domingo, 26 de abril de 2009

Rubens Barrichello vai para o espaço. Como turista.

Em mais uma polêmica alimentada pela equipe Brawn GP, a notícia que circulou ontem não trata apenas de corrida em um circuito. Será mesmo pelo espaço. O piloto brasileiro Rubens Barrichello deverá ser um dos próximos integrantes da Virgin Galactics, a companhia que já realizou uma série de viagens com tripulações onde um é o ‘turista espacial’.

Ontem, Richard Branson, o multimilionário dono da empresa – que é patrocinadora da escuderia Brawn GP, pela qual Barrichello está disputando o mundial de Fórmula Um – anunciou que o piloto brasileiro e o tricampeão mundial Nikki Lauda, aceitaram participar do programa de turismo espacial da Virgin que vai entrar em nova etapa, com a construção de um ônibus para 7 pessoas, um piloto e seis tripulantes, e que deverá estar pronto no final deste ano.

A partir de então, serão 18 meses de testes para o programa de lançamento, onde a nave seria colocada em órbita conjugada a um avião. Branson e sua família também estarão entre os passageiros da primeira viagem. Barrichello, que confirmou sua inclusão, teria pago US$ 200 mil (pouco mais de R$ 400 mil) pelo bilhete de turista espacial. Já Nikki Lauda, que é dono de uma empresa aérea (a Lauda Air) e habitualmente pilota seus aviões, afirmou que pretende ser o piloto desta nova experiência.

A viagem deverá durar 2h30 e o SpaceShuttle ShipTwoo deverá alcançar a altitude de 109 km. Os ocupantes do ônibus ficarão de 4 a 5 minutos sob o estágio da gravidade zero. Após retornarem à Terra, todos serão considerados, oficialmente, astronautas.

As primeiras viagens serão semanais e acontecerão a partir da base de lançamento do Deserto da Califórnia (EUA). Depois dos primeiros vôos, a Virgin Galacty pretende que as viagens possam ter uma ou duas edições diárias, de acordo com o número de compradores. Será construído um Centro Especializado de Treinamento no estado do Novo México (EUA) que funcionará como base central do projeto.


Enquanto curte a possibilidade do ‘sonho de criança’ (como anunciou o seu ingresso neste projeto), Barrichello participa neste domingo de mais uma corrida, o GP do Bahrein, onde larga em sexto lugar.

Fonte: Agência Estado via Brasilturis

Carro feito com avião de guerra quer recorde de velocidade

O veículo foi construído a partir de um antigo caça e tem cerca de 17 m de comprimento

A fuselagem do caça foi comprada por US$ 25 mil, há 10 anos, para ser transformada em carro de corrida

Um estudo mostra o fluxo de ar em torno no veículo - as áreas laranjas indicam onde a velocidade se aproxima à do som

O Bloodhound, projeto semelhante ao Eagle, quer alcançar uma velocidade de 1000 milhas por hora

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Quando Ed Shadle era menino, era possível comprar um carro velho por US$ 200, desamassar a carroceria com um martelo, equipá-lo com um motor poderoso, pintá-lo de vermelho brilhante e levá-lo aos subúrbios da cidade para disputar rachas de semáforo a semáforo, até que a polícia chegasse para acabar com a diversão.

Shadle tem 67 anos agora e se aposentou como engenheiro de campo da IBM. Mas continua a correr. Há 10 anos, ele e seu amigo Keith Zanghi compraram mais uma daquelas velharias no Maine, repararam os amassados, alteraram alguns detalhes externos, instalaram um motor poderoso e pintaram o veículo de vermelho.

Acontece que o veículo é um caça Lockheed F-104 Starfighter, um interceptador monoturbina que dominou os céus nos anos 50 e 60, atingindo velocidades até Mach 2,2.

"No mundo pós 11 de setembro, dificilmente nos deixariam comprá-lo", diz Shadle. Mas, em 1999, eles saíram do ferro-velho com o avião, pagando US$ 25 mil.

E no ano que vem, talvez em 4 de julho, o dia da independência dos Estados Unidos, eles planejam levar o North American Eagle ao deserto de Black Rock, Nevada, e bater com ele o recorde de velocidade terrestre, correndo a cerca de 1.300 km/h, ou 80 km/h acima da velocidade do som. Shadle será o piloto.

O Eagle está enfrentando séria concorrência. No ano passado, Richard Noble e Andy Green, do Reino Unido, que romperam a barreira do som ao estabelecer o recorde de 1.227 km/h em 1997, anunciaram o projeto Bloodhound, um programa de três anos para construir um carro acionado por foguetes e jatos e capaz de velocidade da ordem dos 1.600 km/h.

O Bloodhound conta com patrocínio do setor privado, apoio técnico de universidades e algumas verbas de financiamento educacional do governo britânico. O Eagle, de sua parte, conta com 44 voluntários que dedicam férias e finais de semana a construir o mais poderoso dos carros envenenados.

Doadores ofereceram equipamentos e contribuições técnicas vitalmente importantes para o Eagle, mas como a maior parte dos voluntários eles o fazem basicamente por diversão. Zanghi diz que ele e Shadle investiram cerca de US$ 250 mil no Eagle, ao longo dos últimos 10 anos, com apenas uma idéia em mente: "O que desejamos", diz Shadle, em voz rouca e com um meio sorriso cinematográfico, "é andar rápido".

Era essa a idéia em um domingo recente no aeroporto de Spanaway, uma pequena pista de pouso privada alguns quilômetros ao sul de Tacoma, Washington. O Eagle chegou por volta das 10h em seu reboque personalizado, e uma hora mais tarde estava posicionado de maneira resplandecente sobre o asfalto da pista. Do nariz à cauda, o comprimento é de 17,06 metros, e o peso é de 5,9 toneladas. O veículo é acionado por uma turbina a gás General Electric LM1500, mais conhecida como J79 quando acionava o F-104.

A turbina foi emprestada pela S&S Turbine Services, uma empresa canadense que reconstrói J79s para repressurizar poços de gás natural. A turbina atual foi alterada de forma a gerar 42,5 mil HP de potência, mas para o recorde a S&S está preparando um motor que ficará perto dos 50 mil HP.

As regras são simples: cronometre a velocidade do veículo em percurso medido de uma milha (1.609 metros); inverta a direção, fazendo o mesmo percurso no sentido oposto; e extraia a média das duas velocidades. Shale diz que o Eagle precisaria percorrer cerca de 13 quilômetros em cada direção: dois quilômetros para se aquecer e atingir velocidade de 250 km/h, mais seis quilômetros para acionar o pós-queimador e levar o veículo à velocidade de recorde, uma milha no percurso medido e mais oito quilômetros para parar.

O veículo precisa ter no mínimo quatro rodas, duas das quais direcionáveis, e retornar ao ponto de partida em 60 minutos. E é tudo. "Na Fórmula 1 ou Nascar, as regras são grossas como a Bíblia; aqui, apenas meia página", diz Shadle.

Mas considerem os desafios envolvidos: a borracha dos pneus se derrete a velocidades superiores a 560 km/h, de modo que o Eagle utiliza rodas especiais de liga de alumínio, com ranhuras para melhor tração em superfícies macias. Elas não funcionam no asfalto ou concreto. Os freios são ímãs de ligas especiais que geram potência de frenagem equivalente a 4,7 mil HP, à medida que o tambor magnetizado se aproxima da roda de alumínio, desacelerando-a gradualmente sem jamais tocar nela. O grande imponderável é a barreira do som. No céu, a onda de choque simplesmente se dissipa. Mas em terra ela pode se refletir no chão e lançar o veículo ao ar. Porque cada carro é único, o problema precisa de uma solução diferente a cada tentativa. A modelagem em computador ajuda - mas apenas até certo ponto.

Noble, do projeto Bloodhound, conhece bem o desafio.

"Nós o fizemos uma vez, e agora temos de repetir", ele disse em entrevista por telefone. "As forças são imensas - havia uma força de 15 toneladas exercida contra a frente do veículo, ao estabelecermos o recorde. É preciso dedicar muito tempo à aerodinâmica".

Fonte e imagens: The New York Times (Tradução: Paulo Migliacci) via Terra

Uma ‘invenção’ para achar aviões acidentados

Professor da UFRJ propõe uma nova função para o luminol

Usado pela polícia para ajudar a desvendar crimes, o luminol, que identifica substâncias como sangue, mesmo após o local ter sido lavado, poderá ser utilizado também para localizar aeronaves que caem em lugares de difícil acesso e, consequentemente, encontrar com rapidez as vítimas. A ideia é do farmacêutico Claudio Cerqueira Lopes, 53 anos, professor de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criador do luminol brasileiro, mais eficaz que o dos Estados Unidos.

O luminol puro reluz durante 30 segundos. Já misturado a outras substâncias, prolonga em até duas horas a luminosidade, que pode ser percebida por satélite. O produto, que é líquido, será acondicionado em sacos de polipropileno, desenvolvido também por Cerqueira, e ‘colado’ na fuselagem do avião. Segundo o professor, a ideia é colocar um milhão desses sacos — cada um pesando apenas 0,1 grama — nas aeronaves. “Com o impacto da queda, ele se espalhará e ‘iluminará’ o local. Dessa forma, a aeronave pode ser localizada e, se houver sobreviventes, eles serão resgatados rapidamente. Se houver mortos, a família terão acesso aos corpos e saberá o destino dos parentes”, explicou o professor, PhD em Química e doutor na mesma área pelos EUA.

O produto foi apresentado este mês na Latin America Aerospace and Defense, no Riocentro. Cerqueira espera apoio para conseguir testá-lo. O luminol criado por ele foi patenteado pelos EUA depois do caso Isabella Nardoni, a menina que morreu ao ser jogada da janela em São Paulo, em 2008.

Fonte: Maria Inez Magalhães (O DIA Online)

Nos Estados Unidos, não tem farra de passagens

Lá, os parlamentares têm que comprovar todos os gastos com dinheiro público



É sexta-feira, dia de plenário vazio no congresso nacional americano. Deputados e senadores já deixaram Washington e viajaram para as suas bases eleitorais.

Nos Estados Unidos, as passagens aéreas pagas com dinheiro público só podem ser usadas em viagens oficiais ou para levar e trazer o parlamentar do estado dele para Washington. Cada gabinete é obrigado a mostrar - para quem pedir - a relação de todas as passagens.

As regras são bem claras. É proibido usar os bilhetes aéreos para viagens pessoais ou campanhas políticas. Parentes não podem ganhar passagens, a não ser em casos excepcionais, previstos em lei. Se o deputado ou senador quiser participar de um congresso patrocinado por uma empresa privada, quem paga o transporte é o patrocinador.

Tudo fica registrado em vários sites, na internet. É uma informação pública. Eleitor, adversário político, todos podem saber, facilmente, para onde o parlamentar viajou. O mesmo vale para os assessores. É só digitar o nome e a informação aparece. Por exemplo, pelo nome do deputado Barney Frank, de Massachussets, pode-se ver a lista de viagens que ele fez, no ano passado.

As passagens são pagas com a verba de gabinete que, no caso dos deputados, pode chegar ao equivalente a R$ 183 mil por mês.

Para evitar erros e abusos, os partidos oferecem aos parlamentares um manual bem simples, com perguntas e respostas sobre o uso de passagens aéreas, pagas com dinheiro público. "Posso pagar a passagem para um convidado participar de um encontro político?", pergunta um deputado. A resposta é "não".

Fonte: Bom Dia Brasil (TV Globo)

Esquema de venda de passagens na Câmara é revelado

Novas denúncias de comércio dos bilhetes aéreos que a Câmara paga para os deputados deram mais argumentos aos que defendem a moralização do uso das passagens



Uma comissão de sindicância descobriu que agências de viagem tinham acesso direto ao departamento de passagens da Câmara em um esquema clandestino de venda de bilhetes.

Entre os deputados, apesar disso tudo, ainda é grande a resistência ao projeto que tenta botar um freio na farra das passagens.

A votação será aberta. Na terça-feira, quem estiver contra as mudanças terá que dizer no microfone, no plenário.

O projeto limita o uso das passagens aéreas aos deputados e assessores autorizados por escrito, e apenas para voos nacionais.

Mas são grandes as pressões para que o projeto libere o uso das passagens para os parentes dos deputados.

“Defendo que seja feito esse ajuste que possa dar oportunidade de deslocamento da esposa e dos filhos quando necessário”, afirma o deputado Rômulo Gouveia (PSDB-PB).

Novas denúncias de comércio dos bilhetes aéreos que a Câmara paga para os deputados deram mais argumentos aos que defendem a moralização do uso das passagens. Até agora, 18 deputados têm os nomes relacionados com a venda ilegal das passagens. Um esquema que só pode ocorrer com a participação de alguém do gabinete do deputado.

O passageiro compra e paga a passagem para a agência de turismo. A agência fica com o dinheiro, mas não emite o bilhete. Um funcionário da agência entra em contato com o gabinete do deputado e pede que a passagem seja emitida pela cota do parlamentar, em nome do comprador do bilhete. É a Câmara que paga a companhia aérea.

Por fim, o dinheiro que a agência recebeu do passageiro é dividido com o gabinete do deputado.

O dono da agência Infiniti, de Brasília, Márcio Bessa, admitiu a emissão de passagens para clientes dele na cota do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE). Mas, segundo Márcio, Aníbal Gomes estava pagando uma dívida que tinha com a agência.

“Eu tinha que saldar a dívida junto com a minha empresa. E era a única forma que eu podia saldar essa dívida”, conta Márcio Bessa.

Nesta sexta-feira, a comissão de sindicância da Câmara constatou que o ministro Eros Grau e o presidente do Supremo Tribunal Federal foram vítimas da máfia de venda de passagens.

O ministro Gilmar Mendes pagou as passagens dele e da mulher para os Estados Unidos em julho do ano passado, mas os bilhetes foram emitidos na cota do deputado Paulo Roberto (PTB-RS). O código de emissão da passagem pela Câmara foi trocado, para esconder a irregularidade. O deputado acusou um ex-funcionário.

A comissão de sindicância descobriu também que funcionários de agências de turismo que integravam o esquema tinham a senha de deputados e pediam a emissão das passagens aéreas diretamente à Câmara.

O corregedor disse que todas as denúncias serão investigadas.

“Caso fique comprovado que algum parlamentar participou da venda de passagens, não há outro caminho a não ser configurar a quebra de decoro parlamentar e evidente que esse deputado responderá conforme as leis do Código de Ética”, declarou o deputado ACM Neto (DEM-BA), corregedor da Câmara.

O projeto que limita o uso das passagens na Câmara manteve um privilégio para os líderes partidários. Eles continuarão tendo direito a uma cota até 25% superior à dos outros deputados. O Senado já acabou com esta cota extra.

Fontes: G1 / Jornal Nacional (TV Globo)