Onze famílias de vítimas do acidente do voo 447 da Air France, que caiu no Oceano Atlântico em 2009, estão em fase final de acordo com a seguradora Axa, responsável pelas indenizações. Segundo informou o advogado João Tancredo, que representa as famílias, cada uma receberá um valor estimado a partir de fatores como o quanto a pessoa ganhava, qual a sobrevida que ela teria - considerando-se que cada vítima viveria cerca de 70 anos -, além de danos morais para pais, marido ou mulher, filhos e irmãos.
"Os processos estão em fase de elaboração de petição. Os valores já foram aprovados e só falta uma redação final. Depois disso, em no máximo cinco dias os valores são pagos. Não se pode falar em cifras por questões de cláusulas, mas todos os montantes são superiores aos que têm sido concedidos em outros países", afirmou João Tancredo.
De acordo com ele, os acordos não foram redigidos com base na Convenção de Montreal, de 1999, que fixa as regras em relação às indenizações de passageiros que tenham sofrido lesões corporais ou falecido a bordo de um avião ou durante operações de embarque ou desembarque. Tancredo explica que a seguradora sempre quis pagar com base nos valores da convenção, mas que ele optou por não segui-la por considerá-la ultrapassada e com montantes aquém do que as famílias devem receber.
Outras cinco famílias atendidas pelo advogado ainda não fecharam acordo com a seguradora por questões de dificuldade de se estimar os ganhos das vítimas, como o caso de um chinês e de uma brasileira, cujos parentes tiveram que mover uma ação trabalhista contra a companhia em que ela trabalhava para fechar o valor. Ainda segundo Tancredo, uma família já fez o acordo e já recebeu há cerca de um ano.
Com o pagamento, as ações contra a Air France acabam. A empresa já sofreu condenações em primeira e segunda instâncias, de valores variados. Segundo Tancredo, as condenações foram importantes porque serviram de parâmetro para as indenizações, que foram individualizadas:
"No início dos acordos, a oferta era de 500 salários. As decisões contribuíram para elevar esses valores".
Para o advogado, o pagamento das indenizações é importante por fechar um ciclo para as famílias.
"Isso contribui para o pagamento de psiquiatras e para o fechamento do luto. Enquanto a ação não acaba, o sofrimento vai sendo prolongada. Não é só uma questão de dinheiro", concluiu Tancredo.
Fonte: Agência O Globo via pernambuco.com
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