A fiscalização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em empresas de Táxi Aéreo pode demorar até seis meses para ser realizada.
Pelo menos é o que dizem funcionários de algumas empresas que atuam no Pará - Estado que concentra a terceira maior frota de táxi aéreo do país, de acordo com a Associação Brasileira de Táxi Aéreo (ABTAer).
Vistorias inesperadas podem acontecer, mas apenas quando há denuncias de supostas irregularidades que contribuem para a ocorrência de acidentes.
Somente no passado, a Anac contabilizou 173 acidentes aeronáuticos no Brasil, nove deles em território paraense. Na semana passada, o advogado da ABTaer, Georges Ferreira, criticou a pouca atuação da Agência em toda a Região Norte.
A Agência tem o caráter de regulamentar, normalizar e fiscalizar as empresas de serviço aéreo no país. Neste sentido, a Anac estabelece as normas e parâmetros de segurança para que as empresas possam operar, entre a manutenção das aeronaves, a cada 50 horas de voo.
A Anac não divulgou o número de profissionais atuantes no Pará, que não possui mais um escritório. Em todo o Estado existem 200 pistas de pouso e decolagem homologadas, mas há cerca de duas mil não homologadas, segundo a ABTAer.
De acordo com o diretor comercial da Pilar Táxi Aéreo, Rodrigo Saraiva, a companhia recebe a visita dos agentes de fiscalização a cada seis meses, porém existem ocorrências de fiscalizações surpresas feitas pela Anac. “Geralmente as fiscalizações duram cerca de três dias, sendo que nos dois primeiros ela (a Anac) verifica a documentação da empresa, das aeronaves e dos pilotos. O terceiro dia é para inspecionar os aviões”, esclareceu.
Rodrigo explicou que durante a fiscalização, os pilotos passam por uma entrevista a fim de averiguar as horas de voo de cada um, bem como a formação que tiveram. No ano passado, a Anac desenvolveu 480 atividades de fiscalização no Estado.
O diretor de operações da Norte Jet Táxi Aéreo, Haroldo Canizo, prefere trabalhar com a possibilidade de que a qualquer momento a Anac pode fazer uma vistoria em sua empresa. “Toda companhia precisa trabalhar conforme prevê a regulamentação. No caso das companhias de táxi aéreo, todas possuem o mesmo formato e possuem diretorias de operação e manutenção de aeronaves”, comentou.
Em relação a capacidade de passageiros e de carga que podem ser transportados, tanto Rodrigo quanto a própria Agência ressaltam que varia de acordo com o tipo e modelo da aeronave. No caso de pessoas, a capacidade pode chegar a 30 passageiros e mais a tripulação.
Entretanto, Rodrigo destaca que a quantidade de passageiros em táxi aéreo sempre deve ser de um número par. No caso do Pará, a maior incidência de voos fretados é em aeronaves com capacidade para até oito passageiros. “Dificilmente, aqui, há voos com 12 passageiros e se acontecer de serem nove passageiros, por exemplo, certamente um deles está no lugar do copiloto”, frisou.
Tal procedimento só é permitido em voos visuais, cuja presença do copiloto não seria obrigatória. No caso do bimotor, prefixo PT-VAQ, que caiu em Monte Dourado, no município de Almeirim, no oeste paraense, eram nove passageiros e mais o piloto a bordo do avião. Ninguém sobreviveu.
Ambos os diretores optaram por não tecer nenhum comentário sobre esta tragédia, mas Rodrigo destaca que é importante fazer a manutenção periódica dos aviões. “A confiança na aeronave está ligada à manutenção que precisa ser realizada a cada 50 horas de voo”, ressaltou. Em 2012 foram feitas no Pará 480 atividades de fiscalização.
Fonte: Diário do Pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário