quarta-feira, 30 de abril de 2025

O fim de uma era: Quanto custou o Boeing 747?

O Boeing 747 está desaparecendo rapidamente do ar para uso comercial após mais de cinco décadas de governo. Ao acenarmos adeus à Rainha dos Céus, sentimos que é um bom momento para olhar para trás, para a história da aeronave, incluindo seu custo.

A certa altura, a Pan American e o Boeing 747 andaram de mãos dadas. Foto: Getty Images

Tirando o widebody do chão


O Boeing 747 foi realmente um pioneiro. Foi o primeiro jato comercial de grande porte e abriu portas para toda a indústria de viagens. O líder da Pan American Juan Trippe queria uma maneira eficiente de colocar 400 passageiros em uma aeronave. Inicialmente, ele sentiu que o melhor caminho seria empilhar duas cabines de corredor único uma em cima da outra. No entanto, os engenheiros da Boeing criaram a solução widebody.

Posteriormente, em 1968, o custo do programa foi de US$ 1 bilhão. Esse valor pode não parecer muito, mas hoje o custo seria equivalente a aproximadamente US$ 7,61 bilhões. O 747 inicial saiu da linha de montagem da Boeing em Everett no final de setembro, e o tipo realizou seu primeiro voo em 9 de fevereiro de 1969.

A aeronave abriu novas oportunidades de longo curso (Foto: Getty Images)

Os primeiros pedidos


Com a gestão da Pan Am fortemente envolvida no lançamento do projeto, não é uma surpresa que a lendária transportadora tenha sido a primeira a apresentar o avião. Em abril de 1966, a operadora fez um pedido de 25 Boeing 747-100s. O custo total deste pedido foi de $ 525 milhões (~ $ 4 bilhões hoje). Portanto, a Boeing já estava na metade do caminho para equiparar o custo do programa somente com esta fatura. Cada unidade teria custado aproximadamente $ 21 milhões (~ $ 160 milhões hoje).

Clipper Victor da Pan Am após pousar em London Heathrow (Foto: Getty Images)

O 747-400


O -400 foi lançado em fevereiro de 1989 pela Northwest Airlines e é uma das variantes mais reconhecidas da série. Este modelo trouxe avanços como maior alcance e extensões de ponta de asa, que melhoraram a eficiência de combustível em 4%.

De acordo com a TopSpeed, o preço da aeronave foi de até US $ 58,5 milhões. Além disso, a Aircraft Compare observa que o avião estava custando cerca de US$ 266,5 milhões em 2007.

O 747-400 está rapidamente se tornando uma coisa do passado na aviação de passageiros ( Foto: Getty Images)

Opções de segunda mão


O -400 ainda está nos céus hoje, com empresas como especialistas em carga fazendo um bom uso do avião. No entanto, a variante não está mais em produção. Portanto, se uma operadora quisesse adquirir um, ela teria que procurar uma unidade usada. O preço médio de um usado -400, considerando um empréstimo para cobri-lo, é de aproximadamente US$ 16 milhões. No geral, isso é uma fração do preço de uma nova unidade.

Haverá muitos 747s usados ​​para escolher (Foto: Getty Images)

Taxas de funcionamento


Pode parecer uma pechincha possuir sua própria aeronave histórica. No entanto, é importante lembrar o custo de implantação de um rolo compressor. A Aircraft Cost Calculator (calculadora de custo de aeronaves) compartilha que, para 450 horas de voo por ano, os custos fixos totais podem chegar a US $ 851.244 e os custos variáveis ​​totais podem chegar a US$ 7.812.774. Assim, dentro de alguns anos, o custo de operação do avião alcançaria o preço de compra.

É fundamental considerar todos os fatores (Foto: Getty Images)

A última 'Rainha'


O 747-8 é o governante final da família. No entanto, o programa de produção do modelo também está chegando ao fim. Em 2019, um único 747-8 Intercontinental havia custado US$ 418,4 milhões. Enquanto isso, a edição do cargueiro custava US$ 419,2 milhões por unidade. Comparando o custo do 747-100 inicial, o preço do 747-8 é menor levando em consideração a inflação.

Apenas algumas companhias aéreas operam o 747-8 (Foto: Getty Images)

O fim do quadjet


O 747 não é o único motor largo de quatro motores que está sendo descontinuado pelas companhias aéreas. O Airbus A380 também está sendo aposentado rapidamente em todo o mundo. Durante a produção do superjumbo, ele tinha um preço de lista de US$ 445,6 milhões.

O preço inevitavelmente se tornou um fator significativo na queda de ambos os quadri-jatos. No entanto, não foi o valor da fuselagem que começou a deter as pessoas, mas o custo de operar tal gigante. Com alternativas modernas e eficientes no mercado, as companhias aéreas simplesmente começaram a procurar outras opções.

Na histórica terça-feira, 31 de janeiro de 2023, às 11h, horário local de Seattle, a Boeing encerrou o fim de uma era da aviação com a entrega oficial do último 747. A data relevante, celebrada entre a Boeing e a Atlas Air, operadora a receber o último Jumbo, marcou o fim de um capítulo na história da aviação que começou em 1967.

Dos 1.574 Boeing 747 construídos em 55 anos, atualmente 421 estão em serviço nas mãos de 61 companhias aéreas e agências governamentais em todo o mundo. Um número de 307 deles opera para empresas de carga e apenas 65 o fazem em sua versão de passageiros, enquanto o restante são versões militares ou funcionam como bancadas de testes, conforme divulgado pela Aviacionline, que recolheu as informações por meio do banco de dados Ch-aviation.

O último 747



Como parte das celebrações pelo fim da produção dos aviões da família Boeing 747, um dos projetos mais longevos da história da aviação, a fabricante norte-americana publicou nessa semana um vídeo que mostra diversas cenas do processo de construção do último exemplar.

As imagens apresentam desde as primeiras peças sendo unidas para formar as asas, o cockpit e as demais seções da fuselagem até a junção de todas as grandes partes, para dar forma ao 747-8F da Atlas Air, totalizando 1574 aviões Jumbo Jet construídos.


A Boeing realizou a entrega do último 747 produzido na história. Trata-se do Boeing 747-8 em versão cargueira, adquirido pela Atlas Air. O evento foi organizado na fábrica de Everett, no estado norte-americano de Massachussets, e contou com a presença de funcionários, diretores e fornecedores.


A última unidade entregue à Atlas Air, a versão adquirida foi o 747-8F, cargueira mais moderna da aeronave. Além de poder voar por longas distâncias, tem uma excelente capacidade de carga, com peso máximo de decolagem de 448 toneladas. O preço? US$ 387 milhões (R$ 1.9 bilhão).


O voo de entrega do último 747



O voo de entrega do último Boeing 747 da história, realizado no dia 1º de fevereiro de 2023, contou com a ação de realizar uma trajetória de voo que criou um desenho especial nos rastreamentos de radar.


Mas, antes disso, o Jumbo Jet protagonizou uma despedida marcante ao partir do aeroporto de Everett, já que os pilotos retornaram a aeronave para uma lenta passagem baixa sobre a pista, seguida do tradicional balanço de asas como um “tchau”.



Depois da passagem baixa de despedida pelo aeroporto Boeing Field em Everett, vista nos vídeos acima, o Boeing 747-8F de matrícula N863GT subiu para 12.800 pés (3.900 metros) de altitude e foi até a região de Moses Lake, onde há outro aeroporto também utilizado pela Boeing para suas operações.

Nessa região, sempre mantendo os 12.800 pés, o Jumbo desenhou uma coroa, já que a aeronave é mundialmente conhecida como a Rainha dos Céus, e escreveu 747 no interior do desenho. Por fim, subiu para 41 mil pés (12.500 metros) de altitude e seguiu até o destino do voo de entrega para a companhia Atlas Air, em Cincinnati.

No total, a aeronave permaneceu por cerca de 6 horas e 20 minutos no ar neste voo que marcou a última entrega de um Boeing 747 na história.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (com informações de Aeroin, Canaltech, Aero Magazine, UOL e Simple Flying)

Vídeo: Tudo sobre o F-47, o Caça de 6ª Geração da USAF!


Há muito se fala na próxima linhagem de caças, a 6ª Geração.

E sobre isso, até 20 de março deste ano, circulavam rumores, suposições e muitas especulações de como estaria o ultrassecreto programa da Força Aérea dos Estados Unidos, a USAF, de um caça desse tipo. De fato, circularam declarações até mesmo sobre o programa ter sido paralisado, ou sumariamente cancelado.

Mas tudo isso mudou em 21 de março, com o anúncio, pelo próprio Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não só confirmando o programa, mas declarando já a proposta vencedora, e o nome do futuro caça – o Boeing F-47.

Assim, neste vídeo, com informações inclusive de fontes exclusivas, reunimos tudo o que se sabe até o momento desse caça, que surge prometendo mudar tudo o que se viu até hoje na aviação de combate! Conheça o futuro caça de 6ª Geração da USAF!

Descubra como rastrear voos em tempo real com o Flight Radar

Quer saber a hora exata de quando alguém vai chegar? Use o Flight Radar e acompanhe o voo em tempo real!


Graças ao avanço tecnológico, temos acesso a diversos serviços e aplicativos que nos ajudam a resolver imprevistos do dia a dia. E se você por acaso precisar acompanhar em tempo real o voo de um amigo ou familiar para saber a hora exata de quando a pessoa chegará ao seu destino? Será que existe algum site ou aplicativo para isso? A resposta é sim e se chama Flight Radar!

O Flight Radar é uma ferramenta que possibilita o acompanhamento de voos em tempo real em escala global. O serviço utiliza informações atualizadas sobre a localização de aeronaves e as disponibiliza em um mapa interativo, que pode ser acessado através de um navegador ou aplicativo mobile, possibilitando buscas e interações com facilidade.

O Flight Radar é grátis, mas tem opções de upgrade pagos. O plano Basic é grátis e apenas oferece os serviços de rastreamento de voos em tempo real. O plano Silver custa R$30,99/ano e remove anúncios e adiciona histórico de voos. O plano Gold custa R$109,99/ano e oferece tudo do Silver e mais gráficos aeronáuticos, camadas climáticas de aviação e reprodução de voo.

Tempo necessário: 3 minutos.

Agora, aprenda a como usar o Flight Radar:


1 - Acessando o Flight Radar

Visite o site do Flight Radar ou baixe o aplicativo móvel em seu smartphone ou tablet. Surgirá a imagem do globo terrestre com várias figuras de aviões em amarelo.


2 - Escolhendo localidade

Clique no mapa e arraste para algum país ou lugar do mundo de sua preferência. Caso queira visualizar alguma região específica com mais detalhes, você pode ampliar a imagem dando zoom em qualquer área do mapa.


3 - Informações de um voo

Clique no ícone de avião em amarelo que estará disponível no lugar que você escolheu. Repare que o ícone estará em movimento. Ao clicar no avião amarelo, uma caixa de informações aparecerá na tela: são as informações sobre o voo de algum avião que está sobrevoando neste exato momento, como a rota, a altitude, a velocidade, o tipo de aeronave, a companhia aérea e a hora estimada de chegada.


4 - Pesquisando voo específico

Se você possui detalhes sobre o avião que deseja acompanhar ou quiser pesquisar por viagens específicas, clique na barra de pesquisa.


5 - Menu de pesquisa

Abaixo da barra de pesquisa, aparecerá uma tela com atalhos para encontrar os voos. As opções são “Voo por rota”, “Voo AO VIVO por companhias aéreas”, “Aeroporto por país” e “Por perto”.


6 - Voo por rota

Em “Voo por rota”, pesquise por um voo específico buscando por uma cidade, nome do aeroporto ou código IATA e ICAO. Clique nas opções “Aeroporto de partida” e “Aeroporto de chegada” e digite qualquer uma das informações ditas anteriormente. Depois, é só clicar em buscar e uma lista de aeroportos e voos recentes ou agendados aparecerá para você, caso esteja acontecendo algum.


7 - Voo AO VIVO por companhia aérea

Em “Voo AO VIVO por companhia aérea”, aparecerá uma lista de companhias aéreas por ordem alfabética. Escolha a companhia desejada e, caso haja resultado, aparecerá uma lista com os voos em tempo real.


8 - Aeroporto por país

Em “Aeroporto por país”, é possível acessar uma lista em ordem alfabética dos países, acompanhada de suas respectivas bandeiras. Após selecionar o país desejado, será exibida uma lista contendo os aeroportos do país em questão. Em seguida, várias opções estarão disponíveis para ajudar a encontrar um voo específico.


9 - Por perto

Em “Por perto”, o Flight Radar encontrará os voos que estão acontecendo próximos à sua localização. Apenas ative a permissão do aplicativo ter acesso a sua localização pelo GPS.


Aconteceu em 30 de abril de 1974: Queda de avião da Metro Airlines no Texas (EUA) deixa vítimas fatais

Um Beechcraft 99 Airliner similar ao avião acidentado (Foto: Reprodução)
Na terça-feira, 30 de abril de 1974, o avião Beechcraft 99 Airliner, prefixo N853SA, da Metro Airlines, decolou do Aeroporto Galveston-Scholes, no Texas (EUA), em direção ao Aeroporto Intercontinental de Houston, também no Texas. A bordo estavam dois tripulantes e 10 passageiros.

A aeronave partiu de Galveston com pressa porque estava 10 minutos atrasada. Os passageiros não receberam instruções de segurança e o comandante deixou o estabilizador de compensação na posição de espera.

Logo após a decolagem do Aeroporto Galveston-Scholes Field, enquanto na subida inicial a uma altitude de 400 pés, o avião tornou-se instável, perdeu altura e caiu em um campo após o final da pista sul.

Um piloto e cinco passageiros morreram enquanto outros seis ocupantes ficaram gravemente feridos. A aeronave foi destruída por forças de impacto e um incêndio pós acidente.

Para piorar as coisas, o caminhão de bombeiros que compareceu ao local não estava equipado com um extintor de espuma.


O Relatório Final do acidente apontou como causa do acidente: "Descida descontrolada após a decolagem após uma preparação inadequada de pré-voo por parte da tripulação."

Os seguintes fatores foram relatados:

- Falta de familiaridade com a aeronave,

- Uso incorreto ou não uso dos flaps,

- Gust locks acionados,

- 10 minutos de atraso,

- Passageiros não informados sobre os procedimentos de evacuação de emergência,

- Trim stab na posição de espera,

- Não espuma disponível do caminhão de bombeiros,

- O capitão teve apenas três horas de voo durante os últimos 90 dias.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com informações de ASN e baaa-acro

Hoje na História: 30 de abril de 1975 - Adeus, Vietnã!

Sem espaço para helicópteros


No último ano da Guerra do Vietnã, uma série de ofensivas dos norte-vietnamitas levou à queda da capital sul-vietnamita, Saigon, em 30 de abril de 1975.


Quando o exército vietcongue norte-vietnamita se aproximou de Saigon, os cidadãos sul-vietnamitas e o pessoal americano fugiram antes deles, e o governo dos Estados Unidos deu início a um programa de evacuações em massa. 

As pessoas foram levadas de helicóptero, às vezes sob fogo, para os navios de guerra americanos que aguardavam. Houve cenas de caos enquanto pessoas desesperadas tentavam escapar.

A fase final da evacuação recebeu o codinome de "Operação Vento Frequente" ("Operation Frequent Wind"). A Embaixada Americana havia distribuído anteriormente um livreto para seus cidadãos, denominado "Instrução Padrão e Conselhos para Civis em uma Emergência" (SAFE). 


Isso incluía um mapa de Saigon mostrando as áreas onde seriam detectados quando o sinal fosse dado. O sinal, a ser transmitido pela Rádio das Forças Armadas, era " A temperatura em Saigon está 40 graus e está subindo", seguido pela reprodução de "Natal Branco ".

A operação "Vento Frequente" foi realizada nos dias 29 e 30 de abril. Tamanha foi a velocidade da evacuação e o número de pessoas envolvidas que os navios ficaram sobrecarregados de gente e os helicópteros que os trouxeram. 

Ordens foram dadas para empurrar helicópteros excedentes pelas laterais dos navios para abrir espaço para mais. Alguns pilotos foram instruídos a deixar seus passageiros e, em seguida, largar suas máquinas no mar, saltando no último momento para serem resgatados por barcos de resgate.


"Essa ação fecha um capítulo da experiência americana. Peço a todos os americanos que cerrem fileiras, evitem recriminações sobre o passado, olhem para os muitos objetivos que compartilhamos e trabalhem juntos nas grandes tarefas que ainda precisam ser cumpridas.", declaração do então Presidente dos EUA, Gerald Ford, após a evacuação do pessoal do EUA, em 29 de abril de 1975.

Mais de 7.000 pessoas foram evacuadas na "Operação Vento Frequente".

Hoje na História: 30 de abril de 1969 - A 1ª piloto comercial feminina de uma companhia aérea ocidental levanta voo

Turi Widerøe com “Atle Viking”, o Convair 440-75 Metropolitan 1957, prefixo LN-KLA,
operado pela Scandinavian Airlines System (Foto: SAS)
Em 30 de abril de 1969, Turi Widerøe, nascido em 23 de novembro de 1937, fez seu primeiro voo regular como primeira oficial de um Convair 440 Metropolitan da Scandinavian Airlines System (SAS). Ela foi a primeira mulher a voar para uma companhia aérea ocidental.

A capitã Widerøe obteve seu certificado de piloto comercial em 1965 e voou no Noorduyn Norseman e no de Havilland Otter para o Flyveselskap A/S de Widerøe, um serviço aéreo regional fundado por seu pai, Viggo Widerøe. 

Em 1968 ela ingressou na SAS e concluiu a academia de voo da empresa em 1969, qualificando-se como primeiro oficial. Mais tarde, ela foi promovida a capitã e pilotou os aviões a jato Caravelle e Douglas DC-9.

A capitã Widerøe em foto de 1970
O New York Times, em consonância com as atitudes sexistas da época, referiu-se a ela como uma “loira esbelta” e fez questão de incluir suas dimensões físicas: “...quem tem a altura, as maçãs do rosto e as pernas longas e bem torneadas de um modelo de moda... suas estatísticas bem torneadas apenas em centímetros (98-68-100)...”

Em 1969, a Sra. Widerøe foi premiada com o Troféu Internacional Harmon “pelo notável feito internacional nas artes e/ou ciências da aeronáutica no ano anterior”.

Turi Widerøe deixou o SAS no final dos anos 1970, após o nascimento de seu segundo filho. O uniforme de oficial da companhia aérea está em exibição no Museu Nacional do Ar e Espaço da Smithsonian Institution.

Turi Widerøe com um hidroavião de Havilland Canada DHC-3 Otter
Depois de deixar o SAS, a Sra. Widerøe foi trabalhar para a NRK, o serviço nacional de rádio e televisão da Noruega, como diretora de programa.

Em 1972, a Sra. Widerøe se casou com Karl Erik Harr, um artista. Eles se divorciaram em 1975. Ela obteve um mestrado em história pela Universidade de Oslo em 1998 e um segundo mestrado pela Universidade de Tromsø em 2006.

Hoje na História: 30 de abril de 1962 - Primeiro voo oficial do "Artigo 121", o primeiro Lockheed A-12

O “Artigo 121” decola em seu primeiro voo em Groom Lake, Nevada, 30 de abril de 1962 (Lockheed Martin)
Em 30 de abril de 1962, embora já tivesse estado no ar brevemente apenas alguns dias antes, o "Artigo 121", o primeiro Lockheed A-12, número de série 60-6924, decolou de uma instalação Top Secret em Groom Lake, Nevada, em seu "primeiro voo oficial". O piloto de testes da Lockheed, Louis Wellington (“Lou”) Schalk, Jr. estava na cabine.

O avião de 72.000 libras (32.659 quilogramas) decolou da pista de 8.000 pés (2.438 metros) a 170 nós (196 milhas por hora, 315 quilômetros por hora).

Na foto ao lado, o piloto de teste da Lockheed Louis W. Schalk, Jr. (Lockheed Martin)

Durante o voo de teste de 59 minutos, Schalk manteve a velocidade no ar em apenas 340 nós (391 milhas por hora, 630 quilômetros por hora), mas subiu para 30.000 pés (9,144 metros) enquanto testava sistemas e características de manuseio. Ele descreveu o avião como muito estável e extremamente responsivo.

O A-12 era um avião de reconhecimento ultrassecreto construído para a Agência Central de Inteligência sob o codinome “Oxcart”. Era o substituto do avião espião U-2 subsônico, que voava alto, mas se tornara vulnerável a mísseis superfície-ar guiados por radar. 

Um U-2 pilotado por Francis Gary Powers havia sido abatido com um míssil SA-2 Guideline enquanto sobrevoava a Rússia exatamente um ano antes.

O A-12 poderia voar mais rápido que Mach 3 e mais alto que 80.000 pés - tão rápido e tão alto que nenhum míssil poderia alcançá-lo. No momento em que o radar do local do míssil travou em um A-12 e um míssil foi preparado para disparar, o Oxcart já havia voado além do alcance do míssil.

Lockheed A-12 60-6924 (Lockheed Martin)
A velocidade do A-12 era de Mach 3,2 (2.125 milhas por hora/3.118 quilômetros por hora) a 75.000 pés (22.860 metros). Sua altitude de cruzeiro era de 84.500-97.600 pés (25.756-29.748 metros). O alcance foi de 4.210 milhas náuticas (4.845 milhas/7.797 quilômetros).

O Artigo 121 foi o primeiro dos treze A-12s construídos pela “Skunk Works” da Lockheed. Eles estiveram operacionais de 1964 a 1968, quando foram eliminados em favor do SR-71A "Blackbird" de dois homens da Força Aérea dos Estados Unidos.

Lockheed A-12 60-6924 pousa em Groom Lake, Nevada, após seu primeiro voo, 30 de abril de 1962
Hoje, o primeiro Lockheed A-12 está em exibição no Blackbird Airpark, um anexo do Museu de Testes de Voo da Força Aérea, Edwards Air Force Base, Califórnia. Fez 322 voos e acumulou um total de 418,2 horas de voo.

Hoje na História: 30 de abril de 1959 - O último voo do bombardeiro Convair B36J 'Peacemaker'

Convair B-36J-1-CF 52-2220 em NMUSAF, Wright-Patterson AFB, Ohio
Em 30 de abril de 1959, o Convair B-36J-1-CF Peacemaker, número de série 52-2220, pousou na Base Aérea de Wright-Patterson, Dayton, Ohio, completando o último voo já feito por um dos gigantescos bombardeiros da época da Guerra Fria.

O Convair B-36J 52-2220 estava entre o último grupo de 33 bombardeiros B-36 construídos. Era operado por um comandante/piloto, copiloto, dois navegadores, bombardeiro, dois engenheiros de voo, dois operadores de rádio, dois operadores de contramedidas eletrônicas e cinco artilheiros, totalizando 16 tripulantes. Frequentemente, um terceiro piloto e outro pessoal adicional eram transportados.

Membros da tripulação posam em frente a um Convair B-36F-1-CF Peacemaker, 49-2669, vestindo roupas de pressão parcial tipo cabrestante David Clark Co. S-2 e capacetes K-1 de 2 peças com “concha dividida” para proteção em grande altitude. Frente (LR): GL Whiting, BL Woods, IG Hanten e RL D'Abadie. Voltar (LR): AS Witchell, JD McEachern, JG Parker e RD Norvell (Jet Pilot Overseas)
Projetadas durante a Segunda Guerra Mundial, as armas nucleares eram desconhecidas dos engenheiros da Consolidated-Vultee. O bombardeiro foi construído para transportar até 86.000 libras (39.009 kg) de bombas convencionais em dois compartimentos de bombas. Ele poderia carregar 43.600 libras (19.776,6 quilogramas) T-12 Cloudmaker, uma bomba explosiva penetrante convencional ou várias bombas termonucleares Mk.15. Ao combinar os compartimentos de bombas, uma bomba termonuclear Mk.17 de 25 megatoneladas poderia ser carregada.

Convair B-36J-1-CF Peacemaker 52-2220
Para a defesa, o B-36J tinha seis torres de canhão defensivas retráteis e torres de canhão no nariz e na cauda. Todas as 16 armas foram operadas remotamente. Cada posição montou dois canhões automáticos M24A1 de 20 mm. 9.200 cartuchos de munição foram transportados.

Entre 1946 e 1954, 384 B-36 Peacemakers foram construídos. Eles nunca foram usados ​​em combate. Apenas cinco ainda existem.

Hoje na História: 30 de abril de 1953 - Primeiro voo do caça-bombardeiro YF-86H Sabre

O YF-86H-1-NA Sabre 52-1975 durante um voo de teste. Uma longa lança pitot é usada para calibração inicial do instrumento (Foto: Força Aérea dos EUA)
Em 30 de abril de 1952, o primeiro caça-bombardeiro F-86H Sabre, da Aviação Norte-americana, YF-86H-1-NA 52-1975, fez seu primeiro voo com o piloto de testes Joseph A. Lynch Jr. na cabine. Ele voou da fábrica de Inglewood, Califórnia, para a Base da Força Aérea de Edwards para avaliação e teste.

Enquanto os F-86A, E e F Sabres eram caças de superioridade aérea e os F-86D e L eram interceptores para todos os climas, o F-86H era um caça-bombardeiro, projetado para atacar alvos em solo com armas, bombas e foguetes.

Os dois YF-86Hs de pré-produção estavam desarmados. Os primeiros dez aviões de produção foram construídos com seis metralhadoras Browning calibre .50, as mesmas do F-86F Sabre, mas os F-86H Sabres restantes estavam armados com quatro canhões automáticos M-39 de 20 mm com 600 cartuchos de munição. 

F-86H-10-NH Sabre 53-1298 (Foto: Força Aérea dos EUA)
Na configuração de ataque ao solo, uma carga máxima de bomba de 2.310 libras (1.048 quilogramas), ou uma "Loja Especial" Mark 12 de 12-24 quilotoneladas, que seria entregue por "lançamento de bomba"

O F-86H Sabre tornou-se operacional em 1954. 473 F-86H Sabres foram construídos antes do fim da produção. Em 1958, tudo o que restava no inventário da Força Aérea dos Estados Unidos foi reatribuído à Guarda Aérea Nacional. O último foi aposentado em 1972.

terça-feira, 29 de abril de 2025

Da Vasp à Voepass: relembre algumas das empresas aéreas que pediram recuperação judicial ou deixaram de voar

A maior parte das empresas aéreas que dominavam os céus brasileiros não conseguiu lidar com as crises financeiras e fecharam as portas nos últimos 20 anos.

Aviões das empresas Voepass (superior à esquerda), Latam (superior à direita), Vasp
(inferior à esquerda) e Varig (inferior à direita) - Imagem: Montagem Seu Dinheiro
Desde a queda do avião em Vinhedo (SP), que matou 62 pessoas, a Voepass vem enfrentando uma crise financeira. Com dívidas acumuladas em R$ 429 milhões, a companhia entrou com um pedido de recuperação judicial, divulgado ainda ontem.

Porém, a Voepass é apenas uma das várias empresas aéreas que enfrentaram problemas financeiros nos últimos anos. Recentemente, a Gol ficou sob os holofotes do mercado financeiro após entrar com pedido de recuperação judicial.

As dificuldades no mercado brasileiro levaram algumas grandes empresas do segmento a fecharem as portas e encerrarem as atividades no país, como a Vasp e a Varig.

O Seu Dinheiro reuniu os principais processos de recuperação judicial no setor aéreo — e quem não aguentou as pressões das crises.

Balança, mas não cai: as empresas aéreas que pediram recuperação judicial


O ciclo de alta de juros iniciado no ano passado vem adicionando pressão ao mercado brasileiro. Segundo dados da Serasa Experian, o número de pedidos de recuperação judicial em 2024 bateu recorde, com 2.273 empresas entrando com o processo de reestruturação.

Porém, não é de hoje que crises econômicas balançam as finanças das empresas do país. No segmento aéreo, algumas gigantes pediram recuperação judicial nos últimos anos, mas seguem de pé. Confira:

1. Voepass

Os sinais da crise da empresa já vinham dando as caras desde a queda do avião, que ocorreu em agosto de 2024.

Em março deste ano, após uma auditoria indicar falta de segurança nas operações, a companhia teve todos os seus voos cancelados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Já em abril, um mês depois da suspensão, a Voepass anunciou demissão de parte da equipe, que incluiu a tripulação, aeroportuários e funcionários de áreas de apoio.

Porém, essa não é a primeira vez que a empresa precisa passar pelo processo de reestruturação. A Voepass entrou com um processo de recuperação judicial em outubro de 2012, ainda sob o nome Passaredo Linhas Aéreas.

Na época, sua dívida era estimada em R$ 150 milhões. A operação chegou ao fim apenas em 2017 e, em 2019, a empresa alterou o nome para Voepass, após a aquisição da MAP Linhas Aéreas.

2. Gol

Em 25 de janeiro de 2024, a empresa brasileira protocolou um pedido voluntário de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11), devido a dívidas bilionárias. O pedido foi apresentado ao Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.

Em novembro de 2024, a Gol (GOLL4) e sua controladora, a Abra, fecharam um acordo com credores para reduzir a dívida em até US$ 2,5 bilhões.

Como parte do plano, a empresa se comprometeu em levantar até US$ 1,85 bilhão para quitar empréstimos e garantir mais dinheiro em caixa.

Já em dezembro do ano passado, a companhia apresentou seu plano de reestruturação à Justiça americana, incluindo uma nova proposta de investimento para os próximos cinco anos.

Em janeiro de 2025, a Gol divulgou uma revisão do plano financeiro. Agora, a empresa passará por uma audiência de confirmação, que está marcada para maio.

Vale lembrar que o processo de recuperação judicial também inclui uma possível fusão da Gol com a companhia Azul (AZUL4).

3. Latam Airlines

Outra gigante do segmento aéreo que enfrentou problemas nos últimos anos é a Latam Airlines. Atingida pela crise da pandemia, a companhia pediu recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) em maio de 2020.

Inicialmente, as operações no Brasil não fizeram parte do processo. Porém, 45 dias depois, a companhia seguiu o mesmo caminho no território brasileiro, após negociações de financiamento com o BNDES fracassarem.

Para deixar o processo de recuperação judicial para trás, o grupo emitiu US$ 1,15 bilhão em títulos, parte com vencimento em cinco anos e parte em sete anos. A Latam também conseguiu um financiamento de US$ 1,1 bilhão por cinco anos.

Vale lembrar também que a Latam é fruto da fusão da empresa chilena Lan e da brasileira TAM, que começou em agosto de 2010 e foi concluída em 2012. A operação criou a maior companhia aérea da América Latina.

De portas fechadas: as companhias que deixaram de voar


A maior parte das empresas aéreas que dominavam os céus brasileiros não conseguiu lidar com as crises financeiras do país. Grandes nomes do segmento fecharam as portas desde os anos 2000. Relembre algumas delas:

1. Itapemirim Transportes Aéreos (ITA)

A empresa aérea foi fundada em 2020 pelo empresário Sidnei Piva, que também controlava a companhia de transporte rodoviário de passageiros Itapemirim.


A companhia surgiu já rodeada de polêmicas. Isso porque o grupo Itapemirim enfrentava uma recuperação judicial desde 2016, com dívidas de R$ 253 milhões.

Além disso, a aérea teve constantes atrasos nos cronogramas para o início das atividades. Na época, também circulou a notícia de que a ITA teria tentado cobrar taxas para pilotos e demais tripulantes participarem de seus processos seletivos.

Mesmo com toda a desconfiança, e em plena pandemia, a companhia começou a voar em julho de 2021.

Logo nas primeiras semanas de operação, surgiram informações de que a empresa estava atrasando os salários de seus funcionários. Cinco meses depois de iniciar os voos, a ITA interrompeu a operação aérea, em dezembro de 2021.

2. BRA Transportes Aéreos

Fundada em 1999, a BRA Transportes Aéreos operava voos domésticos e internacionais até que, em 2005, passou a fazer apenas voos regulares.

Dois anos depois, a companhia pediu a suspensão das operações no país à Anac e demitiu todos os funcionários. A BRA Transportes Aéreos empregava mais de mil trabalhadores na época.

No mesmo ano, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, porém o processo se estendeu por anos. Em março de 2022, foi decretada a falência da companhia.

3. Avianca Brasil

Em julho de 2020, a Justiça de São Paulo acatou o pedido da Avianca Brasil e decretou a falência da empresa. Na época, a companhia aérea tinha dívidas de R$ 2,7 bilhões.

A Avianca Brasil vinha passando pelo processo de recuperação judicial desde dezembro de 2018 e paralisou as operações no país a partir de maio de 2019. A inatividade da empresa tornou inviável o plano de reestruturação, que já havia sido aprovado por credores.

Além disso, na época, a companhia afirmou que a recuperação foi prejudicada por decisões da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A agência reguladora redistribuiu entre as empresas aéreas os slots (horários de pousos e decolagens nos aeroportos) que eram operados pela Avianca Brasil. Porém, a companhia havia vendido os slots para a Latam e para a Gol, em um leilão no qual levantou R$ 780 milhões.

Segundo regra da Anac, quando uma companhia deixa de usar determinado slot, ele deve ser repassado a outra empresa seguindo alguns critérios. Assim, sem o aval da agência, a operação não foi concluída.

4. Trip

Criada em 1998, a Trip era especializada em voos locais e considerada, na época, a maior empresa aérea regional da América Latina.

Porém, em 28 de maio de 2012, a companhia anunciou a fusão com a Azul Linhas Aéreas, criando a holding Azul Trip S.A.. A operação tinha como objetivo fortalecer a concorrência com os líderes do mercado nacional no período, a TAM e a Gol.​

Contudo, após a união das companhias, a marca Trip deixou de existir, prevalecendo apenas a Azul.

5. Webjet

A Webjet iniciou as operações nos céus brasileiros um ano após sua criação, em 2004. Apesar de não ter entrado em falência, a companhia aérea enfrentou uma crise financeira gerada pela concorrência, que passou a baixar os preços das passagens aéreas, pressionando a novata.

A Webjet chegou a ficar sem operar os seus 26 trechos durante três dias e congelou os planos de expansão e inauguração de novas rotas.

Já em 2006, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o serviço 0800 havia sido suspenso e que o telefone da sede também não recebia mais ligações. Além disso, a companhia cancelou o contrato com a empresa que prestava serviços de assessoria de imprensa.

Não demorou muito para que a Webjet passasse para as mãos das concorrentes. Em 2007, ela foi vendida para a CVC. Já em 2011, a companhia foi adquirida pela Gol, que encerrou as atividades da antiga empresa no ano seguinte.

6. Varig

Fundada em 7 de maio de 1927, a Viação Aérea Rio-Grandense (Varig) foi uma verdadeira gigante do mercado aéreo, tendo sido a principal companhia brasileira durante muitos anos.

Porém, no fim dos anos 90 e início dos anos 2000, a empresa passou a enfrentar uma forte crise financeira. Em 2005, a Varig pediu recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 5,7 bilhões.

No ano seguinte, a companhia parou de realizar voos, foi fatiada e teve diversas partes vendidas para donos diferentes. Já em 2007, a ex-gigante foi comprada pela rival Gol. Porém, em 2010, foi decretada a falência da Varig.

7. Vasp

A Viação Aérea de São Paulo (Vasp) colocou o primeiro avião nos céus brasileiros em 12 de novembro de 1933.

No início, a empresa operava no aeroporto Campo de Marte, em São Paulo. Porém, com as chuvas e alagamentos da região, a empresa passou as operações para o chamado “campo da Vasp”, que hoje é o aeroporto de Congonhas.

A companhia enfrentou dificuldades desde a sua fundação e, dois anos depois da sua criação, foi estatizada pelo governo paulistano.

Já na década de 1990, a Vasp voltou a ser privatizada e chegou a promover expansões. Porém, não demorou muito para que voltasse a ter problemas financeiros.

A crise na companhia levou a atrasos nos pagamentos e colocou em risco a manutenção das aeronaves. Em 2005, o antigo DAC (Departamento de Aviação Civil) cassou a autorização de operação da empresa aérea.

Já em 2008, foi decretada a falência da Vasp, que já acumulava uma dívida de R$ 5 bilhões. A decisão chegou a ser derrubada, mas foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em 2013.

8. Transbrasil

A Transbrasil surgiu, originalmente, em 1955 com o nome de Sadia Transportes Aéreos. Na época, era voltada para o transporte de carne.

Já no ano seguinte, passou a combinar as operações com transporte de passageiros e, 1973, passou a ser chamada de Transbrasil.

No entanto, a empresa também foi atingida por uma crise durante o fim dos anos 1990. Com a morte do fundador, Omar Fontana, em 2000, a situação financeira da companhia foi agravada. Um ano depois, a Transbrasil não tinha recursos suficientes para a compra de combustível para as aeronaves.

No mesmo ano, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial. Já em 2002, teve sua falência decretada.

Via Dani Alvarenga (Seu Dinheiro) com informações do Money Times, UOL e CNN

Ex-funcionários da Voepass não recebem após demissões: ‘R$ 0 na conta’

Ex-agente de aeroporto da Voepass, Priscila Oliveira da Silva, foi demitida em janeiro
deste ano e ainda não recebeu verbas rescisórias (Imagem: Arquivo Pessoal)
Um mês após suas operações suspensas em caráter cautelar pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a Voepass iniciou uma onda de demissões em abril. Embora a empresa não informe as cargas e nem a quantidade de pessoas demitidas, o UOL apurou que foram demitidas de pessoas do setor administrativo, passando por equipes operacionais e até tripulantes (pilotos e comissários de bordo).

Agora, os demitidos relatam que não receberam sequer as etapas de março ainda, e nem as verbas rescisórias. No dia 22 de abril, a Voepass deu início a um pedido de recuperação judicial, que ainda será analisado pela Justiça.

Caso prossiga, o processo dá à empresa um prazo para apresentar um plano de pagamento das dívidas, estimado em 60 dias, período em que não estaria obrigado a quitar as dívidas com credores, incluindo as dívidas trabalhistas.

Veja ao final da reportagem os posicionamentos da empresa na íntegra.

'Quem tem fome tem pressa'


O UOL escolheu funcionários e ex-funcionários da empresa - alguns pedidos para serem fechados em anonimato.

A ex-agente de aeroporto Priscila Oliveira da Silva, 38 anos, foi demitida em 15 de janeiro deste ano e tinha para receber pouco mais de R$ 10 mil em verbas rescisórias. Porém, ainda não recebi o valor, segundo ela. Priscila trabalhava no aeroporto de Guarulhos e chegou a receber o documento de rescisão, porém, não assinado, já que não havia sido feito o depósito. "Não caiu nenhum real na conta. Disseram que iam pagar até dia 21 de janeiro, mas nada", disse.

Na rescisão dela não constam 50 horas que ela havia feito a mais a pedido da empresa, afirma a ex-funcionária. Priscila ganhou entre R$ 2.000 a R$ 2.100 mensais e agora, com a recuperação judicial, tem recebimento de não receber os valores. "Meu sentimento é de angústia, revolta. Antes da recuperação judicial, eu já tinha recebimento de não receber esse valor. Agora não sei. Está cada vez mais difícil e provavelmente eu nunca vou ver esse dinheiro", contou a ex-funcionária.

Outros ex-funcionários relatam que as horas voadas em fevereiro deveriam ser pagas até o dia 21 de março, o que não aconteceu. Às vésperas do pagamento do salário de abril, ocorrerão as demissões (a partir do dia 15 de abril).

A Voepass diz que, após o protocolo do pedido de recuperação judicial ser registrado em 22 de abril, os avanços, benefícios e rescisões trabalhistas serão abrangidos nesse processo, o que não há prazo para serem efetivados.

Os funcionários também dizem que a empresa não está regular com o pagamento do FGTS. Em nota, a empresa disse que esse pagamento vinha sendo realizado “a partir de um fluxo de parcelamento e que, a partir de agora, também estará incluído na medida”. De acordo com os funcionários, a empresa pagava apenas quando tinha dinheiro na caixa.

O medo desses funcionários é que a rescisão não seja paga e que a empresa “empurre a dívida com a barriga”. “Quem tem fome tem pressa”, diz um dos trabalhadores que não recebeu nenhum pagamento recentemente, e que pediu para não ser identificado.

"Não recebi nada. Nem salário do mês de março, e nem o parcial de abril. Não recebi rescisão e nunca foi depositado o FGTS. Recebi o vale alimentação e vale refeição agora dia 1º de abril. O salário de março, eu recebiia dia 21 de abril, mas não recebi", disse outro ex-funcionário da Voepass, de 34 anos. Ele explica que tem três filhas e esposa para sustentar e, por conta disso, já conseguiram outro emprego. O ex-funcionário, que trabalhou por dois anos na empresa, estima que tenha cerca de R$ 8 mil para receber, sem contar o FGTS, que nunca foi depositado. “Na sexta-feira (25), eles deveriam ter mandado documentação rescisória, e não mandaram”, explica.

Há relatos de que 98% dos funcionários foram demitidos, restando apenas aqueles com estabilidade e um quórum mínimo para a empresa manter as operações. Funcionários mais antigos, como aqueles que estão há mais de 15 anos na empresa, já aceitaram outros acordos para não saírem no prejuízo, relatam.

Documentação com problemas


Entre sexta-feira (25) e segunda-feira (28), funcionários que foram demitidos afirmaram que a documentação não estava em ordem, dificultando o acesso ao seguro-desemprego. Em alguns casos, os nomes enviados para a homologação foram abreviados, ou os dados foram desatualizados, por exemplo.

De todos os ex-funcionários ouvidos pelo UOL, nenhum relato ter recebido os valores devidos ainda.

Posicionamentos


Veja a íntegra da nota da Voepass sobre os atrasos atrasados :

“A VOEPASS Linhas Aéreas informa que o pedido de recuperação judicial, protocolado ontem (22/04), engloba todo o passivo, incluindo o pagamento dos atrasos e benefícios do último mês e das rescisões de ex-colaboradores.

A empresa reforça que o passivo trabalhista é sua prioridade e que o próximo passo será a apresentação de um plano detalhado para aprovação dos credores e acompanhamento judicial, em até 60 dias, conforme determina a Lei nº 11.101/2005.

Já referente ao FGTS, a companhia informa que o pagamento sempre foi realizado a partir de um fluxo de parcelamento e que, a partir de agora, também estará incluído na medida.”

Veja a íntegra da nota da Voepass sobre o pedido de recuperação judicial :

“A VOEPASS Linhas Aéreas anuncia hoje a adoção de um plano de reestruturação financeira, com apoio do instrumento legal de recuperação judicial, como parte de um movimento estratégico para reorganizar seus compromissos financeiros e fortalecer sua estrutura de capital.

A iniciativa ocorre em um contexto desafiador para o setor aéreo regional, que passa por uma diminuição da oferta de acesso ao transporte aéreo no interior do Brasil, e reflete o compromisso da companhia em preservar sua operação, manter o atendimento aos clientes e honrar seus compromissos com colaboradores e fornecedores.

Caso o pedido de recuperação judicial seja deferido pela Justiça, todos os passivos da Voepass serão congelados e negociados com base em um plano detalhado que será elaborado para atender todos os credores. É importante ressaltar que a medida não engloba os processos indenizatórios relacionados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, realizado diretamente pela segurança.

Desde a notificação recebida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) em março, a VOEPASS vem presencialmente de maneira colaborativa e transparente com o órgão regulador, apresentando todas as comprovações técnicas e operacionais ordinárias, com foco na segurança e na retomada das atividades o mais breve possível.

A VOEPASS já havia passado por um processo de recuperação judicial entre 2012 e 2017. Durante esse período, a companhia conseguiu reestruturar suas operações e finanças, o que superou a estabilidade que permitiu novas fases de expansão.

"Com todo o cenário enfrentado pela companhia nos últimos meses, esta foi a única saída para realizar uma reestruturação completa e garantir que a VOEPASS volte a oferecer um serviço essencial para o desenvolvimento do Brasil. Atualmente, a VOEPASS é uma das únicas empresas totalmente dedicadas à aviação regional, além de ser responsável pela geração de centenas de empregos em todo o País", afirma José Luiz Felício Filho, CEO da VOEPASS Linhas Aéreas. "Nosso foco permanece inabalável em retomar nossa missão de conectar o interior do Brasil aos grandes centros o mais rápido possível. Nossa história de 30 anos é testemunha de nossa resiliência e capacidade de navegar por tempos difíceis."

Nos últimos três anos, a VOEPASS transportou mais de 2,7 milhões de passageiros em mais de 66 mil voos, cumprindo o seu propósito estratégico e sustentável para a aviação regional.

A VOEPASS conta com a participação das assessorias jurídicas especializadas e especializadas, Daniel Carnio Advogados, Mubarak Advogados Associados, assim como a assessoria financeira da EXM Partners, para formatação da medida."

Veja a íntegra da nota do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) :

"O SNA lamenta a decisão da Voepass, de promover uma drástica redução de força de trabalho, e prestará todo o apoio jurídico necessário aos aeronautas, além de acompanhar de perto as questões que envolvem os direitos dos tripulantes.

Desta forma, o sindicato participará integralmente da homologação dos tripulantes e irá ingressar com medidas judiciais cabíveis para garantir que a empresa cumpra com suas obrigações trabalhistas.

Além disso, o SNA prestará atendimento individual a todos os aeronautas associados, sendo importante ressaltar que o atendimento jurídico é gratuito, sem cobrança de honorários advocatícios.

Em outra frente, o SNA solicita ao Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) a manutenção do Passe Livre aos aeronautas da Voepass por, no mínimo 90) dias, a fim de possibilitar que os tripulantes possam buscar sua recolocação no mercado."

Via Alexandre Saconi e Hygino Vasconcellos (Todos a Bordo/UOL)

Vídeo: F-5 O CAÇA que MUDOU a FORÇA AÉREA BRASILEIRA - 50 ANOS de História no Brasil!


Você sabia que o F-5 Tiger II está há 50 anos na Força Aérea Brasileira (FAB)? Neste vídeo, você vai conhecer toda a trajetória desse lendário caça de combate, desde o seu desenvolvimento pelos Estados Unidos nos anos 1950, sua importância para a aviação militar mundial, até a chegada ao Brasil em 1975 e o impacto que o F-5 teve na defesa aérea do nosso país.

Descubra curiosidades, fatos históricos, detalhes técnicos do F-5 na FAB, as principais missões, modernizações ao longo das décadas (como o F-5M) e o papel fundamental deste avião na proteção dos céus brasileiros. Saiba por que, mesmo após meio século, o F-5 continua sendo uma peça essencial na aviação militar brasileira.

Aconteceu em 29 de abril de 2017: A queda do Antonov An-26 da Força Aérea Cubana durante voo de treinamento


Em 29 de abril de 2017, o Antonov An-26, prefixo 
CU-T1406, da Aerogaviota (foto acima), operando para Fuerza Aérea Revolucionaria de Cuba, realizava em um voo de treinamento militar a partir do aeroporto de Playa Baracoa, em Havana, Cuba. 

Com oito tripulantes a bordo, a aeronave colidiu com a montanha Loma de la Pimienta, perto de Candelaria, na província de Artemisa, a nordeste da cidade de San Cristobal, matando todas as 8 pessoas a bordo.

Inicialmente, o voo foi relatado como um voo civil com 39 pessoas a bordo. As autoridades cubanas mais tarde confirmaram que era um voo militar.

Após a ocorrência, o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias criou uma comissão para investigar o acidente.


A Aerogaviota SA realiza voos locais, regionais, fretados e privados e foi criada em 1994 pela Diretoria Comercial de Serviços Aéreos do grupo Gaviota SA Turismo.

A empresa também possui um Terminal Aéreo próprio, localizado no aeroporto de Playa Baracoa, em Havana.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipedia e ASN