O asteróide (2867) Steins - Image: ESA
A nave voaria ao lado do asteróide, a apenas 50 metros da superfície da rocha. A esta distância, a nave espacial de dez toneladas conseguiria exercer força gravitacional sobre a rocha, puxando o asteróide em sua direção. Ao modificar o curso de colisão do asteróide durante vários anos, o trator de gravidade poderia mudar a trajetória do corpo celeste e impedir que ele atinja a Terra.
Detalhes sobre o planejamento da nave espacial surgiram poucas semanas depois de um asteróide atingir Júpiter, deixando para trás uma marca terrível, aproximadamente do tamanho do planeta Terra. Cientistas acreditam que é apenas uma questão de tempo para algo parecido acontecer no nosso planeta, causando estragos inimagináveis. “Infelizmente, é mais uma questão de quando vai ocorrer uma colisão, e não se ela vai acontecer”, afirma Ralph Cordey, da empresa EADS Astrium, que produz naves espaciais para a Nasa.
Perigo real
A agência espacial estadunidense, Nasa, estima que há cem mil asteróides orbitando próximos à Terra com um tamanho grande suficiente para causar danos. Até o momento, a agência afirma acompanhar a trajetória de 6,363 deles. Para se ter uma ideia do estrago, um asteróide do tamanho de uma bola de futebol poderia causar destruição em uma cidade inteira, além de lançar material em chamas à atmosfera e causar ondas gigantescas no mar. Em 1908, se teoriza que um meteoro deste tamanho caiu sobre o lago Tunguska, na Sibéria, e destruiu toda a região das florestas locais.
Para evitar desastres semelhantes, a Astrium criou o trator de gravidade, que deve conseguir impedir asteróides de até 400 metros de comprimento. Um objeto deste tamanho liberaria cem mil vezes mais energia do que a bomba nuclear jogada sobre Hiroshima na Segunda Guerra Mundial. “Qualquer coisa acima de 30 metros de comprimento é uma ameaça à Terra”, afirma Cordey.
Cientistas espaciais britânicos conceberam uma nave especial que pode salvar a Terra de uma colisão catastrófica de um asteróide - Imagem: impactlab.com
O trator de gravidade, que tem 30 metros, deve ser lançado vinte anos antes que um asteróide deva chegar ao planeta, dando tempo suficiente para que ele mude a trajetória do corpo celestial. Para isso, a equipe que projetou a nave planejou os detalhes da missão de modo que a nave possa ser construída em pouco tempo e utilizando tecnologias já existentes. Christian Trenkel, que trabalhou no planejamento da nave, afirma que ela pode ser colocada em prática a qualquer momento.
Projeções de 2004 afirmam que o asteróide Apophis tem uma em 37 chances de atingir a Terra em 2029. Esta possibilidade foi descartada, mas cientistas acreditam que o Apophis pode passar por um ponto no espaço que o colocaria em uma trajetória em direção ao planeta, desta vez em 2036.
Kevin Yates, responsável pelo aviso às autoridades britânicas quanto ao risco de asteróides e cometas, afirma ainda que há um problema político no lançamento da nave: “Seria muito difícil se a missão apenas mudasse o ponto de colisão do asteróide de um país para o outro”, diz.
Fonte: Telegraph via HypeScience
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