terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Helicóptero cai em fazenda e deixa três mortos em Cruzília, no Sul de Minas

Segundo a Polícia Militar, vítimas são piloto, gerente e auxiliar administrativo da fazenda.


Três pessoas morreram na queda do helicóptero Robinson R44 Raven II, prefixo PR-TIB, da AeroGreen Aviação Agrícola Ltda.usado para pulverização de lavouras na tarde desta segunda-feira (27), em uma fazenda em Cruzília (MG). As mortes foram confirmadas pela Polícia Militar e pelo dono da fazenda.

Em entrevista à EPTV por telefone, o dono da fazenda, Amauri Pinto Costa, informou que as vítimas são o piloto da aeronave, identificado Fernando André Ferreira, de 46 anos; o gerente da fazenda, Lúcio André Duarte, de 39 anos; e a esposa dele, Elaine Moraes Souza, de 37 anos, que era auxiliar administrativo da fazenda.

(Foto: Polícia Militar)
Os ocupantes da aeronave tinham viajado para uma outra fazenda e estavam retornando ao local de partida. De acordo o dono da fazenda onde o helicóptero caiu, o piloto era natural de Goiânia e prestava serviço de pulverização da lavoura.

Ainda segundo Amauri Costa, as outras duas vítimas teriam embarcado no helicóptero a convite do piloto.

As vítimas são:

Fernando André Ferreira, de 46 anos, era de Goiânia. Ele era piloto da aeronave que pertencia à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Grande Goiânia Ltda.

Piloto Fernando André Ferreira morreu após queda de helicóptero em MG (Foto: Redes sociais)
Lucio André Duarte, de 39 anos, natural de Passa Tempo (MG). Lucio era gerente da fazenda onde aconteceu o acidente. Ele era casado com Elaine Moraes Souza, que também morreu na queda do helicóptero.

(Foto: Reprodução Redes Sociais)
Elaine Moraes Souza, de 37 anos. Ela atuava como auxiliar administrativo na fazenda. Elaine era casada com Lúcio Duarte. O casal tinha acabado de voltar de férias.

(Foto: Reprodução Redes Sociais)
O nome das vítimas foi confirmado pelo dono e funcionários da fazenda e consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar sobre o acidente. Uma perícia do Seripa (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) está prevista para esta terça-feira (28) no local do acidente.

Não há informações sobre o que causou o acidente, mas funcionários da fazenda disseram à Polícia Militar que ouviram um barulho antes da queda do helicóptero, que era adaptado para pulverização de lavouras.

Segundo o boletim de ocorrência, funcionários da fazenda relataram para a PM que avistaram a aeronave tentando pousar e que, de repente, ela girou e bateu com a parte frontal contra o solo.

Ainda segundo informações do boletim de ocorrência, o filho do piloto e sócio da empresa que prestava o serviço de pulverização também estava na fazenda. Ele teria retirado o corpo do pai para evitar que ele fosse carbonizado.

Equipes do Corpo de Bombeiros e da perícia da Polícia Civil foram acionadas ao local do acidente. Os corpos das vítimas foram retirados na manhã desta terça-feira (28) pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para o IML de São Lourenço (MG) para serem submetidos a exames de necropsia e identificação.

Funcionário foi convidado e recusou passeio em helicóptero que caiu


O coordenador da fazenda onde um helicóptero caiu e matou três pessoas disse que também foi convidado para fazer o passeio, mas recusou o convite porque tinha compromissos de trabalho. O acidente aconteceu na tarde de segunda-feira (27), no Sul de Minas Gerais.

"Na hora do almoço, o piloto chamou para dar uma voada na área que eles fizeram [a pulverização]. E não deu para ir, porque eu tive um serviço para fazer. Acabou indo ele [Lúcio] e a esposa, e infelizmente aconteceu o que aconteceu", afirmou José Camilo de Assis Andrade, coordenador da fazenda.

O coordenador havia feito o mesmo passeio dias atrás e comentou que só teve coragem de voar porque percebeu a competência do piloto.

"Fiz um voo com ele no dia que ele estava fazendo a pulverização, faz uns 10 dias. Um rapaz, um piloto muito bom. Eu só voei com ele porque a gente foi ganhando a confiança. Na verdade, nunca tive vontade de andar e ele sempre voando aí, a gente vendo, ganhando a confiança dele, aí eu consegui dar uma volta com ele, mas é triste", lamentou.

As mortes causaram comoção entre os funcionários da fazenda. "A Elaine era a madrinha do meu neto que vai fazer 5 meses agora. A gente só tem um sentimento muito grande porque era um casal que tinha um coração enorme", disse Andrade.

Helicóptero era adaptado


(Foto: Polícia Militar)
O helicóptero Robinson modelo R44 II, prefixo PR-TIB, foi fabricado em 2009 e tinha capacidade para três passageiros. Ele era adaptado para fazer pulverização de lavouras.

Segundo o registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave pertencia à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão da Grande Goiânia Ltda. Conforme o registro da Anac, consta como operadores as empresas HDG Escola de Aviação Civil e Aerogreen Aviação Agrícola LTDA.

Ainda conforme o registro, a aeronave tinha autorização para fazer voos noturnos e era especializado para trabalhos aeroagrícolas.

Segundo o sistema da Anac, a aeronave estava com operação negada para táxi aéreo (transporte comercial de passageiros), mas com situação de aeronavegabilidade "normal". Isso significa que o helicóptero poderia ser usado normalmente pelo dono, para fins particulares.

Investigação



A Força Aérea Brasileira informou ao g1 que investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizados no Rio de Janeiro (RJ), foram acionados para atender a ocorrência.

Na ação inicial, a FAB informou que são utilizadas técnicas específicas para a coleta e a confirmação de dados, a preservação dos elementos, a verificação inicial de danos causados à aeronave ou pela aeronave, e o levantamento de outras informações necessárias à investigação.

A FAB ainda afirmou que a conclusão da investigação "terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes".

A Polícia Civil disse que também apura as causas e circunstâncias do acidente.

Com informações do g1, Band Jornalismo e ASN

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