Blake Allison procurou advogados de acusados para oferecer testemunho.
Crítico da pena de morte, ele já depôs a favor de outro acusado pelo ataque.
Foto do 4 de maio mostra os parentes de vítimas do
11 de Setembro que foram a Guantánamo;
Blake
Allison é o segundo a partir da esquerda - Foto: The
Miami Herald, Walter Michot/AP
O marido de uma mulher que morreu durante os ataques de 11 de setembro de 2001 foi à Baía de Guantánamo para tentar salvar a vida de alguns dos acusados pelos atentados.
De acordo com o jornal “New York Post”, Blake Allison, um dos dez parentes de vítimas sorteado para assistir a uma sessão de acusação de Khalid Sheik Mohammed, autor confesso dos planos, e quatro de seus cúmplices, disse que queria “conhecer a cara dos acusados de matar sua mulher”.
Mas ao chegar ao local, o executivo de uma fabricante de vinhos, de 62 anos, teria se reunido secretamente com advogados dos acusados de terrorismo para oferecer um testemunho contra a condenação à morte dos acusados.
Um crítico ativo da pena de morte, Allison quer convencer o governo dos EUA a poupar as vidas de Khalid e seu grupo ainda que o tribunal militar os condene à pena capital.
“O público precisa saber que há familiares que não compartilham dessa visão de que aqueles homens devam ser mortos. Nós não podemos matar do nosso jeito para garantir a paz futura”, disse o executivo ao "Post".
A esposa de Allison, Anna, era uma consultora de sofware que estava a caminho de uma visita a um cliente em Los Angeles quando o avião em que voava, o voo 11 da American Airlines, se chocou contra a torre 1 do World Trade Center.
Allison, que vive em New Hampshire e está novamente casado, disse que os parentes da sua falecida esposa e outros familiares de vítimas que encontrou em Guantánamo não concordam com seu ponto de vista.
“Minha oposição à pena de morte não quer dizer que eu não quero que esses homens que mataram minha esposa e [as outras 911 vítimas] não devam pagar por seus crimes”, disse. “Mas para mim a oposição à pena de morte não é ocasional. Só porque eu fui ferido pessoalmente não me dá direito de tirar outra vida.”
Após encarar os acusados de planejar os atentados, Alisson disse não ter ilusão de que os supostos terroristas sejam “recuperáveis”. Segundo ele, os acusados “aparentemente não sentem remorso e fariam tudo de novo”.
O americano já tinha testemunhado a favor de Zacarias Moussaoui, outro acusado de planejar os atentados e que foi sentenciado à prisão perpétua – que está cumplindo numa prisão de segurança máxima no Colorado.
Fonte: G1
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