sábado, 29 de outubro de 2022

Brasileiro conta como é voar na 'pior’ e na ‘melhor’ companhia aérea

Apaixonado pela aviação e por viagens, Mike Weiss já passou por 158 países e relata sua percepção de viajar na ‘pior’ e na ‘melhor’ companhia aérea do mundo.

Mike na área do Neko Harbour, na Antártica e com o Ocean Endeavour ao fundo
(Imagem: Reprodução/Instagram @mikeweissaonde)
O catarinense Mike Weiss, de 39 anos, já viajou para mais de 150 países e tem "currículo" suficiente para dizer exatamente qual é a pior e a melhor companhia aérea para voar. Ele iniciou sua trajetória de mochileiro na juventude, aos 17 anos, em países da América do Sul, como Peru, Bolívia, Argentina e Chile. Ao iG Turismo , ele aborda um pouco como foi a experiência de viajar na "pior" e na "melhor" empresa do mundo, de acordo com a Skytrax.

A Skytrax é uma empresa de consultoria do Reino Unido, responsável por divulgar um ranking em que aponta as melhores e as piores companhias aéreas do mundo. Em diversos anos, a empresa aérea estatal da Coreia do Norte, a Air Koryo , ocupou a última posição dessa lista e até hoje foi a única a receber apenas uma estrela na avaliação, em uma escala que vai até cinco. Isso fez com que a companhia fosse reconhecida como a “pior do mundo".

A pesquisa é feita com um especialista que vira um “simples cliente” da companhia aérea avaliada e considera, por exemplo, a qualidade dos serviços de bordo e a estrutura de seus aviões.


Neste ano, a companhia Air Koryo não apareceu no ranking, mas segue na história como sendo a única com uma estrela.

Weiss, apaixonado pela área da aviação — tanto que trabalha na mesma área —, relembra que quando viajou pela Air Koryo, não sentiu que ela fosse de fato a pior, como diziam. Isso porque ele já realizou duas viagens com a empresa norte-coreana, com uma passagem de ida e volta entre a China e Pyongyang, a capital do país.

Em seu trajeto, teve a rota de ida entre Pequim e Pyongyang, com o voo realizado em uma aeronave Tupolev fabricada na Rússia em 2009. E o voo de volta foi entre a capital norte-coreana e Xangai, em um avião Antonov fabricado na Ucrânia em 2013. Tendo como duração cada voo de, aproximadamente, duas horas.

Como é apaixonado pela aviação, ele decidiu “se arriscar” na Air Koryo, pois poderia ter ido à Coreia do Norte de trem desde a China, como muitos viajantes. Mas, preferiu adquirir esta experiência em sua bagagem de mochileiro, visto que já viajou para 158 países.

“Estou envelhecendo um mochileiro. Acho que, independentemente, se uma pessoa viaja com mala ou uma mochila, ou com qualquer outro tipo de bagagem, ser mochileiro é um estilo de viagem, é um estilo de vida. Então viajo, sim, de uma forma econômica e que me força ter contato com as pessoas dos lugares por onde passo. Acredito que o fator importante da viagem e que para mim conta muito, é conhecer as diferentes culturas, conhecer o ‘mindset’ das pessoas, o que elas pensam, por que elas pensam dessa forma? Então, para mim, ser mochileiro, não é só visitar um lugar”, explica.

A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece 193 países internacionalmente, ou seja, faltam apenas 35 países para que Mike tenha passado por todos. Mas, ele enfatiza que “já passei por todos os países que gostaria de ir antes de morrer” brinca.

Porém, entre os que faltam, ele cita três que ainda tem vontade de ir: Papua-Nova Guiné , Congo e Palau , um arquipélago no oceano Pacífico.

Air Koryo é a pior do mundo?


Em sua experiência com a Air Koryo, ele destaca os pontos que mais marcaram e que, embora fossem ruins, não foi nada imperdoável. “Não posso dizer que a Air Koryo é a pior companhia aérea do mundo, acho injusto. Mas, posso dizer que tive experiências péssimas em companhias aéreas em pequenas regiões da África, mas não gosto dessa palavra ‘pior’, porém sinto que algumas companhias áreas dessa região estão menos preparadas”.

Ele cita alguns lugares, como Djibouti, Moçambique e o interior de Zimbábue. Mas, para ele, a sua pior experiência foi em uma empresa de Djibouti , enquanto viajava na Somália.

“Tive uma experiência ruim porque, primeiro, eles só aceitavam a compra em moeda local, não aceitava um cartão, então aí já começou a ser uma experiência atribulada, depois no aeroporto a fila do check-in era totalmente desorganizada. Chegavam pessoas que pulavam a fila, talvez pela importância por serem políticos, não sei. Mas isso já demonstrou uma falta de organização. Depois, o embarque foi muito desconfortável, não tinha uma ponte direto para o avião. Então, todo mundo andava no meio da pista com pouca segurança, algumas pessoas nem sabiam para onde estavam indo. Além disso, tinha gente passando por debaixo da asa do avião, a qual é uma área que deve ser isolada por questão de segurança, depois a própria escada do avião não estava muito firme”, explica.

A aeronave em que ele viajou era um Fokker 100 , um antigo avião utilizado pela TAM, que hoje é conhecida como Latam . A mesma aeronave foi usada no acidente que matou mais de 95 pessoas no Brasil, no voo 402 em 31 de outubro de 1996. Enquanto decolava de São Paulo, o reversor de empuxo de um dos motores foi acionado, fazendo com que a aeronave perdesse velocidade e sustentação, caindo na Rua Luís Orsini de Castro.

Enquanto viajava na Somália, ele percebeu que o avião mantinha ainda alguns símbolos da TAM na fivela de cinto de segurança. E era um avião muito utilizado, no final da vida dele.

“Tinha partes do interior que não estavam cobertas, as paredes já expunham alguns fios e cabos, os acentos também já estavam completamente deteriorados e não estavam firmes. A questão da segurança foi o que mais me preocupou, não foi nem o conforto em si. Porque eu realmente não sabia como havia sido feita a manutenção daquela aeronave, e não sabia das condições que os motores estavam, pois se estivessem na mesma condição que a estrutura interna, poderia virar uma catástrofe. E eles também armazenaram as malas em frente da saída de emergência, elas estavam empilhadas lá como se realmente fosse um espaço adequado, o que me deixou bastante preocupado”, narra.

Além disso, em outra experiência, dessa vez na companhia aérea de Moçambique, ele recebeu sua bagagem despachada encharcada de sangue de cabra.

Todavia, ele retoma com os pontos que mais marcaram ele em sua experiência na Air Koryo, que iniciou antes mesmo da viagem.

A passagem aérea da empresa foi adquirida junto com um pacote turístico completo para a Coreia do Norte, que também incluía o visto de entrada no país, hospedagem, traslados, alimentação e serviço de guia no destino.

Visto para a Coreia do Norte de Mike (Imagem: Reprodução/Instagram @mikeweissaonde)
Porém, alguns dias antes do embarque, a Air Koryo cancelou, sem nenhuma explicação, o voo de volta de Mike, entre Pyongyang e a China.

Isso gerou uma grande preocupação, pois ele não conseguiria entrar no país se não tivesse uma passagem para ir embora de lá depois que sua viagem terminasse. Mas, por sorte, isso foi resolvido três dias antes do embarque.

Após passar por um check-in rápido, o brasileiro se dirigiu ao avião da Air Koryo que o levaria à Coreia do Norte. Na entrada, os passageiros podiam pegar, gratuitamente, exemplares em inglês do "The Pyongyang Times" , jornal controlado pelo governo norte-coreano e que deveria ser manuseado com muito cuidado.

Ele descobriu na hora que não se deve dobrar o jornal nas páginas onde figuras importantes da Coreia do Norte aparecem. Muito menos jogar a publicação no lixo, porque isso pode ser visto como um ato desrespeitoso contra os representantes do país.

Para sua surpresa, o avião estava limpo e tocava uma música clássica de trilha sonora. Além disso, as comissárias eram todas mulheres e estavam com blazer vermelho, camisa branca, cabelos presos e maquiagem discreta.

Mike enfatiza que o avião era confortável, mas que as luzes de leitura individuais e o botão para chamar as comissárias não funcionavam. Além disso, sempre havia a atmosfera em prol do governo norte-coreano, que adota o socialismo, e seu representante Kim Jong-un.

Mike no Grande Monumento da Colina Mansu, o principal ícone de Pyongyang
(Imagem: Reprodução/Instagram @mikeweissaonde)
Na hora da refeição, foi servido aos passageiros um misterioso hambúrguer, que era formado por duas fatias de pão insossas, uma única folha de alface escuro, três fios de repolho roxo e uma carne fria sem sabor. Para ajudar a engolir o hambúrguer misterioso, Mike recebeu um copo de água e talheres de plástico, além de uma toalhinha umedecida.

Como é viajar na melhor companhia aérea?


Neste ano, a Skytrax nomeou a Qatar Airways como a “melhor” companhia aérea do mundo. E, como Mike tem um enorme currículo de viagens, ele também já viajou nela, além de outras que estão sempre na frente , como a Singapore Airlines e a Emirates.

“Fiz vários voos a trabalho e a lazer com a Qatar. Inclusive, no começo da pandemia, foi a Qatar quem me resgatou do Paquistão, fiz uma viagem do Paquistão para Doha e de Doha voltei para minha casa, em Lisboa. A minha experiência com eles foi muito boa. Mas, sinto que a Qatar tenha pecado um pouco na pandemia e pós-pandemia na organização, na questão de bagagens. Vejo um declínio na qualidade da Qatar e de várias outras companhias aéreas que estão vivendo um momento muito difícil, porque eles perderam vários funcionários que eram qualificados, ou até mesmo demitiram, e agora estão readmitindo muitas pessoas e esse novo ciclo está sendo refletido na qualidade”.

Para ele, todas as empresas classificadas como melhores do mundo, ele acha boa, até na classe econômica. Porém, ele defende que a diferença entre a “melhor do mundo” com as outras companhias aéreas medianas na classe econômica não é tão gritante.

“A classe econômica está cada vez mais restrita, independentemente da companhia, e a gente tem cada vez um serviço mais básico. Então, para mim, a diferença entre a "melhor do mundo" para as medianas não é tão absurda. Por isso, gosto muito das companhias aéreas de baixo custo, as ‘low cost’, que entregam o que prometem, ou seja, um valor muito baixo, e se você quiser alguma comida ou qualquer outro luxo no voo, você paga para isso, mas se você não quiser você não precisa pagar”.

Sessão de Sábado - Filme "Fenda no Tempo" (dublado)

Em um voo rotineiro de Los Angeles para Boston algo extraordinário acontece, pois dez passageiros, que dormiam, ao acordarem constatam que são as únicas pessoas no avião. Brian Engle (David Morse), um dos passageiros, é um piloto que está acostumado em lidar com jatos, assim tenta levar a aeronave para algum lugar. 

Como não consegue se comunicar pelo rádio resolve ir para Bangor, Maine, onde o tráfego aéreo é menos intenso. Isto provoca a ira de Craig Toomy (Bronson Pinchot), um homem de negócios psicótico que tem uma importante reunião em Boston. Em Bangor o grupo vê um aeroporto vazio e nenhum sinal de vida, nem mesmo um eco, mas o pior ainda está por vir.

Do mesmo criador de 'It - A Coisa', Stephen King.

Originalmente dividido em duas partes, aqui você assiste a versão completa.

Aconteceu em 29 de outubro de 2018: Voo Lion Air 610 - 189 mortos em queda de Boeing na Indonésia


Em 29 de outubro de 2018, o voo JT610 era um voo doméstico regular de passageiros operado pela companhia aérea da Indonésia Lion Air, que iria do Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, em Jacarta para o Aeroporto Depati Amir, em Pangkal Pinang, ambas localidades da Indonésia e que caiu 13 minutos após a decolagem no mar de Java, matando as 189 pessoas a bordo.

A aeronave que operava o voo, era o Boeing 737 MAX 8, prefixo PK-LPQ, da Lion Air (foto acima), que levava a bordo oito tripulantes e 181 passageiros (178 adultos, uma criança e dois bebês).

A tripulação do cockpit era composta pelo capitão Bhavye Suneja, um indiano de 31 anos que voava na companhia aérea há mais de sete anos e tinha cerca de 6.028 horas de voo (incluindo 5.176 horas no Boeing 737); e copiloto indonésio de 41 anos Harvino, que tinha 5.174 horas de experiência de voo, 4.286 delas no Boeing 737. Os seis comissários de bordo eram indonésios.

Vinte funcionários do Ministério das Finanças, 10 funcionários do Conselho Fiscal da Indonésia, dois auditores da Agência de Inspeção de Finanças e Desenvolvimento, três funcionários do Ministério de Energia e Recursos Minerais, três procuradores públicos, três oficiais da Polícia Nacional da Indonésia, seis membros do Conselho Representativo do Povo Regional de Bangka Belitung e três juízes do Tribunal Superior e Tribunal Nacional da Indonésia, para um total de 38 funcionários públicos, três policiais e 10 funcionários estaduais, estavam entre os passageiros. Estavam a bordo dois estrangeiros confirmados: além do piloto indiano, um cidadão italiano, o ex-ciclista profissional Andrea Manfredi. 

O voo decolou de Jacarta às 6h20, horário local (28 de outubro de 2018, 23h20 UTC) e estava programado para chegar ao Aeroporto Depati Amir, em Pangkal Pinang, às 7h20.

O 737 MAX decolou em direção a oeste antes de circular em direção a um ponto nordeste, que ocupou até cair no mar, a cerca de 6h33, a nordeste de Jacarta, em águas cuja profundidade estimada é de até 35 metros (115 pés).

A aeronave atingiu uma altitude máxima de cerca de 5 000 pés (1 500 m) antes de descer e subir várias vezes até que sua transmissão final a mostrasse a uma altitude de cerca de 1 150 m com uma velocidade de 345 nós (397 m/h, 639 km/h).

O percurso do avião até à sua queda (X vermelho)

De acordo com um funcionário do escritório de busca e salvamento de Pangkal Pinang, a tripulação solicitou autorização para retornar ao aeroporto de Jacarta em algum momento durante o voo.

O local do acidente estava localizado a 34 milhas náuticas (63 km) da costa da regência de Karawang, na ilha de Java. Todas as 189 pessoas a bordo morreram no acidente.

Cerca de 40 sacos com destroços - incluindo sapatos, carteiras e roupas - foram recolhidos. Yusuf Latif, porta-voz da agência nacional de busca e resgate, afirmou que a localização de sobreviventes seria um "milagre", analisando o estado dos fragmentos e partes de corpos recuperados.

Busca e salvamento

Uma operação de busca e salvamento foi implantada pela Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), com a assistência da Força Aérea da Indonésia e da Marinha da Indonésia. Basarnas despachou cerca de 150 pessoas em barcos e helicópteros para o local do acidente. 

As embarcações civis também responderam aos relatórios de uma aeronave abatida, e a tripulação de um rebocador relatou às autoridades em Tanjung Priok que eles tinham testemunhado um acidente de avião às 6h45 da manhã e localizaram detritos na água às 7h15. 

Os detritos que se acredita serem da aeronave foram encontrados perto de uma plataforma de produção offshore perto do local do acidente. A Agência Indonésio de Avaliação e Aplicação de Tecnologia implantou o navio de pesquisa Baruna Jaya, que havia sido implantado anteriormente durante a busca do Voo Adam Air 574 e do Voo AirAsia 8501.

Um porta-voz da agência confirmou aos repórteres que a aeronave havia caído, apesar de que, por volta das nove horas da manhã, uma autoridade de Tanjung Priok disse que não havia informações sobre a condição das pessoas a bordo. Muhammad Syaugi, chefe do Basarnas, confirmou mais tarde que houve baixas, sem especificar um número.

Em resposta ao acidente, o Ministério dos Transportes da Indonésia criou centros de crise em Jacarta e Pangkal Pinang. A Lion Air também ofereceu voos gratuitos para as famílias das vítimas em Jacarta. 

Em 30 de outubro, mais de 90 parentes foram levados para Jacarta para a identificação das vítimas. O CEO da Lion Air, Edward Sirait, declarou que as acomodações haviam sido fornecidas para os parentes e mais tarde acrescentou que os parentes deveriam ir ao Aeroporto Internacional Halim Perdanakusuma para obter mais informações. O governo da Regência Karawang enviou 15 ambulâncias para o processo de evacuação das vítimas.

Como 20 dos passageiros eram funcionários do Ministério das Finanças da Indonésia, Sri Mulyani, a Ministra das Finanças da Indonésia visitou imediatamente o escritório da Agência de Busca e Resgate da Indonésia em Jacarta, buscando coordenação e mais informações. Mais tarde, ela anunciou que todos os funcionários de seu ministério deveriam usar uma fita preta por uma semana em respeito às vítimas.

A ministra da Saúde, Nila F Moeloek, e o ministro dos Transportes, Budi Karya Sumadi, visitaram os familiares das vítimas. O presidente indonésio, Joko Widodo, que estava participando da conferência em Bali durante o acidente, visitou os esforços de recuperação no Porto de Tanjung Priok no dia seguinte.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, o presidente russo, Vladimir Putin, e vários artistas indonésios expressaram suas condolências após o acidente.

O Departamento Australiano de Negócios Estrangeiros e Comércio anunciou que sua equipe seria proibida de voar na Lion Air, assim como suas subsidiárias Batik Air e Wings Air, até que a causa do acidente fosse conhecida. O Ministério dos Transportes indonésio, Budi Karya Sumadi, afirmou mais tarde que o seu ministério iria manter conversações com o governo australiano sobre o aviso.

A companhia de seguros sociais estatal Jasa Raharja declarou que um total de 50 milhões de rupias será recebido por cada parente das vítimas.

Em 31 de outubro, o ministro dos Transportes, Budi Karya Sumadi, suspendeu temporariamente o diretor técnico da Lion Air, Muhammad Arif, e deixou claro que sua suspensão estava relacionada à investigação do acidente. Budi disse que o ministério também suspendeu um número não especificado de técnicos da Lion Air que limparam a aeronave para voar em seu voo final.

Operações de recuperação

Um oficial da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, anunciou que a operação de busca e salvamento será realizada por 7 dias e um adicional de 3 dias, se necessário. O centro de comando será instalado em Tanjung Priok e o processo de identificação das vítimas será conduzido no Hospital da Polícia de Kramat Jati.

Em 29 de outubro, as autoridades disseram que todos a bordo estavam supostamente mortos e que os primeiros restos mortais humanos haviam sido recuperados. Os mergulhadores localizaram fragmentos da fuselagem da aeronave e diversos detritos, mas ainda não encontraram os gravadores de voo a bordo.

Um oficial das Forças Armadas Nacionais da Indonésia previu que a maioria das vítimas ainda estava dentro da fuselagem, já que o pessoal de resgate só conseguiu recuperar várias partes do corpo.

Ao contrário da operação de busca do Voo AirAsia 8501 na Indonésia, a operação de busca e salvamento do voo 610 foi conduzida por 24 horas, conforme ordenado pelo presidente indonésio, Joko Widodo. As autoridades afirmaram que a má visibilidade e a forte corrente marítima dificultaram o esforço de busca e salvamento. Os drones também foram implantados na área de pesquisa. Durante a noite, os mergulhadores foram substituídos por sonar.

O chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Muhammad Syaugi, afirmou que sua agência não foi capaz de detectar nenhum sinal do transmissor localizador de emergência da aeronave (Epirb). Ele afirmou que, embora o farol do avião fosse considerado utilizável pelas autoridades, de alguma forma não poderia enviar nenhum sinal imediatamente após o acidente.

No dia 30 de outubro, seis sacos de cadáveres foram usados ​​para recuperar restos humanos. No dia seguinte, foi relatado que "pings" de transponder haviam sido detectados a, no máximo, 3 quilômetros (1,9 mi) do grupo de oito pontos de busca atuais, possivelmente de um ou de ambos os balizas de localização subaquática do voo da aeronave. gravadores.

A primeira vítima foi identificada em 31 de outubro. Na época, mais de uma dúzia de partes do corpo haviam sido encontradas pelas autoridades. Algumas das partes derivaram mais de 5 km na corrente marítima. A polícia também informou que 152 amostras de DNA foram coletadas do parente das vítimas. Centenas de peças da aeronave também haviam sido recuperadas; todos eles foram transportados para Tanjung Priok, Jacarta. 

As autoridades afirmaram que a área de busca de cadáveres e detritos seria focada perto da costa de Karawang, pois a análise mostrou que a corrente marítima na área traria destroços para o sul (Karawang Regency). Um centro de comando foi estabelecido em Tanjung Pakis, Karawang pelas autoridades para supervisionar o esforço de salvamento.

No mesmo dia, as autoridades ampliaram a área de busca de 10 milhas náuticas para 15 milhas náuticas. Em todos os 39 navios (incluindo 4 equipados com sonar) e 50 mergulhadores foram implantados na área de busca. A Polícia Nacional da Indonésia anunciou que 651 funcionários haviam se juntado e ajudado na operação de busca e salvamento. Funcionários afirmaram que a operação, a partir de 31 de outubro, seria mais focada em encontrar a fuselagem e seus gravadores de voo.

As autoridades revelaram que, a partir de 31 de outubro, não recuperaram corpos intactos do mar. Em 1 de novembro, equipes de resgate anunciaram que haviam encontrado o gravador de dados de voo (FDR) do Voo 610, localizado a uma profundidade de 32 metros (105 pés). O FDR foi relatado como estando em boas condições e seria enviado a Jacarta para um exame mais aprofundado realizado por investigadores. O gravador de voz do cockpit (CVR), no entanto, foi reportado como ainda não encontrado.

Autoridades mostram caixa preta do avião da Lion Air, recuperada no Mar de Java — Foto: Pradita Utama/AFP

Em 3 de novembro, foi relatado que um mergulhador de resgate indonésio voluntário havia morrido durante a busca, na tarde de 2 de novembro. Acredita-se que ele morreu de descompressão.

Um segundo trem de pouso e os dois motores da aeronave puderam ser recuperados pelo pessoal de busca e salvamento, enquanto o corpo principal da aeronave havia sido localizado pelas autoridades. O corpo principal da aeronave estava localizado a 7,5 km da costa de Tanjung Pakis e localizava-se a cerca de 200 metros do local onde o FDR foi descoberto. Os mergulhadores foram imediatamente enviados para a área. "Pings" fracos do CVR da aeronave também foram ouvidos.

Em 4 de novembro, cerca de 1 400 pessoas, incluindo 175 mergulhadores, foram enviadas para o local do acidente. 69 navios, 5 helicópteros e 30 ambulâncias também foram despachados. O chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Muhammad Syaugi, anunciou que a operação de busca e salvamento seria prorrogada por mais três dias.

Integrantes de equipe de resgate descarregam um par de pneus do voo da Lion Air JT 610, recuperado no mar, no porto de Jacarta, em 5 de novembro — Foto: Azwar Ipank/AFP

Investigação

A aeronave teria sido usada em um voo do Aeroporto Internacional Ngurah Rai, em Bali, para o Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, em Jacarta, no dia anterior ao acidente. Alguns passageiros, naquele voo, relataram que a aeronave havia sofrido um problema no motor e foram instruídos a não embarcarem, já que os engenheiros tentaram consertar o problema. Enquanto a aeronave estava a caminho de Jacarta, tinha problemas em manter uma altitude constante, com os passageiros dizendo que era como "uma montanha-russa".

Gráfico mostra altitude e velocidade do voo. Foram cerca de 13 minutos de voo (23:20h às 23:33h UTC), onde o avião atingiu uma altitude máxima de cerca de 5.000 pés (1524 m). O avião alcançou sua maior velocidade durante a queda: cerca de 639 km/h.

O diretor executivo da Lion Air, Edward Sirait, disse que a mesma aeronave tinha um "problema técnico". "na noite de domingo (no final do último voo antes do acidente, do Aeroporto Internacional Ngurah Rai, em Bali, para o Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, em Jacarta), mas havia sido tratado de acordo com os manuais de manutenção emitidos pelo fabricante. Os engenheiros declararam que a aeronave estava pronta para decolar na manhã do acidente.

Em 30 de outubro, no entanto, o Ministério de Transportes da Indonésia ordenou que todas as companhias aéreas do país realizassem inspeções de emergência em suas aeronaves 737 MAX 8. O ministério também lançaria uma auditoria especial na Lion Air para ver se havia problemas com seu sistema de gerenciamento.

A Agência Meteorológica, Climatológica e Geofísica da Indonésia (BMKG) relatou que o tempo durante o acidente estava bom, com ventos a 9,25 km/h do noroeste. A visibilidade era boa sem nuvens cumulonimbus.

Uma equipe da Boeing e do governo dos EUA chegou em 31 de outubro para ajudar na investigação. A Boeing forneceu um técnico e um engenheiro. A equipe do governo dos EUA era composta por membros do National Transportation Safety Board. Uma equipe de Singapura, que já havia chegado na noite de 29 de outubro, deveria prestar assistência na recuperação dos registradores de voo da aeronave. O Gabinete de Investigação de Acidentes Aéreos da Malásia (AAIB) também ofereceu assistência ao NTSB indonésio.

Especialistas em aviação observaram que havia algumas anormalidades na altitude e na velocidade do Voo 610. Apenas três minutos depois do voo, o capitão pediu permissão ao controlador para retornar ao aeroporto, pois havia problemas de controle de voo. 

Com cerca de oito minutos no voo, a aeronave desceu por cerca de 500 pés e sua altitude continuou a flutuar. A velocidade média do voo 610 foi de cerca de 300 nós, o que foi considerado pelos especialistas como incomum, já que normalmente as aeronaves em altitudes inferiores a 8 000 pés são restritas a uma velocidade de 250 nós. Dez minutos no voo, a aeronave caiu mais de 3 000 pés. A última altitude registrada da aeronave foi de 2 500 pés.

O The Boston Globe especulou que os tubos de pitot, usados no sistema de indicação da velocidade aerodinâmica, podem ter desempenhado um papel no acidente; eles desempenharam um papel em acidentes anteriores semelhantes. O chefe do Hospital de Polícia, Musyafak, disse que foi feito um exame das partes do corpo, e esse indicou que era improvável que houvesse uma explosão ou incêndio no avião.

Em 5 de novembro, o NTSB anunciou que o voo 610 ainda estava intacto quando caiu no mar e bateu em alta velocidade, citando o tamanho relativamente pequeno dos pedaços de destroços. O impacto foi tão poderoso que a parte mais forte da aeronave foi obliterada. 

O NTSB também afirmou que os motores do voo 610 ainda estavam funcionando quando impactaram o mar, indicado pelo alto RPM. Um exame mais aprofundado dos instrumentos da aeronave revelou que um dos indicadores de velocidade aerodinâmica da aeronave estava com defeito nos últimos quatro voos.

Reações

Em 6 de novembro, o Wall Street Journal informou que a Boeing e a US Federal Aviation Administration, com base nas informações preliminares reunidas na investigação, planejavam publicar avisos sobre indicações errôneas de ângulo de ataque nas exibições de instrumentos do cockpit do 737 MAX em resposta ao acidente da Lion Air. 

O relatório afirma que, com base em descobertas preliminares, acredita-se que o mau funcionamento dos sensores AOA pode levar o computador de bordo a acreditar que a aeronave está estolando (perda de sustentação), fazendo com que ela automaticamente inicie um mergulho. A Administração Federal de Aviação (Federal Aviation Administration) instou todas as companhias aéreas que operam o Boeing 737 MAX 8s a atender aos avisos.

Em 7 de novembro, o NTSB confirmou que havia problemas com os sensores de ângulo de ataque (AoA) do Flight 610. A aeronave teve um problema de velocidade no ar nos últimos quatro voos, incluindo o voo para Denpasar. 

O problema é que os engenheiros de Bali substituíram a aeronave, mas o problema persistiu no penúltimo voo, de Denpasar a Jacarta. Apenas alguns minutos após a decolagem, a aeronave mergulhou abruptamente. 

A tripulação desse voo, no entanto, conseguiu controlar a aeronave e decidiu voar a uma altitude inferior à normal. Eles então conseguiram pousar a aeronave com segurança e registraram uma diferença de vinte graus entre as leituras do sensor AoA esquerdo e o sensor direito. 

O chefe do NTSB, Soerjanto Tjahjono, disse à imprensa que as futuras reportagens ou ações, promulgadas para evitar problemas semelhantes em aeronaves similares, seriam decididas pela Boeing e pelas autoridades de aviação dos EUA.

Durante o treinamento de diferença, pilotos da American Airlines e Southwest Airlines convergiram de modelos anteriores do Boeing 737 Next Generation para o 737 MAX não foram informados sobre o Sistema de Aumento de Características de Manobra (MCAS) ligado ao acidente fatal, deixando-os preocupados com o fato de possivelmente não estarem treinados. respeito a outras diferenças. Em novembro de 2018, a Aviation Week revisou o manual de operações da 737 MAX e constatou que não mencionou o MCAS.

Os motores CFM International LEAP do 737 MAX têm uma maior taxa de desvio e possuem uma nacele maior do que os motores dos modelos Boeing 737 anteriores, de modo que os motores são colocados mais altos e mais avançados em relação à asa do que nos modelos anteriores. Isso desestabiliza a aeronave em campo em ângulos mais altos de ataque; Para lidar com isso, o sistema de aumento de controle de voo do MCAS é montado no 737 MAX. 

Os ex-engenheiros da Boeing expressaram a opinião de que um comando do nariz para baixo acionado por um ponto único de falha do sensor é uma falha de projeto se a tripulação não estiver preparada, e a FAA estava avaliando a possível falha e investigando se o treinamento de transição dos pilotos é adequado.

Em 15 de novembro, a Associação de Pilotos de Linha Aérea dos EUA (ALPA), o maior sindicato, representando 61 000 pilotos, pediu à FAA e ao NTSB para garantir que os pilotos recebam todas as informações relevantes, abordando uma "potencial e significativa deficiência de segurança do sistema de aviação". 

A divisão da United Airlines da ALPA, em linha com sua administração, discorda, pois o manual do piloto 737 inclui um procedimento padrão para encerrar o comportamento de controle de voo e descartou a implicação do MCAS no acidente como "especulação" baseada no alerta de segurança da Boeing. boletim e da diretriz de aeronavegabilidade da FAA.

Veja AQUI 405 fotos relacionadas ao acidente com o voo 610 da Lion Air

Por Jorge Tadeu (com ASN e Wikipedia)

Aconteceu em 29 de outubro de 2015: Incêndio durante o taxiamento do voo 405 da Dynamic Airways, na Flórida


Em 29 de outubro de 2015, o Boeing 767-269ER, prefixo N251MY, da Dynamic International Airways (foto acima), estava programado para operar o voo 405, um serviço regular de passageiros de Fort Lauderdale, na Flórida (EUA), para Caracas, na Venezuela, com 90 passageiros e 11 tripulantes a bordo.

O voo 2D405 pegou fogo durante o taxiamento para decolar no Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale-Hollywood . A aeronave estava vazando combustível pouco antes de pegar fogo, de acordo com os pilotos de uma aeronave que estava seguindo o voo 405. 

Todos os passageiros e tripulantes evacuaram a aeronave. 22 foram levados a um hospital local para tratamento de ferimentos. Não houve queimaduras. Um homem de 62 anos sofreu ferimentos graves depois de cair de um escorregador de evacuação. Outros 21 foram internados no hospital por abrasões , ansiedade e ferimentos leves no cinto de segurança.


O National Transportation Safety Board (NTSB) iniciou uma investigação. Em 3 de novembro de 2015, o NTSB divulgou uma atualização para sua investigação em andamento, que afirmou que eles descobriram que o conjunto de acoplamento da linha de fornecimento de combustível principal havia se desconectado no suporte asa-motor acima e atrás do motor esquerdo.


O exame do motor esquerdo não revelou nenhuma evidência de falta de contenção do motor ou outra falha. Além disso, a parte interna inferior da asa esquerda, capô do motor esquerdo e seção central esquerda da fuselagem sofreram danos térmicos. O fogo não penetrou na fuselagem. O relatório condenou alguns passageiros por levarem suas bagagens.


O relatório final sobre o acidente foi divulgado em 1º de junho de 2020. O relatório concluiu que a falha do conjunto principal de acoplamento da linha de combustível foi "a falha do pessoal de manutenção em instalar o cabo de trava de segurança necessário." O NTSB também criticou a tripulação de voo por iniciar a evacuação de emergência enquanto o motor certo ainda estava funcionando.


A aeronave envolvida no incidente, o Boeing 767-269ER com registro N251MY, era o 131º Boeing 767 construído, que voou pela primeira vez em 30 de janeiro de 1986 e foi entregue à Kuwait Airways aproximadamente sete semanas depois. Embora pertencente à Kuwait Airways, a fuselagem foi às vezes alugada para a EgyptAir, Qatar Airways e Polynesian Airlines.


Em 1995, a Kuwait Airways vendeu a fuselagem para Birgenair, que posteriormente alugou a fuselagem para Alas Nacionales e LAN Airlines. Após o colapso da Birgenair logo após a queda do voo 301 da Birgenair, a Air Gabon adquiriu a fuselagem por dois anos até sua aquisição pela First Security Corporation (agora parte da Wells Fargo) em 1999. O avião foi então armazenado pelos próximos cinco anos até que a Phoenix Aviation, sediada nos Emirados Árabes Unidos (mais tarde AVE.com), comprou a estrutura da Wells Fargo em 2004, alugando-a para a Kam Air no início de 2004.


O atual proprietário é a KMW Leasing, de Salt Lake City, em Utah (de propriedade do fundador e ex-CEO da Extra Space Storage, que por sua vez também é co-proprietário da Dynamic Airways), que adquiriu o avião da AVE.com em junho de 2006, e que posteriormente alugou a fuselagem em uma base de "potência por hora" para MAXjet e Sunny Airways, antes de sua vinculação com Dynamic Airways.


Apesar de sua idade de quase 30 anos, em 6 de outubro de 2015, a estrutura voou apenas 29.970 horas em 9.937 ciclos de voo. Antes de ser alugado pela Dynamic Airways, a aeronave ficou em armazenamento a seco por aproximadamente 29 meses. A Dynamic registrou apenas 240 horas durante o período de seis semanas antes do incêndio em Fort Lauderdale. A Dynamic Airways continua operando o voo 405 na rota Fort Lauderdale-Caracas.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro)

Aconteceu em 29 de outubro de 2014: Acidente com o voo 7101 da Skyway Enterprises no Caribe


Em 29 de outubro de 2014, o avião Shorts 360-200, prefixo N380MQda Skyway Enterprises (foto acima), fabricada pela empresa aeroespacial Short Brothers no Reino Unido em 1986, operava o voo 7101 entre o Aeroporto Sint Maarten-Juliana, em Sint Maarten, e o Aeroporto Internacional San Juan-Luis Muñoz Marín, em Porto Rico.

O voo 7101, fretado da FedEx, decolou da pista 28 do Aeroporto Princesa Juliana, às 18h35, levando a bordo apenas os dois pilotos. A tripulação consistia em um cidadão alemão de 49 anos com um green card válido dos Estados Unidos como capitão e um cidadão americano de Porto Rico como primeiro oficial. 

Durante a subida inicial, aproximadamente 30 segundos após a decolagem e a uma altitude de cerca de 500 pés (150 m), o controlador de tráfego aéreo deu instruções para mudar o rumo para 230°. Pouco depois, a aeronave caiu no mar a cerca de uma milha da Praia de Maho. O piloto e copiloto sofreram ferimentos fatais.´


Às 20h30, hora local, grandes volumes de destroços foram relatados na costa entre a Baía Mullet e La Samanna. Os esforços de resgate foram prejudicados pelo mau tempo, com relâmpagos e fortes chuvas. 

Aproximadamente às 21h20, o corpo do piloto Eric Schnell foi recuperado entre Mullet Bay e Cupecoy pela Guarda Costeira, trabalhando com os Royal Marines.

Em 5 de novembro de 2014, uma equipe de especialistas chegou de Porto Rico para ajudar na recuperação da fuselagem principal do fundo do mar. Um conjunto de Sistema de Posicionamento Global (GPS) encontrado durante a operação de busca e resgate foi enviado ao National Transportation Safety Board (NTSB) para auxiliar no estreitamento da área de busca.

Em 10 de novembro de 2014, a fuselagem e uma asa foram localizadas a uma profundidade de 75 pés pela equipe de resgate em cooperação com a Guarda Costeira. O copiloto desaparecido e seu assento não foram encontrados dentro da cabine.

Durante uma busca no local dos destroços e arredores em 11 de novembro de 2014, os mergulhadores encontraram o corpo do copiloto, ainda preso ao assento.


A Autoridade de Aviação Civil de Sint Maarten divulgou um relatório do acidente de aeronave em 23 de setembro de 2016 afirmando: "A investigação acredita que a PF experimentou uma perda de controle ao iniciar uma curva para o rumo de partida necessário após a decolagem. A retração do flap e sua aceleração associada combinaram para colocar em movimento uma ilusão somatogravica para a PF. A reação da PF ao cair enquanto o início de uma curva provavelmente levou a uma atitude incomum extrema e ao acidente subsequente. A consciência do PM para a perda iminente de controle e qualquer tentativa de intervenção não pôde ser determinada. As evidências mostram que o desempenho do gerenciamento de recursos da tripulação (CRM) foi insuficiente para evitar o acidente."


"Os fatores que contribuíram para a perda de controle foram as condições ambientais, incluindo saída de uma pista desconhecida com perda de referências visuais (buraco negro), noite e chuva com rajadas de vento."

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro)

Aconteceu em 29 de outubro de 2006: A queda do voo 053 da ADC Airlines na Nigéria


Em 29 de outubro de 2006, o voo 053 da Aviation Development Company Airlines (ADC) era um voo regular de passageiros, operado pelo Boeing 737-2B7, prefixo 5N-BFK (foto acima), fabricado em 1983. O avião tinha sido verificado para uma inspeção em 28 de julho de 2005. Estava previsto para outra verificação em 27 de janeiro de 2007.

O voo 053 da ADC Airlines partiu de Lagos (LOS) em um voo doméstico programado para Sokoto (SKO) com escala intermediária em Abuja (ABV). Enquanto estava em solo em Lagos, ele levantou algum combustível. Houve apenas mudança de tripulação de cabine. 

A aeronave partiu de Lagos no voo 063 do serviço regular de passageiros às 09h29, hora local, e aterrissou em Abuja às 10h20. 

Em Abuja às 11h14, a tripulação da aeronave solicitou autorização de partida. Isso foi fornecido junto com as informações meteorológicas prevalecentes. A bordo estavam 100 passageiros e cinco tripulantes.

Às 11h21, a tripulação solicitou autorização para taxiar até o ponto de espera e uma verificação do vento; ambos foram dados. Durante os seis minutos seguintes, a Abuja Tower deu uma série de seis relatórios de vento, incluindo uma declaração enfatizando a natureza das rajadas de vento. Uma tempestade se aproximava do aeroporto e o tempo estava piorando. 

Às 11h26, a tripulação do voo 53 solicitou autorização para decolagem imediata, e o controlador enfatizou novamente a deterioração das condições meteorológicas e deu a última verificação do vento, que eles reconheceram. Imediatamente após a decolagem da pista 22, o Boeing 737 entrou em um windshear contra o vento -shift para-tailwind, o que afetou significativamente o desempenho aerodinâmico do avião. 

O Pilot Flying respondeu ao vento adicionando uma pequena quantidade de potência e puxando a coluna de controle, causando uma mudança significativa na atitude de inclinação. O Pilot Flying respondeu ao cisalhamento do vento chamando para que o Pilot Flying parasse. 

O avião então entrou em um estol aerodinâmico completo seguido por uma rolagem para a esquerda de mais de 90 graus e uma descida íngreme até o solo. A aeronave foi colocada em uma atitude que resultou na interrupção temporária do fluxo de ar e perda momentânea de potência em ambos os motores. O avião quebrou e pegou fogo em um campo de milho.


Após três tentativas malsucedidas de contato com a aeronave, a Torre aconselhou o Controle de Aproximação a ligar para o voo 053. Outras aeronaves na plataforma (Virgin Nigeria Airlines Flight 42 e Trade WingsVoo 2401), que estavam nessa frequência, também foram solicitados a auxiliar no contato com a aeronave, mas todas as tentativas foram infrutíferas. 

Os Controles de Área de Kano e Lagos foram solicitados a entrar em contato com o voo 053, mas não houve resposta da aeronave. O Centro de Comunicação de Voo Abuja foi então aconselhado a informar a Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências (NEMA) em Kano sobre a perda de contato com a aeronave. 


Às 11h38, o Centro de Comunicação de Voo ligou para a Torre de Controle que alguém veio de um vilarejo próximo (Tungar Madaki), próximo ao local do radar, e relatou que um avião caiu em seu vilarejo perto de Ejirin. Uma equipe de busca do aeroporto foi enviada e eles encontraram e confirmaram que o avião havia caído logo após a decolagem. 

Muhammadu Maccido, o sultão de Sokoto e líder espiritual dos muçulmanos da Nigéria, filho do sultão, senador Badamasi Maccido, Dra. Nnennia Mgbor, a primeira cirurgiã otorrinolaringologista da África Ocidental, e Abdulrahman Shehu Shagari, filho do ex-presidente Shehu Shagari , estavam na lista de passageiros. 96 pessoas morreram e nove sobreviveram, entre elas as três filhas de Ibrahim Idris, governador de Kogi. 


O Nigerian Aircraft Investigation Bureau (AIB) iniciou uma investigação para a causa do acidente com representantes do US National Transportation Safety Board (NTSB). Os investigadores examinaram os destroços e o local do acidente. Com base em seu exame, a asa esquerda da aeronave fez contato pela primeira vez com um galho de árvore. A aeronave impactou o solo com uma posição de nariz elevado e uma margem esquerda extrema. O avião se desintegrou e um derramamento de combustível acendeu um inferno.

Noventa e seis das cento e cinco pessoas a bordo ficaram mortalmente feridas por forças de impacto e fogo pós-colisão, pois a maior parte da seção da fuselagem da aeronave foi destruída. Um membro da tripulação de cabine, sentado à ré, sobreviveu junto com outros oito passageiros, pois a estrutura em seu ambiente imediato permaneceu substancialmente intacta.


Análise da caixa preta: pouco antes da decolagem, a tripulação confirmou relatos de vento, como é evidente a partir do gravador de voz do cockpit (CVR). Durante a decolagem, a intensidade da chuva aumentou para forte. O primeiro sinal de dificuldade foi ouvido no CVR apenas dois segundos após o primeiro oficial ter chamado "oitenta nós". O capitão respondeu com "Ah" em vez de dizer "verificado". 

Quatro segundos depois, o trem de pouso foi retraído e a chamada V2 foi dada pelo primeiro oficial. Dois segundos após a chamada V2, um aviso de vento foi acionado, pois a aeronave experimentou uma rápida mudança na direção do vento. Na tentativa de se recuperar, a tripulação elevou o nariz entre 30° e 35°, conforme revelado pelo Flight Data Recorder (FDR), excedendo em muito o ângulo de ataque crítico, ativando o stick-shaker (conforme confirmado pela voz do cockpit gravador). 


Como resultado da atitude de alto tom, o fluxo de ar para os motores foi interrompido, fazendo com que ambos os motores experimentassem uma parada do compressor. As entradas de controle de vôo pela tripulação resultaram em um estol aerodinâmico, perda de altitude e subsequente impacto no solo. Como resultado da rápida descida, o sistema de alerta de proximidade do solo (GPWS) foi indicado por ter produzido avisos de terreno até o impacto.

Análise da reação do piloto: Embora o mau tempo tenha criado a situação à qual os pilotos reagiram, sua reação não foi de acordo com o procedimento de recuperação de vento. O treinamento do simulador que a tripulação realizou na Sabena Flight Academy em Bruxelas, na Bélgica, não os preparou adequadamente para lidar com a situação em que se encontravam, embora a aeronave parecesse ter energia suficiente para voar em condições climáticas adversas.

A ilustração de uma queda de vento ocorreu perto de um aeroporto. Esta, publicado pela NASA, afirmava que se ocorresse um corte de vento na frente da aeronave, os pilotos deveriam subir para evitar o corte de vento
O simulador utilizado para o treinamento não possuía as mesmas instalações da aeronave real; O reconhecimento e a recuperação do vento não fazia parte do treinamento do simulador que o primeiro oficial recebeu. O capitão recebeu treinamento de windshear, mas não era aplicável, pois o simulador não era o mesmo que a aeronave real. Durante todo o período de emergência (desde o primeiro aviso de cisalhamento até o impacto no solo), as respostas do piloto que não voou não estavam em conformidade com os procedimentos de recuperação do vento.


Dados da Agência Meteorológica da Nigéria mostraram que às 09h30 e 09h45, havia nuvens cúmulos de topo baixas espalhadas. Os investigadores notaram que ocorreu uma formação significativa de nuvens na área. No entanto, a formação de nuvens repentinamente 'explodiu' em algum momento entre 09h45 e 11h00 UTC, e se tornou uma célula de tempestade. Essa 'explosão' foi chamada de intensificação rápida. As condições evoluíram de cúmulos espalhados no topo inferior para uma célula convectiva isolada com topos estimados acima de 45.000 pés em pouco mais de uma hora.


O AIB nigeriano finalmente concluiu que a causa do acidente foi devido a um erro do piloto, conforme declarado: "A decisão do piloto de decolar em condições meteorológicas adversas conhecidas e a falha em executar o procedimento adequado de recuperação de vento resultou na operação da aeronave fora do regime de vôo seguro, fazendo com que a aeronave estolasse muito perto do solo, de onde a recuperação não foi possível."

Os investigadores também declararam vários fatores contribuintes: "O uso de equipamentos inadequados para procedimento de recuperação de vento durante a recorrência do simulador. Ausência de Procedimentos Operacionais Padrão da empresa para operações de voo em condições climáticas adversas. A coordenação de responsabilidades e deveres entre o piloto que voa e o piloto que não voa durante o encontro com o tempo adverso era inconsistente com os Procedimentos Operacionais Padrão, resultando no controle inadequado da aeronave."


Consequentemente, o AIB observou que o radar do aeroporto estava desligado no momento do acidente. Isso causou confusão e dificuldade em encontrar o avião acidentado. Se o radar não tivesse sido desligado, haveria mais sobreviventes.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro)

Aconteceu em 29 de outubro de 1972: O sequestro do voo 615 da Lufthansa por terroristas do Setembro Negro

O sequestro do voo 615 da Lufthansa foi um ato de terrorismo cometido por um grupo palestino ocorrido em 29 de outubro de 1972 e que visava a libertação de uma prisão na Alemanha Ocidental dos três perpetradores sobreviventes do massacre de Munique.


Em 5 de setembro de 1972, durante os Jogos Olímpicos de Munique, oito membros do grupo terrorista palestino Setembro Negro fizeram reféns nove membros da equipe olímpica israelense, depois de matar dois outros atletas israelenses. 

Durante um tiroteio após uma tentativa fracassada de resgate da polícia na Base Aérea de Fürstenfeldbruck, todos os reféns foram mortos. Cinco dos oito times de ataque palestinos também foram mortos. Os três perpetradores sobreviventes foram Adnan Al-Gashey, Jamal Al-Gashey e Mohammed Safady, que foram presos e mantidos sob custódia pré-julgamento.


Imediatamente após o massacre de Munique, as autoridades da Alemanha Ocidental estavam preocupadas com o fato de terem sido arrastadas para o conflito árabe-israelense. Como disse o ministro das Relações Exteriores, Walter Scheel, em outubro de 1972, era preciso "nos defendermos das ações de ambos os lados do conflito". Em Israel, a política alemã de apaziguamento que se seguiu levou a comparações com o Acordo de Munique de 1938.

De fato, desde que Willy Brandt se tornou chanceler em 1969, houve uma mudança na atitude da Alemanha Ocidental em relação ao conflito árabe-israelense. Os primeiros governos conservadores foram considerados claramente pró-Israel (especialmente em meados da década de 1960, com a Guerra dos Seis Dias), o que resultou em vários estados árabes rompendo relações diplomáticas com a Alemanha Ocidental. Com o Egito e a Tunísia, eles só foram restaurados pouco antes das Olimpíadas de 1972.

As autoridades da Alemanha Ocidental estavam cientes do alto perfil dos prisioneiros e do fato de que o grupo tinha numerosos simpatizantes, de forma que atos terroristas visando a libertação dos agressores de Munique eram temidos.

Aviões da (então) companhia aérea nacional Lufthansa ou de sua contraparte israelense El Al foram identificados como alvos prováveis. Em 9 de setembro, uma carta anônima foi recebida alegando que tal sequestro era de fato iminente, o que levou o Ministério Federal do Interior (então liderado por Hans-Dietrich Genscher) a considerar se os cidadãos de estados árabes deveriam ser negado embarque em voos da Lufthansa.

Já durante a crise dos reféns em Munique, tornou-se evidente que os agressores estavam cientes de possíveis tentativas de libertação em caso de prisão. Questionado se ele tinha medo de ser pego e colocado em uma prisão alemã, seu líder Luttif Afif (que mais tarde foi morto no tiroteio de Fürstenfeldbruck) respondeu que não havia nada a temer, porque "não há pena de morte na Alemanha , e nossos irmãos nos libertariam."

Um Boeing 727-100 da Lufthansa, semelhante à aeronave envolvida no sequestro do voo 615
Em 29 de outubro de 1972 (um domingo), o Boeing 727-100, prefixo D-ABIG, da Lufthansa foi sequestrado. O voo 615 realizava a rota Damasco - Beirute - Ancara - Munique - Frankfurt.

O voo teve origem no Aeroporto Internacional de Damasco no início da manhã, com sete tripulantes, mas inicialmente sem nenhum passageiro. Na primeira escala no Aeroporto Internacional de Beirute, 13 pessoas embarcaram no voo: nove cidadãos de países árabes desconhecidos, dois americanos, um alemão, um francês; e um jornalista espanhol que mais tarde escreveu o relato de uma testemunha ocular dos eventos. 

A partida de Beirute foi atrasada em cerca de uma hora. Originalmente programado para decolar às 05h45,  a decolagem ocorreu às 06h01. Menos de 15 minutos depois, dois passageiros árabes ameaçaram explodir a aeronave usando explosivos que estavam escondidos na cabine da primeira classe (e que provavelmente foram contrabandeados para Damasco). Eles exigiram a libertação dos membros do Setembro Negro da prisão alemã.

Após uma parada para abastecimento no Aeroporto Internacional de Nicósia, os pilotos foram forçados a voar em direção ao Aeroporto de Munique-Riem, onde os sequestradores inicialmente pretendiam que a troca ocorresse. 

Quando a aeronave chegou ao espaço aéreo austríaco por volta do meio-dia, tornou-se evidente para os sequestradores que suas demandas não poderiam ser atendidas a tempo. O plano foi alterado e a tripulação da Lufthansa teve que desviar para Zagreb, no que era então a República Federal Socialista da Iugoslávia, circulando sobre o aeroporto de Zagreb até que os membros do Setembro Negro fossem trazidos para lá. Isso colocou os alemães em uma crise de tempo, já que a aeronave acabaria ficando sem combustível.

Assim que a notícia do sequestro foi recebida na sede da Lufthansa em Colônia, o presidente Herbert Culmann embarcou em uma Hawker Siddeley HS.125, de propriedade da então subsidiária Condor (registrada D-CFCF) e voou para Munique. Ele então se juntou ao prefeito Georg Kronawitter e ao chefe de polícia Manfred Schreiber, bem como ao ministro do Interior da Baviera, Bruno Merk no comitê de crise local.


A resposta governamental da Alemanha Ocidental foi coordenada por um conselho de crise em Bonn, que incluiu o vice-chanceler, o ministro das Relações Exteriores Walter Scheel e os ministros do Interior e dos Transportes, Hans-Dietrich Genscher e Lauritz Lauritzen.

Relembrando a tentativa fracassada de resgate durante a crise dos reféns olímpicos e a (então) falta de uma unidade de polícia de operações especiais, como a mais recente GSG 9, as autoridades da Alemanha Ocidental rapidamente decidiram atender às demandas dos sequestradores. 

Às 14h00, os três membros do Setembro Negro foram transportados para o aeroporto de Riem. Philipp Held, o ministro da Justiça da Baviera, ordenou a revogação do mandado de prisão e fez com que os membros do Setembro Negro emitissem documentos oficiais de emigração. Os três foram trazidos a bordo do avião que Culmann usara para chegar a Munique e foram acompanhados por dois policiais à paisana. Culmann decidiu ir para Zagreb a fim de ajudar diretamente nas negociações lá.

O avião saiu de Munique, mas o piloto recebeu ordens de permanecer dentro do espaço aéreo da Alemanha Ocidental. Os negociadores alemães pediram que o jato Lufthansa sequestrado pudesse pousar primeiro em Zagreb, mas não tiveram sucesso em suas tentativas.

A situação ficou tensa quando a aeronave Lufthansa sequestrada chegou perigosamente perto do ponto de ficar sem combustível. No que Culmann mais tarde chamou de "estado de emergência", devido a uma suposta perda de comunicações com Munique, Culmann ordenou pessoalmente que o piloto da aeronave que transportava os atacantes de Munique libertados se dirigisse e pousasse no Aeroporto de Zagreb. Essa direção ia contra as ordens de autoridades superiores. Como consequência, uma investigação legal contra Culmann foi iniciada, mas abandonada logo depois.

Vinte minutos depois de os três membros do Setembro Negro terem chegado ao aeroporto de Zagreb, o jato Lufthansa sequestrado também pousou lá e algum tempo depois, às 18h05, a transferência ocorreu. Isso aconteceu sem quaisquer medidas recíprocas: Os 18 reféns ainda não haviam sido libertados.


Outra situação crítica se desenrolou quando as autoridades iugoslavas responsáveis ​​pelo aeroporto atenderam às demandas de suas contrapartes em Bonn e impediram o jato da Lufthansa de decolar novamente. Percebendo que o avião não seria reabastecido, os sequestradores ameaçaram novamente matar todos a bordo.

O impasse foi quebrado por Kurt Laqueur, o cônsul da Alemanha Ocidental em Zagreb, que assinou a ordem de reabastecimento sem ter sido autorizado a fazê-lo. O jato da Lufthansa decolou às 18h50, desta vez com destino a Trípoli. Às 21h03, chegou ao Aeroporto Internacional de Trípoli , onde os reféns foram finalmente libertados.

Na Líbia e em outros países da região, as celebrações em massa eclodiram, com os sequestradores da Lufthansa e os perpetradores libertados de Munique sendo tratados como heróis. Logo após sua chegada ao aeroporto, foi realizada uma coletiva de imprensa, que foi transmitida ao vivo para todo o mundo. 

Os três homens armados sobreviventes dão uma entrevista coletiva em Trípoli, na Líbia,
em outubro de 1972, depois que os alemães os libertaram
O governo líbio liderado por Muammar Gaddafi permitiu que os atacantes de Munique se refugiassem e se escondessem, ignorando as exigências do ministro das Relações Exteriores da Alemanha Ocidental, Scheel, para levá-los a julgamento. 

Em uma operação secreta em grande escala apelidada de Ira de Deus, Israel posteriormente teria como objetivo que eles fossem rastreados e mortos.

Os políticos alemães dos partidos do então governo (sociais-democratas e liberais), bem como da oposição (os partidos conservadores da União ), em geral elogiaram o resultado não violento do sequestro. Isso refletiu a opinião pública de que a libertação dos atacantes de Munique reduziria o risco de novos atos terroristas contra alvos alemães. 

As críticas evoluíram em torno da falta de segurança suficiente no aeroporto para evitar que explosivos fossem contrabandeados para aviões de passageiros, e a Lufthansa não empregava marechais do céu, que naquela época já eram comuns em certos voos da El Al, Pan Am, Swissair e outros.

Israel condenou veementemente a libertação dos perpetradores de Munique e acusou a Alemanha Ocidental de ter "capitulado ao terrorismo". A primeira-ministra Golda Meir afirmou no dia seguinte: "Estamos deprimidos desde ontem, ofendidos e diria insultados, que o espírito humano, tão fraco e indefeso, se rendeu à força brutal." O ministro das Relações Exteriores, Abba Eban, apresentou uma nota oficial de protesto ao governo da Alemanha Ocidental, e o embaixador israelense em Bonn foi temporariamente chamado de volta, oficialmente devido a consultas.

Imediatamente após o sequestro do voo 615, e também em várias ocasiões posteriores, foram levantadas preocupações de que o evento poderia ter sido encenado ou pelo menos tolerado pelo Ocidente Governo alemão para "livrar-se de três assassinos, que se tornaram um fardo para a segurança" (como Amnon Rubinstein escreveu no jornal israelense Haaretz sob a manchete "A desgraça de Bonn" logo após a libertação do prisioneiro). 

Argumentos frequentemente feitos durante tais alegações são os "suspeitos" baixo número de passageiros (havia apenas 13 passageiros do sexo masculino a bordo do Boeing 727-100 sequestrado, um tipo de aeronave com capacidade para 130-150 lugares), a "surpreendentemente" decisão rápida de libertar os prisioneiros, bem como supostos contatos do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha Ocidental com a Organização para a Libertação da Palestina.

Os interesses comerciais da Alemanha Ocidental nos países árabes, bem como o desejo de ser poupado de futuros atos de terrorismo, foram alegados como motivos para o envolvimento do governo.

Pouco depois dos eventos em torno do voo 615, Haim Yosef Zadok acusou a Alemanha Ocidental em um discurso no Knesset de ter "aproveitado a oportunidade para melhorar suas relações com o mundo árabe." 

Em sua autobiografia de 1999, Abu Daoud (o mentor por trás do massacre de Munique) afirma ter recebido uma oferta de US$ 9 milhões pelos "alemães" por fingir a libertação do prisioneiro. No entanto, anos mais tarde, ele se recusou a repetir ou elaborar essa alegação. Em uma entrevista de 2006 com Frankfurter Allgemeine Zeitung, Zvi Zamir, chefe do Mossad de 1968 a 1974, afirma estar certo de que houve algum tipo de acordo entre a Alemanha Ocidental e o Setembro Negro.


O documentário vencedor do Oscar "One Day in September" (que foi lançado em 1999 e cobre o massacre de Munique) apoia a tese de que o sequestro do voo 615 da Lufthansa foi "uma armação, organizada pelo governo alemão em conluio com os terroristas", que corresponde às observações de Jamal Al-Gashey sobre as consequências de sua libertação. 

O filme apresenta uma entrevista com Ulrich Wegener, um especialista alemão em contraterrorismo e comandante fundador do GSG 9, que chama tais alegações de "provavelmente verdadeiras". Wegener também é citado com a opinião de que as considerações das autoridades da Alemanha Ocidental sobre como lidar com a situação dos reféns provavelmente foram motivadas principalmente pelo desejo de evitar que o país se tornasse o foco de novos atos de terror.

Em 2013, jornalistas investigativos do programa de televisão alemão Report München citaram uma carta do chefe da polícia de Munique, enviada ao Ministério do Interior da Baviera onze dias antes do sequestro do voo 615. Descreve medidas que foram tomadas em a fim de "acelerar a deportação" dos agressores de Munique, em vez de preparar para que sejam julgados.

Um contra-argumento às acusações de uma libertação pré-arranjada de prisioneiros inclui destacar a falta de planejamento e comunicação que os negociadores alemães tiveram durante a crise dos reféns. A situação tinha sido caótica e confusa às vezes, tornando improvável que as negociações fossem planejadas. 

"LH 615 - Operação München", um documentário de 1975 produzido por Bayerischer Rundfunk, atribui o resultado não violento do sequestro ao presidente da Lufthansa, Culmann, e ao cônsul Laqueur: Eles agiram em seus próprios termos em vez de obedecer às ordens de funcionários do governo.

Quando o avião da Lufthansa foi apreendido por simpatizantes da Organização do Setembro Negro durante o Beirute - Ancara, parte de um voo com escalas múltiplas de Damasco a Frankfurt, as autoridades da Alemanha Ocidental atenderam à exigência de libertar os prisioneiros. Eles foram entregues no aeroporto de Zagreb, e o avião sequestrado foi levado para Trípoli , onde todos os reféns foram libertados. Os atacantes libertados de Munique receberam asilo do líder líbio Muammar Gaddafi.

Por suas ações, o governo da Alemanha Ocidental foi criticado por Israel e outros partidos. Em alguns casos, foram feitas alegações de que o sequestro havia sido encenado ou pelo menos tolerado com teorias de um acordo secreto entre o governo alemão e o Setembro Negro - libertação dos terroristas sobreviventes em troca de garantias de nenhum novo ataque à Alemanha.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)