As Forças Aéreas Ucranianas poderiam, em breve, voar com o F-16 Fighting Falcon nos céus dos territórios ocupados, já que o presidente estadunidense Joe Biden apoiou seu repasse, por países europeus, ao país invadido pela Rússia.
O F-16 Fighting Falcon é um avião de combate multiuso, desenvolvido pela empresa norte-americana General Dynamics (atualmente Lockheed Martin). É um caça leve e ágil, projetado para executar uma variedade de missões, incluindo superioridade aérea, ataque ao solo, interdição, reconhecimento e apoio aéreo aproximado.
O F-16 entrou em serviço na Força Aérea dos Estados Unidos em 1979 e foi posteriormente adotado por várias nações em todo o mundo. Ele se tornou um dos caças mais amplamente utilizados e bem-sucedidos da história, com mais de 4.600 unidades produzidas. A aeronave também é conhecida como “Viper” devido à sua semelhança com a serpente cascavel, além de ser chamada de “Falcão de Combate”.
Uma das características distintivas do F-16 é sua configuração monomotor, o que o torna mais leve e manobrável em comparação com muitos caças bimotores. Ele possui uma asa em delta, uma fuselagem compacta e um design aerodinâmico altamente eficiente. O avião é equipado com um motor a jato Pratt & Whitney F100 ou General Electric F110, que proporcionam um desempenho excepcional em termos de velocidade e capacidade de subida.
O F-16 é altamente manobrável e possui um sistema de controle de voo eletrônico fly-by-wire, o que significa que os comandos do piloto são transmitidos eletronicamente aos sistemas de controle da aeronave, em vez de serem transmitidos por cabos mecânicos. Essa característica torna a aeronave mais ágil e responsiva.
O avião possui uma ampla variedade de armamentos, incluindo mísseis ar-ar, mísseis ar-solo, bombas e foguetes. Também pode ser equipado com um canhão de 20 mm para combate a curta distância. Além disso, o F-16 pode ser equipado com pods externos que fornecem capacidades adicionais, como designação de alvos a laser, reconhecimento e guerra eletrônica.
Ao longo dos anos, o F-16 passou por várias atualizações e variantes, aprimorando suas capacidades. Algumas das variantes notáveis incluem o F-16C/D Block 50/52, F-16E/F Block 60 e o F-16V (Viper), este último sendo uma atualização de cockpit e sistemas para versões mais antigas do F-16.
Nota: os pilotos americanos também se referem ao F-16 pelo apelido “Viper”. Esse apelido é derivado da semelhança do avião com a serpente cascavel, conhecida como “viper” em inglês. A denominação “Viper” é amplamente utilizada como uma forma mais informal e encurtada de se referir ao F-16 Fighting Falcon entre os pilotos e entusiastas da aviação.
Como o F-16 pode impulsionar a capacidade da Ucrânia para uma Vitória na Guerra
Comentários do General Mark Milley: "O F-16 é um caça supersônico, desenvolvido na década de 1970, nos Estados Unidos, que atinge a velocidade de 1.235 quilômetros por hora. Entretanto, o presidente do Joint Chiefs General dos EUA, Mark Milley, afirmou, recentemente, que não seria uma “arma mágica”.":
“Os russos têm 1.000 caças de quarta geração”, disse o general Milley a repórteres do Pentágono, após terminar uma reunião virtual com o Grupo de Contato de Defesa Ucraniano.
Milley explicou que para obter superioridade aérea diante da Rússia, a Ucrânia precisaria de muitos caças de quarta e quinta geração.
Para ele, a coisa mais inteligente que os aliados da Ucrânia poderiam ter feito foi exatamente o que fizeram: fornecer as armas de defesa aérea certas.
Dois recursos principais
Em uma conversa com Amna Nawaz, da PBS News Hour, o tenente-general reformado Doug Lut explicou que havia duas capacidades que o F-16 poderia fornecer às forças ucranianas.
“Em primeiro lugar, no lado ofensivo, daria o apoio aéreo aproximado de precisão às tropas terrestres”, disse Lut.
Ele acrescentou ainda que isso seria muito importante para recuperar o território perdido em futuras ofensivas ucranianas.
“A segunda coisa que [o F-16] pode fazer no lado ofensivo é fornecer fogos profundos”, continuou Lut. Em outras palavras, a arma daria à Ucrânia a capacidade de ultrapassar as linhas inimigas.
Assim, segundo Lut, os ucranianos poderiam atingir importantes centros de comando e controle russos, bem como sedes-chave e locais de logística, em lugares que, atualmente, não podem alcançar, como a Crimeia e o Mar Negro.
No lado defensivo, os F-16 poderiam ser usados para enfrentar aeronaves não tripuladas, mas seriam muito mais úteis contra alvos como mísseis de cruzeiro direcionados à infraestrutura.
“Então, tanto no lado ofensivo quanto no lado defensivo, o F-16 pode realmente fazer a diferença”, explicou Lut, embora reconheça que a arma demoraria meses até ser usada.
Sem batalhas frente a frente
Onde não veríamos os caças F-16 fazendo a diferença seria nas trocas frontais com os sistemas de defesa aérea mais modernos da Rússia, como o S-400, de acordo com o Business Insider.
Em entrevista para o referido site, o Diretor Executivo do Mitchell Institute for Aerospace Studies, Douglas Birkey, observou que os ucranianos, provavelmente, teriam que ser criativos com seus novos caças para ver resultados reais no campo de batalha.
“As costas da Ucrânia estão contra a parede. Eles não podem vencer em uma guerra de desgaste centrada no solo”, explicou Birkey, acrescentando que a Rússia “acabaria vencendo essa luta e sangrando a Ucrânia até secar”.
Birkey disse também que o F-16 poderia quebrar o impasse no solo, mas depois observou que, para a aeronave ser eficaz, a Força Aérea Ucraniana precisaria adotar um conjunto de táticas muito específicas, que poderiam explorar as vulnerabilidades das defesas aéreas russas.
“Ninguém está a defender que a Ucrânia voe os F-16 cegamente contra as defesas russas. O uso eficaz do poder aéreo requer uma mistura de estratégia, tática, capacidade e tecnologia para obter os efeitos desejados”, disse Birkey.
Ele observou ainda que aeronaves não tripuladas podem ser usadas para sobrecarregar as defesas, dando aos F-16 da Ucrânia a oportunidade de atingir seus alvos.
Via Ricardo Fan (Defesanet)
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