domingo, 30 de janeiro de 2011

Classe C vai às lojas e compra passagem aérea à vista

Consumidores de baixa renda querem viajar de avião, mas alguns não confiam em meios de pagamentos digitais e temem o endividamento

O massagista Francisco Alailton, de 32 anos, quer visitar a mãe e os irmãos em Fortaleza (CE). Residente em São Paulo há 21 anos, ele nem pensa mais em viajar de ônibus. Como não confia em compras online, ele passou na única loja do Voe Fácil da Gol, no Largo 13, na zona sul de São Paulo, para pesquisar os preços das passagens aéreas.

Francisco guarda todas as horas extras que recebe para viajar nas férias, valor que varia entre R$ 2 mil e R$ 3 mil todos os anos. E, na hora de pagar, nada de parcelamento. Ele só compra à vista. “Pagar à vista não dá dor de cabeça”, diz.

Com uma renda de R$ 1.900, o massagista faz parte da classe C, grupo de consumidores com renda familiar entre R$ 1.115 e R$ 4.806, que já responde por dois terços dos novos viajantes de avião, de acordo com dados do instituto Data Popular. De olho nesses clientes, as companhias aéreas apostam na venda presencial, em lojas próprias ou em redes varejistas, operações ainda restritas a São Paulo.

Os preços são os mesmos oferecidos na internet, mas, nestes locais, os clientes recebem um atendimento personalizado. Eles aproveitam para tirar dúvidas sobre o que levar na bagagem e quanto tempo antes devem chegar ao aeroporto. “O cliente que compra passagem em Congonhas paga mais para viajar no melhor horário. Já os que compram passagens aqui, aceitam qualquer horário pelo menor preço”, diz uma atendente da Gol.

A maior parte dos clientes que vai às lojas compra passagens para o Nordeste, em geral, para visitar familiares, de acordo com as companhias aéreas. As campeãs de vendas são Recife, Salvador e Fortaleza.

Enquanto a Gol estuda novos pontos para abrir lojas próprias, as concorrentes TAM e Azul focam em parcerias com redes varejistas, ainda em projetos-piloto. A TAM abriu em janeiro mais três quiosques dentro da Casas Bahia para venda de passagens, somando um total de seis pontos de venda. Nos próximos 90 dias, a empresa vai avaliar o resultado da parceria para decidir se fará uma expansão deste modelo. “Não podemos divulgar os números de vendas, mas se a parceria não tivesse dado certo não teríamos aberto mais três lojas”, afirma o vice-presidente comercial da TAM, Paulo Castello Branco.

A TAM também tem cerca de 80 lojas próprias, da bandeira TAM Viagens, mas vê no varejo a oportunidade de atingir consumidores que foram à loja procurar eletrodomésticos ou outros produtos. “Na Casas Bahia, temos um público maior, que deseja viajar de avião, mas não necessariamente iria até a loja da TAM Viagens”, diz Castello Branco. Segundo ele, a maioria dos clientes que compra passagens nos quiosques na rede varejista, em geral, paga parcelado e, boa parte deles, com o cartão da Casas Bahia.

Francisco Alailton, poupança para compra passagens à vista

A auxiliar de limpeza aposentada Luzinete dos Anjos Silva, por exemplo, foi à loja da Casas Bahia na Praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo, para desbloquear seu cartão da rede e aproveitou para olhar passagens para visitar a família em Salvador. Com uma renda de um salário mínimo, ela terá que adicionar seis parcelas de R$ 115 no cartão para realizar a viagem. “Vai ter que dar”, diz.

Pacotes de viagens

A venda de pacotes de viagens é uma das apostas da Azul para atingir a classe C. A empresa tem cerca de 15 lojas da Azul Viagem e um projeto-piloto em quatro unidades do Magazine Luiza. Nestes locais, os pacotes de viagens representam cerca de 30% das vendas. “Há uma preocupação grande dos consumidores de baixa renda com o gasto total da viagem que torna os pacotes atrativos”, diz o diretor comercial da Azul, Paulo Nascimento.

Outra estratégia da companhia é fazer parcerias de divulgação com lan houses, por meio da rede YesNet, que inclui 32 unidades dentro de locais como supermercados ou estações de metrô. A expectativa da Azul é que os novos viajantes de avião façam sua primeira compra nas lojas físicas, mas, em seguida, passem a usar os canais de venda online.

“Loja-laboratório”

A Gol não tem parcerias com redes varejistas e mantém apenas uma loja física da bandeira Voe Fácil, que abriu as portas em dezembro de 2009, no Largo 13, em São Paulo. Em um ano, 10 mil passagens foram vendidas no local. A companhia já anunciou que pretende expandir o modelo para outros pontos onde há grande circulação de pessoas de baixa renda e que estuda parcerias com redes varejistas. “A loja é um laboratório. Queremos conhecer melhor esses consumidores para definir a melhor maneira de atendê-los”, diz Murilo Barbosa, diretor de produtos e serviços da Gol.

Até agora, a Gol já descobriu que 36% das pessoas que compram na loja viajam de avião pela primeira vez. E 52% desses consumidores dizem que não fariam a compra pela internet. Na loja Voe Fácil, a empresa também percebeu uma necessidade particular dos consumidores da classe C: usar mais de um meio de pagamento, opção indisponível nas vendas online.

Foi o que fez a professora Maria Zeleide Lima, que comprou passagens para a filha, a sobrinha e a irmã virem de Recife para São Paulo na loja do Largo 13. Ela gastou R$ 1.132, metade pagou à vista e o restante parcelou no cartão de crédito. “Não compro na internet. Só acredito no que os olhos vêem. Aqui, sai com a passagem na mão”, diz. Como vai entregar os bilhetes para as passageiras de Recife? “Vou ‘scannear’ e mandar por email”, responde.

Fonte: Marina Gazzoni (iG) - Fotos: Greg Salibian (iG)

Perito não descarta erro humano em queda de bimotor no PR

Peritos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) começaram os trabalhos de análise para indicar a causa da queda do bimotor que terminou com a morte de três pessoas na última sexta-feira (28), em Londrina. Pelas primeiras análises ficam descartadas possibilidades de falha mecânica.

O acidente ocorreu no início da noite de sexta, em um sítio próximo ao Distrito Espírito Santo. O BE58 Baron, prefixo PR-BOR, havia acabado de decolar do Aeroporto José Richa. Três ocupantes morreram no local: o piloto Gleiton Zaneta Borba, 33 anos, o copiloto Ronaldo de Souza Pescador, 33, e o aluno Oseias Junior Pereira Sena, 18. Os corpos foram carbonizados.

Em meio aos destroços da aeronave, os peritos encontraram o plano de voo do piloto, que indicava que o avião voava a a mil pé e fazia manobras de treinamento. "Não houve comunicado a torre de problema mecânico. Se ele tivesse tido um mal súbido, o co-piloto teria autonomia para assumir o controle da aeronave, o que também não aconteceu", afirmou o major aviador Romualdo Melo.

Os peritos ainda iriam analisar outros aspectos mecânico, médico, psicológico e operacional para apresentar relatório final de pevenção de outros acidentes.

A falha inicial seria operacional. Eles faziam um treinamento de voo com apenas um motor ligado. "Podemos indicar novos voos a cinco mil pés de altitude, assim o piloto teria tempo suficiente para assumir o controle do avião" disse. O relatório ainda não tem prazo para ser apresentado.

Fonte: Danilo Marconi (BondeNews)

Tribunal chileno congela fusão entre LAN e TAM para consultas

O tribunal de defesa da livre concorrência do Chile suspendeu para investigação o processo de fusão entre as companhias aéreas LAN e TAM, o que poderá atrasar ou até mesmo frustrar a tentativa de se criar uma das maiores empresas do setor no mundo.

Em meados de janeiro, LAN e TAM determinaram os termos para unir as operações das duas companhias em um prazo entre seis e nove meses.

A decisão de suspender temporariamente a fusão para novas investigações foi dada após uma representação da associação de direitos de consumidores chilena Conadecus. Apesar de não ser parte do processo, a associação pediu à corte, na sexta-feira, um parecer sobre a adequação do acordo às normas do país. O tribunal acatou o pedido --e com isso o trâmite do processo foi interrompido. "Suspenda-se nesse ínterim a operação consultada", afirmou a corte em resolução publicada na internet.

Em sua representação, a Conadecus disse acreditar que a operação "poderá acarretar graves e nocivos efeitos em matéria de concorrência e que vão muito além da rota Santiago-São Paulo".

Anunciada em agosto de 2010, a fusão LAN e TAM deve criar uma das maiores empresas de transporte aéreo do mundo, com 40 mil funcionários e voos para mais de 115 destinos em 23 países. A expectativa anterior das duas companhias era de iniciar operações conjuntas já a partir de junho de 2011.

Fonte: Folha.com (com Reuters) - Imagem: flightglobal.com

Cargueiro russo Progress M-09 se acopla com sucesso à ISS

Nave russa levou mais de duas toneladas em roupas, comida, água e outros itens



A nave de carga russa Progress M-09 se acoplou neste domingo com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia. A manobra se realizou em regime automático, como estava previsto, disse um porta-voz do CCVE citado pelas agências russas.

A Progress levou mais de 2,6 toneladas de carga entre roupa, artigos de higiene, porções de comida, alimentos frescos, presentes, combustível, oxigênio, água potável e também um envio para o segmento americano da ISS. Além disso, o cargueiro transportou ao laboratório orbital o microssatélite Kedr, com uma massa de 30 quilos, que será posto em órbita pelos cosmonautas russos Oleg Skripochka e Dmitri Kondratiev durante a caminhada que devem realizar em 16 de fevereiro.

Durante meio ano, o microssatélite, criado por universitários para radioamadores, enviará 25 mensagens de saudação em 15 idiomas, fotografias da Terra, assim como informação sobre o funcionamento de seu equipamento científico. Além disso, transmitirá frases pronunciadas por crianças de diversos países por ocasião do 50º aniversário da primeira viagem do homem ao espaço, realizado pelo cosmonauta soviético Yuri Gagarin.

A Progress M-09M, a primeira nave de carga russa que chega este ano à ISS, levou também equipamentos para a realização de vários experimentos científicos. Durante 2011, a Rússia deve lançar seis cargueiros para abastecer a tripulação da ISS, integrada atualmente por Skripochka, Kondratiev e um terceiro russo, Aleksandr Kaleri, assim como pelos americanos Scott Kelly e Catherine Coleman e o italiano Paolo Nespoli.

Fonte: EFE via iG