quarta-feira, 28 de março de 2012

Traficantes usam aviões agrícolas e pistas de pouso para distribuir drogas

As pistas na zona rural servem para pouso e decolagem de aviões que fazem pulverização em plantações. No interior de SP, são usadas por criminosos que fazem contrabando de mercadorias e tráfico de drogas.


O sossego do interior está acabando. O Bom Dia tem mostrado a escalada da violência nas cidades antes consideradas tranquilas. A Polícia Federal acaba de descobrir uma nova tática dos traficantes. Eles passaram a usar aviões agrícolas e pistas de pouso em fazendas para distribuir drogas e produtos contrabandeados.

O perigo vem do céu e tem lugar certo para aterrissar. As pistas na zona rural servem para o pouso e decolagem de aviões agrícolas que fazem pulverização em grandes áreas onde há plantação de cana e de laranja. Mas, no interior de São Paulo, elas estão sendo usadas por grupos criminosos que fazem contrabando de mercadorias e tráfico de drogas em pequenas aeronaves.

Em Lençóis Paulista, a Polícia Federal apreendeu um monomotor. Homens armados aguardavam o carregamento, e houve tiroteio. Os integrantes da quadrilha fugiram, mas o piloto foi preso, e 600 quilos de produtos eletrônicos foram tirados de circulação. Segundo a Polícia Federal, os aviões vêm de países que fazem fronteira com o Brasil.

“Eles retiram todos os assentos para que caibam as caixas e acrescentam, em regra, algumas cortinas, tampando as janelas, para ocultar as mercadorias do lado de dentro”, explica o delegado Ênio Bianospino, da Polícia Federal.

Em Anhembi, um avião foi encontrado por um trabalhador rural em uma fazenda. A hélice, parte das asas e o trem de pouso foram danificados. O piloto não foi encontrado. Em Bocaina, um monomotor foi encontrado em chamas em um canavial. É uma tática adotada pelos bandidos para prejudicar as investigações.

O vice-presidente da Federação da Agricultura de São Paulo, Maurício Lima Verde, alega que é preciso fazer um levantamento das pistas rurais: “que estas pistas sejam cadastradas. Que isso acontece mais frequentemente do que o flagrante, isso acontece. Porque, em 15 minutos, eles estão organizados, descem, põem em uma caminhonete, vão embora e ninguém mais vê”.

Com ajuda de helicópteros, a Polícia Militar está mapeando as pistas e reforçando o patrulhamento no campo, mas pede colaboração dos produtores para evitar o tráfico aéreo caipira.

“Suspeitando de qualquer tipo de atividade, possam denunciar diretamente à Polícia Militar através do telefone 190 ou pela patrulha rural ou procurar qualquer base da polícia, denunciando não somente o local, mas a rotina que torna suspeita essa atividade”, aponta o coordenador operacional da Polícia Militar, o Major Flávio Kitazume.

Fonte: Bom Dia Brasil (TV Globo)

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