Acidente que matou 199 pessoas completa seis meses no dia 17 de janeiro.
Parentes pedem Justiça na porta de delegacia em SP (Foto: Silvia Ribeiro/G1)
Parentes de vítimas do acidente da TAM que matou 199 pessoas em julho passado foram na tarde desta segunda-feira (14) à porta do 27º Distrito de Polícia, na Zona Sul da capital, protestar contra o não-comparecimento de Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a depoimento sobre o acidente.
A defesa da ex-diretora pede que ela seja ouvida pela polícia em Brasília, onde ela reside atualmente. “Ela tem tanta vontade de depor quanto todos os interessados no final desse inquérito”, disse o advogado Roberto Podval. Para ele, os adiamentos das oitivas não atrapalham o andamento das investigações, já que o laudo sobre as causas do acidente ainda não foi concluído.
Mesmo sabendo que ela não iria à oitiva, os familiares foram à delegacia com camisetas pretas com a inscrição “Queremos Verdade e Justiça” e uma faixa em que pediam punição criminal pelas mortes. Alguns deles viajaram do Rio Grande do Sul a São Paulo por causa do depoimento.
“Queríamos que ela (Denise Abreu) visse como uma ação irresponsável mudou a vida de todos nós”, afirmou o presidente da Associação dos Familiares e Amigos de Vítimas do Vôo TAMJJ3054, Dario Scott.
Dario Scott, que acompanha de perto as investigações, disse que as oitivas estão em estágio avançado, mas afirmou que o inquérito esbarra na morosidade de órgão públicos. “O delegado pediu que a Infraero identificasse quem foi o responsável pela liberação da pista do Aeroporto de Congonhas após a reforma. Até hoje ele não obteve resposta”, exemplificou.
Seis meses após o acidente, os familiares também querem ter acesso à transcrição de 23 minutos de gravações da caixa preta do Airbus. “A Aeronáutica diz que não é relevante. Eu perdi minha filha única, de 14 anos, e acho relevante”, afirmou Dario Scott.
Seis meses após o acidente, os familiares também querem ter acesso à transcrição de 23 minutos de gravações da caixa preta do Airbus. “A Aeronáutica diz que não é relevante. Eu perdi minha filha única, de 14 anos, e acho relevante”, afirmou Dario Scott.
O vice-presidente da associação, Archelau Xavier, pediu que os responsáveis pelo acidente sejam presos. Da TAM, o engenheiro diz gostaria que a companhia aérea assumisse o acidente. “O acidente fica de lição para os políticos que fazem indicações (a órgãos públicos). Eles têm de refletir sobre isso. Se indicam alguém não preparado, acabam dando tiro no pé do próprio governo”, disse ele, que perdeu no acidente uma filha de 24 anos.
Fonte: G1
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