quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Boeing celebra a montagem final do milésimo 767

Referência em aviões, esta é a última aeronave a ser construída antes de mudança de local da linha de montagem.

A montagem final do milésimo avião Boeing 767 começou hoje. Os trabalhadores celebram este importante marco na fábrica de Everett, em Washington.

“Este marco é crédito de todo funcionário que teve uma participação na construção de 767s nos últimos 30 anos”, disse Kim Pastega, vice-presidente e gerente geral do Programa 767 da Boeing Commercial Airplanes. “Esta é uma prova da engenharia de um produto de alta qualidade, que continua a se aprimorar ao longo dos anos.”

A montagem final é o último estágio no processo de produção antes que o avião saia da fábrica a caminho do hangar de pintura e do Everett Delivery Center – para testes de solo e de voo. O milésimo avião – um 767-300 ER (Extended Range) de passageiros para a All Nippon Airways (ANA) (JA622A) – é o último 767 a completar a montagem final neste local. A partir do número de série 1001 – um outro 767-300ER também para a ANA – todos os futuros 767s irão completar este estágio em um novo e menor espaço, onde a produção está programada para aumentar em 2011.

O milésimo avião está agendado para ser entregue no próximo mês. A ANA, um cliente de longa data da Boeing, recebeu 89 unidades do 767 desde a sua primeira encomenda, pedida em 1979.

A Boeing irá utilizar o 767 como plataforma para o Avião-tanque NewGen, caso vença a competição do Avião-tanque KC-X para a Força Aérea dos Estados Unidos. A concessão do contrato será anunciada no início deste ano.

A família de aviões 767 é enxuta, silenciosa e com baixo consumo de combustível, capaz de oferecer máxima versatilidade no mercado de 200 a 300 assentos. Ela inclui três modelos de passageiros – o 767-200ER, 767-300ER e 767-400ER – e um cargueiro com cabine de largura média, que se baseia na fuselagem do 767-300ER.

Ações da EADS sobem após encomenda recorde da Airbus na Índia

As ações da EADS eram impulsionadas nesta quarta-feira pela encomenda recorde anunciada na véspera por sua controlada Airbus, que fechou a venda de 180 aviões comerciais avaliados em 15,6 bilhões de dólares para a companhia aérea indiana IndiGo.

O acordo destaca o desenvolvimento da Índia como um grande mercado de aviação e deve ampliar a popularidade do presidente-executivo da EADS, Louis Gallois, que tem apostado na expansão do grupo em mercados emergentes.

O negócio também é uma grande vitória inicial para a Airbus na guerra anual com a rival norte-americana Boeing pelo posto de maior vendedora mundial de aeronaves comerciais.

As ações da EADS atingiram o maior patamar em três anos com a notícia. Às 12h47 (horário de Brasília), os papéis avançavam 2,24 por cento, para 20,52 euros, depois de terem disparado até 6 por cento mais cedo.

A encomenda da empresa aérea de baixos custos e tarifas IndiGo inclui 30 aviões A320 -modelo mais vendido da Airbus e que transporta 150 pessoas- e outras 150 unidades de versões atualizadas do mesmo avião, chamadas de A320neo.

As primeiras entregas começam em 2015 e a IndiGo está considerando realizar uma Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para financiar a compra dos aviões.

"É uma notícia positiva surpreendente. É o primeiro contrato para o A320neo e já é o maior contrato da história", escreveu em relatório a equipe do DZ Bank.

Contudo, o DZ Bank, que recomenda venda das ações da EADS, disse que investidores irão permanecer cautelosos sobre a lucratividade do grupo aeroespacial europeu no curto prazo em meio aos cortes nos orçamentos de defesa na Europa e à ameaça de atrasos na produção do modelo A350 da Airbus, que tem design similar ao adiado 787 Dreamliner da Boeing.

O pedido da IndiGo é o maior da história da aviação em quantidade de aeronaves com capacidade para transportar mais de 100 passageiros, disse a Airbus na terça-feira.

O setor aéreo da Índia, que conta com perto de uma dúzia de companhias aéreas, está se expandindo rapidamente.

A IndiGo é a terceira maior companhia aérea da Índia em market share, depois de menos de cinco anos desde sua fundação. A empresa é controlada pela InterGlobe Enterprises e pelo veterano da indústria Rakesh Gangwal, ex-presidente-executivo da norte-americana US Airways.

Mais encomendas que entregas

Em 2010, segundo o presidente-executivo da EADS, a Airbus registrou entregas e novas encomendas acima de 500 aeronaves. De acordo com Galllois, os pedidos superaram as entregas de aviões no último ano.

Na semana passada, a Boeing divulgou entregas de 462 jatos comerciais em 2010, cumprindo sua meta de atingir cerca de 460 unidades durante o ano. Ao mesmo tempo, a fabricante norte-americana informou ter fechado encomendas líquidas por 530 aviões comerciais.

Fonte: Tim Hepher (Reuters com reportagem adicional de Blaise Robinson) via O Globo

Pilotos de avião que matou líder da Polônia foram pressionados, diz Rússia

Morte de Lech Kaczynski chocou a Polônia no ano passado

Um relatório oficial da comissão da Rússia sobre as circunstâncias da queda do avião que matou o presidente polonês Lech Kaczynski, em abril do ano passado, afirma que os pilotos da aeronave estavam sob pressão psicológica para pousar, apesar das más condições climáticas.

Segundo o documento, dentro do avião presidencial havia um sentimento de que o presidente polonês reagiria mal caso recebesse a notícia de que o avião teria que desviar de seu trajeto.

Tatyana Anodina, diretora do Comitê de Aviação Entre Estados, com sede em Moscou, disse nesta quarta-feira a jornalistas que o relatório final já foi entregue para investigadores poloneses.

A investigadora afirmou que o Tupolev-154, onde Kaczynski e outras 95 pessoas estavam, apresentava "boas condições quando decolou de Varsóvia com destino ao aeroporto de Smolensk, e não teve nenhuma falha de motor ou de sistemas de voo".

'Sem explosão'

O avião presidencial caiu no oeste da Rússia no dia 10 de abril de 2010 quando a comitiva presidencial voava para uma cerimônia em homenagem a poloneses mortos pela polícia secreta do ditador soviético Josef Stalin em Katyn (Belarus), durante a 2ª Guerra Mundial.

Além do presidente e sua esposa, os chefes dos três braços das Forças Armadas e diversos líderes políticos da Polônia morreram no acidente.

"Antes do impacto, não houve incêndio, explosão ou outro dano", disse Anodina. Segundo a investigação russa, o desastre foi resultado direto da falha da tripulação, que não levou em conta os alertas sobre as condições do clima e não foram para um outro aeroporto.

"Durante o voo, a tripulação foi informada várias vezes das condições climáticas inadequadas no aeroporto de destino", afirmou.

"Apesar disso, a tripulação não tomou a decisão de trocar (o local do pouso) para um outro local. Isto pode ser considerado o começo da situação extrema a bordo do avião."

Álcool

A investigação russa descobriu "deficiências substanciais" no treinamento dado ao capitão Arkadiusz Protasiuk e ao copiloto, major Robert Grzywna, segundo Anodina.

Os dois homens temiam uma "reação negativa" do presidente Kaczynski se eles pousassem em outro aeroporto.

"A reação negativa esperada do principal passageiro (...) aplicou uma pressão psicológica nos membros da tripulação e influenciou a decisão de continuar com o pouso (programado)", disse.

O gravador de voo do avião captou um membro da tripulação falando "Ele vai ficar muito bravo", em uma aparente referência à determinação do presidente polonês de não alterar sua agenda.

A investigadora russa acrescentou que a pressão nos pilotos aumentou ainda mais quando o comandante da Força Aérea polonesa, general Andrzej Blasik, entrou na cabine no avião.

"A presença do comandante da Força Aérea na cabine, antes da queda da aeronave, aplicou mais pressão psicológica no capitão (do avião) para que ele decidisse continuar com o pouso em uma situação de risco sem justificativa, dominado pelo objetivo de pousar a qualquer custo."

Exames feitos no corpo do general Blasik mostraram que havia álcool no sangue do militar, em uma concentração de 0,6 gramas por litro, um pouco acima do limite permitido na maioria dos países europeus.

Os investigadores também descobriram que uma autoridade do Ministério do Exterior polonês, Mariusz Kazana, também teve acesso à cabine.

Durante a entrevista coletiva em Moscou, os investigadores tocaram as gravações dos últimos minutos dos pilotos do avião Tupolev, incluindo conversas com os controladores de tráfego aéreo russos.

Pouco antes do fim da gravação, uma mensagem automática em inglês, vinda do Sistema de Alerta Terrestre, pode ser ouvido pedindo à tripulação do Tupolev "suba, suba".

'Piada'

O atual primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, voltou mais cedo de suas férias para tratar da reação do país ao relatório russo.

Um porta-voz do governo afirmou que Tusk, que já tinha criticado a investigação russa no mês passado, iria agora conversar com líder das investigações no país, Jerzy Miller.

Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do presidente morto, também criticou a investigação russa.

"O relatório coloca toda a culpa nos pilotos poloneses e na Polônia, sem nenhuma prova (...) é uma piada contra a Polônia", disse ele, acrescentando que seu partido conservador, o Partido Lei e Justiça, vai pedir que o Parlamento polonês rejeite o relatório.

Fonte: BBC Brasil via O Globo - Foto: Pravda