Uma confusão surgiu num voo da LATAM Brasil após uma discussão envolvendo uma criança que não queria ficar sozinha num assento da aeronave.
A situação ocorreu no voo LA-3539 da última sexta-feira, dia 2 de dezembro, entre Goiânia e o Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, operado pelo Airbus A321-211 da LATAM de matrícula PT-XPF, o mesmo usado no voo da “Farofa da GKAY”, envolvido em outra polêmica recente.
O caso, porém, ganhou repercussão quando o Pastor e Missionário Walisson compartilhou o vídeo no seu Instagram mostrando a família saindo da aeronave. Segundo ele descreveu, a família estava indo para o Nordeste passar as férias de dezembro e o grupo era formado pelos pais da criança, os avós e o menino de 2 anos de idade.
Após o embarque do voo, a criança não quis ficar no seu assento e pediu o colo da mãe, pois estava com medo e tenso. Porém, os comissários falaram que a criança não poderia seguir no colo nesta situação, já que tem mais de 2 anos de idade.
O Pastor relata que a criança ficou ainda mais apavorada e aumentou o choro, e que “a tripulação teria sido incompreensiva, falando para colocar o menino à força no assento“.
No final, a família acabou desembarcando, segundo o Pastor, por decisão da própria tripulação, que a expulsou, já a empresa aérea afirmou que eles saíram por vontade própria, como mostrado na nota que você pode ver na íntegra no final do texto.
Qual é a regra?
Por certificação da aeronave pela fabricante e órgãos reguladores, crianças com 2 anos de idade completos (lê-se 24 meses em diante) devem seguir num assento comum, e não no colo de um adulto responsável com um cinto extra afivelado no do adulto. O não cumprimento destas regras podem acarretar em multas para a empresa aérea e os tripulantes do voo.
Outra restrição é que não podem ir duas crianças no mesmo conjunto de assentos (no exemplo do A321 pode ir apenas uma criança de colo na fileira 1A/B/C) e criança maiores de 2 anos devem estar sempre com um adulto ao lado, nunca sozinhas.
Estas regulamentações existem por alguns motivos: Tempo de evacuação em caso de emergência, que é reduzido devido a presença de mais uma pessoa no colo com outro cinto; quantidade de máscaras de oxigênio que são correspondentes ao número de assentos +1 extra para ser usada na criança de colo, e também peso.
O cinto extra foi feito para crianças de até 2 anos, acima disso é mais eficiente do ponto de visto da segurança, a criança estar num assento sozinho e ser auxiliada num adulto para uma evacuação ou uso da máscara de oxigênio, se necessário. Outros pontos também envolvem esta regra, que é padrão na aviação mundial.
Ao mesmo tempo existem algumas exceções, como nos EUA onde existem cadeirinhas de carro que são certificadas pela FAA, a agência de aviação civil do país, que podem levar crianças menores de 2 anos em assentos separados. Outra opção válida no Brasil, Canadá e EUA, que é pouco conhecida é um cinto especial (chamado de CRAS) para crianças menores de 2 anos mas que já são grandinhas, com mais de 10kg e até 1 metro de altura, como mostrado abaixo:
(Imagem: Divulgação/FAA) |
A FAA inclusive não recomenda a viagem no colo, indicando o uso do CRAS ou de cadeirinha de bebê que seja aprovado para uso em aeronaves. Já a ANAC permite apenas o uso do CRAS, não tendo regulamentado o uso de cadeirinhas.
A LATAM em nota infirmou que “A família envolvida no caso optou pelo desembarque da aeronave e remarcação da viagem para o dia seguinte, uma vez que os pais da criança não conseguiram mantê-la sentada com o cinto afivelado para decolagem, regra importante para garantia da segurança dos passageiros. Em nenhum momento a companhia expulsou a família. Reforçamos que a segurança é um valor imprescindível em nossas operações e todos os tripulantes de cabine são treinados para orientar e apoiar os clientes sempre que necessário. Ressaltamos ainda que seguimos todos os protocolos vigentes do setor para garantir a segurança de seus passageiros”.
Em consulta ao site da LATAM, é informado que crianças menores de 2 anos podem viajar no colo, mas que se o passageiro “preferir que o bebê viaje em um assento próprio, você terá que comprar a passagem completa e atender aos requisitos de segurança, seja viagem nacional ou internacional” sem dar maiores detalhes sobre os requisitos. Já a Azul e a GOL não permitem a viagem de bebês de até 23 meses sem ser no colo de um adulto.
Via Carlos Martins (Aeroin)
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