Aeronave percorrerá cidades da Chapada e do sudoeste durante 12 horas.
Medida será "projeto piloto" com custo inicial de R$ 200 mil.
Cidades situadas na Chapada Diamantina e na região sudoeste devem ser contempladas com uma chuva forçada, provocada por indução artificial em nuvens, para aliviar os efeitos da seca que causam danos sociais e ambientais há meses no semiárido baiano. O estado possui, hoje, 236 cidades com situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional, das 417 existentes.
Mais da metade dos municípios baianos decretaram
situação de
emergência por causa da seca - Foto: Glauco Araújo/G1
A medida foi negociada entre a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado (Seagri), com consenso do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em reunião ocorrida na segunda-feira (14). O início do processo depende agora da assinatura do contrato com a empresa prestadora do serviço, a ModClima, prevista para acontecer nos próximos dias.
O responsável pela pasta da Seagri, Eduardo Salles, afirmou nesta terça-feira (15) que a medida será realizada em fase experimental, como "projeto piloto", ao custo de R$ 200 mil, com objetivo de gerar "alento" a curto prazo para a população desses locais. O planejamento é que um avião percorra por 12 horas cidades das regiões escolhidas. Se a técnica comprovar benefícios, já há perspectiva de ampliar o acordo com a empresa para atuação em outras regiões que formam o semiário da Bahia.
"Na prática, um avião entra nas nuvens em potencial e as pulveriza com gotículas de água potável maiores que o vapor, o que faz elas incharem e a água cair. Tudo é correto em termos ambientais, não tem produtos químicos", explica o secretário.
A aplicação resulta em chuva de pequena intensidade, mas que pode servir para umedecer o clima e o solo dessas localidades. "Não vai encher barragem e sim dar alento, umidade ao solo, o que é bom para a agropecuária e para o consumo humano. Não há expectativa de ver a barragem subir, por exemplo", explica. O efeito da precipitação seria maior, no entanto, se o teste fosse realizado até o mês de outubro, quando a formação das nuvens é mais madura. Por isso, a possibilidade apontada pela empresa ao governo é de 40% de sucesso.
De acordo com o secretário Eduardo Salles, as duas regiões iniciais foram definidas com base na abrangência imediata e por ter aeroportos para dar suporte à aeronave, no caso, em Ilhéus e Vitória da Conquista. "Na Chapada, temos a bacia do Paraguaçu, que abastece grandes cidades. E em Vitória, temos o problema grave de água para a própria sede, que tem 350 mil habitantes. Vamos tentar ajudar os agricultores e formar um potencial hídrico", acrescenta.
Fonte: Tatiana Maria Dourado Do G1 BA
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