Um avião militar russo Antonov An-30 incendiou-se ao aterrissar num aeroporto checo.
O Ministério da Defesa da Rússia comunicou a existência de seis feridos, dos quais dois foram transportados para um hospital de Praga com queimaduras graves. Essa informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa da República Checa, refutando os dados anteriormente divulgados que referiam 19 vítimas. O avião transportava um total de 23 pessoas: 14 militares russos e 9 oficiais checos.
A aeronave da Força Aérea Russa, um Antonov An-30, efetuava nesta quarta-feira (23) um voo de inspeção no âmbito do acordo internacional Céu Aberto. Durante a aterrizagem no aeroporto checo de Čáslav, a 80 quilómetros de Praga, o aparelho rolou para fora da pista incendiando-se. Os militares russos indicam a quebra do suporte dianteiro do chassis como causa do acidente.
“O mais provável é o avião se tenha incendiado durante a travagem”, comentou à Voz da Rússia Andrei Fomin, chefe de redação da revista de aviação Vzlyot.
“São casos que realmente acontecem na prática da aviação nacional e internacional. Se ao avião falha um dos três pontos de apoio e perde o equilíbrio durante o deslize pela pista a grande velocidade, é muito possível que a tripulação não consiga manter a trajectória de rodagem pela pista. Neste caso, o avião pode sair para fora da pista com todas as consequências negativas inerentes.”
Os estudos para o fabrico do aparelho An-30 remontam a meados dos anos de 1960. O centro de design aeronáutico Antonov foi incumbido de criar um aparelho destinado a efectuar fotografia aérea, tendo a sua produção em série começado em 1971 na Fábrica de Aviação de Kiev. Actualmente o An-30 é utilizado pela Rússia, Ucrânia, Bulgária, Cazaquistão e outros países para voos de vigilância no âmbito do acordo internacional Céu Aberto (Open Sky). Esses voos destinam-se a inspeccionar e fotografar o armamento e disposição de tropas de um outro país.
“Em 40 anos de utilização, este é apenas o seu quarto acidente, o que atesta a fiabilidade deste modelo de avião”, afirma Valeri Chelkovnikov, presidente da agência de análise Bezopasnost Polyotov (Segurança de Voos).
“O An-30, em geral, é bastante bom e fiável. Trata-se de um avião de carga e passageiros e foi frequentemente usado em trabalhos de fotografia aérea. Foram fabricados mais de 123 aparelhos. Em 1978 o seu fabrico foi terminado, mas continuam a voar sendo, claro, já idosos.”
A causa do acidente será apurada durante o inquérito. Os peritos terão que analisar atentamente as condições técnicas do aparelho, as ações da tripulação, o trabalho dos controladores e as condições meteorológicas na área do aeroporto. Os especialistas em An-30 ucranianos já se declararam dispostos a colaborar nos trabalhos da comissão de inquérito.
Fonte: Svetlana Kalmykova (Voz da Rússia) - Fotos: CTK / AP / Vesti.Ru
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