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quarta-feira, 19 de março de 2025

Piloto grava momento em que é interceptado por avião da FAB; veja vídeo

Um piloto brasileiro compartilhou no último domingo o momento em que foi interceptado por um avião Embraer A-29 Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira).


O piloto Alexandre Frota fazia um voo de Fortaleza para Recife. Em seu perfil nas redes sociais ''Frotas Pelo Mundo'', ele costuma publicar suas aventuras aéreas com a família.

Dirigindo um monomotor experimental RV-10, ele disse ter sido parado pelos militares. No vídeo, é possível ver o momento em que a aeronave da FAB se aproxima e, após a interceptação, sai realizando uma manobra.

(Imagem: Reprodução/Frotas pelo Mundo)
FAB pediu para o piloto sintonizar a rádio em uma frequência específica de 121.50 MHz. Com a conexão estabelecida, a Força realizou algumas perguntas protocolares como identidade do voo, a origem e o destino.

Alexandre foi liberado na sequência. Caso os militares encontrarem alguma irregularidade ou possível ameaça, a aeronave pode ser escoltada, forçada a pousar ou, até mesmo, ser neutralizada.

"Eles pedem para você sintonizar a rádio na 121.50 e fazem várias perguntas, você responde e reza para eles não meterem bala. Brincadeirinha, esses heróis só deixam nosso céu mais seguro!" - Alexandre Frota, piloto.

Via UOL

segunda-feira, 17 de março de 2025

FAB abre 150 vagas para o Curso Preparatório de Cadetes do Ar do ano de 2026

As inscrições começaram no dia 06/03/2025 e terminam no dia 26/03/2025.


A Força Aérea Brasileira (FAB) está com inscrições abertas para o Exame de Admissão ao Curso Preparatório de Cadetes do Ar do ano de 2026 (CPCAR/2026) até o dia 26/03/2025. Para se inscrever basta acessar o site. A taxa de inscrição é de R$ 100,00.

As 150 vagas são destinadas a candidatos de ambos os sexos. Para ser matriculado no curso, o candidato deve cumprir todas as exigências previstas nas Instruções Específicas do Exame, não ter menos de 14 anos e nem completar 19 anos de idade até 31 de dezembro de 2026, e ter concluído, na data da Concentração Final do Exame, o Ensino Fundamental do Sistema Nacional de Ensino.

O processo seletivo é composto de provas escritas (língua portuguesa, matemática, língua inglesa e redação), inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, teste de avaliação do condicionamento físico, procedimento de heteroidentificação complementar (para candidatos que optarem por concorrer às vagas reservadas aos negros) e validação documental.

As provas escritas ocorrerão no dia 22/06/2025. Os aprovados em todas as etapas do processo seletivo e selecionados pela Junta Especial de Avaliação (JEA), deverão se apresentar na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), em Barbacena (MG), no dia 10/01/2026, para habilitação à matrícula no curso que tem duração de três anos. Após a conclusão do curso com aproveitamento, o aluno fará jus aos certificados de conclusão do Ensino Médio e do próprio CPCAR e poderá concorrer ao número de vagas previsto à matrícula no primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais Aviadores da Academia da Força Aérea (AFA). Para obter mais informações, consulte o edital.

Fonte: DIRENS, por Tenente Nathalia Pandini - Edição: Agência Força Aérea - Foto: Suboficial Johnson / CECOMSAER

quinta-feira, 13 de março de 2025

Aconteceu em 13 de março de 1979: Queda de avião Albatross da FAB em Florianópolis deixa 5 mortos


Em 13 de março de 1979, o avião Grumman M-16 Albatross (HU-16), prefixo 6540, pertencente ao Comando Costeiro da Base Aérea de Florianópolis da FAB, em Santa Catarina, pilotado pelo comandante Alcione Eliodoro Viana e mais cinco tripulantes do Serviço de Buscas e Salvamento da FAB, levantou voo às 7h30min para orientar outro avião que estava em dificuldades na região da Grande Florianópolis, onde estava chovendo intensamente há quatro dias.

Um Albatross da FAB similar ao envolvido no acidente
Depois de sobrevoar a Ilha de Santa Catarina por cerca de uma hora, o aparelho - segundo testemunhas - ficou desgovernado e foi de encontro a um morro, localizado no bairro de Costeira do Pirajubaé, a 5 km do Aeroporto Hercílio Luz.

Os moradores das redondezas disseram ter ouvido um grande estrondo, causo pelo choque do avião contra o morro e a explosão que se seguiu. Além dos moradores, que primeiro foram ao local do desastre, 60 homens da Aeronáutica, Exército e PM chegaram em seguida.


Apenas o comandante Eliodoro Viana sobreviveu. Mesmo com ferimentos graves, ele conseguiu sair do avião em chamas e ficar a 10 metros de distância aguardando socorro.

Os cinco tripulantes que morreram no acidente foram: o primeiro-tenente Roberto Bernardino Navarro, do Rio de Janeiro; o o primeiro-tenente Jean Clovis Fagundes Jucenwiski, de Porto Alegre; o segundo-tenente Benedito Antonio Gualdetti, de Campinas; o terceiro-sargento José Carlos dos Santos Pinto, de Pelotas; e o terceiro-sargento Gilberto Ombruschi, de Getúlio Vargas, no Rio Grande do Sul.


Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) e ASN

Última semana de inscrições para 345 vagas de nível superior na FAB

As inscrição para o Exame se encerram em 17/03/2025 e as provas escritas ocorrem no dia 16/06/2025.


A Força Aérea Brasileira (FAB) publicou o edital com 345 vagas para Exames de Admissão em diversas especialidades: Médicos, Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros, Capelães e Quadro de Apoio. As inscrições para os processos seletivos estarão disponíveis até o dia 17/03 e deverão ser realizadas no site. A taxa de inscrição é de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais).

Para participar dos exames de admissão de Médicos, Dentistas, Farmacêuticos e Engenheiros, os candidatos deverão possuir no máximo 35 anos até o dia 31 de dezembro de 2026. Para participar do exame de admissão ao Estágio de Adaptação de Oficiais de Apoio, os candidatos deverão possuir, no máximo, 32 anos até o dia 31 de dezembro de 2026. Para participar do exame de admissão ao Estágio de Instrução e Adaptação para Capelães, os candidatos deverão ter entre 30 e 40 anos até 31 de dezembro de 2026.

Os exames de admissão são compostos de provas escritas, inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, teste de avaliação do condicionamento físico, prova prático-oral (somente para dentistas e farmacêuticos), prova oral (somente para médicos), procedimento de heteroidentificação complementar (apenas para os candidatos optantes pelo sistema de reserva de vagas de candidatos negros) e validação documental.

As provas escritas ocorrerão no dia 16/06. Se aprovado em todas as etapas, o candidato fará o curso/estágio no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), na cidade de Lagoa Santa (MG), com início em 20 de abril de 2026, durante aproximadamente 17 semanas.

Após a conclusão do curso/estágio com aproveitamento, o aluno será nomeado Segundo-Tenente, no caso dos capelães, com soldo de R$ 7.490,00 (sete mil quatrocentos e noventa reais); e Primeiro-Tenente, no caso de outras especialidades, com soldo de R$ 8.245,00 (oito mil duzentos e quarenta e cinco reais), além dos adicionais regulamentados em lei.

Para obter mais informações sobre as inscrições, quantidade de vagas por especialidade, requisitos de ingresso, programa de atividades, entre outras, consulte o edital na página.

Via DIRENS, por Tenente Nathalia Pandini - Edição: Agência Força Aérea - Foto: CECOMSAER

segunda-feira, 3 de março de 2025

Acidentes aéreos e mortes no Brasil cresceram nos últimos anos; veja números da FAB

Painel sobre acidentes aéreos chegou a registrar queda por 4 anos seguidos, mas passou a mostrar aumento na comparação entre 2023 e 2022 e assim tem se mantido. Queda de avião em SP nesta sexta deixou dois mortos.

Momento da queda do avião na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda,
Zona Oeste de SP (Imagens: Reprodução/TV Globo)
Os números de acidentes aéreos e de mortes nesses acidentes têm aumentado no Brasil ao longo dos últimos anos. É o que mostram os dados do Painel Sipaer, da Força Aérea Brasileira (FAB).

No dia 7 de fevereiro deste ano, uma aeronave de pequeno porte, matrícula PS-FEM, caiu em São Paulo e deixou duas pessoas mortas - o piloto e um passageiro, dono do avião. De acordo com o Registro Aéreo Brasileiro (RAB), a aeronave pertencia a uma empresa do Rio Grande do Sul e estava com a situação de navegabilidade "normal".

Conforme a FAB, técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) foram chamados ao local para coletar dados acerca do acidente. Ainda segundo a Força Aérea, no "menor prazo possível" será divulgado o relatório final sobre as causas do acidente - não foi informada uma data para essa divulgação.

"Na Ação Inicial são utilizadas técnicas específicas, conduzidas por pessoal qualificado e credenciado que realiza a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave, ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação", informou a FAB sobre o acidente em São Paulo.

Números de acidentes


De acordo com o painel Ocorrências Aeronáuticas na Aviação Civil Brasileira, da FAB, o número de acidentes aéreos no Brasil registrou queda por quatro anos consecutivos, mas na comparação entre 2023 e 2022 registrou aumento e vem se mantendo assim.

Nesse cenário, o ano de 2024 registrou recorde nos números de acidentes e também de mortes.

Veja abaixo os números:

  • 2015: 172 acidentes / 79 mortes
  • 2016: 164 acidentes / 104 mortes
  • 2017: 146 acidentes / 54 mortes
  • 2018: 167 acidentes / 81 mortes
  • 2019: 151 acidentes / 66 mortes
  • 2020: 150 acidentes / 55 mortes
  • 2021: 141 acidentes / 60 mortes
  • 2022: 138 acidentes / 49 mortes
  • 2023: 155 acidentes / 77 mortes
  • 2024: 175 acidentes / 152 mortes
  • 2025 (até 7.2.2025): 22 acidentes / 10 mortes

Investigações de acidentes


De acordo com a FAB, as investigações sobre acidentes aéreos são divididas em três etapas:
  • coleta de dados;
  • análise de dados;
  • apresentação dos resultados.
Conforme a FAB, na fase de coleta de dados, as equipes analisam os destroços, buscam indícios de falhas, levantam hipóteses sobre performance da aeronave nos momentos finais do voo, fotografam detalhes, entrevistam testemunhas e retiram partes da aeronave para análise.

Na fase seguinte, a de análise de dados, são levados em conta fatores como os sistemas da aeronave, aspectos psicológicos, operacionais (rota meteorologia, por exemplo) e podem ser chamados profissionais como pilotos, engenheiros e mecânicos para auxiliar.

Por fim, é apresentado o relatório final, por meio do qual a FAB divulga o que identificou como fatores relacionados ao acidente e elabora as recomendações de segurança a serem adotadas.

Via Filipe Matoso e Guilherme Mazui (GloboNews e g1)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Conheça o procedimento de interceptação de aeronaves da FAB

(Foto: Ten Enilton/Força Aérea Brasileira)
A Força Aérea Brasileira (FAB) atua diuturnamente para impedir qualquer tipo de tráfego irregular na Terra Indígena Yanomami, por meio das Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA). Essas ações são estabelecidas pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a fim de identificar tráfegos ilícitos e proteger a soberania do Brasil.

Inicialmente, é realizado um Reconhecimento à Distância (RAD), quando o piloto da aeronave interceptadora capta imagens e informações básicas, como matrícula e tipo do avião interceptado. Com base nesses dados, é checada sua regularização. Em sendo necessário, é realizada a Interrogação (ITG) por meio de contato via rádio e sinais visuais.

Posteriormente, caso seja necessário, seguem-se as medidas de intervenção, que consistem na determinação para que a aeronave modifique sua rota e realize pouso obrigatório em aeródromo determinado pela defesa aérea. Se, ainda assim, não houver colaboração, após autorização da autoridade competente, é realizado o Tiro de Aviso (TAV), de forma visível, a fim de que a aeronave cumpra as determinações em vigor.

Na hipótese do insucesso desses procedimentos, a aeronave será considerada hostil, e estará sujeita ao Tiro de Detenção (TDE), no intuito de impedir a progressão do seu voo.

Além do piloto e da aeronave interceptadora, há vários outros meios e pessoal envolvidos: os controladores de tráfego aéreo, que, com a visualização das imagens radar, são capazes de identificar as aeronaves de interesse; as aeronaves E-99, que funcionam como radares no ar; os R-99 com sua poderosa capacidade de reconhecimento de alvos; e os militares que atuam na segurança e defesa, por meio das Medidas de Controle de Solo (MCS).

Confira abaixo uma reportagem do Portal G1 simulando uma interceptação pela Força Aérea Brasileira:


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Por que avião da FAB ficou dando voltas no céu de Brasília por 5 horas?Publicado primeiro em Banda B » Por que avião da FAB ficou dando voltas no céu de Brasília por 5 horas?

O voo foi realizado por um Legacy 500 da FAB e registrado no sistema FlightRadar24.

(Imagem: Reprodução/FlightRadar)
Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) sobrevoou Brasília por cinco horas no sábado (15) para testar um novo procedimento.

O voo foi realizado por um Legacy 500 da FAB e registrado no sistema FlightRadar24. Durante cinco horas, a aeronave testou um novo método de vetoração aérea, cujo objetivo, segundo a FAB, é garantir mais segurança e fluidez nas operações de pouso e decolagem, reduzindo riscos de incidentes.

A vetoração aérea é o procedimento no qual controladores de tráfego aéreo orientam aeronaves. Eles dão instruções de proa e altitude, organizando o tráfego e aumentando a segurança.

O voo fazia parte da homologação da AVS (Área de Vetoração em Subida), para que aeronaves realizem manobras em altitudes menores sem comprometer a segurança. O método pode evitar conflitos entre aeronaves, especialmente durante decolagens simultâneas e arremetidas inesperadas, além de agilizar operações em aeroportos congestionados, como o de Brasília.

Segundo o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), o novo método que está sendo testado pode facilitar a atuação dos controladores de tráfego. Ainda não há uma data para a implementação definitiva do sistema, mas novos voos de homologação devem ocorrer nos próximos meses.

O projeto da AVS é pioneiro na América do Sul, segundo a FAB, e segue diretrizes da FAA (Administração Federal de Aviação), dos Estados Unidos. O projeto, desenvolvido pelo Decea, poderá ser adotado em outros aeroportos do país. Brasília foi escolhida para o projeto-piloto devido ao alto volume de operações aéreas e à necessidade de otimizar o tráfego na região.Publicado primeiro em Banda B » Por que avião da FAB ficou dando voltas no céu de Brasília por 5 horas?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Entenda a Lei do Abate aplicada pela FAB contra aeronave venezuelana

FAB derruba avião com droga que entrou no Brasil pela fronteira com a Venezuela (Divulgação/FAB)
A Força Aérea Brasileira (FAB) abateu na terça-feira um avião venezuelano que entrou ilegalmente no espaço aéreo brasileiro e desobedeceu às ordens de pouso. Este incidente trouxe à tona a aplicação da chamada "Lei do Abate", uma legislação que autoriza a destruição de aeronaves consideradas hostis ou suspeitas. Mas como funciona essa lei e quais são os procedimentos adotados pela FAB em situações como essa?

O que é a Lei do Abate?


A Lei nº 9.614, sancionada em 5 de março de 1998, alterou o Código Brasileiro de Aeronáutica para incluir a possibilidade de destruição de aeronaves que invadam o espaço aéreo brasileiro sem autorização ou que sejam suspeitas de envolvimento em atividades ilícitas, como o tráfico de drogas. Essa legislação foi regulamentada pelo Decreto nº 5.144, de 16 de julho de 2004, que detalha os procedimentos a serem seguidos em tais situações.

Quando uma aeronave é detectada entrando ilegalmente no espaço aéreo brasileiro, a FAB inicia uma série de medidas progressivas para averiguar e, se necessário, neutralizar a ameaça. Essas medidas são divididas em três categorias principais:
  1. Medidas de averiguação: Visam determinar ou confirmar a identidade da aeronave suspeita. Isso inclui a aproximação de aeronaves de interceptação para estabelecer comunicação via rádio ou sinais visuais, conforme as regras de tráfego aéreo.
  2. Medidas de intervenção: Caso a aeronave não responda às tentativas de comunicação, são emitidas ordens para que ela altere sua rota e pouse em um aeródromo específico. Se a aeronave continuar desobedecendo, podem ser realizados tiros de aviso, disparos que não visam atingir a aeronave, mas alertar sobre a seriedade da situação.
  3. Medidas de persuasão: Se as medidas anteriores falharem e a aeronave for considerada uma ameaça, ela é classificada como "hostil". Nesse estágio, a FAB pode aplicar o chamado Tiro de Detenção (TDE), que consiste em disparos direcionados para impedir a continuidade do voo ilícito. Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos.

Aplicação recente da Lei do Abate


A Força Aérea Brasileira (FAB) derrubou com tiros um avião do tráfico de drogas que entrou no espaço aéreo brasileiro pela fronteira com a Venezuela na terça-feira, em operação com a Polícia Federal. Um vídeo mostra a intercepção circula nas redes sociais. De acordo com a corporação, dois homens que pilotavam a aeronave foram encontrados mortos no lugar da queda, em uma região de floresta.

A FAB afirma que adotou todos os procedimentos para forçar o pouso sem precisar atirar contra a fuselagem quando observou o avião sem identificação entrar no espaço aéreo, porém não teve resposta. Com isso, ela se tornou uma aeronave "hostil", segundo a legislação aérea.

"Não atendendo aos procedimentos coercitivos descritos no Decreto nº 5.144, a aeronave foi classificada como hostil e, dessa forma, submetida ao Tiro de Detenção (TDE), que consiste no disparo de tiros, com a finalidade de impedir a continuidade do voo. Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos e forçar a continuidade do voo ilícito", aponta a FAB.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

FAB abate avião venezuelano que entrou ilegalmente no Brasil

Aeronave transportava drogas e desobedeceu às ordens da Aeronáutica; dois traficantes morreram.


A Força Aérea Brasileira (FAB) abateu um avião venezuelano que entrou clandestinamente no espaço aéreo nacional e desobedeceu às ordens de pouso forçado.

A aeronave caiu nas proximidades de Manaus (AM) e os dois traficantes a bordo foram encontrados mortos. A Polícia Federal encontrou drogas — em quantidade que ainda está sendo verificada — no interior do equipamento.

A ação ocorreu na manhã de terça-feira (11), mas só foi divulgada nesta quarta (12) pela FAB.

Todos os movimentos foram realizados em conjunto com a Polícia Federal e seguiram os protocolos determinados pelo Decreto nº 5.144, de 2004, que regulamentou a chamada “Lei do Abate”.

De acordo com a FAB, houve inicialmente “medidas de averiguação” para confirmar a identidade da aeronave e vigiar seu comportamento.

Na sequência, os militares determinaram ao avião interceptado que modificasse a rota, com o objetivo de fazer um pouso forçado em aeródromo da região amazônica.

Sem resposta por parte da aeronave interceptada, a FAB passou então para as medidas de persuasão. Nesse estágio, são efetuados tiros de aviso.


Novamente sem resposta, sempre de acordo com a Aeronáutica, o avião foi classificado como hostil e submetido a “tiros de detenção” — com a finalidade de impedir a continuidade do voo.

“Essa medida é utilizada como último recurso, após a aeronave interceptada descumprir todos os procedimentos estabelecidos e forçar a continuidade do voo ilícito”, afirmou o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer).

O avião acabou colidindo com o solo, no meio da selva, e pegou fogo. Por isso, até agora ainda não foi possível identificar o modelo da aeronave.

Destroços do avião abatido pela FAB (Foto: Divulgação/FAB)
A operação foi coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae) e fez parte da Operação Ostium, que busca sufocar atividades criminosas na fronteira brasileira.

Com o apoio da Polícia Federal, foi verificada a presença de carga de drogas na aeronave e a morte de dois traficantes.

A verificação ocorreu após um helicóptero H-60 Black Hawk, do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (7º/8º GAV - Esquadrão Hárpia), com sede em Manaus, ser enviado ao local da queda para apurar a ocorrência, que segue sob investigação.

Via Daniel Rittner e Jussara Soares (CNN) e g1

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Saiba como funciona o controle de helicópteros em São Paulo

Sistema desenvolvido pela FAB é operado na Torre de Controle de Congonhas.

Cidade de São Paulo tem a maior frota de helicópteros do mundo (Foto: Avantto)
O Brasil é um dos maiores detentores de frota de helicópteros do mundo, com mais de 2.000 aeronaves, segundo dados levantados pela Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Somente a cidade de São Paulo registra, em média, cerca de 2.200 pousos e decolagens todos os dias.

O desafio de gerenciar e controlar esse movimento aéreo específico trouxe soluções pioneiras e da mais alta complexidade. Único no mundo, o sistema Helicontrol, desenvolvido pela FAB (Força Aérea Brasileira), por meio do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), é operado na Torre de Controle de Congonhas e garante a convivência segura de aviões e helicópteros na aproximação do aeroporto — que é o segundo mais movimentado do Brasil.

A área de controle de helicópteros da Torre de Controle de São Paulo foi uma solução criada em 2004 pelo Decea, como uma alternativa para viabilizar o crescente número de operações de helicópteros nesta porção do espaço aéreo.

“O serviço foi criado baseado nos pilares básicos de controle do espaço aéreo, que são a fluidez e a segurança, visando buscar a convivência harmônica entre a circulação de helicópteros e a de aeronaves de asas fixas no aeroporto de Congonhas”, destaca o chefe da Subdivisão de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM) do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), Major Aviador Roberto Manoel Francisco Júnior.

Confira no vídeo como funciona o Helicontrol e descubra a complexidade do controle de tráfego aéreo de helicópteros na capital paulista.


segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

FAB intercepta avião do Peru com drogas no espaço aéreo brasileiro, no Amazonas

Durante a operação, a aeronave realizou um pouso forçado em área rural próxima ao município de Manacapuru (AM).


A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal (PF) interceptaram, neste domingo (2), uma aeronave vinda do Peru que transportava drogas no espaço aéreo brasileiro. A operação ocorreu no Amazonas, a cerca de 80 km de Manaus, em uma pista de terra.


A aeronave, o Embraer EMB-810 Seneca, prefixo PT-RFU, registrada na ANAC para AOC Agonegócios Ltda., foi detectada pelos radares do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) e imediatamente interceptada com o uso de aeronaves A-29 Super Tucano, E-99 e H-60 Black Hawk, além de plataformas orbitais para a obtenção de informações de inteligência.

A interceptação ocorreu por volta das 10h (horário de Brasília) e seguiu os protocolos estabelecidos pelas Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA).

Após ser ordenado o pouso obrigatório, o piloto realizou um pouso forçado, colidindo com árvores na área de terra.


Embora o piloto tenha conseguido fugir do local após incendiar a aeronave, uma equipe da Polícia Federal apreendeu o carregamento de drogas antes que as chamas consumissem o avião.


A Polícia Federal, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), o Grupo Especial de Fronteira de Mato Grosso (Gefron-MT) e a Polícia Militar de Mato Grosso (PMMT), apreendeu aproximadamente 500 kg de Skunk.

A ação fez parte da Operação Ostium, integrada ao Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), com o objetivo de combater atividades criminosas na fronteira.


Com informações do g1, Metrópoles, Portal Norte e ANAC - Fotos: Divulgação/FAB

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

História: A noite em que 21 óvnis invadiram o espaço aéreo brasileiro e foram perseguidos por caças da FAB

Registro de suposto óvni feito pelo fotógrafo Adenir Britto (Imagem: Acervo Jackson Camargo)
Fenômeno, "um dos mais importantes casos de ufologia mundial e com o maior número de testemunhas em todo o planeta", continua despertando curiosidade quase quatro décadas depois de ter acontecido.

Quando chegou para trabalhar no dia 19 de maio de 1986, no Aeroporto Internacional Professor Urbano Ernesto Stumpf, em São José dos Campos (SP), o controlador de tráfego aéreo Sérgio Mota da Silva não imaginava que aquele plantão entraria para a história da ufologia como a "A Noite Oficial dos Óvnis".

Na noite daquela segunda-feira, 21 objetos voadores não identificados, alguns deles com até 100 metros de diâmetro, foram avistados por dezenas de testemunhas, civis e militares, em quatro Estados: São Paulo, Rio, Minas e Goiás. Só no interior de São Paulo, foram registrados avistamentos em Caçapava, Taubaté e Mogi das Cruzes.

Em Guaratinguetá (SP), o avistamento foi coletivo. Quem conta é o ufólogo Edison Boaventura Júnior, presidente do Grupo Ufológico do Guarujá (GUG).

"Por volta das 20h, cerca de dois mil militares, entre cadetes e oficiais, da Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), testemunharam o fenômeno, a olho nu ou de binóculo", relata.

Não parou por aí. Os óvnis, sigla usada para designar "objetos voadores não identificados", foram detectados por radares do Centro Integrado de Defesa Aérea e de Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta). O que significa que, em outras palavras, tais objetos eram sólidos.


Cinco caças da Força Aérea Brasileira (FAB) foram acionados pelo Centro de Operações da Defesa Aérea (CODA) para interceptar os supostos invasores.

Segundo os pilotos, os pontos multicoloridos conseguiram, entre outras manobras, pairar estáticos no céu, voar em zigue-zague, fazer curva em ângulo reto, mudar de cor, trajetória e altitude e atingir velocidades de até 15 vezes à do som.

"O número de objetos avistados naquela noite foi bem maior do que 21", acredita o controlador de tráfego aéreo Sérgio da Silva Mota.

"Às vezes, os pilotos tinham contato visual dos alvos, mas os radares não registravam nada. Outras, os radares até captavam a presença de objetos, mas os pilotos não conseguiam avistá-los. A Aeronáutica considerou apenas os avistamentos que tiveram confirmação simultânea. Os demais foram descartados", conta ele.

Capitão Armindo Sousa Viriato de Freitas em caça da FAB - Acervo Edison Boaventura Júnior
(Foto: Acervo Edison Boaventura Júnior)

Contatos imediatos


Em São José dos Campos (SP), a "A Noite Oficial dos Óvnis" teve início por volta das 20h, quando o sargento Sérgio Mota da Silva começou a gerenciar a decolagem do voo 703 da extinta empresa aérea Rio Sul, com destino ao Rio de Janeiro (RJ). Foi quando avistou uma estranha luz, semelhante a um farol, parada no céu.

Intrigado, ligou para a torre do Aeroporto Internacional de Guarulhos para checar se alguma aeronave seguia em direção a São José dos Campos. A resposta foi negativa.

Enquanto os dois conversavam, o objeto sumiu e, dali a pouco, voltou a aparecer, com um brilho ainda mais intenso. Sérgio apanhou um binóculo para observá-lo melhor. Era cintilante e multicolorido, recorda.

A certa altura, o sargento reduziu a intensidade das luzes da pista de pouso e decolagem do aeroporto. Nisso, os artefatos se aproximaram. Quando ele aumentou o brilho, se afastaram.

"Se estavam tentando interagir comigo, não sei. O que eu sei é que se comportaram de modo inteligente", observa.

Pânico a bordo


Pelo menos três aeronaves relataram avistamentos naquela noite. A primeira foi um modelo Bandeirante, da TAM, que fazia a rota de Londrina (PR) a São Paulo (SP).

O piloto chegou a informar ao Centro de Controle de Área de Brasília (ACC-BS) que havia um artefato se aproximando dele, em aparente rota de colisão.

A segunda, da Transbrasil, também avistou um UFO (sigla em inglês para objeto voador não identificado - unidentified flying object) sobre a região de Araxá, no interior de Minas.

O voo seguia de Guarulhos (SP) para Brasília (DF).

A terceira e última foi um avião bimotor Xingu, prefixo PT-MBZ, que voltava de Brasília (DF) com destino a São José dos Campos (SP).

Registro de suposto óvni feito pelo fotógrafo Adenir Britto (Imagem: Acervo pessoal)
A bordo estavam o coronel Ozires Silva, que voltava de uma reunião com o presidente da República, José Sarney, e seu copiloto, Alcir Pereira da Silva.

Às 21h04, Sérgio fez contato com o piloto do bimotor. Perguntou se ele tinha avistado "algo de esquisito no ar". Pelo radar, o controlador tinha detectado três UFOs sobre São José dos Campos.

Quando avisou que tentaria fazer uma manobra de aproximação do alvo, descrito como "ponto luminoso" e "bem enorme", Ozires ouviu de Alcir, visivelmente apavorado: "Todo mundo que tenta perseguir um negócio desses acaba desaparecendo, sabia?"

Dessa vez, quem desapareceu, para alívio do copiloto, foi a luz misteriosa. Sumiu, assim que o piloto começou a manobrar a aeronave.

No dia seguinte, Ozires Silva tomou posse como o novo presidente da Petrobras. Na coletiva de imprensa, nenhum jornalista lembrou de perguntar algo sobre petróleo. Todos queriam saber apenas sobre discos voadores. Procurado pela reportagem, Ozires Silva não quis comentar o episódio.

"A Noite Oficial dos Óvnis é um dos mais importantes casos da ufologia mundial. É o caso com o maior número de testemunhas em todo o planeta", explica o ufólogo Jackson Luiz Camargo, autor de A Noite Oficial dos UFOs no Brasil (2021).

Edson Boaventura Júnior ao lado de um Super Tucano A-29 (Imagem: Arquivo pessoal)
"Não definiria o que aconteceu como invasão. Em nenhum momento, houve qualquer comportamento hostil por parte das inteligências que operavam aqueles aparelhos", disse ele.

A verdade está lá fora


Quem também estava de plantão naquela noite era o repórter fotográfico Adenir Britto. Por volta das 21h, ele atendeu uma ligação na redação do extinto Vale Paraibano.

"Tem um disco voador sobre o jornal", disse uma voz masculina. Britto imaginou que fosse trote. Mas, na dúvida, ele e a repórter Iara de Carvalho resolveram investigar.

No pátio do jornal, avistaram luzes multicoloridas, que se movimentavam em todas as direções. Munido de uma Nikon, com lente teleobjetiva de 500 mm e filme de 6.400 asas, tirou algumas fotografias.

"Entre surpreso e emocionado, registrei aquele momento. Nunca mais avistei nada igual. Aquela aparição jamais será apagada da minha memória", diz Britto.

Um mês depois, dois oficiais do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), acompanhados do ufólogo americano James J. Hurtak, compareceram à redação e pediram ao editor-chefe os negativos das fotos.

Sérgio Mota da Silva na torre de controle de São José dos Campos (Imagem: Acervo pessoal)
O material, explicou Hurtak, seria analisado pela Nasa, a agência espacial norte-americana. Trinta e seis anos depois, nunca foi devolvido.

"A que conclusão eu cheguei? Bem, acredito que aqueles objetos fossem mesmo do 'espaço sideral'. E, a meu ver, estavam monitorando instalações militares e industriais do Brasil", observa Hurtak.

Brincadeira de gato e rato


O risco de um desastre aéreo era iminente. Os tais objetos, além de intensa luminosidade, eram capazes de manobras impossíveis para qualquer aeronave. Para agravar a situação, sobrevoavam instalações estratégicas para a defesa aérea, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), e a Academia de Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP).

Por essas e outras, o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima (1926-2011), foi logo notificado do que estava acontecendo. Dali a instantes, três caças da FAB, dois F-5 e um Mirage, entraram em ação.

O primeiro deles, um F-5, prefixo FAB-4848, pilotado pelo tenente Kleber Caldas Marinho, partiu da Base Aérea de Santa Cruz (RJ), às 22h34.

O segundo caça, um Mirage F-103, prefixo-4913, comandado pelo capitão Armindo Sousa Viriato de Freitas, às 22h48, decolou da Base Aérea de Anápolis (GO).

O terceiro, um F-5, prefixo FAB-4849, pilotado pelo capitão Márcio Brisolla Jordão, às 22h50, da Base Aérea de Santa Cruz (RJ).

Os três aviões de combate receberam a mesma missão: interceptação não agressiva. Ou seja, embora estivessem munidos de armamento pesado, tentariam uma aproximação pacífica. Não conseguiram.

Sérgio Mota da Silva na torre de controle de São José dos Campos (SP) (Imagem: Acervo pessoal)
Quando os caças tentavam se aproximar dos alvos, eles desapareciam da vista dos militares e das telas dos radares. E, dali a pouco, reapareciam em outro lugar.

"Tudo ali foi muito curioso e inusitado. Desde o tamanho dos objetos, o maior deles, provavelmente a nave mãe da frota, tinha 11 quilômetros de extensão, até sua tecnologia era imensamente superior à nossa", analisa o jornalista e ufólogo José Ademar Geveard, editor da revista UFO.

"Em nenhum momento, eles tentaram nos atacar. Brincaram de 'gato e rato' conosco", acrescentou.

Pelo sim pelo não, os pilotos foram orientados a acionarem o "modo rojão". Ou seja, manobrar as aeronaves com as luzes de navegação apagadas e o sistema de armas ativado.

"Ao longo dos anos, tive a oportunidade de entrevistar militares de alta patente que, entre outras coisas, me disseram: 'No Brasil, não se atira em UFO porque não representa ameaça' e 'Não sabemos como eles reagiriam se fossem atacados'", relata o ufólogo Marco Antônio Petit.

"Ao contrário do que é divulgado oficialmente, eles sabem muito bem com o que estão lidando", disse ele.

Jornal "Vale Paraibano" (Imagem via Adenir Britto)

Além da velocidade do som


Um dos operadores do Centro de Operações Militares (COpM) chegou a cogitar a hipótese de que os artefatos observados pelo tenente Marinho eram, na verdade, aeronaves de espionagem. Em relatório, o piloto solicitou que fosse averiguado se havia algum porta-avião de bandeira estrangeira no litoral brasileiro. Nada foi encontrado.

O capitão Jordão realizava buscas visuais na região de São José dos Campos quando, às 22h59, foi informado pelo seu controlador de voo, o sargento Nelson, de que havia "numerosos tráfegos a seis horas de sua aeronave". No linguajar militar, significa que os alvos voavam atrás dele.

O piloto realizou uma manobra de 180° na tentativa de visualizar seus perseguidores, mas não conseguiu avistar nada. Segundo imagens do radar, 13 UFOs, sete de um lado e seis do outro, "escoltavam" o F-5 do capitão Jordão.

A cerca de 800 quilômetros dali, em Goiás, o capitão Viriato continuava sua missão de interceptação. Às 23h09, surgiu um sinal não identificado, a 22 quilômetros de distância, em seu radar de bordo. Imediatamente, o piloto enquadrou seu alvo e se preparou para disparar contra o suposto inimigo.

Logo, o Mirage do capitão Viriato atingiu a velocidade de Mach 1.3, algo em torno de 1.600 km/h. Quando estava a nove quilômetros do alvo, algo impensável aconteceu: o artefato acelerou de maneira brusca. Pelos cálculos do piloto, chegou a inacreditáveis Mach 15, o equivalente a 18.375 km/h.

"Se existe avião que possa desenvolver essa velocidade, eu desconheço", declarou o capitão Viriato em entrevista ao programa Globo Repórter, da TV Globo, em 1993.

A título de comparação, o avião mais rápido da história é o North American X-15. Em outubro de 1967, atingiu sua velocidade máxima: 7.274 km/h.

"Até hoje, não sabemos quem eram, de onde vieram ou o que queriam. Mas, sabemos que, além de reais, aquelas aeronaves eram controladas por alguma forma de inteligência", observa o ufólogo Thiago Luiz Ticchetti, presidente da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU).

Ao longo da noite, mais dois caças Mirage foram acionados: um, prefixo FAB-4918, pilotado pelo capitão Rodolfo Silva e Souza, e outro, FAB-4917, comandado pelo capitão Júlio Cézar Rozemberg.

O primeiro decolou às 23h17, e o segundo, às 23h46, ambos da Base Aérea de Anápolis, em Goiás. Nenhum dos dois teve qualquer contato, visual ou através do radar de bordo, com qualquer objeto voador.

Não estamos sós


No dia 23 de maio de 1986, às 16h30, o então ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima, convocou uma coletiva para comunicar à imprensa que cinco caças da FAB perseguiram 21 UFOs.

"Não se trata de acreditar ou não [em seres extraterrestres ou em discos voadores]. Só podemos dar informações técnicas. As suposições são várias. Tecnicamente, diria aos senhores que não temos explicação", declarou, à época.

Ao fim da coletiva, que contou com a presença dos cinco pilotos da FAB e dos controladores de voo que estavam de plantão naquela noite, o ministro da Aeronáutica declarou que o episódio seria apurado e que, dentro de 30 dias, divulgaria um dossiê completo.

Pilotos e controladores de voo participaram da histórica coletiva (Imagem via R7)
Apenas 23 anos depois, em 25 de setembro de 2009, um relatório sobre o caso, assinado pelo interino do Comando da Aeronáutica (COMDA) José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque e datado de 2 de junho de 1986, foi divulgado.

"Como conclusão dos fatos constantes observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência, pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como também voar em formação, não forçosamente tripulados", dizia o documento.

Em geral, os relatos sobre o caso são inconclusivos. Ninguém sabe dizer ao certo o que aconteceu na noite de 19 de maio de 1986. Na dúvida, ninguém descarta a hipótese de vida inteligente em outros planetas.

O infame relatório só se tornou público em 2013 (Imagem via R7)
"Nós, seres humanos, somos muito presunçosos. Achamos que somos os donos do universo", declarou o coronel Ozires Silva ao programa 95 On-Line, da rádio 95,7 FM de Curitiba, em 2014.

Por meio de nota, a Aeronáutica informou que todo o material disponível sobre óvnis já foi encaminhado ao Arquivo Nacional. E mais: não dispõe de profissionais especializados para realizar investigações científicas ou emitir parecer a respeito deste tipo de fenômeno aéreo.

Hoje, o acervo sobre óvnis é o segundo mais acessado do Arquivo Nacional - só perde para os relatórios da ditadura militar. O material abrange um período de 64 anos e vai de 1952, quando dois repórteres da extinta revista O Cruzeiro avistaram um óvni sobrevoando a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), até 2016, quando um piloto da FAB relatou um suposto avistamento. Ao que parece, a verdade continua lá fora.


Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu com informações de André Bernardo (BBC Brasil), g1 e R7

sábado, 11 de janeiro de 2025

Por que avião menor sempre vai na frente do voo do presidente? Veja o VC-2

VC-2 já levou mantimentos a Gaza, trouxe brasileiros repatriados e
esteve envolvido em escândalo com drogas (Imagem: Alexandre Saconi)
Sempre que o presidente vai viajar para o exterior, uma aeronave menor costuma ir na frente desse voo. Enquanto o VC-1, um Airbus A319 VIP, leva o mandatário brasileiro, outras aeronaves prestam apoio para que a segurança ocorra dentro do planejado.

Elas são os VC-2, aviões Embraer 190 batizados como Bartolomeu de Gusmão e Augusto Severo. Além de voos de apoio fora do país, eles são fundamentais para o transporte de autoridades dentro do Brasil.

Quando são usados?


Aeronave Embraer 190 denominado VC-2 e batizado de Augusto Severo: Avião da FAB é usado
para o transporte presidencial (Imagem: Suboficial Johnson Barros/Força Aérea Brasileira)
Os VC-2 são usados como aviões de apoio da comitiva presidencial. Quando Lula (ou quem estiver ocupando o cargo de presidente da República) precisa viajar, geralmente uma equipe de agentes federais e militares se deslocam antecipadamente a bordo desse avião.

Eles são responsáveis por organizar a viagem no destino e, eventualmente, levar tripulações que serão trocadas caso sejam feitas escalas. Isso garante que os pilotos estejam descansados e possam realizar o voo com segurança.

Avião Embraer 190 denominado VC-2 e batizado de Augusto Severo: Aeronave da FAB é
usada para o transporte presidencial (Imagem: Alexandre Saconi)
Entre os profissionais presentes nestes voos, estão:
  • Ecônomo: Responsáveis por realizar os gastos das viagens
  • Polícia Federal: Agentes treinados para a segurança
  • Pilotos: Tripulação reserva dos voos, tanto dos VC-2 quanto do VC-1
  • Diplomatas do Itamaraty: Equipe do Ministério das Relações Exteriores que atua na confecção de documentos e outras questões diplomáticas envolvendo a viagem
  • Equipe de comunicação: Responsáveis pelo tratamento com a imprensa e pela comunicação com as autoridades e órgãos brasileiros
  • Equipe médica: Profissionais preparados para atuar em emergências com a caravana presidencial e planejar o que deve ser feito e quais rotas e posturas devem ser adotadas se for necessário levar o presidente a um hospital
Se a missão ocorre normalmente, após o retorno do avião presidencial, os VC-2 retornam ao Brasil com essas equipes.

Em outras situações, o VC-2 acaba sendo usado para deslocamentos por distância menores dentro do país. Também levam ministros a serviço do governo para eventos e reuniões fora de Brasília (DF).

Histórico


As aeronaves foram incorporadas à frota da FAB (Força Aérea Brasileira) em 2010. Elas chegaram para substituir os VC-96, dois Boeing 737-200 que eram usados para transporte de autoridades em distância menores.

À direita, antiga aeronave da Presidência da República, o VC-96, um Boeing 737-200,
que foi substituído pelo VC-2 (Imagem: Renato Araújo/25.set.2009/ABr)
O valor das aeronaves à época foi de R$ 211 milhões, incluídos os custos com suprimentos. Em seu voo inaugural, transportou o presidente Lula em uma viagem à Dinamarca.

Como é a aeronave por dentro?


Interior do VC-2, jato Embraer 190 destinado exclusivamente para uso da Presidência da República. Na foto, o avião batizado de Bartolomeu de Gusmão (Imagem: Renato Araújo/ABr)
O avião conta com uma área para a comitiva que acompanha as autoridades a bordo. Ela tem capacidade para levar 32 pessoas.

Cabine de comando do avião presidencial VC-2 (Imagem: Renato Araújo/25.set.2009/ABr)
Há uma área privativa com poltronas reclináveis reservada ao presidente e a quem for necessário estar ali durante o voo. Esse local é separado do ambiente onde outros integrantes da comitiva viajam, e há um certo conforto diferenciado.

Cabine de passageiros do VC-2 trazendo refugiados de Gaza em 2023 (Imagem: FAB)
Há banheiro privativo a bordo para o presidente, e o avião ainda conta com uma galley, uma espécie de cozinha dos aviões, onde é possível aquecer alimentos que são preparados antes do embarque.

Já transportou refugiados e o papa


Papa Francisco recebe maquete do VC-2, um Embraer 190, durante voo para a Jornada Mundial
da Juventude em 2013 (Imagem: Tenente Enilton Kirchhof/24.jul.23/FAB)
Além de políticos nacionais, os VC-2 já transportaram autoridades estrangeiras pelo país. Uma delas é o Papa Francisco, que visitou o Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, evento promovido pela igreja católica em 2013.

Durante um voo, o líder do Vaticano recebeu de presente uma maquete do Embraer 190, modelo do VC-2. O trajeto foi entre o Rio de Janeiro e a cidade de Aparecida (SP), onde fica a basílica de Nossa Senhora de Aparecida, local onde o papa participou de uma celebração.

Em 2023, após o início dos ataques de Israel à faixa de Gaza, o governo iniciou uma operação de repatriação dos brasileiros. O VC-2 foi utilizado nessa missão.

Durante o voo de ida, foram levados suprimentos humanitários para a população afetada. Na volta, grupos de brasileiros e seus familiares foram trazidos ao Brasil.

Avião VC-2, um Embraer E190, que foi utilizado para operação de repatriação de brasileiros
em Israel e na Palestina (Imagem: Suboficial Johnson Barros/Força Aérea Brasileira)

Polêmica com drogas


Em 2019, durante uma viagem da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro à cúpula do G20, no Japão, o sargento da FAB Manoel Silva Rodrigues foi preso por transportar 39 kg de cocaína no VC-2.

Após uma denúncia durante uma escala na Espanha, ele foi preso, e hoje cumpre pena no país europeu. Após o ocorrido, a FAB informou que reforçou os procedimentos de segurança para a realização de missões oficiais e que repudia o tipo de conduta envolvendo o militar.

Ficha técnica

  • Aeronave: VC-2
  • Modelo: Embraer 190
  • Nomes: Bartolomeu de Gusmão e Augusto Severo
  • Envergadura: 28,7 metros
  • Comprimento: 38,6 metros
  • Altura: 10,3 metros
  • Peso vazio: 28,1 toneladas
  • Peso máximo de decolagem: 51,8 toneladas
  • Velocidade máxima: 985 km/h
  • Altitude máxima de voo: 12.496 metros