quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Haiti fecha aeroportos por violência de protestos contra resultado das eleições

O Haiti fechou seus aeroportos nesta quarta-feira e as empresas aéreas American Airlines e Air Transat suspenderem os voos de e para o país. Uma onda de violência tomou as ruas após o anúncio dos resultados das eleições de 28 de novembro, considerados fraudulentos pela oposição. Os EUA também criticaram o pleito, indicando possibilidade de fraudes.

Ao menos uma pessoa morreu devidos aos protestos nesta quarta-feira. Centenas de manifestantes bloquearam ruas com barricadas formadas por carros em chamas em diversos pontos da capital haitiana e incendiaram a sede do partido governista Inité. Um jovem professor morreu e duas pessoas ficaram feridas em protestos em Cap Haitien, no norte do Haiti.

O presidente René Preval pediu calma.

A Embaixada dos Estados Unidos no Haiti divulgou um comunicado em que levanta dúvidas sobre os resultados, sugerindo que eles podem não ser consistentes com "o desejo do povo haitiano".

Segundo o resultado divulgado na noite desta terça-feira, o governista Jude Célestin, que obteve 22% de votos, enfrenta a ex-primeira-dama Mirlande Manigat, que obteve 30% dos votos. O segundo turno deve ser em janeiro.

Protestos

Os manifestantes, alguns carregando pedaços de pau, gritavam frases de apoio a Michel Martelly, um músico popular e candidato à presidência que não conseguiu passar para o segundo turno.

Seus partidários ergueram barricadas com pneus em chamas no distrito de Petionville e num acampamento lotado de sobreviventes do terremoto de 12 de janeiro, perto do palácio presidencial, logo após a divulgação dos resultados.

Segundo as autoridades eleitorais, Manigat teve 31,37% dos votos e Célestin 22,48%. Martelly teve menos de 1 ponto percentual de diferença em relação ao segundo colocado.

Policiais fortemente armados patrulhavam as ruas da capital e, apontando armas, forçaram alguns dos manifestantes a desmontar as barricadas.

Voos

"Cancelamos nossos voos hoje e amanhã porque os funcionários da companhia e os do aeroporto não puderam chegar ao trabalho" em Porto Príncipe, disse Martha Pantin, uma porta-voz da American Airlines em Miami.

Principal empresa aérea internacional no Haiti, a American Airlines tem três voos diários que saem de Miami, Nova York e Fort Lauderdale, na Flórida, e outro que sai de San Juan, em Porto Rico, por meio da empresa American Eagle.

"Estamos atentos à situação e esperamos restabelecer o serviço o quanto antes", acrescentou.

Já a canadense Air Transat, que opera um voo semanal, suspendeu suas operações no país "por razões de segurança". A empresa tinha um voo previsto para a manhã desta quarta-feira partindo de Montreal, e um saindo de Porto Príncipe ao meio-dia, segundo o porta-voz Pierre Tessier. Os voos foram alterados para quinta-feira.

Fonte: AFP via Folha.com - Foto: Eduardo Munoz/Reuters

Voo é desviado nos EUA por causa de um passageiro incômodo

O voo CO-1576 da Continental Airlines de San Jose para Houston foi desviado para um pouso não programado em Albuquerque, após a equipe de bordo decidir pousar por causa de um passageiro incômodo.

O porta-voz do aeroporto, Dan Jiron, disse que um indivíduo a bordo da aeronave parecia ser suicida, então os tripulantes desviaram o voo para Albuquerque.

Jiron disse que o Boeing 737-824, prefixo N37287, com 133 passageiros e seis tripulantes, pousou na manhã desta quarta-feira (8) com um atraso de 75 minutos.

Ele disse que um passageiro foi levado sob custódia pela polícia e agentes do FBI em Albuquerque para interrogatório.

Uma porta-voz da empresa aérea sediada em Houston não quis comentar o caso imediatamente.

Fontes: AP via Folha.com / Aviation Herald

Delta Air Lines traz avião cor-de-rosa para São Paulo apoiando a luta contra o câncer de mama

O Pink Plane da Delta Air Lines visitou recentemente o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, reforçando o compromisso da empresa na luta contra o câncer de mama. A aeronave eleita para levar a mensagem foi um Boeing 767-400 pintado na cor rosa e com capacidade para transportar de 181 a 375 passageiros.

"O Brasil é um mercado muito importante para a Delta. São Paulo é uma das maiores cidades do mundo, com um tráfego de passageiros intenso, portanto o local perfeito para trazer o Pink Plane e gerar visibilidade, despertando curiosidade e alerta entre as pessoas", diz Monica Neves, gerente da Delta Air Lines no Brasil.

O Pink Plane, que tem pintado em seu exterior um laço cor-de-rosa – responsável por atrair a atenção dos passageiros –, é uma das muitas iniciativas que a companhia aérea realiza na luta contra o câncer de mama. Entre as outras ações está a oportunidade de os clientes criarem uma “limonada cor-de-rosa virtual” no Facebook da Delta Air Lines. Lá, é possível compartilhar histórias, lembrar de entes queridos e realizar doações em prol da causa. Para reforçar ainda mais a iniciativa, a Delta comercializou Jelly Belly (balas de goma cor-de-rosa) em voos e nos Delta Sky Clubs. Depois, doou um dólar de cada venda para ajudar em pesquisas de câncer de mama.

A Delta tem sido bem sucedida em angariar fundos para a prevenção e busca pela cura do câncer de mama. Nos cinco primeiros anos de existência da campanha, levantou US$ 2,5 milhões. Desses, 1 milhão apenas em 2009. Até o momento, as doações da Delta financiaram o trabalho de nove projetos de pesquisa dedicados à prevenção e encontrar a cura para o câncer de mama.

A luta contra o câncer de mama é uma das muitas iniciativas que a companhia aérea está envolvida, como parte de seu programa de responsabilidade social corporativo “Delta Force for Global Good”. Trata-se de uma estratégia global em contribuir com o bem-estar das comunidades que a empresa atua.

A Delta Air Lines atende mais de 160 milhões de passageiros ao ano. Líder de uma rede mundial, a Delta e a Delta Connection oferecem serviços para 358 destinos em 66 países em seis continentes. Com escritório principal em Atlanta, a Delta emprega mais de 75 mil pessoas no mundo e opera uma frota com mais de 700 aeronaves. Membro fundador da aliança global SkyTeam, a Delta participa da aliança transatlântica líder da indústria com a Air France-KLM e Alitalia. Incluindo seus parceiros globais, a Delta oferece aos seus clientes mais de 13 mil voos diários, com hubs em Amsterdã, Atlanta, Cincinnati, Detroit, Memphis, Minneapolis-St.Paul, New York-JFK, Paris-Charles de Gaulle, Salt Lake City e Tóquio-Narita. O serviço da companhia aérea inclui o SkyMiles, maior programa de fidelidade de companhia aérea do mundo; o premiado serviço BusinessElite; e mais de 50 Delta Sky Clubs em aeroportos no mundo. Clientes podem checar informações sobre voos, passagem aérea, bagagens e revisar status de voo no site www.delta.com .

Fonte: www.segs.com.br - Foto: Reprodução

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Anac: empresas têm tripulação suficiente para voos de dezembro

As seis maiores companhias aéreas têm tripulação suficiente para os voos programados para dezembro, incluindo fretamentos e charter, informou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nesta segunda-feira. A agência recebeu os dados de TAM, Gol, Azul, Webjet, Avianca e Trip e concluiu que a escala prevista para este mês cumpre a legislação, que determina uma carga horária limite para os tripulantes de 85 horas mensais e 230 horas trimestrais.

No caso da TAM, por exemplo, o número de horas que os comandantes que pilotam os modelos A319, A320 e A321podem voar este mês é de 47.870, quando a previsão de horas de voo para esses aviões é de 42.095. Na Gol, os pilotos que voam os Boeings 737-300, 737-700 e 737-800 podem voar até 44.526 horas no mês, para uma programação de 41.620 horas de voo.

A Anac informou ainda que, após auditoria feita no centro de operações da TAM, em São Paulo, concluiu que a companhia tinha tripulação suficiente para realizar todos os voos programados nas últimas semanas. A empresa registrou elevados índices de cancelamentos e atrasos no fim de novembro, o que levou a Anac a suspender a venda de bilhetes da TAM segunda-feira passada, retomada dois dias depois.

Segundo nota divulgada pela Anac, os atrasos e cancelamentos ocorreram devido a "problemas na alocação da escala de trabalho e de folga de seus funcionários".

Os inspetores também concluíram que "a necessidade de mudança na escala também foi agravada pelo deslocamento de tripulações em função das chuvas provocando atrasos e cancelamentos acima da média do setor no fim de novembro". A Anac informou qinda que divulgará a tabela de horas de voo na internet semanalmente.

Fonte: Danielle Nogueira (O Globo)

Jobim fica; aeroportos terão secretaria

Seguindo mais uma "sugestão" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Nelson Jobim vai continuar no comando do Ministério da Defesa a partir do próximo dia 1.º de janeiro, quando a presidente eleita, Dilma Rousseff, assumir o governo.

Dilma também decidiu que vai mesmo criar uma secretaria só para cuidar da infraestrutura dos aeroportos e da aviação civil. Na tarde de ontem, Jobim confirmou aos membros do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) o projeto da presidente eleita.

A Secretaria Especial de Aviação Civil será ligada à Presidência da República e vai abrigar a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A intenção é deixar essa secretaria fora da partilha político-partidária entre a base aliada. O Estado apurou que a criação da secretaria especial deve ser acompanhada da abertura do capital da Infraero, o que daria mais agilidade à empresa estatal e multiplicaria as fontes de investimentos em aeroportos.

Caças. Dilma e Jobim reuniram-se ontem por quase três horas, na Granja do Torto. Jobim levou à presidente eleita um dossiê completo sobre as propostas dos fabricantes que querem fornecer à FAB a nova geração de caças - Rafale (França), Gripen (Suécia) e F-18 (EUA). O assunto deve ser discutido, na próxima semana, com o presidente Lula.

No encontro de ontem, também ficou acertado que Jobim deve entregar a Dilma, "dentro de uns dois dias", uma posição sobre a manutenção ou escolha de novos comandantes das três Forças (Exército, Aeronáutica e Marinha). Hoje, o ministro se reúne com o Conselho Militar de Defesa.

Pelas avaliações de Lula e Dilma, apesar dos avanços institucionais no trabalho de fortalecimento da autoridade civil sobre os militares, o processo só será consolidado quando o Congresso aprovar todo o pacote da chamada Estratégia Nacional de Defesa - o que, na opinião deles, começou com Jobim e deve ser concluído com o ministro na pasta.

Fonte: Tânia Monteiro (O Estado de S.Paulo)

Concorrência internacional 'obriga' Airbus a fazer 'A320' mais econômico

O construtor aeronáutico europeu Airbus decidiu finalmente propor uma nova motorização para o seu avião A320, muito mais econômica em termos de consumo de combustível.

Esta decisão visa dar um novo fôlego às vendas deste aparelho de médio curso, que estão sendo ameaçadas devido ao aparecimento no mercado internacional de novos concorrentes.

Depois de vários meses de hesitações, a Airbus vai produzir, a partir da Primavera Européia de 2016, uma nova versão do avião, o A320 NEO (New Engine Option), que promete uma redução de 15% no consumo de jet fuel.

Para o efeito, o consórcio europeu vai investir um milhão de euros no projeto, o que não representa um grande esforço uma vez que o lançamento de um novo avião custa cerca de dez milhões de euros em investigação e desenvolvimento.

As previsões apontam para vendas de 4000 aviões deste modelo num prazo de 15 anos.

A nova versão também terá "nadadeiras" verticais (winglet) nas extremidades das asas, que contribuem para a redução do consumo.

O aparelho terá um preço ligeiramente superior à versão actual, que é atualmente vendido por 81 milhões de dólares (62,3 milhões de euros), de acordo com a tabela de catálogo.

Fonte: dn.sapo.pt - Foto: Reprodução

Empresa privada dos EUA tentará pôr em órbita cápsula espacial

A empresa americana SpaceX tentará pôr em órbita, não antes de quarta-feira, sua primeira cápsula espacial e trazê-la de volta, em uma prova chave para o futuro dos voos comerciais espaciais.

A nave Dragon, que não irá tripulada, tem assentos para sete pessoas e um amplo compartimento de carga. Na viagem, terá como objetivo alcançar a órbita terrestre, retornar e pousar no oceano Pacífico cinco horas depois, informou a companhia.

O lançamento estava oficialmente previsto para esta terça-feira, mas problemas técnicos com o foguete Falcon 9 forçaram a empresa a adiar a decolagem de teste, segundo o presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell.

"Parece que a primeira tentativa deste voo não acontecerá antes da quinta-feira", disse Shotwell em entrevista coletiva.

A cápsula em forma de bala, que algum dia poderá transportar provisões para Estação Espacial Internacional (ISS), será lançada do centro espacial Kennedy, em Cabo Cañaveral (Flórida, sudeste).

A operação tem como objetivo mostrar a habilidade da cápsula de decolar e se separar do foguete Falcon 9, orbitar a Terra, transmitir sinais, receber ordens e em seguida reingressar na atmosfera do planeta para ser recuperada no oceano.

Nunca antes uma nave espacial privada realizou esta façanha com sucesso e a operação traz riscos importantes.

Entre eles, a nave deve manobrar em órbita a velocidades de mais de 27.000 Km por hora, sobreviver a uma abrasadora volta ao planeta e manobrar um pára-quedas de segurança para o pouso no mar.

A SpaceX informou em um comunicado que a Dragon, que não tem asas, diferentemente dos ônibus espaciais, controlará seu retorno através de seus "propulsores Draco a bordo, que permitem à nave aterrissar em um local muito preciso, a poucas centenas de metros de seu objetivo".

O presidente americano, Barack Obama, espera que o setor privado ajude a preencher o vácuo deixado assim que a frota de ônibus espaciais da Nasa for retirada de circulação no ano que vem, e até que seja desenvolvida a próxima geração de naves espaciais. Durante este período, os Estados Unidos dependerão das naves russas Soyuz para chegar à ISS.

Fonte: AFP

NASA começa teste com vela solar

A abertura da vela solar está marcada para a madrugada desta quinta-feira, às 03h31 no horário de Brasília. Nesta ilustração é possível ver o corpo do NanoSail-D no centro da vela - Imagem: NASA

Nesta segunda-feira, a NASA lançou pela primeira vez com sucesso um nanossatélite a partir de um microssatélite em órbita.

O nanossatélite é o NanoSail-D, que fará o primeiro teste de uma vela solar da agência espacial norte-americana, que tem estado rotineiramente atrás dos japoneses nos testes desta tecnologia inovadora.

As velas solares, que impulsionam as naves usando a força dos fótons que incidem sobre uma finíssima película de material reflexivo, são vistas como promissoras tanto para tirar satélites em desuso de órbita, evitando o acúmulo de lixo espacial, como para levar espaçonaves além do Sistema Solar, aproveitando unicamente a luz do Sol e das estrelas.

A abertura da vela solar está marcada para a madrugada desta quinta-feira, às 03h31 no horário de Brasília. Quatro mastros telescópicos serão estendidos automaticamente e, em seguida, a vela começará a se estender, até atingir uma área total de 30 metros quadrados.

A NASA tem estado insistentemente atrás da agência espacial japonesa nas pesquisas de velas solares. Os primeiros testes em laboratório com a vela solar da NASA foram feitos em 2004, e o NanoSail-D deveria ter sido lançado em 2008.

Já o veleiro solar Ikaros, da JAXA, está usando seus cristais líquidos para navegar deste Julho deste ano.

Lançamento de um satélite por outro

O lançamento de um nanossatélite a partir de um outro satélite já em órbita é uma alternativa muito interessante para a realização de vários experimentos científicos independentes a partir usando um único foguete.

Outra vantagem é que os nanossatélites, também conhecidos como CubeSats, são muito baratos, estando ao alcance de pesquisadores universitários e de empresas privadas.

Os nanossatélites são lançados a partir de uma estrutura maior, chamada Poli-PicoSatellite Orbital Deployer (P-POD) - lançador orbital de múltiplos picossatélites, em tradução livre.

O termo picossatélite mostra a intenção de lançar satélites ainda menores - enquanto o NanoSail-D, que fará o teste da vela solar, tem a dimensão aproximada de um pacote de pão de forma, os picossatélites são cubos com cerca de 10 centímetros de lado.

Doug Huie, pesquisador da Universidade do Alabama, segura o NanoSail-D, que mede 10 cm de altura, por 10 cm de largura e 33 cm de comprimento, e pesa 4 quilogramas - Imagem: NASA/MSFC/D. Higginbotham

O satélite FASTSAT, lançado no último dia 19 de Novembro, da base de Kodiak, no Alasca, é um P-POD que levou seis nanossatélites para o espaço.

"A ejeção perfeita do NanoSail-D demonstra a capacidade operacional do FASTSAT como um meio independente e barato de colocação de CubeSats em órbita com segurança," disse Mark Boudreaux, coordenador da missão. "Ao cumprir esta etapa, demonstramos que podemos lançar uma série de diferentes tipos de cargas usando este sistema baseado em um microssatélite autônomo."

Lixeiro espacial

Após a ejeção, o NanoSail-D começou uma contagem regressiva de três dias. Ao chegar a zero, seus braços telescópicos se abrirão e a vela solar, que está dobrada em seu interior, se estenderá para começar a captar os fótons.

O objetivo da missão é fazer com que o empuxo gerado pela colisão dos fótons do Sol com a vela solar faça com que o NanoSail-D reentre na atmosfera mais cedo do que aconteceria normalmente.

Ou seja, quanto antes o nanossatélite cair na Terra, queimando-se inteiramente durante a reentrada, maior será o sucesso da vela espacial como um mecanismo de propulsão - os cientistas calculam que ele deverá permanecer em órbita entre 70 e 120 dias.

O uso de velas solares para trazer de volta satélites sem uso é mais barato e mais simples do que equipar essas naves com motores, propelentes e sistemas de controle para dirigir sua reentrada.

Fonte: Site Inovação Tecnológica

Caixa-preta do Boeing 777 da TAAG recolhida para inspeção

A caixa negra do Boeing 777 da TAAG que ontem teve de aterrar de emergência em Lisboa devido à perda de peças sobre a cidade lusa de Almada está já na posse do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves.

A análise da caixa negra, tal como das peças do avião que se soltaram, será determinante para a elaboração do relatório preliminar sobre as causas do acidente, o que deverá acontecer dentro de um mês.

A Polícia portuguesa anunciou que recebeu 15 queixas relacionadas com a queda de peças do avião da TAAG, 12 por estragos em veículos automóveis e três em habitações, reitenando que não houve qualquer acidente pessoal a lamentar.

Estima-se que foram quase duas mil as pequenas pelas que cairam do Boeing 777, quase todas relacionadas com o motor direito da aeronave, que embateram no solo a cerca de 200 quilómetros por hora, ou seja, armas letais se tivessem atingido pessoas.

Enquanto o relatório preliminar não estiver concluído - que será depois entregue às autoridades lusas de aviação civil - a TAAG anunciou já que se responsabiliza por todos os estragos.

Esta processo que agora se inicia, acredita-se, pode demorar bem mais de um ano até chegar a uma conclusão.

Fonte: A Bola (Portugal) - Foto: Reprodução

Lisboa: polícia recebeu 15 queixas atribuídas a queda de peças de avião

Treze denúncias por danos materiais em viaturas e três em prédios foram feitas nas últimas 24 horas ao Comando Distrital de Setúbal da PSP. Os queixosos atribuíram os prejuízos à queda de peças de avião.

Pelas 11h30 de segunda-feira também um Boeing 777 das Linhas Aéreas de Angola (TAAG) com destino a Luanda regressou ao aeroporto da Portela numa aterragem de emergência devido a uma avaria técnica.

Por essa altura, surgiram queixas na zona de Almada de pequenas peças que teriam caído sobre viaturas. Enquanto não for feita uma vistoria ao avião da TAAG não é possível apurar se as referidas peças pertenciam àquele avião.

A chefe Manuela, do Comando Distrital de Setúbal da PSP (Polícia de Segurança Pública), disse ao 'Público' que os 15 casos relatados dizem respeito às freguesias de Almada e Cacilhas, as que estão sob jurisdição daquele comando, desconhecendo se há queixas em outros locais.

Fonte: Luciano Alvarez (Público.pt) - Foto via A Bola

Avião causa apagão no nordeste de Portugal

Aeronave danificou linha de distribuição de electricidade e deixou perto de dois mil clientes da EDP sem luz

O avião que assegura a carreira aérea Bragança-Lisboa colidiu com uma linha de distribuição de electricidade, deixando duas mil pessoas sem luz, mas sem qualquer consequência para a aeronave e ocupantes.

O incidente ocorreu na passada quinta-feira (2), cerca das 17:20 horas, quando o avião fazia manobras de aproximação à pista do aeródromo municipal de Bragança e tocou com a roda dianteira nos cabos de uma linha de distribuição de energia eléctrica, danificando-a.

Fonte do aeródromo municipal referiu que na altura estava a nevar e havia nevoeiro. “Quando a aeronave voava a baixa altitude, ao tentar voar mais alto terá tocado com a roda da frente na linha”, explicou. Ao que o Jornal Nordeste apurou, a situação não provocou qualquer tipo de danos ao aparelho, nem consequências aos passageiros, nomeadamente ao presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes, que regressava à cidade naquele voo.

O autarca não quis prestar declarações, mas desdramatizou a situação, garantindo que o sistema de segurança do aeródromo municipal foi accionado de imediato e com eficácia. Na manhã seguinte, o avião fez a ligação com destino a Lisboa e escala em Vila Real, “com toda a normalidade”, acrescentou a fonte do aeródromo. A empresa responsável pela concessão da ligação aérea, a Aerovip, também não quis comentar o assunto.

Energia eléctrica foi restabelecida cerca de duas horas após o acidente

O acontecimento deixou dois mil clientes da EDP sem luz, confirmou Maria Antónia Fonseca, da EDP Distribuição. "A linha de distribuição de electricidade quebrou e 12 postos de transformação ficaram fora de serviço, o que provocou o corte de energia", explicou.

A energia eléctrica foi restabelecida cerca de duas horas depois, porque uma equipa da EDP encontrou como alternativa provisória a ligação a outra linha de distribuição. O problema foi solucionado definitivamente na manhã seguinte, assegurou a empresa. Na passada sexta-feira, este foi o tema do dia na aldeia de Baçal, onde os residentes estiveram sem energia eléctrica durante algum tempo.

Fonte: jornalnordeste.com (Portugal)

Radialista ajuda piloto em pouso de emergência

Esta história poderia ser trágica e ganharia a manchete de todos os jornais do país, mas como tudo deu certo, os personagens continuaram anônimos.

Por volta das 8h20 da sexta-feira passada (3), uma aeronave bimotor modelo Piper PA-31 Navajo, de uma empresa de taxi aéreo não identificada, sofreu com uma pane em um dos motores quando sobrevoava o município de Alagoinhas, no nordeste do estado da Bahia.

O avião, que partiu de Salvador rumo a Paulo Afonso, trazia apenas o piloto e copiloto, e transportava documentos bancários. O piloto tentou entrar em contato com as torres de comando da Infraero, quando percebeu que na região havia um verdadeiro buraco na cobertura de rádio. Sem comunicação com os controladores de voo, ele circulou a área por aproximadamente 20 minutos, na tentativa de visualizar uma pista ou espaço em que pudesse realizar um pouso de emergência. Foi quando, ao sintonizar uma FM local, ouviu o número de telefone da redação e entrou em contato, via celular, com a radialista Patrícia França, da Rádio 93 FM.

Em entrevista ao Bahia Notícias, a radialista relata que o piloto, em desespero, pediu informações sobre a existência de pistas de pouso na região. Como na cidade não há aeroportos, Patrícia França procurou policiais da cidade, que recorreram à cervejaria Schincariol, instalada em Alagoinhas. Foram mais 20 minutos de grande tensão e expectativa até que a iluminação da pista foi acesa e o pouso liberado, às 8h51, segundo consta no boletim de ocorrência policial. Segundo a radialista, neste tempo, ela entrou ao vivo com o piloto na rádio, que sem esperanças chegou a projetar um desfecho trágico para o episódio. “No fim da ligação ele falou ‘não vai dar tempo. Muito obrigado e boa noite’. Eu fiquei desesperada e comecei a chorar”, conta. Ao pousar, o piloto e seu auxiliar estavam em prantos, segundo relata Patrícia, mas não deixaram de brincar com a situação. “Já que estamos em uma cervejaria, vamos tomar uma”, teria dito.

Fonte: Rafael Rodrigues (bahianoticias.com.br) - Foto: Divulgação

Falta de vagas em pátio limita voos em Viracopos

O gargalo estrutural foi apontado por um relatório reservado do Departamento de Controle do Espaço Aéreo

O número de posições de estacionamento do pátio de aeronaves do Aeroporto Internacional de Viracopos é insuficiente para o local operar em sua capacidade máxima de 31 voos por hora, entre pousos e decolagens — hoje, ela está limitada a 26 voos. O gargalo estrutural foi apontado por um relatório reservado do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que estudou as necessidades de adequação dos principais aeródromos do Brasil, observadas sob o ponto de vista do tráfego aéreo atual.

Viracopos se tornou um dos principais aeroportos do País e é estudado como alternativa para receber voos do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, que terão que ser desviados devido às obras de reforma e ampliação. Mas, de acordo com o relatório, no caso de Viracopos atuar como local para absorver 50% do movimento de Congonhas, haveria a necessidade de disponibilizar mais 26 posições de estacionamento, além das 11 existentes para aeronaves de grande porte e nove que têm espaço para atender, no máximo, o modelo 195 da Embraer, que tem capacidade para 122 passageiros. Mesmo que o aeroporto de Campinas abrisse as vagas extras, ainda seria necessária a construção de duas saídas rápidas nas cabeceiras da pista.

O engenheiro especialista em infraestrutura aeroportuária e ex-superintendente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em Viracopos, Mozart Mascarenhas Alemão, disse que um projeto realizado em Viracopos, em 2007, deveria atender à demanda em até sete anos, mas com a chegada da Azul Linhas Aéreas, o local já está saturado em menos de dois anos. A previsão é de 5 milhões de pessoas passando pelo terminal de passageiros, que suporta 2 milhões. Segundo Alemão, o pátio de aviões foi projetado junto com o terminal e está defasado.

Segundo a Infraero, na primeira fase da ampliação de Viracopos, com a construção do novo terminal de passageiros e o pátio de aeronaves, está previsto um investimento de R$ 689,6 milhões, com conclusão em novembro de 2013. O Plano Diretor de Viracopos prevê uma ampliação do pátio para uma área de 185.500 m quadrados, com 35 posições de estacionamento, para até 2015, e uma ampliação para 470.450 m quadrados com 66 vagas, até 2025.

Fonte: Fábio Trindade (Grupo Rac) - Foto: Dominique Torquato/AAN

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Com ajuda do maior avião tanque do mundo, incêndio em Israel está controlado

O incêndio causou a morte de mais de 40 pessoas. Outras 15 mil tiveram que abandonar suas casas. Dois adolescentes estão sendo responsabilizados pelo incêndio.

Fonte: Globo News

Avião angolano aterrissa de emergência e bombeiros encontram peças na rua em Lisboa

Avião perde peças e destrói carros em Almada

O Boeing 777-2M2/ER, prefixo D2-TEF, avião da companhia aérea angolana TAAG Angola Airlines, que partiu do aeroporto de Lisboa às 11h11 (hora local) desta segunda-feira (6), foi forçado a regressar ao Aeroporto da Portela por problemas técnicos. Pelo caminho, teria deixado cair no Bairro de Almada alguns pedaços metálicos da fuselagem, que atingiram um veículo, mas não teriam causado feridos.

“O avião levantou voo do aeroporto da Portela e voltou pouco tempo depois, por volta das 11h30, para fazer uma aterrissagem de emergência devido a um problema técnico”, confirma o porta-voz da ANA, Rui Oliveira. A mesma fonte adiantou que a aterrissagem decorreu normalmente e que não houve problemas com os passageiros, mas não confirma que os pedaços encontrados esta manhã nas ruas de Almada pertençam ao aparelho.

De acordo com o comandante dos Bombeiros Voluntários de Almada, Vítor Espírito Santo, as peças atingiram um carro que estava estacionado na Rua Lourenço Pires de Távora. “Foi encontrado um pedaço de fuselagem, com cinco centímetros de largura e 10 a 15 centímetros de altura, e partiu o vidro traseiro do carro, que estava vazio no momento”, explica o comandante.

Foi encontrada ainda outra peça com a mesma dimensão, na mesma rua, no chão, e outra na Avenida D. Afonso Henriques, que fica ali perto. No local, estão os bombeiros de Almada e de Cacilhas à procura de outras peças metálicas que possam ter também caído.

O alerta foi dado ao Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal por volta do meio-dia. A investigação está agora a cargo do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves. “Temos uma equipe a dirigir-se para o aeroporto para averiguar o estado do avião e iremos posteriormente para Almada para confirmar se as peças pertencem a esse aparelho”, disse ao 'Público' o tenente coronel Fernando dos Reis, responsável pelo organismo.

A TAAG Angolan Airlines integra a “lista negra” das companhias aéreas interditas na União Europeia, mas faz parte de um pequeno conjunto de dez transportadoras que estão autorizadas a operar dentro do espaço comunitário, condicionadas a rigorosas restrições de exploração.

Fontes: Marisa Soares (Público) / Aviation Herald / tvi24 - Fotos: tvi24

SP: Avião cor-de-rosa faz pouso em Viracopos nesta segunda-feira

Quem passar pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, no começo da tarde desta segunda-feira pode se surpreender com uma aeronave diferente do padrão. O pouso de um avião cor-de-rosa da companhia aérea Azul está marcado para 12h40m. A novidade faz parte das ações de luta contra o câncer de mama, que mata 35 mulheres por dia no país. A ação surgiu de uma parceria da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e da Embraer.Onze cidades brasileiras vão receber esses voos especiais. Os aviões pousam no Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Vitória, Campo Grande, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e São Luís até o dia 14 de dezembro.

A tripulação é formada apenas por mulheres e os seus uniformes também são da cor da campanha. Os passageiros do voo são empresários, convidados e jornalistas.

Em cada cidade, haverá ações de informação e conscientização, distribuição de folhetos explicativos e uma palestra aberta ao público ministrada por profissionais da Femama sobre a doença e sua prevenção. A aeronave cor-de-rosa da Azul poderá ser fotografada.

Segundo Maira Caleffi, presidente da Femama, essa ação contribuirá muito para a prevenção da doença, já que no Brasil, 50% dos casos são descobertos em estágio avançado quando as chances de cura são mínimas.

- É preciso atrair a atenção para a causa, despertar a consciência das pessoas e alertá-las para o fato de que esta doença não escolhe suas vítimas. Sem investimento, o câncer de mama não tem tratamento -disse.

Batizado como Rosa e Azul, o Embraer 195 foi pintado com a cor que representa a luta mundial contra o câncer de mama para simbolizar a parceria da companhia, com a Embraer e FEMAMA para o combate à doença.

Fonte: EPTV via O Globo - Imagem: Divulgação

Brasil recebe avião de patrulha marítima

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, participaram na sexta-feira, na base de Getafe, na Espanha, da cerimônia de inspeção do recebimento do primeiro avião de patrulha marítima P-3AM modernizado pela Airbus Military para a Força Aérea Brasileira (FAB). O pacote completo é composto por nove aeronaves P-3, fabricadas nos Estados Unidos, convertidas a partir de um lote de 12, ao custo de US$ 470,9 milhões.

O grupo especializado em aviação de patrulha da FAB vai levar a observação oceânica até o limite da África, expandindo consideravelmente a capacidade de busca e resgate. A área de cobertura de segurança sob responsabilidade do País é de cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados sobre o Atlântico - 2 milhões de quilômetros quadrados além da área conhecida como Amazônia Azul.

Mais que isso, os grandes turboélices de quatro motores ganharam notável capacidade de combate. Podem lançar o míssil ar-superfície Harpoon, com alcance de 90 quilômetros, e despejar minas antinavio. A capacidade total de carga é de 9 toneladas, incluídos aí torpedos, bombas guiadas, cargas de profundidade e mísseis ar-ar de curto alcance da classe Piranha. O P-3AM é a versão militar do Electra, utilizado na ponte aérea entre Rio de Janeiro e São Paulo de 1975 a 1992.

As aeronaves vão ficar na base aérea de Salvador, agregadas ao 7.º Grupo de Aviação. Pesadas e de grande porte, podem permanecer em voo por 16 horas, com alcance de até 9 mil quilômetros em patrulha - ou metade disso em missão de ataque. O complexo sistema de procura e localização eletrônica é muito avançado, identifica objetos de 60 centímetros sobre a água e esquadrinha blocos de centenas de quilômetros simultaneamente. A capacidade de detecção submarina é informação sigilosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado - Foto: defensa.com

Tribunal francês culpa Continental por acidente com Concorde

Uma corte francesa condenou nesta segunda-feira a Continental Airlines e um de seus mecânicos por homicídio culposo pela participação no acidente com o avião Concorde, em 2000, que causou a morte de 113 pessoas e resultou no fim da carreira do supersônico.

O mecânico soldador John Taylor foi condenado a 15 meses de prisão, que não precisará ser cumprida, e a Continental Airlines terá de pagar multa de 200 mil euros pelo acidente ocorrido no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

O veredicto expõe a Continental - agora United Continental Holdings, depois de uma fusão - e o grupo aeroespacial EADS ao pagamento de indenizações que poderiam chegar a dezenas de milhões de euros.

A Continental Airlines qualificou de "absurda" a decisão da corte e anunciou que irá entrar com recurso.

Os promotores responsabilizaram a companhia aérea por uma peça de metal que se soltou de um avião da Continental que levantara voo pouco antes do Concorde da Air France decolar. Essa peça causou furos nos pneus do Concorde, lançando fragmentos contra os tanques de combustível - a causa do incêndio fatal.

O encarregado de manutenção da Continental, Stanley Ford, foi inocentado.

"Concordamos com a decisão da corte de que Sanley Ford era inocente das acusações que enfrentava e compartilhamos seu alívio pelo fato de esse pesadelo de uma década ter acabado, mas nós discordamos fortemente do veredicto da corte em relação à Continental Airlines e a John Taylor, e evidentemente vamos apelar contra essa conclusão absurda", disse o porta-voz da empresa no Reino Unido, Nick Britton, em um comunicado por e-mail.

"Apontar um pedaço de metal como causa do acidente, e a Continental e um de seus empregados como únicas partes culpadas, mostra a determinação das autoridades francesas de desviar a atenção e a culpa da Air France, que era estatal na época e operava e fazia a manutenção do aparelho, bem como das autoridades francesas responsáveis pela navegabilidade aérea e segurança do Concorde", diz o texto.

O Concorde da Air France, que transportava em sua maioria turistas alemães para o Caribe, estava decolando de Paris no dia 25 de julho de 2000 quando um dos motores pegou fogo. A aeronave, totalmente em chamas, bateu em um hotel perto do aeroporto Charles de Gaulle.

As 109 pessoas a bordo e outras quatro que estavam na rua morreram.

A Continental passou a ser parte da United Continental Holdings, depois de uma fusão concluída em agosto.

Fonte: Thierry Lévèque (Reuters) via UOL Notícias - Foto: Reuters

domingo, 5 de dezembro de 2010

Na cobertura do conflito no Rio, helicópteros foram as estrelas

Relegados a coberturas de acidentes, trânsito e enchentes, os helicópteros passaram a peça-chave das TVs nas últimas semanas.

As cenas de traficantes fugindo da Vila Cruzeiro, captadas pelo helicóptero da Globo, tiveram tanta repercussão que, no dia seguinte, a polícia proibiu imagens aéreas na região.

O diferencial, no entanto, tem um (alto) custo. O modelo mais usado pelas emissoras é o Robinson RH 44, que não precisa ser adaptado e pode sair da fábrica já com as câmeras instaladas.

Com o preço médio de US$ 1,5 milhão (R$ 2,55 milhão), o helicóptero tem um custo operacional (combustível e manutenção) de R$ 1.500 por hora de voo.

A bordo, costumam ir piloto, cinegrafista e repórter.

Isso quando tudo não se concentra em um único profissional, como o famoso comandante Hamilton, hoje na Band. "Eu mesmo corro atrás da informação", diz ele.

No Rio, as imagens da Globo foram captadas por seus dois helicópteros, equipados com câmeras HD, cujas lentes têm capacidade de aumento de 800 vezes. E foi justamente esse poderoso zoom que permitiu o voo a 2,5 quilômetros do conflito, garantindo a segurança sem prejudicar a nitidez das imagens.

A Rede TV! possui um helicóptero próprio e a Record, dois. Já SBT e Band alugam o equipamento.

Fonte: Keila Jimenez e Samia Mazzucco (jornal Folha de S.Paulo) - Fotos: Reprodução

Aeronáutica sempre desejou americanos, mas escolha é política

Gostar por gostar, os pilotos da FAB sempre preferiram os aviões norte-americanos, considerados os melhores do mundo.

Mas o F-18 da Boeing ficou espremido entre a preferência política pelo Rafale francês e a opção técnica da própria Aeronáutica pelo Gripen NG sueco.

Essas posições tornaram-se claras desde o início do programa FX-2, para a compra de 36 novos caças da FAB. Na primeira viagem exploratória, a Paris, em fevereiro de 2008, o ministro Nelson Jobim (Defesa) já admitia publicamente a preferência pelo Rafale.

Na ida a Washington, no mês seguinte, ele também já praticamente descartava os caças norte-americanos, enquanto o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, admitia estar deslumbrado com os modelos de última geração, o F-35 e o F-22. Por isso, passou por um leve constrangimento.

Ao alegar a incompatibilidade desses aviões americanos com as necessidades brasileiras, o ministro dirigiu-se a Saito, buscando uma concordância: "Não é, Saito?" Desconfortável, o brigadeiro deixou transparecer que discordava: "Bem... o Brasil teria uma capacidade dissuasória maravilhosa..."

Depois disso, a escolha afunilou para o francês, o americano e o sueco, com a área política sempre apontando para o Rafale. Argumento recorrente: os EUA não transfeririam tecnologia, e o Gripen NG sueco não passava de um protótipo.

Washington contra-atacou enviando em agosto de 2009 uma carta da secretária de Estado, Hillary Clinton, em que ela assumia o compromisso de transferir tecnologia.

Não foi suficiente. Nos Estados Unidos, o feito pelo governo pode ser desfeito pelo Congresso.

Veio o 7 de Setembro, no mês seguinte, e Lula se atrapalhou ao anunciar a compra dos Rafale antes da conclusão do relatório da FAB.

O governo teve de dar o dito pelo não dito. Os governos dos três países assumiram então a liderança das pressões, enquanto as cúpulas das companhias faziam filas em Brasília.

Foi quando os EUA passaram a divulgar discretamente notas mostrando que o Rafale não era só francês e continha componentes americanos também sujeitos a veto.

O que paralisou o cronograma foi a divulgação pela Folha, em janeiro deste ano, do ranking da FAB: Gripen NG em primeiro, F-18 em segundo e Rafale em terceiro e último. Coube a Jobim arranjar um discurso e argumentos em sentido contrário.

O relatório tem 27 mil páginas, considerou sete critérios e o Gripen venceu justamente por ter o melhor preço e as melhores condições de transferência de tecnologia.

A 26 dias do final dos oito anos dos dois governos de Lula, porém, a Aeronáutica e o próprio Saito deixaram de ter preferências. O que interessa agora é ter um caça novo, qualquer caça.

Como já disse o chanceler Celso Amorim, "a decisão é política". Se é assim, dificilmente será pró-americanos.

Por: Eliane Cantanhêde (jornal Folha de S.Paulo)

Os negócios em voo

O governo Lula quer fazer a compra de caças com base em propostas caducadas para comparações caducas

Já vendedor de armamentos bem antes de chegar a presidente da França, o marido de Carla Bruni, Nicolas Sarkozy, cria um insulto original para os jornalistas com assuntos desagradáveis: "Pedófilos!", berrou irado, em resposta aos repórteres que voltaram à corrupção de um negócio de armas entre Sarkozy e o governo do Paquistão, anos 90. Por aparente acaso, o escândalo foi remexido na França quando Lula e Nelson Jobim estão na iminência de assinar, com Sarkosy, a compra dos caças franceses Rafale, já agendada conforme publicação na Folha.

Embora a ressalva "se for escolhido o Rafale", em seguida, na sua coluna de terça passada, Eliane Cantanhêde informa que amanhã Jobim "bate o martelo numa reunião com com Dilma e Paulo Bernardo (Planejamento)", e "depois é convocar o conselho de defesa para o dia 10 e reservar o dia 15 para Lula tirar fotos e assinar os atos correspondentes com o presidente Sarkozy".

Há, nessa agenda de uma escolha feita e acabada, uma originalidade brasileira para acompanhar a do presidente francês: o governo Lula quer fazer a compra da ordem de U$ 6 bilhões com base em propostas caducadas, como lhe denunciou um competidor, para comparações também caducas.

Complemento perfeito, portanto, para uma concorrência em que o terceiro colocado entre os três selecionados, nos estudos da FAB, tem a inexplicada preferência de Lula e do seu ministro -apesar de cada Rafale custar o equivalente a duas unidades de um dos concorrentes e sua hora de voo custar o triplo.

É nas sinuosidades dessa transação que os pedófilos sem altar podem incluir mais um negócio: a compra de novo avião presidencial, coisa de meio bilhão, claro que compra de um Airbus francês dos interesses de Sarkozy. A menos que a Boeing americana satisfaça-se com o presente de consolação, para ser derrotada pelos Rafale e não criar caso, que seria a compra de um grande jato seu.

Para tal fim, afinal de contas, foi inventada a necessidade de outro avião presidencial, proposta por Lula com o argumento -de lucidez e decência que não se deve pôr à prova- de que, assim, Dilma não passará pela "humilhação de fazer um reabastecimento" quando, e se, for à Ásia.

O outro lado

Além dos roubos, há violências físicas de improvável apuração nas investigações de abusos policiais na ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão. As investigações são da própria polícia e há o justo temor das vítimas, que conhecem tudo em se tratando de represália e autoridade. Esse é um problema.

Outro é o ressarcimento. Não é justo que as vítimas de policiais precisem percorrer as tramitações de praxe, o empurra-empurra sem fim, para tentar obter a reposição financeira de parte do que perderam. São muitos os casos até de roubo e depredação evidentes, como os da sistemática maneira de inutilizar telas de TV, com uma perfuração central.

A simplificação das verificações e das reposições é complemento necessário e adequado para as tantas providências positivas com que o governo do estado e a Prefeitura do Rio mudam as faces das duas favelas. O lado urbanístico só tem sentido onde há o lado humano.

Onde a polícia vai, é conveniente que seja seguida por assistentes sociais e por promotores e defensores públicos, em socorro às vítimas dos abusos. Isso não impedirá os meios de comunicação de apresentarem, à sua maneira, a polícia como salvadora da liberdade e da democracia.

Por Janio de Freitas (jornal Folha de S.Paulo)

FAB disse preferir F-18, relatam EUA; leia íntegra dos telegramas em português


Telegrama afirma que, para comandante da FAB, caça americano "era o melhor'; preferência do Brasil é por francês

Documentos vazados pelo WikiLeaks revelam bastidores do lobby norte-americano em concorrência bilionária

O comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Juniti Saito, aparece em um despacho secreto da diplomacia norte-americana afirmando dar preferência aos F-18, aviões caça dos EUA.

Trata-se de referência a uma das maiores licitações da história da Aeronáutica, que pretende adquirir 36 aviões por um valor aproximado de R$ 15 bilhões.

A preferência do Palácio do Planalto é pelos equipamentos oferecidos pela empresa francesa Dassault, que fabrica o Rafale.

Em 31 de julho de 2009, o telegrama secreto assinado pelo então embaixador americano em Brasília, Clifford Sobel, dizia que Saito tomou a iniciativa de ter uma conversa reservada em jantar no dia anterior com o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul.

Na conversa, Saito disse que "não existia dúvida, do ponto de vista técnico, de que o F-18 era o melhor avião". Esse caça é produzido pela Boeing.

"Voamos no equipamento norte-americano há décadas", relatou o brasileiro, segundo frase colocada entre aspas no despacho diplomático de Clifford Sobel.

"E sabemos que [o F-18] é confiável e que sua manutenção é simples e oferece bom custo/benefício por meio do sistema de vendas militares externas", continua o texto.

Como já se sabia naquela época da predileção do presidente Lula pelo Rafale, Saito se antecipou e fez um comentário. "Ele disse que os franceses não poderiam se queixar porque acabaram de assinar um contrato de US$ 14 bilhões com o Brasil (para submarinos e helicópteros)."

A única ressalva apresentada por Saito foi a respeito da transferência de tecnologia por parte dos americanos. Informou precisar de carta dos EUA se comprometendo com essa política.

Sobel afirmou acreditar que o documento estivesse em estágio final de aprovação. "Aliviado, Saito disse que precisava ter a carta em mãos até o dia 6 de agosto", descreve o telegrama.

Esse despacho diplomático ao qual a Folha teve acesso é um entre milhares obtidos pela organização não governamental WikiLeaks (http://cablegate.wikileaks.org/).

Além desse telegrama, a Folha teve acesso a vários outros que tratam da compra dos caças pelo Brasil.

Há grande volume de telegramas relatando o esforço dos EUA a favor dos caças F-18, da Boeing.

Nesse documento no qual aparece Saito, ele conta que Barack Obama tratou do assunto diretamente com Lula numa reunião de cúpula do G8 na Itália, em julho de 2009. Esse lobby de Obama não ficou conhecido à época.

As manifestações de Saito foram consideradas pela diplomacia dos EUA "a mais clara expressão" de que o brigadeiro pretenderia "recomendar o F-18".

Mas, no final do ano passado, não foi o que se passou, pois a FAB classificou em primeiro lugar o caça Gripen, da Suécia, deixando o F-18 em segundo lugar na disputa.

Em maio do ano passado, segundo um telegrama do dia 19 daquele mês, os americanos decidiram passar a fazer lobby intenso a favor da Boeing porque "contatos brasileiros dizem não acreditar que o governo dos Estados Unidos esteja apoiando a venda fortemente".

"O esforço francês está sendo administrado diretamente pelo gabinete do presidente Sarkozy" e "o envolvimento sueco" é "em nível ministerial".

Relações pessoais

O governo dos EUA "é percebido pela maioria dos brasileiros como no máximo medianamente interessado em apoiar a venda. Essa é uma desvantagem crítica em uma sociedade como a brasileira, na qual os relacionamentos pessoais servem de fundação para os negócios", dizia o telegrama confidencial.

Embora tenham assinado vários documentos se comprometendo a transferir tecnologia, os norte-americanos se diziam intrigados. No Brasil, autoridades sempre propagavam a ideia de que isso não iria acontecer.

"Pode bem ser que os brasileiros desejem manter vivas as dúvidas sobre a transferência de tecnologia a fim de contarem com uma desculpa automática para a compra de um avião inferior, caso os líderes políticos assim decidam", dizia o despacho.

Em um item chamado "ataque à proposta francesa", os diplomatas dos Estados Unidos argumentam ser necessário "lembrar aos brasileiros" que "o esforço francês de vendas vem se baseando em alegações enganosas, se não fraudulentas".

É que parte dos equipamentos do Rafale tem "alta presença de conteúdo norte-americano, o que inclui sistemas de mira, componentes de radar e sistemas de segurança que requererão licenças norte-americanas".

Jobim

Já em um telegrama confidencial mais recente, de 5 de janeiro deste ano, a diplomacia dos EUA fala sobre usar o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para convencer Lula.

"Nós sabemos que o Super Hornet [F-18] recebeu a avaliação técnica mais favorável da FAB e é a escolha dos pilotos", afirma o despacho, para então concluir:
"Mas permanece, porém, o formidável obstáculo de convencer Lula. Nosso objetivo agora deve ser garantir que Jobim tenha argumentos reforçados ao máximo possível para ir a Lula em janeiro".

Leia íntegra dos telegramas em português:

19/05/2009 16h39

VZCZCXRO8264RR RUEHRGDE RUEHBR #0634 / 01 1391639ZNY SSSSS ZZHR 191639Z MAY 09FM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC / SECSTATE WASHDC 4328RUEKJCS / SECDEF WASHDCRHEHNSC/NSC WASHDCINFO RUEHFR / AMEMBASSY PARIS 0490RUEHSM / AMEMBASSY STOCKHOLM 0075RUEHRG / AMCONSUL RECIFE 9551RUEHRI / AMCONSUL RIO DE JANEIRO 7753RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 4071RUCPDOC / DEPT OF COMMERCE WASHDCRUEKJCS / JOINT STAFF WASHDCRHMFISS / CDR USSOUTHCOM MIAMI FL

S E C R E T O

SECTION 01 OF 03 BRASILIA 000634 NOFORN SIPDIS STATE FOR WHA AND PM E.O. 12958: DECL: 05/19/2019 TAGS: PREL, MASS, ETTC, BR

ASSUNTO: AQUISIÇÃO DE CAÇAS PELO BRASIL: ESTRATÉGIA PARA FINAL DE PROCESSO REF: A. BRASILIA 216 B. BRASILIA 41

Classificado pela encarregada de negócios Lisa Kubiske. Razão: 1.4 1. (S/NF)

SUMÁRIO E PEDIDO DE AÇÃO. Restando dois meses para que o governo do Brasil [GOB] decida quanto a um caça de próxima geração, o concorrente norte-americano, o Boeing F-18 Super Hornet, continua a ser percebido por muitos brasileiros, do GOB e fora dele, como provável segundo ou até mesmo terceiro colocado no processo, apesar de ser o melhor avião e oferecer o melhor pacote compensatório. A maioria dos nossos contatos brasileiros nos dizem não acreditar que o governo dos Estados Unidos [USG] esteja apoiando a venda fortemente, o que desperta dúvidas em suas mentes sobre nossa confiabilidade como parceiros em longo prazo. Daqui até julho, haverá diversas oportunidades para assegurar aos brasileiros nos mais altos escalões que o USG apoia a venda. Os parágrafos 3-7, abaixo, contêm medidas propostas para minimizar as principais preocupações brasileiras e maximizar a chance de seleção do concorrente norte-americano. Entre essas medidas, contatos de alto nível, pelo presidente e secretário, serão críticos para superar a percepção de falta de apoio pelos Estados Unidos. Precisamos também enfatizar nossas garantias de que transferência de tecnologia foi aprovada e destacar a superioridade da proposta da Boeing com relação à de sua concorrente francesa. Como apontam os reftels, a embaixada acredita que o [Departamento de] Estado possa desempenhar papel crítico em fornecer garantias que serão essenciais para a vitória na concorrência. FIM DO SUMÁRIO.

2. (S/NF) À medida que a concorrência FX2 se aproxima de seus estágios finais, os Estados Unidos têm uma forte oferta da Boeing para o seu F18 Super Hornet, acompanhado por um grande pacote de cooperação industrial e custo geral competitivo. Embora possamos confiar em que o Super Hornet seria a escolha brasileira com base em suas capacidades superiores e atraente pacote compensatório, ainda assim ele não tem chance de vitória superior a 50%, devido ao apoio político de que desfruta seu concorrente francês e da persistente crença entre os brasileiros de que um relacionamento estreito com os Estados Unidos pode não ser vantajoso para o país. Para vencer a fase final da disputa pelo contrato FX2, portanto, dependemos de uma estratégia efetiva para superar nossas desvantagens políticas e permitir que a superioridade do Super Hornet seja o fator decisivo. Uma estratégia como essa precisa resolver diversas questões importantes:

Percepção de falta de apoio pelo USG

3. (S/NF) Porque o esforço francês está sendo administrado diretamente pelo gabinete do presidente Sarkozy, e dado o envolvimento sueco corrente em nível ministerial, o USG é percebido pela maioria dos brasileiros como no máximo medianamente interessado em apoiar a venda do FX2. Essa é uma desvantagem crítica em uma sociedade brasileira na qual os relacionamentos pessoais servem de fundação para os negócios. A dificuldade é exacerbada pela separação entre governo e indústria nos Estados Unidos. Não podemos, por exemplo, oferecer financiamento governamental em apoio a uma empresa estatal, como podem os nossos concorrentes. Para enfrentar esse problema, contatos de alto nível serão essenciais, especialmente por parte do Departamento de Estado, que a força aérea brasileira vê como restritivo quanto à cooperação militar. Nesses contatos, será preciso que as autoridades norte-americanas destaquem a parceria cada vez mais forte entre Brasil e Estados Unidos e a maneira pela qual a cooperação com os Estados Unidos, na expansão das obsoletas forças armadas brasileiras, oferecerá não só as melhores capacidades operacionais mas um reforço do nível mais amplo de cooperação entre os dois países. É por isso que assumimos posição favorável à aprovação de transferências de tecnologia, em apoio a essa venda. Além de tirar vantagem das oportunidades de curto prazo para contatos de alto nível oferecidas pela viagem do ministro da Defesa [MOD] Jobim a Washington em 20 maio e pela possível visita da secretária Clinton ao Brasil no final de maio, a embaixada acredita que os telefonemas entre os presidentes Obama e Lula, entre a Agência de Segurança Nacional (NSA) e o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia e entre o secretário da Defesa Gates e o MOD Jobim podem reforçar significativamente os nossos argumentos.

Transferência de tecnologia

4. (S/NF) Ainda que as decisões mais importantes para aprovar a BRASILIA 00000634 002 OF 003 transferência de tecnologia como parte da venda do FX2 tenham sido tomadas, os líderes brasileiros continuam a duvidar da capacidade norte-americana de cumprir o prometido. Embora o problema tenha sido mitigado por meio de uma estratégia efetiva de assuntos públicos, continuamos a ouvir que, na ausência de garantias específicas pelo primeiro escalão do Departamento de Estado, os brasileiros não se sentem seguros. Pode bem ser que os brasileiros desejem manter vivas as dúvidas sobre a transferência de tecnologia a fim de contarem com uma desculpa automática para a compra de um avião inferior, caso os líderes políticos assim decidam. As repetidas preocupações quanto a códigos-fonte intransferíveis podem ter base semelhante. Por fim, ouvimos que existem preocupações no Congresso quanto a uma possível corrida armamentista na América do Sul. Caso isso chegue aos ouvidos dos brasileiros, haverá novas preocupações quanto à possibilidade de que o Congresso intervenha para bloquear a venda. A embaixada recomenda o seguinte, como próximos passos a fim de reforçar nossos argumentos no que tange à transferência de tecnologia: --uma carta do presidente Obama ao presidente Lula defendendo a causa - uma carta da secretária Clinton ao MOD Jobim afirmando que o USG aprovou a transferência de toda a tecnologia apropriada. - A orientação interagências quanto ao código-fonte (liberada para um artigo publicado em abril pela Revista Força Aérea) deveria ser disseminada para uso. - Todos os contatos de alto nível, entre os quais pelos secretários de Estado e da Defesa e pelo presidente dos Estados Unidos (POTUS), devem incluir garantias de que a transferência de tecnologia foi aprovada. - As agências de Washington devem iniciar consultas com assessores apropriados no Congresso o mais cedo possível a fim de superar a percepção equivocada de que vendas de armas ao Brasil causariam desestabilização.

Financiamento

5. (S/NF) A incapacidade dos Estados Unidos de oferecer financiamento ou garantias [de crédito] coloca o Super Hornet em desvantagem significativa diante de seus concorrentes. O Export-Import Bank [EXIM] dos Estados Unidos está proibido de se envolver em vendas de produtos de defesa, o que faz com que o Brasil dependa de financiamento comercial, com juros mais altos. De acordo com agências de Washington, seria possível solicitar uma dispensa do Congresso para que o EXIM pudesse apoiar a venda. Isso foi realizado, no passado, em raras ocasiões. O escritório de financiamento da força aérea brasileira nos disse que até mesmo um comunicado no sentido de que estamos dispostos a solicitar essa medida legislativa seria considerado como sinal positivo. A embaixada recomenda que Washington explore a possibilidade de ação legislativa para permitir financiamento pelo EXIM e que responda dentro do prazo de 29 de maio à solicitação de informações sobre opções de financiamento governamental encaminhada pelo GOB.

Defendendo nossa posição

6. (S/NF) Obtivemos sucesso em comunicar o ponto de que o Super Hornet é um avião de alta capacidade, e agora precisamos nos concentrar no quadro mais amplo -como a parceria na venda do caça resultará em benefícios para ambos os lados, em termos militares, e também em benefícios econômicos. Como maior companhia aerospacial do mundo, a Boeing tem a capacidade de oferecer gama maior de oportunidades à indústria brasileira, entre as quais algumas que não se relacionam ao programa compensatório do FX2. A visita de legisladores brasileiros a Washington no começo de junho será uma oportunidade de transmitir essa mensagem a líderes políticos. Concentrando as atenções em senadores importantes, temos a oportunidade de conquistar o apoio de indivíduos que podem influenciar os responsáveis pela decisão e garantir que as pessoas que terão de aprovar os dispêndios do governo brasileiro compreendam que o F-18 lhes oferece mais valor. A embaixada continuará a destacar a transferência de tecnologia e expandir nossa mensagem de maneira a incluir os benefícios econômicos da proposta da Boeing para o Brasil. Também recomendamos o seguinte: -- Usar a visita do Congresso brasileiro para enfatizar a mensagem de que uma parceria com os Estados Unidos acarreta benefícios para ambos os lados que vão bem além do programa compensatório. Garantir que os senadores brasileiros compreendam os custos significativamente inferiores do Super Hornet em seu ciclo de vida. BRASILIA 00000634 003 OF 003 - Marcar uma entrevista do secretário de Defesa, ou outro representante importante do governo, com um jornalista brasileiro conhecido, a fim de sublinhar a importância da parceria entre Estados Unidos e Brasil e como a venda do FX2 ajudaria.

Ataque à proposta francesa

7. (S/NF) Ainda que os franceses ofereçam um caça menos capaz a custo mais alto, o Rafale vem sendo considerado vencedor desde o início da concorrência FX2. Embora as avaliações técnicas dos aviões devam resultar em vantagem significativa para o Super Hornet, precisamos tomar medidas para erodir a vantagem política francesa. Embora um elemento importante disso seja enfatizar o custo mais baixo da Boeing, há diversas outras medidas que podem oferecer argumentos contra os franceses. O primeiro passo será lembrar os brasileiros de que seu interesse pelo Rafale foi causado pela suposição de que os Estados Unidos não liberariam tecnologia. Já que aprovamos a liberação da tecnologia relevante, deveríamos perguntar se os brasileiros ainda precisam dos franceses como segurança. Nos últimos meses, o esforço francês de vendas vem se baseando em alegações enganosas, se não fraudulentas, de que seu caça envolve apenas conteúdo francês (o que o isentaria dos incômodos controles de exportação dos Estados Unidos). Mas isso não precede. Uma análise da Administração de Segurança da Tecnologia de Defesa (DTSA) encontrou alta presença de conteúdo norte-americano, o que inclui sistemas de mira, componentes de radar e sistemas de segurança que requererão licenças norte-americanas. Próximos passos: -- Ainda que não pareça que os dados tecnológicos oferecidos na proposta francesa violem os regulamentos da Regulamentação Internacional de Comércio de Armas (ITAR), o PM/DTCC [departamento de controle do comércio de defesa, na divisão de assuntos político-militares do Departamento de Estado] e a DTSA devem continuar a monitorar o marketing francês para garantir que a Dassault não contorne as restrições do ITAR. - Investigar a decisão indiana de excluir o Rafale em sua concorrência para caças e determinar se existiu algum motivo que torne o avião menos atraente para o Brasil. - Garantir que os brasileiros estejam cientes de que esperamos conceder licenças de retransferência para os componentes de origem norte-americana no avião francês, e que já aprovamos a transferência de alguns dados técnicos. KUBISKE

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

31/07/2009 20h42

VZCZCXRO1680OO RUEHRGDE RUEHBR #0952 2122042ZNY SSSSS ZZHO 312042Z JUL 09FM AMEMBASSY BRASILIATO RUEHC/SECSTATE WASHDC IMMEDIATE 4792INFO RUEHRG/AMCONSUL RECIFE 9789RUEHRI/AMCONSUL RIO DE JANEIRO 8046RUEHSO/AMCONSUL SAO PAULO 4373RHEHNSC/NSC WASHDCRUEKJCS/SECDEF WASHDC

S E C R E T O

BRASILIA 000952 NOFORN SIPDIS STATE FOR D, P, T, AND WHA E.O. 12958: DECL: 07/31/2019 TAGS: MASS, PREL, BR

SUBJECT: COMANDANTE DA FORÇA AÉREA DO BRASIL PEDE GARANTIAS DE ESTADO QUANTO A TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA ATÉ 6 DE AGOSTO REF: BRASILIA 888

Classificado por: VICE-CHEFE DE MISSÃO LISA KUBISKE, RAZÃO 1.4 (b) e (d) 1. (S/NF)

Em jantar em 30 de julho para o general Doug Fraser, comandante do Comando Sul, o comandante da força aérea brasileira (BRAF), brigadeiro Juniti Saito (protect) conversou reservadamente com o embaixador Sobel e seu conselheiro político sobre a compra do caça FX2. Ele afirmou que não existia dúvida, do ponto de vista técnico, que o F-18 era o melhor avião. "Voamos equipamento norte-americano há décadas", ele disse, "e sabemos que é confiável e que sua manutenção é simples e oferece bom custo/benefício por meio do sistema de vendas militares externas (FMS)". Isso precisa ser incorporado ao custo do novo caça, disse, porque a BRAF provavelmente utilizará o aparelho por 30 ou 40 anos. Seria a melhor decisão, ele disse, e os franceses não poderiam se queixar porque acabaram de assinar um contrato de US$ 14 bilhões com o Brasil (para submarinos e helicópteros).

2. (S/NF) Saito enfatizou, no entanto, que a questão quanto ao compromisso do governo dos Estados Unidos (USG) para com a transferência de tecnologia continua a ser "uma significativa barreira política" e que transpô-la é extremamente importante. Saito perguntou se a carta que havia solicitado e garante a transferência de tecnologia (reftel) estava a caminho. O embaixador assegurou a ele que compreendíamos a importância de superar o problema, e disse acreditar que o documento estivesse em estágio final de aprovação. Aliviado, Saito disse que precisava ter a carta em mãos até o dia 6 de agosto. Acrescentou, no entanto, que a decisão não seria anunciada "até depois do 7 de setembro". (Nota: o presidente francês Sarkozy visitará o Brasil no mês que vem e participará das festividades do dia nacional, em 7 de setembro, como parte das atividades do "ano da França no Brasil". Fim da nota.)

3. (S/NF) Saito reiterou o quanto a conversa do presidente Obama com o presidente Lula sobre o FX2, em Aquila, havia sido importante, e disse que "ela abriu as portas para que eu pudesse procurar o embaixador, como fiz". Ele disse que o presidente Lula havia instruído o ministro da Defesa Jobim e o brigadeiro Saito a conversar com o general Jones durante a visita deste, e solicitou que o general Jones o visitasse em seu escritório.

4. (S/NF) Comentário: Essa foi a mais clara expressão, da parte de Saito, de que pretende recomendar o F-18. O posto está trabalhando para marcar uma reunião entre o general Jones e o brigadeiro Saito em 4 de agosto. O posto assume, adicionalmente, que o subsecretário Tauscher esteja se preparando para entregar a carta solicitada por Saito ao ministro da Defesa Jobim e ao ministro do Exterior Amorim, durante a visita, e acredita que isso será visto como sinal significativo de apoio do USG à oferta da Boeing. SOBEL

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

05/01/2010 19h40

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: FX2 no final de 2009
CLASSIFICADO POR: Lisa Kubiske, vice-embaixadora a.i.; RAZÃO: 1.4 (D)

1.(C) Enquanto 2009 chega ao fim, a competição do FX2 no Brasil continua sem uma decisão. Esperava-se que o presidente Lula tomasse uma decisão antes do fim do ano, para que fosse possível completar a venda durante seu governo. Concretamente falando, porém, mesmo que uma decisão presidencial fosse tomada imediatamente, o tempo necessário para negociar o contrato e reservar a verba significa que a decisão final de adquirir os aviões caberá ao próximo presidente, em 2011. Contatos da embaixada no Ministério das Relações Exteriores e no Ministério da Defesa acreditam que o ministro da Defesa, Jobim, vai se reunir com Lula ainda em janeiro para tentar tomar uma decisão.

SETEMBRO: PREFERÊNCIA É DADA AO RAFALE

2.(C) Lula não tem feito segredo de sua preferência pelo Rafale da Dassault, tendo anunciado durante a visita do presidente Sarkozy em 7 de setembro (ref a) que pretendia negociar a aquisição com a França, antes mesmo de ler a avaliação técnica da Força Aérea Brasileira (FAB). Nos três meses seguintes, ficou claro que Lula tinha instruído seu governo, incluindo Jobim, a concentrar sua atenção em fazer o negócio com a França funcionar. Em setembro, Lula disse à imprensa brasileira que as negociações com a França focariam o esforço para fazer o preço dos aviões ser semelhante aos que a Boeing e a Saab estavam pedindo (consta que a melhor oferta da Dassault teria sido 40% mais alta). A despeito de outra visita de Sarkozy ao Brasil em novembro e da escala posterior de Jobim em Paris, os franceses não conseguiram atender ao pedido dos brasileiros por um preço mais baixo, mas sua falta de receptividade (ref b) aparentemente não afetou a preferência brasileira. Declarações iniciais dadas em setembro por Lula e pelo chanceler Amorim procuraram dar a entender que os franceses, de alguma maneira, estariam oferecendo um nível superior de transferência de tecnologia, o que seria uma justificativa do preço mais alto, mas, à medida que foram emergindo detalhes do processo de avaliação técnica, ficou claro que os três concorrentes estavam atendendo, de modo geral, às exigências de transferência de tecnologia feitas pela FAB.

DEZEMBRO: MINISTÉRIO DA DEFESA VOLTA A EXPRESSAR INTERESSE PELO BOEING; SAAB AINDA É CONCORRENTE

3.(C) Durante outubro e novembro, contatos com funcionários da embaixada e representantes da Boeing foram recebidos com cortesia, mas com pouco interesse real, já que a atenção continuava voltada aos franceses. Nas últimas semanas, contudo, houve uma mudança notável por parte do ministro da Defesa. Começando pela reunião do A/S Valenzuela com Jobim em 14 de dezembro (relatada em telegrama separado), houve interesse renovado pela proposta USG (Governo dos EUA/Boeing. Enquanto Jobim reiterava preocupações com "precedentes negativos" de políticas relativas à transferência de tecnologia de origem americana (na realidade, queixas sobre procedimentos de licenciamento de exportações), ele disse entender que o USG tinha uma abordagem nova e que estava interessado na oferta de cooperação industrial feita pela Boeing. A Boeing fortaleceu seus argumentos, promovendo sua nova iniciativa "Super Hornet Global", pela qual elementos importantes de produção de todos os aviões F/A 18 (incluindo os destinados às Forças Armadas dos EUA) seriam transferidos ao Brasil. Ao globalizar a produção do Super Hornet e incluir o Brasil no processo, a Boeing está em condições não apenas de gerar e manter mais empregos no Brasil, como poderá acalmar a paranoia brasileira com relação teóricas suspensões pelo USG do suprimento de caças, mostrando que qualquer suspensão desse tipo afetaria a Marinha dos EUA também. Em entrevista recente ao jornal Folha de S. Paulo, Jobim tomou o cuidado de não se comprometer, mencionando a "aliança estratégica" com a França mas também observando que custo, transferência de tecnologia e capacidade geral dos aviões são importantes.

4.(C) Ao lado do ressuscitamento das esperanças da Boeing, o Gripen sueco continua a ser um concorrente forte. Conforme notado na ref b, muitos brasileiros o enxergam como alternativa atraente ao Rafale, pelo fato de ter o preço mais baixo. O plano da Saab de co-desenvolver o Gripen de nova geração com o Brasil também lhe valeu apoio na indústria brasileira da aviação, entre aqueles que acreditam que tal desenvolvimento vá reforçar as capacidades locais de design de aeronaves. Jobim, contudo, se mostrou abertamente pouco interessado nos suecos, supostamente em função da capacidade inferior do Gripen e porque a variante "Nova Geração" oferecida ao Brasil ainda não existe. Uma matéria recente na revista Isto É, atribuída a uma fonte da FAB, observou que os programas de desenvolvimento de aeronaves militares geralmente ultrapassam seus prazos e orçamentos, negando a suposta vantagem de preço do Gripen.

5.(C) COMENTÁRIO. Embora o preço alto do Rafale e dúvidas quanto ao desenvolvimento do Gripen possam fazer com que o Super Hornet pareça a escolha óbvia, o fato é que Lula reluta em comprar uma aeronave americana. É possível que o interesse renovado pela oferta do USG não passe de uma artimanha para ganhar alavancagem sobre os franceses ou que a demora em tomar a decisão vise dar tempo à Dassault de encontrar uma maneira de reduzir seu preço. Na visão da Missão, a chance de vencer a concorrência pelo FX2 é real. Sabemos que o Super Hornet recebeu a avaliação técnica mais favorável da FAB e é a opção preferida dos operadores. Conseguimos responder com sucesso à maioria das dúvidas levantadas quanto às políticas de transferência de tecnologia do USG, em especial com a equipe de avaliação técnica. Resta, contudo, o obstáculo temível de convencer Lula. Nossa meta agora deve ser garantir que Jobim tenha um argumento mais forte possível para levar a Lula em janeiro. A Missão recomenda os seguintes passos: B7 Continuar a ressaltar o apoio total do USG em todos os contatos de alto nível com o Brasil. Como a Missão já observou anteriormente, garantias repetidas feitas pelo presidente Obama a Lula no decorrer de seus contatos normais constituem a maneira isolada mais eficaz de transmitir nosso argumento. B7 Usar os contatos iniciais com o embaixador indicado Shannon com a liderança brasileira para argumentar que temos trabalhado arduamente para assegurar que tenhamos a melhor oferta a apresentar. B7 Manter nossa campanha de assuntos públicos, para destacar que não apenas o USG completou sua aprovação da transferência de tecnologia, como a Boeing tem suficiente confiança na oferta para estar preparada para transferir parte da produção (incluindo centenas de empregos) ao Brasil. B7 Coordenar nossas ações com a Boeing de modo a assegurar que as vantagens do programa Super Hornet Global sejam levadas ao conhecimento do Congresso e da mídia brasileiros. KUBISKE

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

09/02/2010 10h47

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: BRASIL: REUNIÃO DO EMBAIXADOR COM O SECRETÁRIO-GERAL DO MRE, PATRIOTA
CLASSIFICADO POR: Thomas A. Shannon, Embaixador, Estado, Embaixada em Brasília; RAZÃO: 1.4 (B), (D)

1.(SBU) Sumário. Depois de apresentar suas credenciais ao presidente brasileiro Lula (telegrama em separado), o embaixador Shannon se reuniu por mais de uma hora em 4 de fevereiro com o secretário-geral (vice-ministro das Relações Exteriores) Antonio Patriota, tratando do trabalho pela frente no Haiti, o status da compra pelo Brasil do caça FX2, as negociações sobre mudanças climáticas e os esforços do Brasil relativos ao Irã e ao Oriente médio. Fim do sumário.

2.(C) Patriota, que havia solicitado o encontro com o embaixador na noite anterior e tinha assistido à cerimônia de credenciamento do embaixador na condição de vice-chanceler em exercício, parabenizou o embaixador por seu novo posto e ficou satisfeito em ouvir sobre as visitas próximas do secretário da Justiça Holder, da secretária de Estado Clinton e do vice-diretor do NSC Michael Froman. Patriota fez uma revisão das questões bilaterais que aguardam a aprovação de alto nível, incluindo o Acordo de Cooperação na Defesa e os MOUs de gênero, clima e cooperação trilateral propostos pelo GOB (governo brasileiro). Ele fez um apanhado geral da programação ativa de viagens do presidente Lula para os próximos meses, que vai incluir viagens a Cancun, San Salvador, Havana e Porto Príncipe na semana de 22 de fevereiro; para Israel, Palestina e Jordânia em março 15-18, e para o Irã em maio 16-17. Lula também vai em breve reunir ministros da Agricultura africanos, com o objetivo de levar uma mensagem ao G20 em maio.

Haiti: Uma Grande Oportunidade

3.(C) Dando seguimento a uma das declarações feitas pelo presidente Lula anteriormente nesse dia (telegrama em separado), Patriota descreveu o esforço de reconstrução do Haiti como "uma grande oportunidade" para o Brasil e os Estados Unidos. Observando que o presidente Lula passou dez minutos discutindo o Haiti em sua primeira reunião com o presidente Obama no Gabinete Oval, ele disse que os telefonemas trocados pelos dois líderes têm sido úteis para assegurar uma boa comunicação e coordenação. Patriota descreveu o engajamento do presidente Obama com o Haiti como "necessário e importante", acrescentando que "se os Estados Unidos e o Brasil liderarem, outros seguirão". É desnecessário dizer, disse ele, que Estados Unidos e Brasil precisam colaborar estreitamente sobre o Haiti no Conselho de Segurança da ONU, acrescentando que o Brasil concorda que o Minustah trabalhe sob seu mandato atual, por enquanto, e que novas recomendações sejam estudadas à medida que forem apresentadas.

4.(C) Patriota ressaltou que o Haiti está recebendo atenção extraordinária do presidente Lula e de vários outros funcionários seniores do GOB (governo brasileiro), chamando a atenção para a viagem planejada de Lula em 25 de fevereiro. Patriota disse estar satisfeito pelo fato de o ex-presidente Clinton ter sido escolhido pela ONU para liderar a reconstrução e achou que seria positivo ter o envolvimento da presidente chilena Bachelet, depois que ela deixar o cargo. Levando adiante o comentário feito por Lula anteriormente no mesmo dia de que precisamos encontrar uma maneira de evitar ter que escolher entre um governo haitiano corrupto e colocar tanto dinheiro nas mãos de ONGs não haitianas, Patriota falou que Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas e de Administração (Ipea) fez pesquisas recentes sobre o efeito das ONGs sobre o desenvolvimento, pesquisas essas que podem ser úteis para definir uma nova abordagem à reconstrução do Haiti.

FX2: Nenhuma Decisão Tomada

5.(C/NF) Patriota disse que Lula falou ao embaixador francês (que também apresentara suas credenciais) que nenhuma decisão tinha sido tomada sobre a compra dos caças, mas que Lula faria isso "nos próximos meses", depois de convocar uma reunião do Conselho Nacional de Segurança (um organismo que inclui ministros chaves e os presidentes das duas casas do Congresso). O embaixador destacou que a decisão de abrir o acesso do Brasil a todas as tecnologias necessárias reflete uma mudança de paradigma da parte dos Estados Unidos --reflete não apenas confiança no produto da Boeing, mas também confiança no Brasil.

Mudanças Climáticas: Precisamos Avançar

6.(C) Aludindo à ênfase do presidente Lula sobre a necessidade de uma coordenação estreita entre EUA e Brasil na fase que antecede o COP-16 da UNFCCC, Patriota disse que espera que o SECC Todd Stern possa vir ao Brasil em breve. Ele disse que Lula está engajado em levar adiante o que foi feito no comunicado de Copenhague e que, diferentemente de outros países BASIC, ele não vai dar para trás. "Precisamos avançar", disse ele, sugerindo que o vice-presidente do NSC Froman possa reservar tempo para discussões sobre as mudanças climáticas em sua visita próxima.

Irã e Oriente Médio: Uma Agenda de Paz

7.(C) Com relação ao engajamento do Brasil com o Irã, Patriota disse que, sobretudo, o Brasil deseja "evitar um replay do Iraque". Uma desestabilização do Irã seria desastrosa, disse ele, e, enquanto existir uma possibilidade de engajamento diplomático, a comunidade internacional deve tentá-la. Ele disse que o chanceler iraniano Mottaki procurara o chanceler Amorim em Genebra em 29 de janeiro, dizendo que notara flexibilidade por parte da França e dos Estados Unidos. O embaixador disse que o Irã precisa ser tema de um diálogo contínuo entre os Estados Unidos e o Brasil, para evitar mal-entendidos e assegurar a coordenação das mensagens. O embaixador exortou o GOB a agir com grande cautela com relação ao Irã. Disse que atos recentes de repressão, incluindo a execução de manifestantes, são um sinal de coisas que estão por vir e levantou dúvidas quanto à capacidade do governo iraniano de tratar com a comunidade internacional. "A desconfiança é grande", disse Patriota, "e nunca sabemos até que ponto são sinceros" os iranianos, mas "pretendemos continuar a tentar" chegar a uma solução negociada. Patriota observou que Lula pagou um preço político internamente por seu engajamento com o Irã. Ele disse que as críticas feitas a Lula, especialmente por parte de líderes da comunidade judaica do Brasil, atingiram Lula fortemente. Contudo, a mensagem constante de Lula relativa à necessidade de reconhecer o Holocausto conquistou a adesão de alguns dos críticos mais acirrados da visita do presidente iraniano Ahmadinejad, incluindo Claudio Luiz Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a quem Lula convidou para acompanhá-lo em sua visita a Israel em março. Nessa visita, a primeira de um presidente brasileiro em décadas, Patriota disse que Lula terá "uma agenda de paz".

8.(U) Considerou-se minimizar. SHANNON

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

18/02/2010 13h08

CONFIDENCIAL
ASSUNTO: Reunião do embaixador Shannon com ministro da Defesa Jobim
CLASSIFICADO POR: Thomas Shannon, embaixador; RAZÃO: 1.4 1.(C)

1.(C) Durante a visita introdutória do embaixador Shannon, em 5 de fevereiro, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, descreveu o relacionamento bilateral geral de segurança como sendo forte e transparente. Jobim disse que é a favor de ampliar esse relacionamento este ano, primeiro por meio de um Acordo de Cooperação em Defesa (DCA) e depois por meio de um acordo de informação sobre segurança. Ele espera firmar o DCA durante sua viagem proposta a Washington em 23 de fevereiro, se o Ministério das Relações Exteriores o aprovar em tempo.

2.(C) Jobim elogiou a parceria EUA-Brasil no Haiti, particularmente a forte relação de trabalho entre os generais Keen e Peixoto. Ele relatou a visita que fizera ao Haiti duas semanas antes e descreveu a situação como "extremamente frágil". Jobim fez pouco caso dos temores expressos pela Venezuela de uma "invasão americana" do Haiti, dizendo que a proximidade dos Estados Unidos e sua capacidade de transportar grandes volumes de materiais tornam natural que o USG (governo dos EUA) exerça um papel de liderança nos esforços de ajuda emergencial. Em vista da extensão das operações americana e brasileira, Jobim achou que haveria potencial para uma troca de lições aprendidas. Ele destacou a importância de a ONU abordar o futuro do Haiti desde o ponto de vista de "construir" o país, e não simplesmente de fornecer segurança, e disse que a Minustah vai precisar de um mandato aprimorado do Conselho de Segurança da ONU para poder ser eficaz nesse papel. De acordo com Jobim, o Brasil vai fazer mais investimentos no futuro do Haiti, projetos que o embaixador Shannon observou que oferecerão oportunidades adicionais para cooperação.

3.(C) O embaixador Shannon disse que viu a negativa do presidente Lula (e de Jobim) de que uma decisão final tivesse sido tomada na concorrência pelo FX2. Embora a venda tenha sido conduzida como transação comercial, não se deve deixar de levar em conta seu significado para o relacionamento bilateral. As decisões sem precedentes relativas à transferência de tecnologia dos EUA em apoio ao Super Hornet demonstram o alto nível de confiança que o USG deposita em sua parceria com o Brasil. O Brasil, quando tomar sua decisão, deve procurar consolidar e proteger esse avanço importante.

4.(C) O MOD (Ministério da Defesa) apresentou um resumo de questões de segurança na região da América Latina, enfatizando a importância de construir instituições regionais para reduzir os riscos de conflito. Jobim falou de seus esforços para acalmar as tensões entre Colômbia e Equador após o bombardeio pela Colômbia de uma instalação das Farc em território do Equador, em 2008. Contatos entre ministros da Defesa, através do Conselho Sul-Americano de Defesa (SADC), disse ele, tinham sido cruciais para administrar os efeitos colaterais do ataque, servindo como bom teste concreto do valor do SADC. Jobim disse ao embaixador Shannon que o Brasil se ofereceu para monitorar a fronteira entre Colômbia e Equador, como medida para construção de confiança. Ele foi menos otimista quanto à capacidade do Brasil de lidar com a Venezuela e expressou preocupação com a situação doméstica cada vez mais complicada de Chavez. Preocupou-se em voz alta sobre o impacto na Venezuela no caso de Chavez recorrer à repressão violenta de manifestantes. SHANNON

Tradução de Clara Allain

Fontes: Fernando Rodrigues (jornal Folha de S.Paulo) / Folha.com

Satélites russos caem sobre o Oceano Pacífico, diz agência

Três satélites teriam caído em região próxima ao Havaí, informou a Ria.

Agência espacial russa confirma 'situação não planejada'.

Três satélites russos, enviados à órbita para completar o sistema de navegação GLONASS, saíram de curso e caíram sobre o Oceano Pacífico neste domingo (5), informou a agência Ria. O local da queda é próximo ao Havaí.

Os satélites estavam sendo levados pelo foguete "Proton-M", lançado no sábado (4) do centro espacial Baikonur, no Cazaquistão.

Um porta-voz da agência espacial russa Roscosmos disse que os satélites saíram de curso e causaram uma "situação não planejada". Ele não confirmou sua queda.

O sistema GLONASS é semelhante ao GPS dos Estados Unidos. Ele começou a operar em 1999, mas só agora terá cobertura global. Em sua composição definitiva, contará com 24 satélites.

Veja imagens do foguete antes da partida:

Fonte: G1 (com agências internacionais)

Nem avião escapa da falta de vagas de estacionamento

Relatório da Aeronáutica mostra que hoje já falta espaço em pátios de praticamente todos os grandes terminais de aeroportos do País

Não são só os motoristas que sofrem para encontrar vagas para seus carros nos estacionamentos de aeroportos. Falta espaço também para os aviões. Relatório reservado do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) aponta escassez de vagas para aeronaves em praticamente todos os grandes terminais do País.

A radiografia elaborada pelos militares esmiúça as condições de infraestrutura de 20 aeroportos. O Estado selecionou dez deles, conforme a importância no cenário nacional e o aumento da demanda nas férias. Só nesses terminais, o déficit é de 141 vagas para a aviação regular.

Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a necessidade de vagas equivale a 52% do total de 267 posições existentes hoje nesses aeroportos. A maioria das obras previstas no cronograma da Infraero para a Copa de 2014 contempla a ampliação dos pátios e a readequação de pistas problemáticas.

Enquanto isso, pilotos dizem conviver com congestionamentos diários. Nos horários de pico, a espera por uma vaga nas pontes de embarque (finger, no jargão em inglês) e nas posições remotas (áreas distantes do terminal de passageiros, onde embarque desembarque são feitos com escadas) não é diferente da enfrentada no estacionamento de shopping lotado, por exemplo.

Mais do que as empresas aéreas, que em geral conseguem tirar o atraso ao longo do percurso, os grandes prejudicados por esse gargalo de infraestrutura são os passageiros. A falta de espaço nos pátios é um dos fatores apontados por experts do setor para explicar atrasos em voos.

A situação torna-se ainda mais crítica quando um aeroporto tem de ser fechado por causa de condições meteorológicas adversas. Como a maioria dos terminais trabalha no limite, já houve casos em que um voo previsto para pousar em Congonhas acabou desviado para Uberlândia (MG) por falta de vaga nos aeroportos paulistas. "A capacidade de pista tem de ser condizente com a do pátio, caso contrário, você não consegue dar fluidez ao tráfego aéreo", explica o engenheiro Jorge Leal Medeiros, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP.

O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, sintetiza o cenário descrito por ele. Desde o acidente da TAM, em 2007, as operações ali estão limitadas a 36 pousos e decolagens por hora - na prática, porém, só 34 movimentos são autorizados. Ainda assim, as vagas no pátio são insuficientes. Pelo relatório da Aeronáutica, as 23 posições existentes para a aviação regular comportariam 28 movimentos por hora. Para acomodar 30 operações por hora, seria necessária a criação de mais oito vagas.

Fonte: Bruno Tavares (O Estado de S.Paulo)