O Brasil vive um de seus melhores momentos no setor da aviação executiva, sendo hoje o país com a segunda maior frota de jatinhos, atrás somente dos Estados Unidos, e o terceiro que mais produz aeronaves deste tipo. À frente da Embraer, fabricante nacional, só estão a canadense Bombardier e a americana Cessna.
O bom desempenho se deve, em grande parte, à crise internacional iniciada em 2008, que criou um ambiente favorável à compra desses aviões em outros países, além do crescimento dos emergentes.
"O real sobrevalorizado, o mercado externo deprimido, o surgimento de melhores taxas de juros e até descontos, que acabaram reduzindo o preço, além do bom desempenho da economia nacional, são fatores que tornaram mais fácil para os brasileiros comprarem essas aeronaves no exterior”, avalia Francisco Lyra, diretor da consultoria C-Fly Aviation e ex-presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral).
Países emergentes são grande força motriz do mercado de aviação executiva no mundo
Ele explica que tradicionalmente havia mais aviões executivos nos Estados Unidos e na Europa, mas com a contínua crise nesses mercados e o avanço das economias em desenvolvimento, sobretudo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) outros centros tornaram-se os grandes motores desta indústria – e a tendência é de expansão.
"É claro que eles estão se beneficiando do momento circunstancial, mas além disso, esses países têm dimensões continentais e estão investindo para expandir o setor. A China está construindo centenas de aeroportos regionais e o Brasil planeja construir mais de 200. Há uma demanda enorme, e o crescimento vai continuar", afirma Lyra.
Frota de jatos executivos no mundo
1 – Estados Unidos 18.287
2 – Brasil 1.458
3 – Canadá 1.224
4 – México 1.161
5 – Alemanha 691
6 – Reino Unido 588
7 – Austrália 567
8 – África do Sul 465
9 – França 420
10 – Suíça 304
Fonte: BART International
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 5.565 municípios, mas destes, de acordo com o analista ouvido pela BBC Brasil, apenas 130 têm aeroportos atendidos por companhias aéreas.
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