No Recife, onde o risco é intermediário, dez ocorrências já foram registradas, somente este ano
O choque entre aves e aviões provoca muitos acidentes no Brasil. Somente este ano, a administração do Aeroporto dos Guararapes, no Recife, registrou dez ocorrências do tipo. Os pilotos sabem que ameaças desse tipo podem surgir de repente. “O urubu geralmente voa baixo e está na nossa rota, sempre”, diz o piloto Wagner Monteiro.
Esta semana, por exemplo, um avião foi atingido por um urubu logo depois de decolar do Recife. Novinho em folha, vai ter que voltar para a fábrica, porque o estrago, além de atingir a fuselagem, comprometeu alguns sistemas, inclusive o de pressurização.
As aves podem parecer inofensivas, mas numa colisão com um avião em pleno movimento, o estrago é enorme. A fuselagem é danificada e amassa como se fosse frágil; há registros de aves que rasgaram até mesmo as asas de aeronaves.
“Dependendo da quantidade de pássaros e do ponto da colisão, eles podem até derrubar a aeronave e causar um acidente como já aconteceu várias vezes”, diz o coronel João Carlos Bienick.
Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), só este ano, no Brasil, foram registradas 507 colisões entre aves e aviões. Essa quantidade não revela a dimensão real do perigo: os especialistas calculam que apenas 30% das colisões são notificadas.
O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, apresenta o maior número de colisões este ano: 46; o de Guarulhos, em São Paulo, vem logo depois com 43. As dez colisões registradas este ano no aeroporto do Recife se equipara, até agora, ao número de 2008. “Recife tem um índice de colisões intermediário; não é um dos aeroportos com o maior número de colisões do Brasil, mas é significativo”, aponta o coronel Bienick.
Na capital pernambucana, o perigo tem endereço conhecido: o lixão da Muribeca. Nuvens de aves mostram centenas em plena atividade, justamente na rota mais usada pelos aviões que chegam ao Recife.
O perigo está mais perto do que se imagina. A área de segurança aeroportuária prevê um raio de 20 quilômetros de distância de qualquer fator de atração de aves, mas o lixão está a apenas 6 quilômetros do terminal aéreo.
“Por conta deste risco, a superintendência aeroportuária vem trabalhando e tentando minimizá-lo, tentando transformar a área de segurança aeroportuária em espaços não atrativos para as aves, de modo que elas não permaneçam neste local, ou que a incidência seja pelo menos eventual”, assegura Fernando Aoun, coordenador de meio ambiente da Infraero.
No aeroporto de Fernando de Noronha, o risco aos pousos e decolagens provocado pelas garças levou a uma decisão inédita: 500 garças fora eliminadas, em dezembro de 2007, com uma injeção letal. Mas a espécie invasora voltou a crescer e será necessária outra estratégia.
“Os ninhos vão ser procurados, localizados e os ovos vão ser quebrados. Como elas são migratórias, vão voltar pra ilha e aí vai ter que ter, após essa etapa de exterminação e erradicação, o monitoramento”, explica Catarina Cabral, chefe do núcleo de fauna do Ibama.
A Infraero firmou um convênio com a Fundação da Universidade de Brasília para fazer o controle de urubus no Aeroporto dos Guararapes. Os técnicos vão fazer um estudo para propor ações que reduzam o número de aves na rota dos aviões. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) deu 90 dias de prazo para que os aeroportos apresentem alternativas para resolver o problema.
O choque entre aves e aviões provoca muitos acidentes no Brasil. Somente este ano, a administração do Aeroporto dos Guararapes, no Recife, registrou dez ocorrências do tipo. Os pilotos sabem que ameaças desse tipo podem surgir de repente. “O urubu geralmente voa baixo e está na nossa rota, sempre”, diz o piloto Wagner Monteiro.
Esta semana, por exemplo, um avião foi atingido por um urubu logo depois de decolar do Recife. Novinho em folha, vai ter que voltar para a fábrica, porque o estrago, além de atingir a fuselagem, comprometeu alguns sistemas, inclusive o de pressurização.
As aves podem parecer inofensivas, mas numa colisão com um avião em pleno movimento, o estrago é enorme. A fuselagem é danificada e amassa como se fosse frágil; há registros de aves que rasgaram até mesmo as asas de aeronaves.
“Dependendo da quantidade de pássaros e do ponto da colisão, eles podem até derrubar a aeronave e causar um acidente como já aconteceu várias vezes”, diz o coronel João Carlos Bienick.
Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), só este ano, no Brasil, foram registradas 507 colisões entre aves e aviões. Essa quantidade não revela a dimensão real do perigo: os especialistas calculam que apenas 30% das colisões são notificadas.
O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, apresenta o maior número de colisões este ano: 46; o de Guarulhos, em São Paulo, vem logo depois com 43. As dez colisões registradas este ano no aeroporto do Recife se equipara, até agora, ao número de 2008. “Recife tem um índice de colisões intermediário; não é um dos aeroportos com o maior número de colisões do Brasil, mas é significativo”, aponta o coronel Bienick.
Na capital pernambucana, o perigo tem endereço conhecido: o lixão da Muribeca. Nuvens de aves mostram centenas em plena atividade, justamente na rota mais usada pelos aviões que chegam ao Recife.
O perigo está mais perto do que se imagina. A área de segurança aeroportuária prevê um raio de 20 quilômetros de distância de qualquer fator de atração de aves, mas o lixão está a apenas 6 quilômetros do terminal aéreo.
“Por conta deste risco, a superintendência aeroportuária vem trabalhando e tentando minimizá-lo, tentando transformar a área de segurança aeroportuária em espaços não atrativos para as aves, de modo que elas não permaneçam neste local, ou que a incidência seja pelo menos eventual”, assegura Fernando Aoun, coordenador de meio ambiente da Infraero.
No aeroporto de Fernando de Noronha, o risco aos pousos e decolagens provocado pelas garças levou a uma decisão inédita: 500 garças fora eliminadas, em dezembro de 2007, com uma injeção letal. Mas a espécie invasora voltou a crescer e será necessária outra estratégia.
“Os ninhos vão ser procurados, localizados e os ovos vão ser quebrados. Como elas são migratórias, vão voltar pra ilha e aí vai ter que ter, após essa etapa de exterminação e erradicação, o monitoramento”, explica Catarina Cabral, chefe do núcleo de fauna do Ibama.
A Infraero firmou um convênio com a Fundação da Universidade de Brasília para fazer o controle de urubus no Aeroporto dos Guararapes. Os técnicos vão fazer um estudo para propor ações que reduzam o número de aves na rota dos aviões. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) deu 90 dias de prazo para que os aeroportos apresentem alternativas para resolver o problema.
Fonte: pe360graus
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