Entrevista: Francisco do Prado, Perito em Aeronáutica
Um perito contratado pela Associação Brasileira de Ultraleve (ABU), órgão que regulamenta esse tipo de aeronave no país, foi ao local do acidente ontem investigar as causas da queda do ultraleve Jabiru, que causou a morte dos dois ocupantes, sábado à tarde, no Bairro Jardim Primavera, em Lontras, no Vale do Itajaí. Desde ontem, Francisco do Prado se dedica, também, ao rastreamento do voo. O relatório final deve ser concluído em 30 dias.
No acidente morreram o piloto João Alberto Ravizzinni Kilpp, 30 anos, e o passageiro e aluno Oscar Pereira da Costa Felizzola de Souza, 28. As vítimas partiram de Maricá (RJ) e pousariam no aeroclube de Lontras. O acidente aconteceu a apenas 200 metros da pista de pouso, depois de duas arremetidas. O Instituto Médico Legal (IML) de Rio do Sul conseguiu antecipar a vinda do especialista em arcada dentária, prevista para hoje, e liberou os corpos ainda ontem, às 15h.
Diário Catarinense – O que exatamente o senhor pretende investigar em relação ao acidente?
Francisco do Prado – A minha área na investigação é o fator operacional, onde busco descobrir “não-conformidades” na operação da aeronave e os motivos que levam os tripulantes a se desviarem da rotina operacional e doutrina de segurança de voo. A aviação exige uma padronização operacional muito rígida, por isso é o meio de transporte mais seguro do mundo.
DC – Já é possível concluir algo?
Prado – Um acidente aéreo decorre sempre de um somatório de pelo menos seis fatores. Os mais comuns são deficiência de treinamento e erro de aplicação de comandos. Mas isso não quer dizer que isso aconteceu no acidente de Lontras, ainda é cedo para determinar. Sabemos que a aeronave se aproximou para pouso e, após tocar na pista, iniciou uma arremetida (manobra que descontinua o pouso e volta a voar). Nesta arremetida, houve perda de controle em voo, levando a aeronave à perda de sustentação e colisão com o solo. Meu trabalho agora é descobrir os fatores que levaram à queda.
DC – Como será feito o trabalho de rastreamento do voo?
Prado – Como esta aeronave navegou do Rio de Janeiro para Lontras e fez escalas, estamos verificando com os aeroportos da rota para pegar informações dos planos de voo e abastecimentos. Estes dados são para determinar uma ficha de peso e balanceamento, descobrir com quantos quilos eles chegaram aqui e em que posição estava o centro de gravidade da aeronave, o ponto de equilíbrio. Esta é somente um da linhas de ação na investigação.
DC – Como é o trabalho que você se dedica? Envolve quais etapas?
Prado – Estou envolvido com a segurança de voo desde 1988, quando me formei como investigador no Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão do Estado Maior da Aeronáutica, onde depois fiquei 15 anos como instrutor de investigação. A finalidade das investigações que executamos é nobre, pois todo trabalho é voltado para prevenção. A partir de cada relatório preparamos um treinamento para evitar que ocorram acidentes deste mesmo tipo. Nunca trabalhamos para determinar culpados ou responsabilidades.
DC – Até quando deve ser concluído o trabalho? O laudo será feito com base nessas informações?
Prado – O relatório final deve ser concluído em, no máximo, 30 dias, poderá atrasar se algum componente tiver que ser analisado em laboratório fora do Brasil. Isto é somente possibilidade, mas preciso levar em consideração. A conclusão será com base nas informações que forem cientificamente comprovadas.
Fonte: Diário Catarinense
Um perito contratado pela Associação Brasileira de Ultraleve (ABU), órgão que regulamenta esse tipo de aeronave no país, foi ao local do acidente ontem investigar as causas da queda do ultraleve Jabiru, que causou a morte dos dois ocupantes, sábado à tarde, no Bairro Jardim Primavera, em Lontras, no Vale do Itajaí. Desde ontem, Francisco do Prado se dedica, também, ao rastreamento do voo. O relatório final deve ser concluído em 30 dias.
No acidente morreram o piloto João Alberto Ravizzinni Kilpp, 30 anos, e o passageiro e aluno Oscar Pereira da Costa Felizzola de Souza, 28. As vítimas partiram de Maricá (RJ) e pousariam no aeroclube de Lontras. O acidente aconteceu a apenas 200 metros da pista de pouso, depois de duas arremetidas. O Instituto Médico Legal (IML) de Rio do Sul conseguiu antecipar a vinda do especialista em arcada dentária, prevista para hoje, e liberou os corpos ainda ontem, às 15h.
Diário Catarinense – O que exatamente o senhor pretende investigar em relação ao acidente?
Francisco do Prado – A minha área na investigação é o fator operacional, onde busco descobrir “não-conformidades” na operação da aeronave e os motivos que levam os tripulantes a se desviarem da rotina operacional e doutrina de segurança de voo. A aviação exige uma padronização operacional muito rígida, por isso é o meio de transporte mais seguro do mundo.
DC – Já é possível concluir algo?
Prado – Um acidente aéreo decorre sempre de um somatório de pelo menos seis fatores. Os mais comuns são deficiência de treinamento e erro de aplicação de comandos. Mas isso não quer dizer que isso aconteceu no acidente de Lontras, ainda é cedo para determinar. Sabemos que a aeronave se aproximou para pouso e, após tocar na pista, iniciou uma arremetida (manobra que descontinua o pouso e volta a voar). Nesta arremetida, houve perda de controle em voo, levando a aeronave à perda de sustentação e colisão com o solo. Meu trabalho agora é descobrir os fatores que levaram à queda.
DC – Como será feito o trabalho de rastreamento do voo?
Prado – Como esta aeronave navegou do Rio de Janeiro para Lontras e fez escalas, estamos verificando com os aeroportos da rota para pegar informações dos planos de voo e abastecimentos. Estes dados são para determinar uma ficha de peso e balanceamento, descobrir com quantos quilos eles chegaram aqui e em que posição estava o centro de gravidade da aeronave, o ponto de equilíbrio. Esta é somente um da linhas de ação na investigação.
DC – Como é o trabalho que você se dedica? Envolve quais etapas?
Prado – Estou envolvido com a segurança de voo desde 1988, quando me formei como investigador no Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão do Estado Maior da Aeronáutica, onde depois fiquei 15 anos como instrutor de investigação. A finalidade das investigações que executamos é nobre, pois todo trabalho é voltado para prevenção. A partir de cada relatório preparamos um treinamento para evitar que ocorram acidentes deste mesmo tipo. Nunca trabalhamos para determinar culpados ou responsabilidades.
DC – Até quando deve ser concluído o trabalho? O laudo será feito com base nessas informações?
Prado – O relatório final deve ser concluído em, no máximo, 30 dias, poderá atrasar se algum componente tiver que ser analisado em laboratório fora do Brasil. Isto é somente possibilidade, mas preciso levar em consideração. A conclusão será com base nas informações que forem cientificamente comprovadas.
Fonte: Diário Catarinense
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