quinta-feira, 21 de abril de 2022

Cinco pontos do relatório sobre a queda do avião na China que podem revelar as causas do 'mergulho' no ar


Documento aponta que tripulação não se comunicou com torre após primeira descida de altitude. Avião despencou na vertical no sul da China no mês passado e é um dos maiores mistérios atuais da aviação.

A agência de aviação civil da China divulgou nesta quarta-feira (20) o relatório preliminar da investigação sobre a queda do avião do modelo Boeing 737-800 da China Eastern Airlines, que despencou do céu na vertical no sul da China em março.

O documento - que o país de origem da companhia aérea é obrigado a apresentar até 30 dias após a queda - não apontou ainda possíveis causas para a queda da aeronave, que intrigou especialistas e autoridades no assunto no mundo todo. Em pouco mais de três minutos, o avião despencou quase 8.000 metros e caiu totalmente na vertical em uma área montanhosa, deixando uma cratera de três metros de profundidade.

No relatório, os investigadores alegaram que as caixas pretas ainda estão muito danificadas e, por isso, o conteúdo já extraído delas ainda não foi divulgado - apenas enviado a Washington para análise mais detalhada. No entanto, algumas pistas reveladas no documento podem ajudar a desvendar o caso, um dos maiores mistérios atuais da aviação mundial.
  • Os pilotos e toda a tripulação deixaram de responder aos controladores de voo logo após a primeira queda de altitude
  • A equipe de voo era qualificada
  • O avião estava com a manutenção em dia
  • As condições climáticas eram boas
  • Não havia nenhum objeto dentro do avião que pudesse oferecer perigo
O relatório confirmou o que controladores alegaram quando a aeronave caiu. O chefe do centro de investigação de acidentes da CAAC, Mao Yanfeng, disse em entrevista coletiva dias após o acidente que os controladores mantiveram contato com o avião durante todo o percurso normal da aeronave. Os registros em terra, no entanto, identificou que a comunicação com o Boeing 737-800 deixou de acontecer no momento em que foi registrada a primeira perda repentina de altitude.

O relatório confirma a versão de controladores aéreos que essa perda de comunicação aconteceu porque os pilotos deixaram de responder à torre de controle. Uma das duas caixas pretas, que registra o dialogo entre as duas partes, pode esclarecer por que essa resposta não aconteceu, mas o relatório não esclarece se esse áudio já foi extraído da caixa preta.


As conclusões parciais, no entanto, elimina hipóteses sobre a preparação da equipe a bordo ao afirmar que a tripulação era qualificada. O documento também descarta possibilidades de falhas técnicas do avião e sobre sua manutenção, atestando que estava em dia. A aeronave, um Boeing 737-800, operava havia seis anos e tinha bom histórico de segurança de voo.

As condições climáticas também não foram um problema para o voo, segundo o relatório, o que afasta a possibilidade de que, por alguma turbulência, os pilotos tentaram uma manobra de descida de altitude a uma velocidade muito alta, fazendo com que perdessem controle da aeronave.

Possíveis indícios de que fatores humanos ficaram em aberto após as conclusões parciais divulgados no relatório. O documento não fala sobre qualquer movimentação diferente de passageiros, mas diz que não havia na aeronave qualquer objeto dentro do avião que poderia oferecer perigo.

Ainda não há prazo para a conclusão total das investigações, mas especialistas estimam que isso não deve acontecer antes de um ano após a queda do avião, que aconteceu no fim de março deste ano.

"Vai demorar pelo menos um ano para que a investigação seja concluída", disse à agência de notícias Reuters o especialista em aviação chinesa Li Xiaojin. Para ele, as conclusões iniciais indicam que não houve qualquer problema com os procedimentos de voo.

Por g1 - Imagens: Reprodução

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