quarta-feira, 23 de maio de 2012

Batismo de fogo do Brasil na Segunda Guerra completa 70 anos

Ontem completou-se exatos 70 anos que, a pacata cidade de Fortaleza, com pouco mais de 180 mil habitantes, foi a porta de entrada de um convite nada agradável: entrar na II Guerra Mundial.


Era 22 de maio de 1942 quando um avião B 25J Mitchel partia do Ceará para realizar o primeiro disparo contra um navio inimigo. 

O Brasil, que até então se mantinha à distância da guerra iniciada em setembro de 1939, foi empurrado ao combate quando, quatro dias antes, um submarino italiano acertou o navio brasileiro Comandante Lyra dentro de águas nacionais. 

Em 18 de maio de 1942, o navio brasileiro estava a 330 metros de Fernando de Noronha quando recebeu um torpedo, bombas e disparos de canhão de 100mm. O submarino Barbarigo foi certeiro e causou grandes prejuízos, mas não chegou a afundar o navio cearense. Parecia, então, mais um recado do que propriamente um ataque fatal. 

Tanto que a edição do jornal "O Povo" do dia 25 de maio publicou “Está causando espécie, aqui, o fato de ter o submarino alemão, depois de atacar o navio brasileiro 'Comandante Lira', deixado o mesmo flutuando, com possibilidades de salvar-se, quando habitualmente os traiçoeiros e covardes corsários do Eixo não largam a sua presa antes de sabê-la de fato irremediavelmente perdida, sem se importar com a sorte das tripulações”. 

E o recado foi visto ao longe. O Comandante Lyra precisou ser rebocado até Fortaleza. Durante o percurso, a fumaça que saía do navio ganhava o céu e podia ser vista da capital cearense. A escolha do alvo não pareceu ser ao acaso. 

No ano anterior, Fortaleza começou a receber a construção de uma base militar americana. O local é o bairro conhecido hoje por Pici. Outra base também passou a ser construída, anos depois, no Cocorote, área onde hoje funciona o aeroporto internacional de Fortaleza. 

O Brasil precisava dar o troco. 

B 25J Mitchell 


Os aviões B 25J Mitchell, considerados bastante modernos para a Segunda Guerra Mundial, eram aeronaves bem equipadas com armas pesadas.

Veja a ficha técnica:

Motor: dois motores Wright R-2600-13 de 14 cilindros, cada um com 1.500 HP.
Comprimento: 16,12 metros.
Envergadura: 20,59 metros.
Velocidade máxima: 438 km/h.
Alcance máximo: 2.170 km.
Armamento: 18 metralhadoras de 12,7 mm, oito foguetes não-guiados levados sob as asas e até 1.360 kg de bombas em um compartimento interno.
Tripulação: seis pessoas. Eram dois pilotos, um navegador que também era bombardeiro, um operador de rádio que também era artilheiro, um engenheiro de voo que também era artilheiro e um artilheiro de cauda.

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Fonte: Jornal O Povo

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