Junto com os oito astronautas e mais de 60 mil quilos de equipamentos, a Discovery descarregou uma carga de seis pequenos ratos. Os bichinhos estavam acomodados no que foi engenhosamente chamado de Mice Drawer System (MDS), um sistema de gavetas no qual os roedores viverão pelos próximos meses.
O experimento é uma idéia da Agência Espacial Italiana, que pretende investigar os mecanismos genéticos relativos à perda de massa óssea em micro gravidade. Devido à falta de peso gravitacional no esqueleto, uma das mudanças fisiológicas experimentadas por astronautas durante vôos espaciais é justamente a osteoporose. As pesquisas com ratos correm em paralelo a estudos realizados em humanos, com o objetivo de estender de forma segura a permanência de pessoas além da órbita terrestre.
O MDS é um ambiente que fornece comida, água, ventilação e luz aos roedores por períodos de 100 a 150 dias, no qual os ratos podem ser acomodados individualmente (máximo de seis) ou em grupos (quatro pares). Ele estará integrado ao laboratório americano Destiny, na ISS.
À bordo da estação desde domingo, os ratos terão sua saúde monitorada por câmeras, embora a tripulação esteja encarregada de checar a saúde dos animais diariamente. Para melhores resultados, os pesquisadores italianos irão utilizar três grupos de ratos: o que partiu ao espaço, e dois que permanecem em Gênova e servirão como controle. Um deste habitará um dispositivo idêntico ao que agora vive na ISS, enquanto o outro ficará em ambiente normal do laboratório.
O experimento ajudará a investigar os efeitos de um rato transgênico, cujo genoma foi alterado com o gene Osteoblast Stimulating Factor-1, (OSF-1). O MDS irá testar a hipótese de que ratos com maior densidade óssea estariam mais protegidos de osteoporose, quando maior massa óssea está ligada ao efeito do gene envolvido na formação do esqueleto.
Fonte: Paula Rothman (INFO Online)
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