domingo, 22 de agosto de 2010

Especialistas criticam falta de transparência

Nos Estados Unidos, dados como os publicados nesta reportagem são divulgados mensalmente pela agência de estatística da aviação civil. "Não se explica porque essas informações não possam ser repassadas no Brasil", diz o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros.

"Isso também deveria ser público aqui, mas não há transparência na nossa aviação", completa Respício do Espírito Santo Júnior, presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo.

Anac promete divulgar todos os dados

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que deve tornar público todos os dados de atrasos dos voos em solo brasileiro, a exemplo do que é feito nos Estados Unidos e na Europa.

Segundo a agência, "os dados de regularidade, pontualidade e eficiência são hoje usados internamente porque a metodologia expurga razões meteorológicas e fechamento de aeroportos, por exemplo, que interferem nos voos". "No entanto, a metodologia está em estudos e os dados devem ficar disponíveis em breve para os passageiros."

A Anac ainda afirma que pune as empresas que descumprem normas de regularidade. Citou como exemplo a Gol/ Varig e a Pantanal, que perderam horários de voo (slots) em Congonhas. Já a Infraero afirmou que o aumento no número de atrasos pode estar relacionado ao aumento de voos nos aeroportos.

Companhias

A Trip Linhas Aéreas afirmou que desconhece o ranking feito pela reportagem e "acompanha regularmente os relatórios divulgados pela Anac". A empresa diz que procura atender a todas as regras para casos de atraso. Já a Webjet disse que opera 116 voos diários, a maioria nas Regiões Sul e Sudeste, onde os aeroportos são mais suscetíveis a fenômenos meteorológicos e onde estão os maiores fluxos de trafego aéreo. "É inevitável que ocorram adiamentos em determinados voos, embora todos os esforços da empresa estejam direcionados para evitar que isso aconteça."

A TAM afirmou que o aumento no número de atrasos foi causado por "motivos meteorológicos". Segundo a empresa, "no Brasil, foi registrado um grande volume de chuvas nesse período e fomos também impactados pelo inverno rigoroso na Europa, prejudicando não só a pontualidade internacional, mas também as conexões de passageiros vindos do exterior".

A empresa Gol disse que os atrasos nos trechos apontados pela reportagem foram causados por "tráfego aéreo, condições meteorológicas e/ ou segurança de voo". O Estado não conseguiu contato com a Delta e com a Aerolíneas Argentinas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Bruno Tavares, Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli (Agência Estado)

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