De acordo com a Boeing, um memorando de entendimento firmado em 24 de setembro pelo Pentágono e pela Agência de Gerenciamento de Pontes Aéreas da Otan estabelece a compra de dois aviões. O terceiro seria adquirido diretamente pela Força Aérea dos EUA.
Em nota, a empresa, que há anos negociava esse contrato, disse que o primeiro aparelho pode ser entregue no primeiro semestre de 2009. Analistas dizem que cada avião custa pelo menos 200 milhões de dólares.
Peter Flory, secretário-geral assistente da Otan para Defesa, disse que os aviões serão usados no apoio a missões da aliança ocidental no Afeganistão e outros lugares, e também para missões nacionais, da União Européia e da ONU.
Pelos termos do acordo, cada nação participante pagará uma parte de um avião, criando uma frota compartilhada.
Os 12 países participantes da chamada Capacidade Estratégica de Ponte Aérea da Otan são Bulgária, Estônia, Finlândia, Hungria, Lituânia, Holanda, Noruega, Polônia, Romênia, Eslovênia, Suécia e Estados Unidos.
Atualmente, a Otan não tem grandes cargueiros, sendo frequentemente obrigada a alugá-los de países como EUA ou Rússia.
Paralelamente a esse acordo, a Boeing pressiona o Congresso dos EUA a aprovar a compra adicional de aviões da empresa.
O C-17 é um quadrimotor com uma rampa de embarque traseira e capacidade para até 77,1 toneladas. Ele voa longas distâncias sem reabastecer e pousa em pistas reduzidas.
A Boeing disse haver 191 C-17s em operação no mundo, sendo 177 da Força Aérea dos EUA, 6 da Grã-Bretanha, 4 da Austrália e 4 do Canadá.
Um outro aparelho deve ser entregue em breve aos EUA, e em julho a Boeing assinou contrato para vender o avião para o Qatar a partir do segundo semestre de 2009.
No ano passado, a Boeing anunciou um investimento de centenas de milhões de dólares para manter a linha de fabricação do C-17, na esperança de que o Congresso dos EUA encomende mais 15 deles para o ano fiscal de 2009, que começa na quarta-feira.
John Young, diretor de compras do Pentágono, já rejeitou propostas para a compra de outros C-17s para substituir os antigos C-5s, alegando que o preço é excessivo. Mas vários congressistas incluíram mais verbas ao orçamento do Pentágono para compras adicionais.
A lei de política militar aprovada no Congresso previa 2,1 bilhões de dólares para a compra de mais 6 C-17s, mas a lei orçamentária não liberou essa verba, que ainda pode ser incluída numa futura lei de gastos para guerras, no começo de 2009.
Em 2007, o Congresso autorizara verbas para mais 8 aviões, mas a comissão de orçamento acabou liberando verba para mais 15. A Boeing espera concluir em novembro o contrato para esses aviões.
Fonte: Andrea Shalal-Esa (Reuters) - Foto: USGov-Military-Air Force