sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Vídeo: Mayday Desastres Aéreos - Missão Mortal (A morte do Secretário-Geral da ONU)

Um avião de transporte DC-6 das Nações Unidas cai instantes antes do pouso durante uma missão secreta. A queda causou a morte de Dag Hammarsköld, secretário-geral das Nações Unidas. - Fonte: Cavok Vídeos

Aconteceu em 18 de setembro de 1961: Queda de avião mata secretário-geral da ONU

Em 1960, a ex-colônia belga e então recém-independente Congo pediu ajuda das Nações Unidas para neutralizar a escalada do conflito civil. Em setembro de 1961, ocorreram combates entre as forças não combatentes da ONU e as tropas Katanga de Moise Tshombe. O secretário-geral da ONU, Dag Hammarskjöld, foi ao Congo negociar um cessar-fogo.

Ex-secretário-geral da ONU Dag Hammarskjöld, em coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas em Nova Iorque em março de 1960 - Foto: ONU

Na manhã de 17 de setembro, o Douglas DC-6B, prefixo SE-BDY, da Transair Sweden, fretado pela ONU (Organização das Nações Unidas)  partiu de Elisabethville (agora Lubumbashi) para Léopoldville (agora Kinshasa). 

Na decolagem, foi atingido por balas disparadas do solo em Elisabethville. Na chegada em Léopoldville, o avião foi inspecionado, mas apenas uma bala foi encontrada. Ela penetrou no escapamento de um dos motores. O dano foi reparado. 

Medidas de segurança foram tomadas em Léopoldville para fazer parecer que o DC-4, prefixo OO-RIC, estava Transportando o Secretário-Geral da ONU. Ele decolou às 16h04 e foi direto para Ndola. 

O capitão do SE-BDY não apresentou um plano de voo e queria manter o silêncio do rádio durante todo o voo por razões de segurança. 

O avião partiu de Léopoldville às 16:51 com destino a Ndola, na Federação da Rodésia, e Niassalândia (atual Zâmbia), levando a bordo cinco tripulantes e 11 passageiros, entre eles o Secretario Geral da ONU. 

O silêncio do rádio foi aparentemente mantido até que a SE-BDY ligou para Salisbury FIC às 22h02, enquanto ainda fora da FIR, e solicitou o tempo estimado de chegada da OO-RIC. 

O DC-4 chegou a Ndola às 22h35, horário local, sem incidentes. 

Às 22h40, a tripulação do SE-BDY relatou a Salisbury que estava sobre o Lago Tanganica e estava voando na rota consultiva 432 a 17.500 pés para evitar o território congolês. 

O DC-6 desceu a 16000 pés e o contato foi feito com a Torre Ndola às 23:35 e a tripulação deu um ETA de 00:20. 

Às 23h47, o SE-BDY estava ao lado do Ndola. O avião desceu a 6.000 pés de acordo com a autorização da Torre Ndola. 

Às 22h10, o voo reportava "luzes à vista, Ndola descendo, confirmar QNH". A Torre Ndola confirmou o QNH e solicitou que o voo relatasse quando atingir 6.000 pés. 

Nenhum relatório desse tipo foi recebido. O procedimento de aproximação por instrumentos consistia na aproximação inicial a 6.000 pés em uma pista de 280° até 30 segundos após o NDB ter sido passado. A curva de procedimento é então seria feita para a direita na mesma altura. Após a conclusão dessa curva e quando estivesse na pista de entrada de 100° para o NDB, a aeronave desceria a 5.000 pés sobre o NDB, descendo daí para a altura crítica do aeródromo.

Prováveis ​​rotas voadas por SE-BDY e OO-RIC

Já na madrugada do dia 18 de setembro, o piloto aparentemente tentou uma abordagem visual do aeroporto, pois o avião virou à direita após cruzar o aeroporto e o piloto continuou sua abordagem por uma curva subsequente à esquerda. 

O DC-6 desceu e atingiu árvores em um ângulo raso ao virar levemente para a esquerda na velocidade normal de aproximação, já nos primeiros minutos do dia 18 de setembro de 1961 na Rodésia do Norte, atual Zâmbia, matando instantaneamente o Secretário Geral Hammarskjöld e mais 14 das 15 pessoas a bordo, com o único sobrevivente não resistindo aos ferimentos alguns dias depois.


“Há quantidade significativa de evidências de testemunhas que observaram mais de uma aeronave no ar, afirmando inclusive que a outra aeronave poderia ser um jato e que o SE-BDY estava em chamas antes de cair”, observou o relatório apresentado à Assembleia Geral.

Ao longo daquele, uma série de inquéritos explorou várias hipóteses para o acidente, incluindo ataques aéreos, terrestres ou outra ameaça externa, sabotagem, sequestro e erro humano.


Conclusões de investigação

O documento conclui que Hammarskjöld e os outros membros do grupo não foram assassinados após o pouso, e que todos os passageiros morreram de lesões sofridas durante o acidente de avião, de forma instantânea ou logo após.

Explorando a hipótese de uma sabotagem — possivelmente uma bomba plantada no avião e ativada antes do pouso — ter provocado a queda, “como parte de uma estratégia para ‘remover’ Hammarskjöld'”, o relatório afirma que as Nações Unidas tentaram obter acesso de documentos sul-africanos referentes a essa acusação, mas até o momento da elaboração do relatório não houve sucesso quanto a isso.

Foi observado que, no tempo disponível, e tendo em vista o surgimento de novos assuntos que exigem uma análise mais aprofundada dos fatos, não foi possível concluir todos os aspectos do caso.

O relatório recomendou que os Estados-membros realizassem uma completa análise de seus registros e arquivos sobre o tema, incluindo aqueles que permaneciam confidenciais, em busca de informações potencialmente relevantes.

“Um incidente como esse onde uma ou mais das hipóteses do acidente aéreo pode ter envolvido uma hostilidade contra o secretário-geral das Nações Unidas é uma questão de maior interesse público”, observou o documento.

Leia, também:

‘Ataque ou ameaça’ pode ter causado acidente que matou ex-chefe da ONU, aponta relatório

O Caso Hammarskjöld – Persistência Recompensada

2016: ONU lembra 55 anos da morte de ex-secretário-geral Dag Hammarskjöld

Fontes: ASN / Wikipedia / ONU - Imagens: ASN

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Vídeos: Acidente com um Cessna em pouso de emergência na Grande Curitiba

Avião de pequeno porte se acidenta durante pouso de emergência, na Região de Curitiba

Segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas estavam na aeronave e saíram sem ferimentos; acidente aconteceu na tarde desta sexta-feira (18), em Colombo.

O avião de pequeno porte Cessna 152, prefixo PR-FFE, da Escola Paranaense de Aviação, fez um pouso de emergência e tombou em um terreno em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, na tarde desta sexta-feira (18).

De acordo com a Polícia Militar (PM), o monomotor saiu do Aeroporto Bacacheri, na capital, em direção à Aldeia da Serra, em Palmeira.

De acordo com informações colhidas no local, o piloto conseguiu seguir com a aeronave até um terreno que está em preparação para a construção de um residencial na rua do Pardal, no Jardim Ana Rosa.

No avião estavam um instrutor da Escola Paranaense de Aviação e um aluno. Nenhum deles sofreu ferimentos.


Conforme o instrutor de voo, quando a aeronave estava a 4.500 pés o motor perdeu potência e ele percebeu que seria necessário realizar o pouso de emergência em um local próximo.

No pouso, conforme a PM, o avião tombou. A polícia informou ainda que a aeronave pertence à Escola Paranaense de Aviação.

Fontes: G1 PR / ricmais.com.br - Fotos: Tony Mattoso/RPC / Divulgação/BPMOA / Lucas Sarzi/RIC Record TV / CGN / Rodrigo Cunha / Tribuna do Paraná

Um dia de fúria: Samuel Byck, o homem que tentou jogar um avião na Casa Branca

Com um plano mirabolante, o crítico do governo tentou interceptar um voo comercial — sem o mínimo de planejamento.

Samuel Byck protesta, solicitando o impeachment de Nixon (Foto:Twitter/TrumpTrain197)
Plano geral: a situação dos Estados Unidos – fracasso no Vietnã, conflitos raciais e escândalo envolvendo o presidente. Plano fechado: um homem chamado Samuel Bicke – vendedor sem sucesso, divorciado, quase nenhum amigo. “O que eu quero é um pedacinho do sonho americano. Isso é pedir demais?”, ele pergunta.

A fala do protagonista de 'O Assassinato de Richard Nixon', interpretado por Sean Penn, foi inspirado na história real de Samuel Byck, norte-americano de meia-idade que realmente planejou a morte de Nixon, então presidente norte-americano. A estratégia era sequestrar um jato e atirá-lo contra a Casa Branca – bem antes de Bin Laden pensar nisso.

Filho de uma família pobre de judeus, o patriotismo de Samuel o levou para o Exército em 1954, sendo dispensado com honra dois anos depois. Pouco tempo depois, casou-se e teve quatro filhos com a esposa, porém, com o fracasso profissional, um divórcio foi responsável por acarretar uma aguda depressão no americano.

Fotografia em plano retrato de Samuel Joseph Byck (Foto: Divulgação)
Com fundos próprios, se internou em uma clínica de reabilitação psiquiátrica, porém, convivendo com outros internos, foi convencido de que o maior inimigo dos pobres era, justamente, o presidente americano. Visto que havia ficado mais pobre após diversos investimentos que acarretaram em prejuízos de milhares de dólares, Byck passou a demonizar a imagem do republicano.

O dia do atentado

Antes de se aproximar do presidente, Samuel já era figura conhecida do Serviço Secreto estadunidense por enviar ameaçar por, de acordo com ele, interferir diretamente em um pedido de empréstimo que foi recusado. Por cartas, enviou gravações para diversas figuras públicas, desde políticos até celebridades, solicitando auxílio ou afastamento do convívio com Nixon.

Em 22 de fevereiro de 1974, no entanto, Byck decidiu externar o ódio que tinha pelo homem que sequer sabia de sua existência; se dirigiu até o Aeroporto Internacional de Washington/Baltimore munido de uma pistola e uma bomba confeccionada artesanalmente. Logo na entrada da pista, matou um segurança e avançou sobre um avião DC-9, cujo voo 523 iria para Atlanta.

O homem selecionou a aeronave aleatoriamente, pelo simples fato de estar ligada, pronta para decolar e próxima da saída. Ao entrar, atirou contra os dois pilotos, matando um e ferindo gravemente o outro. Samuel, no entanto, não planejou uma coisa simples: quem pilotaria a aeronave — acabou por sequestrar uma passageira qualquer, ordenando que a mesma levantasse voo.

O avião nem sequer andava; ainda estava com suportes de bloqueio nas rodas do trem de pouso, que não foram retirados para a decolagem. Um policial conseguiu alcançar o avião, disparando quatro vezes contra a porta. Dois tiros atingiram Byck, que preferiu disparar um tiro contra a cabeça do que se render.

Jornal anuncia tentativa de sequestro do avião por Samuel Byck (Crédito: Divulgação)

Relações políticas


Nixon ficaria no poder ainda por seis meses, até que renunciou, em decorrência do escândalo de Watergate – quando se comprovou o envolvimento do residente, que era republicano, num esquema de espionagem na sede do Partido Democrata. O número de pessoas descontentes com o governo era grande, e Byck já tecia criticas em suas cartas, garantindo que o atentado contra a Casa Branca era iminente.



“Os rebeldes, contra a guerra do Vietnã, eram principalmente liberais e jovens”, diz o historiador Antonio Pedro Tota, da PUC-SP em entrevista à AH em 2005. “Mas havia a chamada ‘maioria silenciosa’, que era conservadora e também estava descontente”.

Segundo ele, Byck seria parte desse grupo, amedrontado com a perda do sonho americano, que continha a ideia de que eles eram um povo escolhido por Deus para prosperar. “O típico americano conservador frustrou-se com Nixon, sobretudo, quando ele se aproximou da China comunista”. Acabou esquecido, se tornando uma referência de um personagem de contracultura.

Filme


Em 2004, foi lançado nos EUA (em 2006 no Brasil), o filme "O Assassinato de um Presidente" ("The Assassination of Richard Nixon"), dirigido por Niels Mueller, com Sean Penn no papel de Samuel Byck (que teve o sobrenome foi alterado para Bicke na película). 


Fonte: Wallacy Ferrari (aventurasnahistoria.uol.com.br) - Edição: Jorge Tadeu