O Fairchild C-82A Packet, prefixo PP-CEK, da Cruzeiro do Sul - Serviço de Carga, no Aeroporto Santos Dumont (SDU/SBRJ), no Rio de Janeiro, em 15 de junho de 1968.
Foto: Vito Cedrini (Airliners.net)
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A bomba explodiu em Goettingen, marcado no centro do mapa por um ponto vermelho
Acredita-se que a bomba que explodiu pode ter vindo de um bombardeiro Avro Lancaster da RAF
Antes, as autoridades haviam retirado milhares de residentes para que os peritos pudessem desativar a bomba de 500 quilos encontrada a 7 metros de profundidade, disse o porta-voz dos bombeiros. Bombas da Segunda Guerra Mundial são regularmente desativadas na Alemanha e raramente explodem.
Fontes: Ralf Bode (Reuters) via UOL Notícias / Daily Mail - Fotos: Daily Mail / EFE
As gravações tornadas públicas hoje mostram que o chefe de protocolo do Ministério de Exteriores polonês, Mariusz Kazan, era uma das duas pessoas presentes na cabine do Tupolev 154M, como já era especulado, e que quando recebe a notícia dos pilotos sobre as dificuldades para aterrissar responde: "Temos um problema".
A segunda pessoa na cabine era o general da Força Aérea polonesa, Andrzej Blazik, cuja presença no momento do acidente já era conhecida.
As gravações também revelam que durante os dois últimos minutos de voo o sistema de alarme de obstáculos terrestres indicou em repetidas ocasiões a necessidade de elevar o aparelho para evitar a colisão.
A maior parte das gravações é "ininteligível", mas mostra com clareza os últimos instantes, quando a asa do avião bate contra a copa das árvores e é possível ouvir gritos, segundos antes do acidente que matou todos os passageiros.
Os ocupantes do avião iam para Katyn, onde assistiriam a uma cerimônia em memória dos mais de 20 mil oficiais poloneses assassinados no lugar, em 1940, por ordem de Josef Stalin.
Fonte: EFE via EPA - Imagem: Cortesia: Google Earth
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Usando as leituras infravermelhas, eles analisaram a Floresta Nacional Talladega, no Alabama, para encontrar áreas onde carrapatos normalmente cresceriam.
Estes animais se alimentam de sangue – de animais ou humano – e, apesar de pequenos, representam um problema à saúde ao transmitirem doenças em suas picadas.
Os dados do satélite Terra foram usados para analisar a umidade do solo e a vegetação. As imagens eram compradas a regiões estudadas pelo método manual no passado, que serviam como referência. Com 12 locais estudados, foi criado um mapa digital que mostra prováveis habitats que concentram as características ideias para o crescimento dos carrapatos - densa vegetação e grande umidade do solo.
Com isso, a equipe criou áreas onde o contágio de doenças é mais provável – e ajuda a população a evitar estes locais.
Fonte: Paula Rothman (INFO Online) - Imangens: CDC / satélite Terra
De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem, o terminal paranaense pode suportar até 14 operações por hora.
No entanto, a demanda para a região, em horário de pico, é por 18 voos por hora. A entidade prevê, ainda, que a defasagem pode até piorar: se o Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) crescer num ritmo de 3,5% ao ano, o mercado doméstico de transporte aéreo pode aumentar três vezes nos próximos 20 anos.
Nenhum dos dez aeroportos pesquisados pelo Ipea tem capacidade para dar conta dos pedidos de pousos e decolagens nos horários de pico. Todos eles estão localizados em cidades que provavelmente sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014.
A situação do Aeroporto de Curitiba é parecida com os terminais de Confins (16 voos por hora, com demanda para 19), em Belo Horizonte, e Santos Dumont (15 operações e demanda para 18), no Rio de Janeiro. No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, onde a capacidade é idêntica à de Curitiba, a demanda é ainda maior, para 20 operações.
A situação mais crítica é no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, onde a demanda é para 17 voos por hora, mas a capacidade do terminal atende apenas 9 operações.
“Quando a solicitação de pousos e decolagens é maior do que a capacidade máxima de operação dos aeroportos, a solução é deslocar o voo para outros aeroportos ou para outros horários”, disse o coordenador de Infraestrutura Econômica do Ipea, Carlos Campos, ao lançar o estudo Panorama e Perspectivas para o Transporte Aéreo no Brasil e no Mundo.
O estudo, que faz parte da série Eixos do Desenvolvimento Brasileiro, aponta o Brasil como o país de maior potencial de desenvolvimento na área de transporte aéreo entre os emergentes.
Campos explica que apesar de a América Latina ter pequena expressão neste mercado, a região é a que tem registrado as maiores taxas de crescimento nesse tipo de transporte.
“Os maiores aeroportos já estão operando no limite. Parte disso se deve aos preços mais acessíveis e ao crescimento da economia brasileira. Há também a influência da complexidade industrial, que está promovendo um crescimento recorde do transporte de mercadorias, tanto no âmbito interno como externo”, disse o pesquisador.
Concessão
Consultor do Ipea para a pesquisa, Josef Barat explica que 97% de toda a movimentação de passageiros e cargas passam necessariamente pelos 67 aeroportos administrados pela Infraero.
“Temos de discutir o futuro dessa empresa. Um fator complicador é o de que não há contrato de concessão entre ela e a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil]. E por a empresa não se caracterizar como uma concessionária, a Infraero acaba exercendo o papel de reguladora dela mesma”, argumenta.
“Claro que se não forem feitos investimentos adequados o país corre risco de não dar conta e enfrentar um apagão”, avalia Barat. “Os aeroportos deveriam se preparar para receber mais passageiros e aviões mais modernos com uma antecedência de 40 anos”, acrescenta.
Fonte: Helio Miguel (Paraná Online - com agências)
Um funcionário da TAM ficou ferido após o desabamento de três tapumes que isolavam uma área de reformas do Aeroporto Internacional Pinto Martins, ontem. O acidente aconteceu por volta das 13 horas, em frente aos guichês de check in da empresa de transportes aéreos (foto).
Entre as causas da paralisação da construção estava um litígio envolvendo a área, o que foi solucionado ainda no final do ano passado, quando o juiz federal Murilo Mendes, da comarca de Sinop, decidiu pela averbação nas matrículas dos imóveis reivindicados, determinando assim que não há mais impedimento para que a construção continue. "O problema fundiário impedia inclusive de fazer o projeto, tão logo resolveu isto, foi dado início ao processo para a readequação do projeto", destacou.
Segundo Zancanaro, o "novo" projeto deve estimar quanto será destinado para a continuação da construção e o que ainda falta ser feito. A empresa que está responsável é de Brasília e, conforme o secretário, é especializada em aeroportos. Após finalizado, o projeto será encaminhado à Anac para análise e aprovação.
As obras no aeroporto, localizado às margens da BR-163, a cerca de 10 quilômetros da cidade, começaram ainda no final de 2006, com a elaboração da pista. Atualmente, a unidade está com a base da pista pronta e tem aproximadamente 800 metros de capa asfáltica executados.
Fonte: Karoline Kuhn/Só Notícias
Pilotos da Air France chegam ao cemitério Père Lachaise para participar de inauguração de monumento em homenagem às vítimas
A primeira cerimônia aconteceu pela manhã no Parque Floral de Paris. Os familiares foram levados em ônibus para local, onde a imprensa era afastada pela polícia e organizadores do evento. Foram lidos poemas e passagens religiosas em 15 línguas diferentes, em um ato que reuniu 1.150 participantes de 29 países, representando 77% das vítimas. A Air France, companhia que operava o voo, arcou com os custos da viagem.
O momento de maior emoção, conforme relatos dos presentes, foi quando foram lidos os nomes de todas as 228 vítimas, sob o som de uma orquestra. "Não tinha como resistir. Nesta hora, os poucos que estavam contendo a emoção foram às lágrimas", afirmou Sylvain Owondo, 28 anos, cujo pai morreu no acidente. "Várias pessoas tiveram que sair da sala para respirar e se recompor. Parece que foi ontem", disse a irmã de Sowondo, Julienne.
Segundo a Air France, 138 brasileiros estavam presentes. O ministro francês dos Transportes, Dominique Bussereau, discursou e reiterou o empenho do país em prestar auxílio e encontrar a verdade sobre o acidente. Bussereau deu a entender que haverá uma nova fase de buscas pelas caixas-pretas, uma reivindicação das famílias. "Eu posso lhes garantir que nós não abandonaremos as buscas. O BEA vai continuar as suas investigações para ter mais uma chance de encontrar a carcaça e as caixas-pretas do avião, que são elementos-chave para compreender as razões deste drama", disse o ministro.
À tarde, as famílias seguiram para o cemitério Père Lachaise, um dos mais tradicionais de Paris, onde foi inaugurado um monumento de lembrança às vítimas. Os familiares puderam depositar flores no local e, os que desejarem, poderão ter o nome do parente falecido gravado no marco. A emoção, no entanto, não substituiu a indignação de algumas famílias diante da demora do BEA em encontrar as caixas-pretas do avião e apontar as causas para o acidente.
O presidente da Associação de Familiares das Vítimas do Voo AF 447, Nelson Marinho, que perdeu o filho, preferiu não participar dos eventos porque considera o trabalho realizado pela França insuficiente. Para ele, a companhia deveria fornecer mais apoio psicológico às famílias ao invés de realizar cerimônias.
Desde que chegou em Paris, Marinho se encontrou com pilotos e sindicatos franceses ligados à aeronáutica, e afirma que os relatos lhe permitem concluir que o acidente poderia ter sido evitado. "Chegamos à conclusão de que a França não quer investigar coisa nenhuma. A aeronave estava com defeito de fabricação e a Air France não estava fornecendo a manutenção adequada", afirmou Marinho. "Se eles tivessem trocado certas peças, toda essa tragédia poderia ter sido evitada."
O brasileiro também reclamou da falta de transparência do BEA e de o escritório não possuir a independência necessária para aprofundar a investigação, devido à íntima ligação que possui com a Air France, a fabricante Airbus e o Estado francês. O representante da associação de famílias alemãs, Wini Schmidt, tem a mesma queixa. "Há muito tempo se sabe que o BEA não é suficientemente independente. Mas se eles não nos trouxerem as respostas que procuramos, vamos acionar a União Europeia", disse Schmidt, que também perdeu uma filha no acidente.
"O governo francês protege descaradamente a Airbus e a Air France e não quer que se encontrem essas caixas-pretas. Com a culpabilidade dessas empresas sendo esclarecida, as indenizações seriam de valores altíssimos", afirma.
Dagmar Hellhammer, mãe de uma das vítimas, acha que as informações acerca das investigações estão sendo manipuladas. "Tudo está sendo filtrado e eles só divulgam o que querem. Tenho certeza de que sabiam delimitar há pelo menos 11 meses a zona onde provavelmente estão as caixas-pretas", disse.
Já os franceses são mais comedidos e parecem confiar no trabalho realizado pelos investigadores. "Sei que existem interesses por trás, como em qualquer lugar do mundo. Mas acho que eles querem, sim, encontrar a verdade, senão não teriam envolvido tantas pessoas e equipamentos nessas buscas", afirma Camille Lacome. Ela perdeu o marido, de quem estava grávida, e hoje cria sozinha o filho do casal, de nove meses. "O que importa para mim são as lembranças que tenho dele e a memória que vou resgatar para o nosso filho."
Fonte: Lúcia Müzell (Terra) - Foto: Lúcia Jardim/Terra
Esse relatório, chamado de "solicitação de trabalho à consultoria legislativa", foi pedido pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), relator da matéria na Comissão de Relações Exteriores. Numa reunião tensa, há duas semanas, no gabinete do ministro, Jobim queixou-se a Heráclito e aos consultores da demora da tramitação. O projeto pode ser votado esta semana, mais de um mês após ser votado na Câmara.
Pela proposta do governo, Jobim e os ministros que o sucederem terão poderes de praticamente nomear os três comandantes. Hoje, eles são "nomeados" pelo presidente, "ouvido" o ministro. Pelo texto, os comandantes passam a ser "indicados" pelo ministro e nomeados pelo presidente. A análise dos consultores critica a concessão dessa prerrogativa ao ministro.
"Isso não só dá significativo poder ao ministro, como também acaba por transferir, de fato, o comando das forças àquele, em detrimento da autoridade do chefe do Estado. A escolha dos comandantes, livre ao presidente, passa a ser restrita devido à indicação feita pelo ministro da Defesa", diz o texto.
O projeto, de setembro de 2009, cria também o Estado Maior Conjunto das Forças Amadas, que substituirá o Estado Maior de Defesa, cargo que pode ser de oficial do último posto, da ativa ou da reserva, também "indicado" pelo ministro e "nomeado" pelo presidente. Esse artigo também foi alvo dos consultores: "Sem dúvida, tem-se aí um grande poder nas mãos do titular da pasta da Defesa". Para os consultores, o projeto tem o "perfil" de Jobim.
Se aprovado o texto, o ministro ainda terá o controle sobre a nomeação dos generais das três Forças. Hoje, os comandantes apresentam a lista de escolha para promoção aos postos de generais e "indicam" os oficiais para a nomeação. Pelo projeto, eles passarão apenas a "propor" a lista. A palavra final será do ministro, o que, para a consultoria do Senado, é a politização das Forças Armadas.
"O ministro avoca a competência de escolha dos nomes oficiais generais, com risco grave de politização dessa escolha".
Único deputado a votar contra o projeto na Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), afirma que, se o regime é presidencialista, a escolha dos generais deve ser de sua incumbência. Hauly criticou também a criação do chefe do Estado Maior Conjunto.
- É um retrocesso. É colocar um intermediário no diálogo do ministro civil, uma conquista, com os três comandantes militares - disse Hauly.
O Ministério da Defesa rebateu as críticas dos consultores e afirmou que suas posições são "repetidamente reproduzidas por setores absolutamente minoritários da sociedade que ainda se opõem à prevalência do poder civil, democraticamente eleito, sobre as instituições militares", informou o ministério. Na opinião do ministro, não existe ministério forte e nem ministro forte.
O ministério negou que ocorrerá a politização da pasta se o ministro vier a ter, de fato, poder de escolher os oficiais que merecem ser promovidos a generais.
- Pelo contrário, as mudanças dão continuidade ao processo de concentração dos militares nas suas atividades profissionais.
Fonte: Evandro Éboli (O Globo) - Foto: IstoÉ Imagens
Isso porque a companhia, que assumiu recentemente a Pantanal Linhas Aéreas, definiu que todos os voos operados com a aeronave ATR, com capacidade para cerca de 60 passageiros, terão como destino Guarulhos.
Para desembarcar em Congonhas o pré-requisito mínimo passou a ser voos operados com airbus, e como Marília ainda não tem capacidade para receber regularmente esse tipo de aeronave, ou se articula uma reforma emergencial, ou os passageiros terão mesmo que descer em Cumbica.
De acordo com o diretor regional do Ciesp, Flávio Peres, que participou do encontro, uma resposta definitiva sobre a possibilidade de reverter a situação só será dada em 10 dias, após a TAM avaliar o pedido de suspensão da determinação que encerra os pousos em Congonhas a partir de 1º de agosto.
“Pedimos que a medida seja prorrogada até dezembro para que a prefeitura possa pleitear junto ao Governo do Estado as adequações necessárias para recebermos os airbus”.
Detalhes do encontro serão divulgados hoje em coletiva.
Fonte: Jornal Diário - Foto: Ricardo Prado
Voluntários e bombeiros trabalham no local de acidente com avião da Air India Express, em Mangalore; especialistas dizem que nunca foi tão seguro voar
O acidente com o avião da Air France que fazia a rota Rio-Paris completa um ano sem explicações nesta segunda-feira (31). Na noite de 31 de maio de 2009, (pelo horário brasileiro, madrugada de 1º de junho no horário europeu), o Airbus A330 da companhia francesa caiu no meio do oceano Atlântico, matando 228 pessoas.
Como acontece a cada tragédia desse tipo, o acidente gerou preocupações sobre a segurança do transporte aéreo. E, nas últimas três semanas, três outros grandes desastres levantaram ainda mais dúvidas sobre esse aspecto, especialmente em países pobres ou em desenvolvimento. Mas, segundo especialistas ouvidos pelo R7, nunca foi tão seguro voar.
No último dia 21, um Boeing 737 da Air India Express caiu em Mangalore, sul da Índia, matando 158 dos 166 ocupantes. Menos de uma semana antes, no dia 17, a queda de um avião da Pamir Airways nas montanhas perto de Cabul, capital do Afeganistão, matou todos os 43 ocupantes da aeronave. No dia 12 de maio, o acidente com o Airbus A330 da Afriqiyah Airways em Trípoli, capital da Líbia, matou 103 pessoas. Um menino holandês foi o único sobrevivente da tragédia na África.
Apesar de o número de mortos em acidentes aéreos em 2010 ser o maior para o período desde 2003, especialistas ouvidos pelo R7 dizem que o avião ainda é o meio de transporte mais seguro.
Para William Voss, diretor-presidente da Flight Safety Foundation (FSF) e um dos maiores especialistas em segurança aérea no mundo, os temores em relação ao transporte aéreo são desmentidos pelas estatísticas.
- É natural que as pessoas se perguntem fiquem receosas após acidentes como esses, mas os números mostram que nunca foi tão seguro voar como hoje.
Voss diz que, 20 anos atrás, a taxa de acidentes mundial era de 1,5 por milhão de decolagens. Hoje, de acordo com a FSF, esse número caiu para 0,5 por milhão, em média.
O diretor da FSF afirma que a redução de dois terços no número de acidentes aconteceu especialmente graças a melhorias nos projetos de aeronaves, ao melhor controle do tráfego aéreo e a normas mais rígidas de segurança.
Treinamento é ponto crucial
Para Luiz Alberto Bohrer, diretor da assessoria Air Safety no Brasil, a manutenção ou a melhoria dos atuais padrões de segurança vai depender principalmente do treinamento de tripulações, encarregados de manutenção e controladores de tráfego aéreo.
- O treinamento deve ser prioridade. Esse ponto será crucial, não só no Brasil, mas no mundo todo.
Doug Church, diretor da Associação dos Controladores de Tráfego Aéreo dos EUA, país que registra o maior número de pousos e decolagens no mundo (mais de 87 mil por dia), concorda com a opinião do brasileiro.
- No que diz respeito ao controle de tráfego aéreo, treinamento é um ponto crucial, que deve sempre receber mais investimento.
Voss afirma que, em países em desenvolvimento, em que a demanda por viagens aéreas cresce rapidamente, os governos e as agências reguladoras devem ficar especialmente vigilantes.
- Dificilmente a infraestrutura de segurança pode ser implantada no mesmo ritmo de um eventual crescimento vertiginoso. É um desafio para governos e agências equalizar essa conta.
Fonte: Lucas Bessel (R7) - Foto: Reuters
Maarten Vans Sluys mostra foto da irmã (à direita) com o presidente Lula
A rotina de Sluijs hoje pouco se assemelha há de 12 meses. Neste curto período de tempo, viajou nove vezes à França em busca de respostas para a tragédia que tirou a vida da irmã, a jornalista Adriana Francisca Van Sluijs, de 40 anos. Ele, que além de português, já fala outras três línguas, aprendeu também francês para poder entender melhor o que as autoridades lhe falavam.
“Éramos totalmente inexperientes no assunto, entramos de maneira abrupta em tudo isso e tivemos um começo muito conturbado”, lembra ele, que também entrou em contato com pilotos e especialistas.
Sem qualquer tipo de ajuda financeira da companhia aérea, Sluijs calcula ter gasto R$ 200 mil entre as viagens e trabalhos na Associação de Familiares das Vítimas do Voo 447. “A única viagem que nos deram foi essa (para participar das cerimônias de um ano do acidente). Já pedimos apoio para que um representante da associação pudesse ir à França saber das investigações, mas eles negaram”, afirma ele, por telefone, de Paris, ao iG. “Eles não estão dispostos a facilitar em nada e não queremos favor, nem esmola. Nossa discussão é mais ampla, são vidas que se perderam e não têm preço”, afirma.
Com a morte da irmã, Sluijs, que mora em Belo Horizonte (MG), passou a ir semanalmente ao Rio de Janeiro cuidar da mãe, de 70 anos. “Vou dar assistência. Era a Adriana quem estava sempre presente e agora minha mãe perdeu a referência”, lamenta. Ele diz que o trabalho lhe permite horários mais flexíveis, mas ainda assim conta que teve que abrir mão de diversos compromissos para poder viajar e se dedicar à memória da irmã: para que acidentes como o que lhe tiraram a vida não voltem a acontecer. “É uma caminhada árdua. Exorcizei meus próprios demônios, mas ainda me vejo muito abalado”, diz.
Se é possível encontrar algo positivo em meio a dor, Sluijs destaca a solidariedade e apoio que encontrou junto aos outros familiares de vítimas. “A gente descobre na tragédia amizades que vai carregar pela vida. É uma ajuda mútua. Hoje, alguém te empurra; amanhã, você empurra o outro”, afirma.
Corpos
Dos 228 passageiros e tripulantes do Airbus, apenas 50 corpos foram localizados. Adriana está entre as vítimas reconhecidas e Sluijs agradece por isso. “Não ter o corpo para enterrar é muito pior, vemos essa diferença entre as famílias. Eles vivem uma condição ainda mais traumática, é um ciclo que não se fecha”, considera.
Situação essa que é vivida por Nelson Marinho, que não pôde enterrar o filho Nelson Marinho Filho, de 40 anos, mecânico de engrenagens. “Sem o corpo a gente não materializa a morte da pessoa”, afirma ele, que preside a associação dos parentes das vítimas. “Falta um pedaço da gente”.
Investigação e indenização
De acordo com Marinho e Sluijs, a maioria das famílias entrou com pedido de indenização nos Estados Unidos. Acreditam que lá ele deve sair mais rápido. “No Brasil é tudo muito difícil, sabemos que as empresas sempre recorrem das sentenças e esperam chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nos Estados Unidos eles sabem que se recorrerem, geralmente, ela fica ainda mais cara”, afirma Sluijs.
Segundo eles, até o momento, nenhuma família foi indenizada. “Quatro meses depois do acidente a indenização da aeronave já tinha sido paga. A nossa não temos nem previsão”, critica Nelson Marinho, que está na França, mas afirma que não irá participar de nenhuma das homenagens organizadas pela Air France. “Vim aqui para protestar”.
Os dois criticam o “distanciamento estratégico” da companhia aérea e afirmam que interesses econômicos impedem uma investigação mais rigorosa das causas do acidentes. “Quando você faz uma pergunta difícil, eles somem. Sabemos que houve um problema nos sensores de velocidade, mas que sozinho não derrubaria uma aeronave. Houve falhas em outros equipamentos, o que implicaria em mudança em todas as aeronaves”, afirma. “Além do ônus econômico gigantesco, teria impacto no prestígio da empresa de assumir um problema. A verdade é cara, então, é melhor não ser dita”, avalia Sluijs.
“O que eles fazem é criar cortinas de fumaça para desviar a atenção das pessoas que estão sofrendo”, completa Marinho.
Fonte: Lecticia Maggi (iG) - Foto: Fabrício Costa (G1)