terça-feira, 29 de maio de 2012

Motor de helicóptero que caiu em GO estava sem alimentação, diz fabricante

Em nota, empresa afirma que motor teve potencia muito baixa ou inexistente.

Aeronave da Polícia Civil de Goiás caiu em 8 de abril matando oito pessoas.


A fabricante Agusta Westlan enviou uma carta a donos e operadores de aeronaves AW119, mesmo modelo do helicóptero da Polícia Civil de Goiás que caiu em Piranhas, sudoeste do estado. No texto, a empresa apresenta novas informações sobre a investigação do acidente aéreo e explica que o motor estava com potência muito baixa ou sem alimentação. A nota, no entanto, afirma que não foi identificada a causa do problema. 

Segundo a fabricante, verificou-se que houve queda na rotação da hélice do helicóptero antes do momento do impacto. No entanto, afirma a nota, não foram encontrados nos rotores, principal e de cauda, danos pré-existentes que teriam impedido a livre rotação dos sistemas. Na prática, significa que não havia defeitos nas peças capazes de atrapalhar o piloto a fazer uma manobra de pouso de emergência. 

Combustível

Para o mecânico e piloto Marcelino Oliveira, o documento levanta a hipótese que faltou combustível para o motor. "Significa que parou de chegar alimentação ou combustível para o motor", explica. Segundo ele, se confirmado, o fato sugere outras diversas hipóteses: "Tinha combustível ainda? A linha que liga o tanque ao motor foi interrompida, ou quebrou? As duas bombas responsáveis por mandar esse combustível do tanque para o motor entraram em falha?", questionou. 


No dia 8 de abril, o acidente com o helicóptero da Polícia Civil na cidade de Piranhas matou cinco delegados, dois peritos e o principal suspeito da chacina ocorrida em Doverlândia, Aparecido de Souza Alves, 22 anos. O grupo deixou a fazenda onde sete pessoas foram degoladas após a reconstituição do crime, por volta das 15h30. Minutos depois, no município de Piranhas, caiu matando todos os ocupantes.

Um dia após a tragédia, o secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), João Furtado, chegou a descartar que teria faltado combustível. "Temos a informação preliminar que havia combustível suficiente", disse Furtado. Apesar de ser proprietária de dois outros helicópteros, a SSP-GO alega que não recebeu a carta da fabricante. 

A secretaria arquivou as investigações criminais sobre o acidente. Foi aberto um processo administrativo para averiguar o caso. Os motivos que poderiam ter causado a queda da aeronave estão a cargo apenas dos órgãos federais e o estudo pode levar meses para ser concluído. A investigação da queda da aeronave está sendo feita pela Agusta em conjunto com as autoridades brasileiras. O Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) preferiu não se pronunciar sobre o documento. 

Fonte: G1 GO, com informações da TV Anhanguera

Nenhum comentário: