Segundo a Polícia Militar, vítimas são piloto, gerente e auxiliar administrativo da fazenda.
Três pessoas morreram na queda do helicóptero Robinson R44 Raven II, prefixo PR-TIB, da AeroGreen Aviação Agrícola Ltda., usado para pulverização de lavouras na tarde desta segunda-feira (27), em uma fazenda em Cruzília (MG). As mortes foram confirmadas pela Polícia Militar e pelo dono da fazenda.
Em entrevista à EPTV por telefone, o dono da fazenda, Amauri Pinto Costa, informou que as vítimas são o piloto da aeronave, identificado Fernando André Ferreira, de 46 anos; o gerente da fazenda, Lúcio André Duarte, de 39 anos; e a esposa dele, Elaine Moraes Souza, de 37 anos, que era auxiliar administrativo da fazenda.
Os ocupantes da aeronave tinham viajado para uma outra fazenda e estavam retornando ao local de partida. De acordo o dono da fazenda onde o helicóptero caiu, o piloto era natural de Goiânia e prestava serviço de pulverização da lavoura.
Ainda segundo Amauri Costa, as outras duas vítimas teriam embarcado no helicóptero a convite do piloto.
As vítimas são:
Fernando André Ferreira, de 46 anos, era de Goiânia. Ele era piloto da aeronave que pertencia à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Grande Goiânia Ltda.
Lucio André Duarte, de 39 anos, natural de Passa Tempo (MG). Lucio era gerente da fazenda onde aconteceu o acidente. Ele era casado com Elaine Moraes Souza, que também morreu na queda do helicóptero.
Elaine Moraes Souza, de 37 anos. Ela atuava como auxiliar administrativo na fazenda. Elaine era casada com Lúcio Duarte. O casal tinha acabado de voltar de férias.
O nome das vítimas foi confirmado pelo dono e funcionários da fazenda e consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar sobre o acidente. Uma perícia do Seripa (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) está prevista para esta terça-feira (28) no local do acidente.
Não há informações sobre o que causou o acidente, mas funcionários da fazenda disseram à Polícia Militar que ouviram um barulho antes da queda do helicóptero, que era adaptado para pulverização de lavouras.
Segundo o boletim de ocorrência, funcionários da fazenda relataram para a PM que avistaram a aeronave tentando pousar e que, de repente, ela girou e bateu com a parte frontal contra o solo.
Ainda segundo informações do boletim de ocorrência, o filho do piloto e sócio da empresa que prestava o serviço de pulverização também estava na fazenda. Ele teria retirado o corpo do pai para evitar que ele fosse carbonizado.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da perícia da Polícia Civil foram acionadas ao local do acidente. Os corpos das vítimas foram retirados na manhã desta terça-feira (28) pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para o IML de São Lourenço (MG) para serem submetidos a exames de necropsia e identificação.
Funcionário foi convidado e recusou passeio em helicóptero que caiu
O coordenador da fazenda onde um helicóptero caiu e matou três pessoas disse que também foi convidado para fazer o passeio, mas recusou o convite porque tinha compromissos de trabalho. O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira (27), no Sul de Minas Gerais.
"Na hora do almoço, o piloto chamou para dar uma voada na área que eles fizeram [a pulverização]. E não deu para ir, porque eu tive um serviço para fazer. Acabou indo ele [Lúcio] e a esposa, e infelizmente aconteceu o que aconteceu", afirmou José Camilo de Assis Andrade, coordenador da fazenda.
O coordenador havia feito o mesmo passeio dias atrás e comentou que só teve coragem de voar porque percebeu a competência do piloto.
"Fiz um voo com ele no dia que ele estava fazendo a pulverização, faz uns 10 dias. Um rapaz, um piloto muito bom. Eu só voei com ele porque a gente foi ganhando a confiança. Na verdade, nunca tive vontade de andar e ele sempre voando aí, a gente vendo, ganhando a confiança dele, aí eu consegui dar uma volta com ele, mas é triste", lamentou.
As mortes causaram comoção entre os funcionários da fazenda. "A Elaine era a madrinha do meu neto que vai fazer 5 meses agora. A gente só tem um sentimento muito grande porque era um casal que tinha um coração enorme", disse Andrade.
Helicóptero era adaptado
O helicóptero Robinson modelo R44 II, prefixo PR-TIB, foi fabricado em 2009 e tinha capacidade para três passageiros. Ele era adaptado para fazer pulverização de lavouras.
Segundo o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave pertencia à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Grande Goiânia Ltda. Conforme o registro da Anac, consta como operadores as empresas HDG Escola de Aviação Civil e Aerogreen Aviação Agrícola LTDA.
Ainda conforme o registro, a aeronave tinha autorização para fazer voos noturnos e era especializado para trabalhos aeroagrícolas.
Segundo o sistema da Anac, a aeronave estava com operação negada para táxi aéreo (transporte comercial de passageiros), mas com situação de aeronavegabilidade "normal". Isso significa que o helicóptero poderia ser usado normalmente pelo dono, para fins particulares.
Investigação
A Força Aérea Brasileira informou ao g1 que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizados no Rio de Janeiro (RJ), foram acionados para atender a ocorrência.
Na ação inicial, a FAB informou que são utilizadas técnicas específicas para a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação.
A FAB ainda afirmou que a conclusão da investigação "terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes".
A Polícia Civil disse que também apura as causas e circunstâncias do acidente.
Com informações do g1, Band Jornalismo e ASN
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