Força Aérea queria anteriormente mais 60 caças F-22, mas a gestão Obama decidiu comprar apenas quatro
Altos oficiais da Força Aérea americana disseram segunda-feira que apóiam a decisão da administração Obama de comprar apenas mais quatro dos avançados caças F-22, tornando menos provável que o Congresso insista em expandir sua produção. Anteriormente, a Força Aérea disse que precisava de mais 60 aeronaves, uma posição que criou expectativas de uma feroz batalha no Congresso para discutir o futuro do programa.
Legisladores da Geórgia, Connecticut e outros Estados com grandes fornecedores militares provavelmente ainda vão pressionar por mais aviões. Mas suas chances de sucesso são menores se a Força Aérea não estiver apoiando em silêncio seus esforços, disseram analistas militares.
Muitos funcionários do setor e oficiais reformados da Força Aérea disseram que não se surpreenderiam se a Lockheed Martin, principal fornecedora do avião, desistisse de sua campanha de lobby, que enfatiza quantos empregos seriam perdidos se a produção fosse interrompida. Sob o plano do governo, o Pentágono aceleraria os testes de outro caça da Lockheed Martin, o F-35, que planeja comprar em maiores quantidades.
Envolvidos no setor disseram que a companhia talvez não queira arriscar irritar a nova gestão, já que possui muitos outros lucrativos contratos de defesa. "Essa foi a primeira vez na história inteira do programa F-22 que a Lockheed não pôde contar com a requisição de mais F-22 de seu consumidor da Força Aérea", disse Loren Thompson, consultor que assessora a Lockheed Martin e outros fornecedores militares. "E a companhia obviamente não pode pressionar tanto o Congresso como fazia no passado, porque não tem o consumidor do seu lado", disse.
Douglas A. Birkey, diretor de relações governamentais da Air Force Association, um grupo de lobby, disse também esperar que a Lockheed Martin mude seu foco do F-22 para o F-35, também chamado de Joint Strike Fighter. O F-22 foi projetado para combate aéreo, enquanto o F-35 é mais orientado para alvos terrestres e foi produzido para ser mais barato.
A Lockheed Martin, maior fornecedora de defesa dos EUA, afirmou estar analisando as mudanças propostas na semana passada pelo secretário de Defesa Robert M. Gates. Logo após o anúncio de Gates, o chefe-executivo da Lockheed, Robert J. Stevens, disse em nota para os funcionários que, embora algumas das recomendações fossem desapontadoras, "eu aceito a decisão do secretário Gates de colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar - acima dos interesses das agências, serviços e fornecedores - e vou apoiá-lo em todas as instâncias".
A mudança na mentalidade sobre o F-22 foi detalhada segunda-feira no editorial publicado no Washington Post, de autoria de Michael Donley, secretário da Força Aérea, e do general Norton Schwartz, chefe de gabinete do serviço.
Antes do anúncio de Gates, os dois apoiavam fortemente o F-22, argumentando que a Força Aérea precisava do caça como uma salvaguarda contra a Rússia e a China e até para uma possível guerra contra o Irã. Eles defenderam a compra de 60 novas aeronaves, o que aumentaria a frota da Força Aérea para 243. Mas em seu artigo, Donley e Schwartz escreveram que "chegou a hora de mudar".
Os dois disseram que com o contingenciamento dos gastos de defesa e a transferência de recursos para o Iraque e o Afeganistão, o orçamento "se tornou um jogo de soma zero". Segundo eles, mais 60 caças F-22 custariam US$ 13 bilhões. Mesmo assim, acrescentaram: "Muito depende do sucesso do F-35, e é crucial manter o Joint Strike Fighter dentro do cronograma e do orçamento. Esta é a hora de fazer a transição da produção do F-22 para o F-35".
Na semana passada, Gates havia anunciado que apoiava a produção de mais de 2,4 mil caças F-35. Funcionários da indústria disseram que o artigo esclareceu qualquer dúvida sobre a posição de Donley e Schwartz. Tanto Gates quanto seu predecessor, Donald Rumsfeld, tentaram interromper a produção do F-22 durante o governo Bush, apenas para descobrir que os antigos líderes da Força Aérea continuavam a defender o caça.
Na verdade, o ex-secretário da Força Aérea Michael Wynne, que despediu Gates em junho de 2008 em meio a conflitos sobre programas da Força Aérea, disse na segunda-feira que ainda acreditava que Gates estava assumindo riscos demais ao cancelar o F-22 e outros programas de armas de alta-tecnologia. Para ele, faria sentido comprar mais caças F-22 no caso de atraso do F-35.
No entanto, disse, se os atuais líderes do serviço dizem que não querem mais o avião, será mais difícil do que antes para os apoiadores no Congresso "superarem esse julgamento militar".
Fonte: Christopher Drew (The New York Times) - Tradução: Amy Traduções - Via Terra - Foto: The New York Times
Legisladores da Geórgia, Connecticut e outros Estados com grandes fornecedores militares provavelmente ainda vão pressionar por mais aviões. Mas suas chances de sucesso são menores se a Força Aérea não estiver apoiando em silêncio seus esforços, disseram analistas militares.
Muitos funcionários do setor e oficiais reformados da Força Aérea disseram que não se surpreenderiam se a Lockheed Martin, principal fornecedora do avião, desistisse de sua campanha de lobby, que enfatiza quantos empregos seriam perdidos se a produção fosse interrompida. Sob o plano do governo, o Pentágono aceleraria os testes de outro caça da Lockheed Martin, o F-35, que planeja comprar em maiores quantidades.
Envolvidos no setor disseram que a companhia talvez não queira arriscar irritar a nova gestão, já que possui muitos outros lucrativos contratos de defesa. "Essa foi a primeira vez na história inteira do programa F-22 que a Lockheed não pôde contar com a requisição de mais F-22 de seu consumidor da Força Aérea", disse Loren Thompson, consultor que assessora a Lockheed Martin e outros fornecedores militares. "E a companhia obviamente não pode pressionar tanto o Congresso como fazia no passado, porque não tem o consumidor do seu lado", disse.
Douglas A. Birkey, diretor de relações governamentais da Air Force Association, um grupo de lobby, disse também esperar que a Lockheed Martin mude seu foco do F-22 para o F-35, também chamado de Joint Strike Fighter. O F-22 foi projetado para combate aéreo, enquanto o F-35 é mais orientado para alvos terrestres e foi produzido para ser mais barato.
A Lockheed Martin, maior fornecedora de defesa dos EUA, afirmou estar analisando as mudanças propostas na semana passada pelo secretário de Defesa Robert M. Gates. Logo após o anúncio de Gates, o chefe-executivo da Lockheed, Robert J. Stevens, disse em nota para os funcionários que, embora algumas das recomendações fossem desapontadoras, "eu aceito a decisão do secretário Gates de colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar - acima dos interesses das agências, serviços e fornecedores - e vou apoiá-lo em todas as instâncias".
A mudança na mentalidade sobre o F-22 foi detalhada segunda-feira no editorial publicado no Washington Post, de autoria de Michael Donley, secretário da Força Aérea, e do general Norton Schwartz, chefe de gabinete do serviço.
Antes do anúncio de Gates, os dois apoiavam fortemente o F-22, argumentando que a Força Aérea precisava do caça como uma salvaguarda contra a Rússia e a China e até para uma possível guerra contra o Irã. Eles defenderam a compra de 60 novas aeronaves, o que aumentaria a frota da Força Aérea para 243. Mas em seu artigo, Donley e Schwartz escreveram que "chegou a hora de mudar".
Os dois disseram que com o contingenciamento dos gastos de defesa e a transferência de recursos para o Iraque e o Afeganistão, o orçamento "se tornou um jogo de soma zero". Segundo eles, mais 60 caças F-22 custariam US$ 13 bilhões. Mesmo assim, acrescentaram: "Muito depende do sucesso do F-35, e é crucial manter o Joint Strike Fighter dentro do cronograma e do orçamento. Esta é a hora de fazer a transição da produção do F-22 para o F-35".
Na semana passada, Gates havia anunciado que apoiava a produção de mais de 2,4 mil caças F-35. Funcionários da indústria disseram que o artigo esclareceu qualquer dúvida sobre a posição de Donley e Schwartz. Tanto Gates quanto seu predecessor, Donald Rumsfeld, tentaram interromper a produção do F-22 durante o governo Bush, apenas para descobrir que os antigos líderes da Força Aérea continuavam a defender o caça.
Na verdade, o ex-secretário da Força Aérea Michael Wynne, que despediu Gates em junho de 2008 em meio a conflitos sobre programas da Força Aérea, disse na segunda-feira que ainda acreditava que Gates estava assumindo riscos demais ao cancelar o F-22 e outros programas de armas de alta-tecnologia. Para ele, faria sentido comprar mais caças F-22 no caso de atraso do F-35.
No entanto, disse, se os atuais líderes do serviço dizem que não querem mais o avião, será mais difícil do que antes para os apoiadores no Congresso "superarem esse julgamento militar".
Fonte: Christopher Drew (The New York Times) - Tradução: Amy Traduções - Via Terra - Foto: The New York Times
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