Airbus Military, Boeing e Israel Aerospace Industries foram convidadas a enviarem ofertas
O Comando da Aeronáutica entregou hoje os pedidos de oferta às empresas participantes do projeto KC-X2,que prevê a compra de duas aeronaves de reabastecimento em voo e de transporte estratégico de carga e tropa.
As empresas Airbus Military, Boeing e Israel Aerospace Industries (IAI) estão sendo consultadas para o fornecimento das aeronaves que substituirão os antigos Boeing 707, mais conhecidos como 'sucatões'. Os novos aviões, segundo a FAB, também poderão ser usados em missões humanitárias e de evacuação aeromédica.
A FAB havia informado anteriormente que realizava estudos visando a aquisição de aeronaves para substituir os Boeing 707, produzidos na década de 60, e que executam missões de transporte especial, transporte logístico e reabastecimento em voo, com capacidade de longo alcance. A Aeronáutica não confirma que a aquisição dos novos aviões também visa atender às necessidades de transporte intercontinental da presidência da República.
Segundo a nota da FAB, as empresas consultadas terão o prazo de 90 dias para apresentarem suas propostas. O processo de seleção e avaliação, de acordo com a nota, tem como base os requisitos técnicos, operacionais, logísticos e industriais. A nota foi assinada pelo chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
De acordo com informações obtidas pelo Valor, entre os modelos com potencial para substituir os Sucatões, estão o Airbus-A330 MRTT (Muti Role Tanker Transport , na sigla em inglês) e o Boeing 767. Segundo estimativas feitas por especialistas do setor aeroespacial, o custo unitário desses aviões pode superar a cifra dos US$ 200 milhões.
Outra opção que será analisada pela FAB é a da empresa israelense IAI, que não fabrica aviões, mas faz uma espécie de customização de aeronaves usadas, principalmente do modelo Boeing 767. Esta alternativa sairia mais barata, entre US$ 60 milhões e US$ 80 milhões. O governo da Colômbia fez essa opção recentemente.
A substituição dos Sucatões, segundo a FAB, foi decidida porque as aeronaves têm tido um custo de operação progressivamente elevado. O Valor apurou que esses aviões vêm apresentando diversos problemas técnicos, além de não poderem pousar em alguns países, devido às restrições de ruído e de poluição.
Outro problema diz respeito ao custo de manutenção, extremamente alto, porque muitas peças já não são mais fabricadas e têm apresentado problemas em voo. Um avião da classe do Aerolula, o Airbus A-319, por exemplo, leva em média, 10 dias para fazer uma inspeção estrutural profunda, enquanto que uma revisão similar no Sucatão pode durar até um ano e meio.
O processo de aquisição das novas aeronaves teve início há cerca de um mês. O governo federal já sinalizou que também pretende decidir ainda este semestre a compra dos novos caças supersônicos da FAB, um negócio que pode superar os R$ 10 bilhões. O contrato dos caças está sendo disputado por três empresas: a francesa Dassault, com a aeronave Rafale, a sueca Saab com o modelo Gripen NG e a americana Boeing, com o caça F-18 Super Hornet.
Fonte: Virgínia Silveira (Valor Online) via iG
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