo qual isso acontece é bem simples: uma mudança brusca de pressão durante a mudança de altura na decolagem ou pouso do avião, ou em viagens de automóvel em serras.

“Esse desconforto pode passar em alguns segundos ou minutos após o fim da viagem, mas dependendo da intensidade do trauma, isso pode aumentar”, explica Bruno Borges de Carvalho Barros, médico otorrinolaringologista. No caso de crianças e bebês, o desconforto pode ser ainda maior.

Como evitar problemas de pressão em viagens de avião?

Caso esteja se preparando para um voo e tenha problemas com as mudanças de pressão, confira a seguir algumas dicas dadas pelo doutor Barros e também pela otorrinolaringologista Roberta Pilla!

1. Use a Manobra de Valsalva


A Manobra de Valsalva é um método que aumenta a pressão intratorácica para equalizar a pressão dos ouvidos. Ela consiste em inspirar, manter a boca fechada e apertar as narinas com os dedos enquanto força a saída de ar pelo nariz.

Apesar de ser a primeira opção das pessoas, deve-se evitar realizá-la com muita intensidade, pois ela pode piorar ainda mais a dor e congestão do ouvido.

2. Mastigue com constância


Mastigar chicletes ou alimentos duros, como maçã ou cenoura, ajudam a equilibrar a pressão no ouvido e evitar a dor ao viajar de avião.

Como o movimento da mastigação força os músculos do rosto que abrem a comunicação entre o ouvido e o nariz, isso ajuda a equalizar a pressão e ajuda a diminuir a sensação de ouvido tampado.

3. Force um bocejo


Provocar bocejo com o mesmo princípio da mastigação aciona músculos da face, liberando a tuba auditiva e favorecendo o equilíbrio da pressão.

4. Faça uma compressa


Fazer uma compressa quente no ouvido por cerca de dez minutos ajuda a aliviar a dor causada pela pressão. Aliás, isso não funciona apenas em voo, pois ajuda em qualquer tipo de dor de ouvido.

5. Use spray nasal


O uso de spray nasal, desde que devidamente indicado pelo otorrinolaringologista, ajuda na passagem do ar para o ouvido. Dessa forma, a pressão se reequilibra mais facilmente.

6. Ajuda para crianças


Em crianças, uma saída para minimizar o incômodo é tentar fazer alguma coisa que movimente a mandíbula.

“Fazer engolir, dar a chupeta, tomar água, amamentar, chupar a mamadeira e até mesmo deixar chorar um pouco pode ajudar a mobilizar estas estruturas e melhorar o desconforto", comentou a doutora Roberta.

"Eventualmente, gotas otológicas e analgésicos também podem ser indicadas pelo médico para minimizar o desconforto. Compreensão, carinho, colo e aconchego também são sempre indicados”, finalizou a especialista.

Via Mega Curioso - Foto: Getty Images

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Os perigos da radiação na aviação comercial

Examinamos os efeitos da radiação na aviação comercial e as medidas tomadas para limitar seu efeito sobre passageiros, tripulações de voo e aeronaves.

Boeing 737-8 MAX (Foto: Michal Mendyk/Airways)
As radiações são ondas de energia que viajam através de um meio em várias frequências e energias. Pode ser classificado como ionizante ou não ionizante.

A radiação não ionizante é encontrada na extremidade inferior do espectro eletromagnético, incluindo ondas de rádio, micro-ondas, infravermelho, ondas visíveis e a parte inferior das ondas ultravioleta e possuem baixas frequências e energias, portanto não são prejudiciais.

A radiação ionizante, que inclui raios-x, raios gama e ondas ultravioleta, é caracterizada por altas frequências e energias fortes o suficiente para arrancar elétrons de seus átomos [1].

Uma vez interagindo com o corpo humano, a radiação ionizante pode alterar a arquitetura molecular das células e tecidos humanos, resultando em distúrbios com risco de vida. Além disso, os aviônicos da aeronave e os dispositivos de comunicação também podem ser afetados.

Efeito da radiação na altitude e latitude


A grande maioria das fontes de radiação na superfície da Terra não são ionizantes, e mesmo aquelas que são ionizantes emitem muito pouca radiação não perigosa.

No entanto, a tripulação e os passageiros que voam em altitudes de cruzeiro acima de 30.000 pés também estão expostos à radiação solar e galáctica ou cósmica, que são tipos adicionais de radiação ionizante. A 35.000 pés acima da superfície da Terra, o nível de radiação pode ser até 10 vezes maior do que ao nível do mar.

A blindagem magnetosférica da Terra, que protege contra a radiação solar, é mais forte no equador e enfraquece com o aumento da latitude antes de enfraquecer nos pólos; portanto, os efeitos da radiação também pioram com o aumento da latitude.

Por causa dessas implicações, as Nações Unidas estimaram em 2000 que trabalhar em uma companhia aérea produzia mais exposição à radiação do que trabalhar em uma usina nuclear.

Ao voar em grandes altitudes, não apenas passageiros e tripulantes, mas também sistemas de aeronaves e outros equipamentos correm risco de exposição à radiação. Vamos dar uma olhada em detalhes.

(Foto: KLM)

Riscos Humanos


De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), a exposição à radiação ionizante leva ao câncer e a problemas reprodutivos, incluindo abortos espontâneos. Também pode produzir distúrbios genéticos e defeitos oculares como catarata.

A chance de morrer de câncer é estimada em 200 por 1.000 pessoas apenas nos EUA, mas entre os tripulantes de companhias aéreas, a exposição à radiação de 20 anos de vôo em grandes altitudes aumenta o risco para 225 por 1.000.

Além disso, de acordo com pesquisas publicadas pelo US NLM e ARPANSA, pilotos de companhias aéreas e pessoal de cabine tinham quase o dobro do risco de melanoma e outros cânceres de pele do que a população em geral, com os pilotos tendo um risco maior de morrer de melanoma.

Aviônicos


A radiação cósmica pode induzir erros suaves em dispositivos semicondutores que compõem os sistemas aviônicos das aeronaves. Eles podem inverter bits digitais e criar sinais indesejáveis ​​para operar a aeronave.

Como exemplo, em 7 de outubro de 2008, o voo 72 da Qantas (QF) fez um pouso de emergência no aeroporto de Learmonth, perto da cidade de Exmouth, Austrália Ocidental, após um acidente a bordo que incluiu um par de manobras repentinas e não comandadas que causaram graves ferimentos - incluindo fraturas, lacerações e lesões na coluna - em vários passageiros e tripulantes.

Vários tipos de gatilhos potenciais foram investigados, incluindo bugs de software, falhas de hardware e interferência eletromagnética. Partículas secundárias de alta energia geradas por raios cósmicos, que podem causar um bit flip, também foram investigadas.

Posteriormente, foi dito que esses gatilhos provavelmente não estavam envolvidos, embora uma conclusão definitiva não pudesse ser alcançada. Um cenário muito mais provável era que uma fraqueza marginal de hardware de alguma forma tornasse as unidades suscetíveis aos efeitos de algum tipo de fator ambiental, que acionava o modo de falha.

O relatório final do ATSB, emitido em 19 de dezembro de 2011, concluiu que o incidente devido a limitações de projeto e “em uma situação muito rara e específica, vários picos nos dados do ângulo de ataque (AOA) de um dos ADIRUs podem resultar no FCPCs comandando a aeronave para cair.”

(Foto: Daniel Gorun/Airways)

Comunicações de alta frequência


As comunicações de rádio de alta frequência (HF) podem ser prejudicadas ou mesmo totalmente interrompidas pela radiação solar. A ionização da atmosfera superior (ionosfera), que absorve as comunicações de rádio de ondas curtas, aumenta quando os raios X das explosões solares entram na magnetosfera sem serem desviados e atingem a atmosfera da Terra no lado voltado para o sol.

A magnetosfera desvia as partículas solares incidentes e as direciona para os pólos do planeta, aumentando a taxa de ionização na atmosfera superior e causando absorção ionosférica, interrompendo assim as comunicações de rádio HF com efeitos comparáveis.

Durante as tempestades de Halloween de outubro-novembro de 2003, uma série de tempestades solares envolvendo erupções solares e ejeções de massa coronal que geraram a maior erupção solar já registrada pelo sistema GOES, as comunicações HF com aviões encontraram interrupções e, posteriormente, uma falha completa dos serviços HF que durou por horas.

(Foto: Quang Nguyen Vinh / Pexels.com)

Estratégias de Mitigação


Passageiros e tripulação de voo

A Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) é o principal órgão encarregado de proteger contra a radiação ionizante e recomenda o limite de dose efetiva de um indivíduo de 20 mSv por ano, em média em períodos definidos de 5 anos (100 mSv em 5 anos), com o restrição adicional de que a dose efetiva não deve exceder 50 mSv em um único ano.

Além disso, a dose recomendada para tripulantes grávidas é de 1 mSv desde a descoberta da gravidez até o nascimento, com um máximo mensal de 0,5 mSv. O limite anual para o público em geral (passageiros) é de 1 mSv [6].

Recomenda-se que as passageiras grávidas e os membros da tripulação de voo pensem em trocar a viagem ou atrasar uma viagem para diminuir o risco de aborto espontâneo. De acordo com um estudo do Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH), o risco de aborto espontâneo aumenta quando as mulheres são expostas à radiação cósmica de pelo menos 0,36 mSv durante o primeiro trimestre.

Além disso, o Regulamento de Licenciamento de Pessoal, Parte 138, determina que as pilotos grávidas e tripulantes de cabine sejam avaliadas e excluídas das funções de voo entre o momento da descoberta da gravidez e o final da 12ª semana de gestação, bem como entre o final da 26ª semana de gestação e entrega, a fim de protegê-los dos efeitos da exposição à radiação e outros efeitos {4}.

(Foto: Piedmont Airlines)
Companhias Aéreas

As companhias aéreas escolhem uma rota e altitude que reduzam a exposição à radiação depois de receber um alerta de radiação solar durante eventos moderados, fortes e severos de radiação solar transitória (20 uSv/hr e acima).

Um alerta de radiação solar é transmitido em todo o mundo e é acompanhado por uma mensagem com estimativas dos níveis de radiação em altitudes de 20.000 pés a 80.000 pés em latitudes específicas.

Além disso, um indivíduo pode descobrir a dose efetiva de radiação ionizante recebida em cada voo usando um programa de computador para download chamado CARI-6 ou CARI-6M, desenvolvido no Instituto Médico Aeroespacial Civil da FAA.

Aeronaves

Todas as aeronaves projetadas para operar acima de 15.000 m (49.000 pés) devem possuir tecnologia que possa monitorar e exibir continuamente a taxa de dose de toda a radiação cósmica recebida, bem como a dose cumulativa para cada voo, de acordo com o Anexo 6, Provisão 6.12 da ICAO .

De acordo com o regulamento 4.2.11.5 do Anexo 6 da ICAO, o operador deve acompanhar todos os voos superiores a 15.000 metros (49.000 pés) para calcular a dose cumulativa de radiação cósmica que cada tripulante recebeu durante um período de 12 meses. [5]

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Airways Magazine

Referências: [1] International Civil Aviation Organization-ICAO, Manual of Civil Aviation Medicine-Doc 8984, page II-1-13. [2] Matthias M. Meier , Kyle Copeland, Klara E. J. Klöble, Daniel Matthiä,Mona C. Plettenberg,Kai Schennetten,Michael Wirtz, and Christine E. Hellweg, Radiation in the Atmosphere—A Hazard to Aviation Safety?, Page 14. [3] International Civil Aviation Organization-ICAO, Manual of Civil Aviation Medicine-Doc 8984, page II-1-14. [4] Tanzania Civil Aviation Authority-TCAA, The Civil Aviation Personnel Licencing Regulations, 2017 part 138, page 230. [5] International Civil Aviation Academy-ICAO, Annex 6 Operation of Aircraft, Part I – International Commercial Air Transport – Aeroplanes, Ninth edition, July 2010, pages 6-13. [6] International Civil Aviation Organization-ICAO, Manual of Civil Aviation Medicine-Doc 8984, page II-1-15.

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Por que o ar-condicionado dos aviões é tão gelado? Há uma razão para isso!

Aprenda mais sobre esse fato curioso.


Quem costuma viajar de avião já percebeu que a viagem nem sempre é confortável. Não só pelo espaço apertado ou pelas turbulências que às vezes ocorrem, mas também pois geralmente faz muito frio no avião.

É comum que os passageiros reclamem da temperatura, principalmente quando saem de um local quente e enfrentam a mudança brusca de ambiente ao entrar nas aeronaves. Você saberia dizer por que as empresas aéreas escolhem temperaturas tão baixas para os ar-condicionados durante os trajetos? Para descobrir, confira este artigo na íntegra. Boa leitura!

Faz frio no avião por conforto ou por motivos médicos?

Certamente, em espaços fechados, apertados e com muitas pessoas, o ideal é que exista um ar-condicionado para que as pessoas fiquem confortáveis. Contudo, temperaturas muito baixas podem fazer exatamente o contrário: criar desconforto.

Durante a modernização do transporte aéreo, as empresas precisaram fazer algumas escolhas. Dentre elas estava o desconforto da pressão baixa e o frio. Você pode estar se perguntando, o que o frio tem a ver com a pressão baixa? A resposta é bem simples: o frio diminui os sintomas da pressão baixa.

As cabines de aviões contam com um sistema de ar pressurizado, que deixam os passageiros mais sensíveis a quedas de pressão. Para evitar desmaios e outros problemas, o ar-condicionado costuma gelar todo o espaço assim que as portas são fechadas.

E qual é a temperatura dentro dos aviões?

Um relatório do AeroTime Hub mostra que, geralmente, a temperatura no interior dos aviões é mantida entre 22ºC e 24ºC. Acontece que, apesar de ser uma temperatura razoável, as pessoas tendem a sentir mais frio, pois ficam sentadas durante todo o voo. Por isso, uma boa alternativa para espantar o frio é levantar um pouco e andar pelo avião.

Como se preparar para não sentir tanto frio durante os voos?

Bom, se você também é uma pessoa que sente frio fácil, é melhor se preparar para não sofrer com o ar-condicionado dos aviões.

O ideal é usar roupas confortáveis e leves durante os voos e levar ou casaco ou manta caso fique mais frio do que você gostaria. Essas peças podem ser levadas na mão e, caso queira, pode guardá-las tanto embaixo do banco, quanto no compartimento de malas de mão.

Além disso, existem dispositivos acima dos bancos, semelhantes a roscas, que permitem controlar o ar-condicionado que vai diretamente em cada passageiro. Com essas dicas em mente, você estará preparado para viajar confortavelmente!

Via Rotas de Viagem - Imagem: Reprodução

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Especialista: 'Um único hábito reduz em até 50% o risco de contaminação de fungos e vírus no avião'

Manter a ventilação acima da poltrona aberta ajuda a evitar o contato com germes e reduzir o risco de adoecer pela metade.


Dor de garganta e resfriados depois de uma viagem de avião em geral estão relacionados às baixas temperaturas da aeronave. Mas é muito provável que seja por outro motivo: manter a ventilação acima da poltrona aberta ajuda a evitar o contato com germes e reduzir o risco de adoecer pela metade.

Abrir a ventilação acima da sua poltrona pode ainda beneficiar a pessoa sentada ao lado, mas a proteção não vai muito além disso. Se você estiver sentado perto da janela, por exemplo, alguém no assento do corredor precisará abrir seu próprio filtro de ar.

De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), os aviões usam filtros de ar particulado de alta eficiência para remover 99,97% de poeira, pólen, mofo, bactérias e partículas transportadas pelo ar. Segundo Mark Gendreau, diretor médico do Beth Israel Lahey Health e especialista em doenças infecciosas associadas a viagens aéreas, o sistema de ventilação da aeronave é igual ou ligeiramente melhor do que a maioria das salas de cirurgia e hospitais em todo o mundo.

Isso ocorre porque eles conseguem de 15 a 30 trocas de ar por hora, com 50% do ar sendo recirculado e a outra metade vindo de fora do avião. Mesmo que uma companhia aérea troque os filtros com menos frequência do que o recomendado, eles ainda retêm a maioria das partículas, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo.

-- Se você está sentado a dois assentos de uma pessoa, há algum risco, mas não é tão alto quanto você pensa, diz Gendreau. Porém, se o filtro de ar acima de sua cabeça estiver aberto, o risco dessa partícula viral ser um problema é totalmente eliminado.

-- Muitas pessoas não tiram proveito disso, mas o que isso faz é fornecer um pouco mais de turbulência do ar na área em que você está sentado. Se houver uma partícula viral vindo em sua direção, teoricamente ela pode empurrá-la e movê-la rapidamente para fora do seu espaço, continua.

domingo, 2 de novembro de 2025

Idoso morre em BH após desembarcar de avião com falha na refrigeração

Aeronave saiu de Guarulhos (SP) com destino a Recife (PE), mas precisou pousar em Confis (MG) devido a um problema na refrigeração causar calor de 32 ºC.

Avião da Gol que apresentou falha técnica em pátio do Aeroporto de Belo Horizonte, em Confins
  (Foto: Thâmer Pimentel/TV Globo)
Um idoso de 74 anos morreu hoje após o voo G3 1878 que ia de Guarulhos (SP) a Recife (PE) precisar pousar em Belo Horizonte devido a uma falha técnica na refrigeração do avião Boeing 737 MAX 8, prefixo PS-GPJ, da Gol, que fez a temperatura a bordo chegar a 32º C.

Os passageiros desembarcaram em Belo Horizonte após aeronave da Gol apresentar falha técnica na refrigeração, segundo a empresa aérea.

Após o desembarque, já no terminal, um passageiro de 74 anos passou mal. Ele foi prontamente atendido pela equipe médica do aeroporto, disse a companhia.


A BH Airport, que administra o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, diz que a equipe médica do aeroporto realizou manobras de reanimação no passageiro. Ele sofreu mal súbito por volta das 10h40 e morreu as 11h21, de acordo com a concessionária.

Passageiro morreu "por causa indeterminada", afirma a Gol. "A companhia lamenta profundamente e está oferecendo todo o apoio à família."

Concessionária diz que também está prestando apoio aos familiares do idoso. "O BH Airport reforça seu compromisso com o cuidado, a segurança e o bem-estar de todos os passageiros."

Veja nota na íntegra da Gol:

"A GOL informa que a aeronave do voo G3 1878 deste sábado (01/11), entre Guarulhos (GRU) e Recife (REC), apresentou falha técnica na refrigeração de cabine, com a temperatura a bordo chegando a 32ºC. O comandante alternou prontamente e pousou no aeroporto de Confins (CNF), onde todos os clientes desembarcaram.

A decisão de alternar segue os protocolos de segurança da Companhia.

Após o desembarque, já no terminal, um passageiro passou mal e foi prontamente atendido pela equipe médica do aeroporto. A companhia foi informada que foi declarado o óbito por causa indeterminada.

A Companhia lamenta profundamente e está oferecendo todo o apoio à família."

Com informações do UOL, CNN, g1 e flightradar24

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Qual é risco real da radiação durante as viagens de avião?

A radiação para os passageiros é baixa, mas mulheres grávidas devem tomar cuidado
ao viajar de avião (Foto: Free-Photos/Pixabay)

Embora o risco para os passageiros seja considerado de baixo a negligenciável, pilotos e aeromoças de voos comerciais estão sujeitas a um risco ocupacional da exposição à radiação ambiental natural por permanecerem longos períodos em grandes altitudes.

Existem várias diretrizes da aviação com o objetivo de lidar com os efeitos dessa radiação, causada principalmente pelos raios cósmicos galácticos e pelas partículas energéticas solares (PES).

Os fluxos dos raios cósmicos são estáveis e previsíveis: As taxas de dosagem não são superiores a 10 micro-sievert por hora (μSv/h) na altitude de voo normal de 12 km - sievert é a unidade de medida de radiação, equivalente à radiação emitida por 1 miligrama de rádio a 1 centímetro de distância.

Mas, no caso das PES (partículas energéticas solares), as explosões solares variam ao longo do ciclo solar de 11 anos e são tipicamente repentinas, sem aviso, exigindo contramedidas que envolvem mandar os aviões baixar a altitude ou mesmo alterar ou cancelar completamente as rotas de voo.

Uma equipe de pesquisa do Japão decidiu aferir se essas medidas são válidas ou suficientes avaliando oito rotas de voo durante cinco picos de radiação solar imprevisíveis registrados por detectores baseados no solo.

"Durante um grande evento de partícula solar, nós vimos fluxos PES repentinos com taxas de dosagem superiores a 2 mSv/h, mas são raros e de curta duração," contou o professor Yosuke Yamashiki, da Universidade de Quioto - vale destacar que este pico está em mili-sievertes, o que é mil vezes mais do que a unidade micro-sievert .

Medidas suficientes


Os pesquisadores estimam que a dose máxima por rota de voo deveria exceder 1,0 μSv/h, e a dose decorrente de grandes eventos precisaria exceder 80 μSv/h para que as contramedidas fossem consideradas necessárias.

No entanto, as estimativas de frequência anual de eventos de partículas energéticas solares dessa magnitude chegaram a 1 vez a cada 47 anos e 1 vez a cada 17 anos, respectivamente.

"Não há como negar os efeitos potencialmente debilitantes da exposição à radiação," disse Yamashiki. "Mas os dados sugerem que as medidas atuais podem estar mais do que compensando os riscos reais."


Checagem com artigo científico: "Probabilistic risk assessment of solar particle events considering the cost of countermeasures to reduce the aviation radiation dose". Autores: Moe Fujita, Tatsuhiko Sato, Susumu Saito, Yosuke Yamashiki, Publicação: Nature Scientific Reports, Vol.: 11, Article number: 17091, DOI: 10.1038/s41598-021-95235-9

Governo vai estudar efeitos da radiação cósmica em comissários e pilotos

(Imagem: naillul autar/via Unsplash)
O governo federal e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) firmaram na semana passada um acordo de cooperação técnica para investigar os efeitos da radiação ionizante e da pressão atmosférica e baixa umidade sobre pilotos e comissários de voo. O estudo será conduzido pela Fundacentro, órgão público vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, e marca o início de uma nova etapa de pesquisa sobre saúde ocupacional na aviação civil.

A iniciativa retoma uma preocupação antiga da categoria: o impacto de agentes físicos a que estão expostos os profissionais da aviação em longas jornadas a bordo de aeronaves pressurizadas.

A investigação vai buscar dados científicos atualizados sobre o efeito cumulativo da radiação cósmica e de outros fatores ambientais (como variações de pressão e baixa umidade) na saúde de pilotos e tripulantes. Ocorre que esse tipo de fenômeno, formado por partículas subatômicas de alta energia que chegam à Terra vindas do espaço, atingem em maior parte tripulantes e passageiros de aviões que estão voando entre 9 km e 12 km de altitude, já que não contam com a atmosfera como escudo natural.

"Essa parceria simboliza um compromisso conjunto com a saúde e a segurança dos profissionais da aviação", afirmou o presidente do SNA, comandante Tiago Rosa, durante o evento de assinatura do acordo, em meados de outubro. "A segurança de voo depende não só da tecnologia ou da qualificação técnica, mas também das condições de trabalho e bem-estar físico e mental de quem está a bordo", conclui o piloto.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou que a medida integra um esforço do governo para reconstruir políticas públicas de proteção ao trabalhador. "O país vive um momento de reconstrução. Estamos resgatando o valor do trabalho e o papel das instituições públicas, que haviam sido desmontadas", afirmou o ministro. Ele reconheceu que há resistência das empresas a estudos que possam implicar custos adicionais, mas defendeu que o debate deve priorizar a saúde e a dignidade dos profissionais.

O presidente da Fundacentro, Pedro Tourinho, ressaltou que o acordo é o primeiro passo para uma agenda de pesquisas contínuas sobre os riscos específicos da aviação civil. "Nosso objetivo é produzir conhecimento técnico que auxilie o estado e as empresas na formulação de políticas preventivas e na proteção dos trabalhadores", afirmou.

O estudo anterior


O novo acordo dá continuidade ao relatório "Fatores de riscos ocupacionais entre os aeronautas civis", publicado pela Fundacentro em 2022. O documento foi o primeiro levantamento nacional a analisar sistematicamente as condições de trabalho dos tripulantes e a identificar lacunas científicas sobre o tema

O estudo de 2022 apontou que os aeronautas estão sujeitos a diferentes fatores de estresse físicos e ambientais, como radiações ionizantes, pressão hipobárica (baixa pressão atmosférica), ruído, vibração e baixa umidade. A exposição constante a esses fatores, somada à fadiga e aos longos turnos, pode aumentar a incidência de problemas cardiovasculares, distúrbios do sono, dermatites e até casos de câncer de pele.

A Fundacentro também destacou naquele momento a falta de dados robustos sobre os níveis reais de exposição à radiação cósmica, um tipo de radiação ionizante mais intensa em grandes altitudes. O relatório concluiu à época que "os estudos científicos até agora publicados são insuficientes para identificar com precisão os riscos ocupacionais" e recomendou novas pesquisas para subsidiar futuras regulações.

Como é no exterior


A preocupação com a exposição de tripulantes à radiação cósmica não é exclusiva do Brasil. A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e a FAA (Federal Aviation Administration, ou, Administração Federal de Aviação), dos Estados Unidos, reconhecem oficialmente a radiação como um risco ocupacional para pilotos e comissários. Na Europa, companhias aéreas são obrigadas a monitorar a dose anual recebida por cada tripulante e a ajustar escalas de voo quando há risco de ultrapassar limites recomendados pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP, na sigla em inglês).

Nos Estados Unidos, a FAA mantém um programa de pesquisa contínuo sobre os efeitos da exposição a altas altitudes, embora a regulação ainda não imponha limites compulsórios de dose. O tema também é acompanhado pela Ifalpa (International Federation of Air Line Pilots' Associations, ou, Federação Internacional de Pilotos de Linha Aérea), que há anos defende parâmetros globais para monitoramento de radiação em voos comerciais.

No Brasil, a legislação trabalhista não reconhece oficialmente os tripulantes como categoria exposta a agentes nocivos, o que os impede, por exemplo, de se aposentar sob regras especiais, o que é uma reivindicação antiga do SNA. Projetos de lei nesse sentido já tramitaram no Congresso, mas sem avanço.

O que se sabe até agora


Estudos internacionais reforçam a importância de se investigar o impacto da radiação cósmica e da pressão reduzida na saúde dos aeronautas. Pesquisas conduzidas pela Universidade de Oslo, pela Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos EUA) e por instituições europeias indicam correlação entre o tempo de exposição em altitude e o aumento de casos de câncer de pele e catarata em pilotos e comissários.

Já pesquisas brasileiras, citadas pela Fundacentro, apontam prevalência elevada de fadiga crônica e transtornos do sono entre tripulantes, além de indícios de sobrepeso e doenças cardiovasculares associados ao ritmo irregular de trabalho e ao descanso insuficiente.

Segundo o comandante Tiago Rosa, o novo acordo deve permitir que o Brasil produza dados próprios e atualizados. "Queremos que a ciência brasileira olhe para dentro das cabine de comando e de passageiros e entenda o que realmente acontece com o corpo de quem vive entre o solo e o espaço", afirma o comandante.

Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

domingo, 26 de outubro de 2025

O que você nunca deve comer no aeroporto antes de embarcar em um avião

A maioria não se importa com esse detalhe, mas pensar no que comer no aeroporto é tão importante quanto escolher o assento ou preparar a mala para evitar desconfortos.

Evitar comer alimentos pesados no aeroporto vai deixar sua viagem mais tranquila (Foto: iStock/ND)
Viajar de avião exige atenção a muitos detalhes: passagem, documentação, bagagem e até o transporte até o aeroporto. Nessa correria, um ponto importante acaba passando batido por muitos passageiros: a alimentação.

Saber o que comer no aeroporto antes de embarcar pode fazer toda a diferença para ter uma viagem tranquila, sem desconfortos desnecessários a milhares de metros de altitude.

Por que é importante cuidar da alimentação antes de andar de avião?

De acordo com Paola Casalecchi, cofundadora da VOE, empresa especializada no tratamento do medo de voar, o corpo humano reage de forma diferente no ar. Isso acontece porque, durante o voo, a pressão atmosférica diminui e o ar dentro do corpo se expande.

Essa alteração, aparentemente simples, pode causar inchaço abdominal e acúmulo de gases, que chegam a ocupar cerca de 30% a mais de volume do que em solo firme.

Alimentos pesados podem causar inchaço abdominal e acúmulo de gases – Foto: iStock/ND

O resultado é a sensação de estufamento, flatulência e até dores no peito ou nas costas, sintomas que podem assustar passageiros ansiosos ou com medo de voar.

O que não é recomendado comer no aeroporto?

Para evitar essa situação, é essencial escolher bem os alimentos consumidos antes da decolagem. A especialista explica que alguns pratos populares em praças de alimentação de aeroportos podem ser verdadeiras armadilhas.

Entre os itens a evitar comer no aeroporto, estão:

  • Feijão, grão-de-bico, ervilha e outras leguminosas, além de vegetais como brócolis, repolho, couve-flor e espinafre, que são conhecidos por aumentar a produção de gases.
  • Frituras, carnes gordurosas, queijos e leite;
  • Bebidas como refrigerantes e cerveja também devem ficar de fora do cardápio.
O que comer antes de andar de avião?

O ideal, segundo a especialista, é optar por refeições leves e de fácil digestão. Frutas, pães, bolachas simples, sucos naturais e bastante água são boas escolhas para manter o organismo equilibrado e preparado para o voo.

“Quanto mais simples e leve for a refeição, menor será a chance de desconforto durante a viagem”, reforça Paola.

Saladas ou jejum são as melhores opções para comer no aeroporto (Foto: iStock/ND)
Há ainda quem prefira não comer nada antes de embarcar, o que ajuda a reduzir a sensação de inchaço e também minimizar o jet lag, pois a alimentação está diretamente ligada ao relógio biológico.

No entanto, as opções devem ser avaliadas individualmente, já que nem todos conseguem viajar longos períodos sem se alimentar.

Com informações de Gabrielle Tavares (ND+)

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Aconteceu em 22 de outubro de 2023: Voo Alaska Airlines 2059 - Piloto de folga tenta derruba avião


Em 22 de outubro de 2023, a aeronave Embraer ERJ-175LR, prefixo N660QX, da Alaska Airlines / Horizon Air (foto abaixo), realizando o voo 2059, um voo doméstico regular operado pela Horizon Air para a Alaska Airlines, entre Paine Field, em Everett, Washington, para o Aeroporto Internacional de São Francisco, na Califórnia, levando a bordo 84 ocupantes.

A aeronave envolvida, com número de série 17000948, tinha apenas quatro meses de uso na época do incidente. Ela voou pela primeira vez em 16 de junho de 2023 e foi entregue à Horizon Air em 28 de junho de 2023.


O voo 2059 decolou de Paine Field em Everett, Washington, e estava viajando para o Aeroporto Internacional de São Francisco. O voo foi operado pela Horizon Air, uma companhia aérea regional, de propriedade do Alaska Air Group, a empresa-mãe da Alaska Airlines, que comercializou e vendeu os assentos do voo. 

A aeronave transportou 79 passageiros junto com cinco membros da tripulação: o capitão e o primeiro oficial no convés de voo , dois comissários de bordo na cabine e um piloto da Alaska Airlines de folga, Joseph David Emerson, que estava em voo morto, sentado no assento de salto do convés de voo.

Ilustração da trajetória de voo do voo 2059 da Alaska Airlines
Enquanto a aeronave voava para o sul, perto de Portland, Oregon, Emerson teria exclamado "Não estou bem" e puxado os dois controles "T-handle" que acionam o sistema de supressão de incêndio para os motores da aeronave. 

Se uma alavanca estiver totalmente acionada, ela desliga o motor fechando uma válvula para interromper o fluxo de combustível para o motor antes de descarregar um agente de combate a incêndio. Em um comunicado, a Alaska Airlines disse que a tripulação conseguiu redefinir rapidamente as alavancas, garantindo que a potência do motor não fosse perdida.

Depois de ser instruído a deixar a cabine, Emerson caminhou calmamente até a parte de trás do avião e disse a um comissário de bordo: "Você precisa me algemar agora mesmo ou vai ficar ruim", dizia o depoimento. Os comissários de bordo colocaram Emerson em algemas de pulso por 30 segundos. Outro comissário de bordo o ouviu dizer: "Eu estraguei tudo" e "tentei matar todo mundo".  

Ele tentou desligar os dois motores "acionando o sistema de supressão de incêndio do motor"
Pouco depois do incidente, enquanto o avião ainda estava no ar, um dos pilotos do voo disse ao controle de tráfego aéreo: "Tiramos o cara que tentou desligar os motores da cabine, e ele não parece estar causando nenhum problema na parte de trás agora."

O voo foi desviado para o Aeroporto Internacional de Portland. Enquanto o avião descia, Emerson supostamente "tentou agarrar a maçaneta de uma saída de emergência", mas foi impedido por um comissário de bordo, disseram os promotores. De acordo com o Federal Bureau of Investigation (FBI), nenhum ferimento ocorreu durante o incidente.

Após Emerson ter sido detido, os passageiros embarcaram noutro avião E175 da Horizon Air para São Francisco. O avião envolvido no incidente regressou ao serviço no dia seguinte.

Joseph Emerson (Foto: FX/Youtube)
Joseph David Emerson tinha 44 anos na época. Ele nasceu no estado de Washington e morava em Pleasant Hill, Califórnia , desde 2008. Ele tem esposa e dois filhos.

Emerson foi primeiro oficial da Horizon Air (parte do Alaska Air Group) de agosto de 2001 até se mudar para a Virgin America em junho de 2012. Ele se tornou primeiro oficial da Alaska Airlines após a aquisição da Virgin America pelo Alaska Air Group em 2016. Ele foi promovido a capitão em 2019.

Emerson foi acusado de 83 tentativas de homicídio e 83 acusações de imprudência. As duas acusações se aplicam a cada uma das 83 pessoas a bordo, excluindo Emerson. Além disso, Emerson enfrentou uma acusação de colocar uma aeronave em perigo. O FBI declarou que "pode ​​garantir ao público viajante que não há nenhuma ameaça contínua relacionada a este incidente".

Joseph Emerson (à esquerda) comparece ao tribunal do Condado de Multnomah
em Portland, Oregon, em 24 de outubro de 2023 (Foto: Reuters)
Em uma declaração após o incidente, o Secretário de Transportes Pete Buttigieg declarou que estava "grato à tripulação profissional de voo e aos controladores de tráfego aéreo que se apresentaram para guiar este avião com segurança até Portland. A FAA apoia as autoridades policiais em sua resposta e se concentrará em quaisquer considerações de segurança para o futuro que surjam das investigações".

De acordo com uma declaração de causa provável arquivada no Tribunal do Condado de Multnomah e relatórios do Federal Bureau of Investigation, Emerson disse ao Departamento de Polícia do Porto de Portland após sua prisão que ele estava lutando contra uma depressão severa nos seis meses anteriores, e ele começou a tomar cogumelos mágicos para controlar sua dor após a morte de um amigo.

Emerson relatou ter consumido os cogumelos pela última vez cerca de 48 horas antes do voo; de acordo com o The New York Times, não estava claro se ele fez um teste de drogas após ser detido, e um especialista externo disse que os cogumelos deveriam ter saído completamente de seu sistema dentro de um dia após o consumo.


De acordo com a denúncia, Emerson disse aos investigadores que começou a se sentir mal antes do incidente; ele começou a pensar que "os pilotos não estavam prestando atenção", e ele puxou as alças em T porque pensou que "estava sonhando" e queria "acordar".

Em dezembro de 2023, um grande júri indiciou Emerson com 83 acusações de perigo imprudente e uma acusação de colocar aeronave em perigo. O grande júri não indiciou Emerson por tentativa de homicídio. De acordo com um porta-voz do Gabinete do Promotor Público do Condado de Multnomah, isso provavelmente ocorreu porque o júri não acreditava que Emerson agiu com intenção de homicídio. Em 7 de dezembro de 2023, Emerson foi libertado da custódia do Condado de Multnomah e voltou para São Francisco após pagar uma fiança de US$ 50.000.

Em agosto de 2025, Emerson ainda aguardava julgamento. Uma série de adiamentos atrasou o início do julgamento, o último dos quais foi aprovado pela Juíza Stacie F. Beckerman em maio de 2025.


O documentário "The New York Times Presents: Lie to Fly" explora o caso de Emerson e a reforma das regras de saúde mental na FAA (trailer acima).

Um artigo do New York Times de 2025 sobre as lutas dos pilotos com a saúde mental incluía informações sobre o voo e uma entrevista com Emerson sobre os eventos que levaram ao incidente.

Em 5 de setembro de 2025, a juíza do Tribunal do Condado de Multnomah, Cheryl Albrecht, condenou Emerson a 50 dias de prisão, com crédito pelo tempo cumprido; 664 horas de serviço comunitário, 8 horas para cada vida que ele colocou em perigo; e cinco anos de liberdade condicional. Emerson será sentenciado em 17 de novembro de 2025 no caso federal.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e Agências de Notícias 

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Vai viajar? Aprenda 5 dicas para reduzir o risco de trombose no avião

Viagens de longa duração aumentam o risco da doença, mas alguns cuidados podem tornam o trajeto mais tranquilo para os passageiros.


A medida em que o cenário da pandemia da Covid-19 melhora e as fronteiras de outros países reabrem, mais pessoas se animam por poder voltar a viajar. Porém, ao embarcar, é importante ficar atento para evitar a ocorrência de trombose associada às viagens de longa duração.

A doença, lembrada na quarta-feira (13/10) com o Dia Mundial da Trombose, ocorre quando um coágulo de sangue interrompe a circulação de alguma veia ou artéria, comprometendo a irrigação e a função regular do órgão ou tecido que depende do vaso.

A condição pode ser desencadeada por inúmeros fatores. Nas viagens de avião de longa duração, por exemplo, o problema se agrava com a combinação entre a pressurização no ambiente da aeronave e o tempo que o passageiro permanece sentado, sem se movimentar.

Junto a isso, também influenciam: a altura da pessoa e a posição que ela fica no assento, favorecendo a compressão vascular; o uso de medicamentos para dormir, que faz com que ela não se movimente ou permaneça por horas em uma posição que prejudica a circulação sanguínea; a desidratação e o consumo de bebidas alcoólicas; e o histórico de trombose – estes passageiros, em especial, devem ficar atentos.

“Os casos são muito comuns em idosos que fazem viagens longas, seja de carro, ônibus ou avião, e ficam sentados por horas a fio. No entanto, qualquer pessoa que tenha histórico pessoal ou familiar de trombose precisa estar em alerta”, afirma Joyce Annichino-Bizzacchi, hematologista e professora do departamento de clínica médica da Unicamp.

Veja cinco dicas da médica para evitar a trombose durante uma viagem:


Movimente-se

Sempre que possível, levante e faça uma breve caminhada pelos corredores do avião ou do ônibus para garantir que o sangue circule adequadamente. A falta de movimento pode diminuir o retorno do sangue das pernas para o coração e aumentar o risco de uma trombose venosa profunda.

Quando não puder levantar, movimente os braços, pernas, pés e tornozelos de tempos em tempos para melhorar a qualidade do fluxo sanguíneo. Uma vez a cada 30 minutos é suficiente para ajudar na prevenção.

Facilite o fluxo sanguíneo

Não cruze as pernas ou use roupas muito apertadas nas regiões da cintura e pernas, pois elas podem prejudicar o fluxo da corrente sanguínea. Dê preferência a peças confortáveis e que facilitam o movimento.

“Sempre que possível, evite também guardar a bagagem de mão no chão, próximo aos pés. Isso porque o espaço que já é restrito ficará ainda menor”, afirma.

Hidrate-se

Quando se está desidratado, o volume de sangue diminui, fazendo com que ele fique mais grosso e propenso à formação de coágulos. Por isso, embarque sempre bem hidratado.

Também deve-se evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. O álcool pode interferir na maneira como o organismo metaboliza o sangue, gerando um quadro de risco para trombose.

Use meias de compressão

Pessoas com histórico de trombose devem evitar fazer viagens com duração superior a seis horas sem meias de compressão. Elas contribuem para a fluidez do sangue nas pernas, exercendo maior pressão sobre os tornozelos e menor sobre os joelhos e coxas.

Relaxe

O risco de desenvolver trombose em uma viagem pode ser contornado com atenção às orientações médicas. “A viagem aérea é um fator de risco, mas existem outros mais graves que devem ter a atenção do paciente. O anticoncepcional hormonal, por exemplo, apresenta um risco muito maior”, pondera Joyce.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Para quê serve o spray aplicado em voos por comissários de bordo? Descubra!

Entenda por que os comissários de bordo borrifam uma substância na cabine antes do desembarque em voos internacionais.


Muitas situações durante um voo chamam a atenção e parecem não ter uma explicação no momento em que estão acontecendo. Saiba que mesmo algumas atitudes sendo curiosas, toda tripulação segue regras rígidas para manter o bem-estar dos passageiros.

Você prestou atenção em alguns comissários de bordo borrifando spray na cabine do avião antes do desembarque, principalmente em voos internacionais? Essa prática, conhecida como desinsetização, é de extrema importância para a saúde pública, e para manter a saúde dos passageiros que estão desembarcando.

A substância borrifada se trata de um inseticida à base de permetrina. O produto foi criado para combater insetos a bordo que podem transmitir doenças muito perigosas como malária, dengue, zika e febre-amarela.

Mesmo que a desinsetização não precise ser realizada em todos os voos, existe uma lista de países e regiões com protocolos específicos para que essa prática seja executada. Algumas regiões presentes na lista são Equador, Granada, Índia, Panamá e Tanzânia.

Se você estiver realizando uma viagem entre países com dados que comprovam a existência de transmissão de doenças por meio de insetos, deve estar preparado para uma desinsetização durante seu voo.

Existe risco em entrar em contato com os produtos?

Muitos passageiros ficam preocupados sobre os perigos que a substância pode causar à saúde, porém, não precisam se preocupar quanto a isso. É importante deixar bem claro que os inseticidas utilizados nos voos obedecem todas as diretrizes de produção estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e geralmente não apresentam nenhum risco à saúde de quem estiver na aeronave.

No entanto, os comissários de bordo, que estão mais expostos aos sprays, são aconselhados a evitarem o contato da substância com pele, olhos ou qualquer parte do corpo com superfície úmida devido à composição com pesticidas.

Via Maurício Reis (Rotas de Viagem) - Imagem: Reprodução