Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, e Cernan Eugene, o mais recente a fazê-lo, deram testemunhos contrários à política de Obama para o espaço. Armstrong disse que a crise atual foi criada por causa do segredo que rondou as mudanças até seu anúncio em fevereiro. "Tudo por causa de uns poucos funcionários com pouca ou nenhuma experiência em operações espaciais que tentaram interromper o planejamento que estava em curso", disse.
No orçamento do presidente Obama para o ano fiscal de 2011, que começa em 1º de outubro, o programa Constellation foi considerado muito caro. A proposta acrescenta 6 bilhões de dólares ao orçamento da Nasa nos próximos cinco anos, mas direciona os valores outras áreas, como pesquisas aeronáuticas, estudos climáticos e missões científicas com robôs.
Em um discurso no mês passado, Obama descreveu objetivos ambiciosos para a Nasa: enviar astronautas a um asteróide até 2025 e até Marte, dez anos depois. Para Gordon, o orçamento previsto até 2025 para voos espaciais tripulados está muito abaixo do que um painel definiu, no ano passado, como necessário para qualquer programa destinado a enviar astronautas para além da órbita terrestre. "Não adianta cancelar um programa que a administração caracteriza como impossível de executar se tal programa é trocado por um novo plano que também não poderá ser executado", disse Gordon.
Outro problema para o programa Constellation foi a demissão de seu gerente, Jeffreu Hanley. Numa mensagem de e-mail para sua equipe, ele disse que o quartel-general da Nasa disse a ele que seus serviços "não são mais necessários, a partir de agora". Dale Thomas assumiu seu lugar. Hanley foi transferido para o Johnson Space Center, uma área de estratégia.
Durante a audiência, a congressista Gabrielle Giffords, presidente do subcomitê de espaço do Congresso, afirmou que a demissão de Hanley tornou "muito duvidosa" a promessa do general Charles Bolden Jr segundo a qual a agência vai continuar trabalhando no Constellation até que o Congresso aprove as alterações. Em seu discurso de abril, Obama tentou amenizar as críticas de que não estava interessado em voos espaciais tripulados, anunciando a continuação do desenvolvimento da cápsula Orion, do programa Constellation. Ela serviria para levar astronautas à Lua, mas agora é vista como um salva-vidas para a Estação Espacial Internacional.
Fonte: Kenneth Chang (The New York Times) via G1 - Foto: Thomas Kimmell (Space News)
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sexta-feira, 28 de maio de 2010
Chefe da Nasa passa por saia-justa no Congresso americano
Charles Bolden (foto abaixo), o chefe da Nasa, a agência especial americana, foi recebido a golpes de crítica e ceticismo no Congresso americano na quarta-feira, ao tentar defender a proposta da administração Obama de reformulação da agência. Bart Gordon, o deputado democrata que preside o Comitê de Ciência e Tecnologia, disse que o Congresso ainda não tem informação suficiente para decidir sobre o plano do presidente de cancelar o programa Constellation, que envolveria uma nova missão tripulada à Lua com o apoio de empresas privadas. "Até agora não vimos nenhuma análise consistente que nos dê segurança que o programa será realizado de acordo com o orçamento", disse.
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