quarta-feira, 23 de março de 2011

Novo avião de 'guerra eletrônica', o EA-18G Growler é usado na Líbia

Aeronave dos EUA atrapalha comunicações do inimigo e facilita ataques.

Segundo site, é a primeira vez que o avião é empregado em combate.



Os Estados Unidos utilizam na ação militar na Líbia a aeronave de "guerra eletrônica" EA-18G Growler, que tem a capacidade de embaralhar as comunicações do inimigo. Serve, por exemplo, para evitar que as defesas antiaéreas da Líbia localizem e derrubem os caças da coalizão composta por EUA, França, Reino Unido e outros países.

Segundo reportagem do site da revista "Aviation Week", especializada em aviação, a operação na Líbia "marca a estreia em combate do EA-18G", que foi recém-incorporado à frota da Marinha dos EUA, em substituição aos EA-6B, em serviço desde 1971.

A fabricante do equipamento, a norte-americana Boeing, informa em seu site que os EA-18G começaram a ser entregues à Marinha dos EUA em 2007 e foram usados pela primeira vez numa missão há pouco mais de um mês, em 17 de fevereiro.

O avião é uma das apostas dos EUA para evitar perdas de aeronaves em combate. Desde o início dos ataques na Líbia, no sábado (19), apenas um avião da coalizão caiu. Foi um caça F-15, na madrugada desta terça (22) - segundo o governo americano, por problemas mecânicos.

Um porta-voz do Pentágono disse, em entrevista no domingo (20), que os EA-18G foram usados no fim de semana para apoiar um ataque de 15 aviões da coalizão contra forças de Kadhafi que estavam a cerca de 15 km de Benghazi, a principal cidade rebelde. Segundo o porta-voz, esse ataque parou a marcha das tropas de Kadhafi em direção a Benghazi.

A função da aeronave é realizar interferência eletrônica de dispositivos e sistemas eletrônicos – ou "enganar" os radares inimigos. Ela consegue também atrapalhar ataques antiaéreos inimigos. Segundo reportagem da revista Wired, uma futura geração do EA-18G será capaz de introduzir vírus em redes de computador dos países atacados.

Em setembro do ano passado, a Boeing fechou um contrato de US$ 5,2 bilhões por três anos para fornecer aviões à Marinha americana. Entre eles, 58 unidades do EA-18G Growler.

Apesar de não conhecer as características específicas do EA-18G Growler, o professor de telecomunicações da Poli-USP Luiz Baccalá explica como funcionam as assim chamadas “contramedidas eletrônicas”. Ele afirma que se trata de uma tecnologia de “processamento de sinais”.

“Qualquer radar de defesa manda pulsos, que batem em um alvo qualquer e, a partir disso, é possível deduzir algumas informações sobre esse alvo, como distância e velocidade”, explica. Uma interferência pode fazer com que as informações sejam entendidas de maneira diferente. “Acaba havendo uma indução do inimigo de entender aquele sinal como se estivesse em uma velocidade diferente, por exemplo”, completa.

Fonte: G1, com informações de agências internacionais - Foto: Alessandro Garofalo/Reuters

Com renda em alta, brasileiro já viaja mais de avião que de ônibus

Em 2011, o número de passageiros de avião superou o de viajantes de ônibus interestaduais pela primeira vez no país, informa a reportagem de Dimmi Amora e Andreza Matais publicada na edição desta segunda-feira da Folha.

No ano passado, o Brasil registrou 66 milhões de passageiros de avião em ligações entre Estados. No primeiro bimestre de 2011, já houve crescimento de 10%.

Pesquisa inédita à qual a Folha teve acesso mostra que o total de viajantes de ônibus ficou perto de 67 milhões em 2010, nível que está em queda desde 2003 e que já não deve se repetir este ano.

De 2002 a 2010, o número de passageiros de avião cresceu 115%, e o de passageiros de ônibus informado pelas empresas caiu 31%.

Melhoria da renda da população, sobretudo a partir de 2007, e condições favoráveis para a aviação são apontadas como os motivos para a mudança.

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Fonte: JL/Folha

Força aérea líbia foi totalmente destruída, diz comandante britânico

Aviões da coalizão internacional destruíram totalmente a força aérea do ditador líbio, Muammar Gaddafi e voam livremente dentro do espaço aéreo do país, atacando tropas no solo em qualquer local onde a população civil esteja sob ameaça, disse um alto comandante militar britânico nesta quarta-feira.

"Nós estamos agora fazendo pressão incessante sobre as forças armadas líbias", disse o comandante Greg Bagwell, segundo relato por escrito feito em uma base aérea no sul da Itália, onde jatos britânicos estão baseados.

Aviões da Itália sobrevoam base aérea de Trapani; comandante diz que forças líbias foram destruídas

"Efetivamente, a força aérea [de Gaddafi] não existe mais como força de combate, e o sistema de defesa aérea está gravemente deteriorado, de forma que podemos operar livremente no espaço aéreo livre", escreveu ainda Bagwell.

Ele relatou ainda que devem haver algumas mudanças na estrutura de comando das forças aliadas, mas que a operação continuará de forma semelhante.

Mais cedo hoje, os aviões da coalizão bombardearam as forças de Gaddafi perto da cidade de Misrata, onde rebeldes da oposição enfrentam uma forte ofensiva. Ao menos 90 teriam morrido no ataque.

Gaddafi mantém tanques e franco-atiradores no centro de Misrata, a terceira maior cidade do país. Os rebeldes, que têm conseguido manter o controle, relatam um massacre, com atiradores matando até mesmo médicos que aplicam os primeiros-socorros em feridos. Os hospitais, relatam testemunhas, estão lotados e muitos feridos aguardam no chão por tratamento.

"O aviões aliados bombardearam duas vezes até agora. Às 0h45 (19h45 de terça-feira em Brasília) e depois novamente menos de duas horas atrás", disse um morador local Saadoun, citado à agência de notícia Reuters. "Eles [as forças pró-Gaddafi] não dispararam uma única vez desde o ataque aéreo", comemorou.

Outro morador disse que os ataques atingiram uma base, ao sul de Misrata, onde as forças Gaddafi estão abrigadas.

Mais cedo, testemunhas na cidade relataram clima de medo. "As pessoas estão vivendo em um estado de medo. A eletricidade foi cortada, a água foi cortada".

Somente nesta terça-feira, disparos de atiradores e de obuses mataram 17 pessoas, incluindo cinco crianças, informou à France Presse um médico de um hospital da cidade.

Trípoli

A manhã de quarta-feira (madrugada em Brasília) foi marcada por explosões e artilharia pesada antiaérea na capital da Líbia, Trípoli, aparentemente mais um dia de ofensiva internacional contra as forças de Muammar Gaddafi.

Ao menos duas explosões foram ouvidas antes do amanhecer desta quarta-feira. Segundo a rede de TV CNN, a fonte das explosões e dos tiros não está clara.

Mas a região atingida tem uma grande base militar --um dos alvos prioritários da operação Aurora da Odisseia.

Governo rebelde

Os rebeldes líbios designaram Mahmoud Jabril como chefe de governo interino, no que sinaliza uma mudança na estratégia seguida até agora pelo Conselho Nacional Transitório (CNT), criado em 27 de fevereiro, informou a rede de TV árabe Al Jazeera.

Segundo a TV, o novo presidente provisório, que estava à frente do comitê de crise para assuntos militares e exteriores, assumirá a tarefa de nomear seus ministros. Até agora, Jabril havia desempenhado a representação exterior do CNT e tinha viajado a Paris para se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy --primeiro país a reconhecer oficialmente a autoridade dos rebeldes.

Considerado um reformista, sua designação pode ser interpretada como um passo em busca do reconhecimento exterior, embora até agora os rebeldes tenham evitado essa denominação para tentar diminuir o risco de divisão no país. Sua escolha para liderar o governo provisório sediado em Benghazi, um dos principais redutos rebeldes, representa a existência de dois gabinetes no país.

Sem liderança

A falta de organização da revolta e os protestos iniciados em Benghazi em 16 de fevereiro --que um dia depois atingiu o país de leste a oeste-- foram agravados pela ausência de uma liderança clara entre a mobilização opositora na Líbia --que foi assumida provisoriamente por Mustafa Abdel Jalil, ex-ministro da Justiça de Muammar Gaddafi.

No entanto, as dissonâncias fizeram-se evidentes, desde o primeiro momento, por sua particular interpretação das decisões do CNT, cujo vice-presidente e porta-voz oficial, Abdel Hafiz Ghoga, teve de desmenti-lo em várias ocasiões.

Sem o consenso dos demais conselheiros, ele defendeu a aceitação da saída de Gaddafi em troca da garantia de que os rebeldes não levariam o ditadorl à Justiça, proposta que suscitou críticas entre os conselheiros.

À ausência de uma liderança clara, somou-se a descoordenação dos insurgentes, que agiram no plano militar com pouca estratégia, o que ficou evidenciado quando Gaddafi lançou uma contraofensiva e chegou às imediações de Benghazi. As tropas leais ao ditador foram detidas na região pelos ataques aéreos da coalizão internacional.

Fonte: Folha.com (com Agências) - Foto: Tony Gentile/Reuters