A concessionária Aeroportos Brasil, que venceu o leilão de concessão do aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), passou a estudar a compra de equipamento para o resgate de aeronaves de grande porte, como o utilizado no acidente do MD-11 da americana Centurion Cargo, que interditou a pista do terminal por quase 46 horas entre sábado e segunda-feira. Segundo a empresa, a decisão da aquisição do chamado recovery kit, que custa cerca de US$ 2 milhões, e a adoção de medidas complementares de segurança só serão anunciadas após a concessionária assumir definitivamente a operação do aeroporto, previsto para o dia 14 de fevereiro de 2013.
Kit de recuperação de aeronave do Aeroporto Internacional de Ostrava, na República Checa
De acordo com a Infraero, estatal que ainda divide a operação de Viracopos com a Aeroportos Brasil, o equipamento usado no caso do MD-11 (composto de carretas, guinchos e colchões de ar) foi alugado da TAM, única empresa aérea a dispor do kit no país. Ou seja, caso o acidente aconteça em outro estado, o equipamento terá que ser transportado até o terminal com problemas. Sobre a construção de uma segunda pista, a operadora reafirmou que as obras devem começar no segundo semestre de 2014, com início das operações de pouso e decolagem em 2017. O investimento previsto é de R$ 500 milhões.
Depois de um fim de semana e de uma segunda-feira de caos, em que o aeroporto ficou fechado até 17h35m, Viracopos voltou a funcionar normalmente ontem. Pelo balanço da Infraero, dos 119 voos previstos até as 19h, quatro atrasaram e sete foram cancelados. Segundo a Azul, empresa que tem 85% das rotas do terminal, as vendas das passagens foram retomadas ontem e até o fim do dia de hoje 80% da malha já estarão normalizadas.
'Nós vamos pagar esta conta'
O cargueiro da Centurion Cargo passou o dia ontem estacionado em uma área para manobras, ao lado da pista principal. O diretor para o Brasil da empresa americana, Vanderlei Morelli, disse que técnicos da companhia e da fabricante Boeing estão preparando a troca do trem de pouso e do pneu, que causaram o acidente, trabalho que deve ser concluído até sexta-feira. Com isso, a aeronave de 130 toneladas poderá ser removida para uma área onde serão avaliados os danos.
O executivo afirmou que os valores gastos com a remoção do avião serão fechados até o fim da semana e envolvem, além do aluguel do equipamento, as horas trabalhadas por cerca de 70 técnicos envolvidos na remoção da aeronave.
- Nós é que vamos pagar essa conta - disse Morelli.
Fonte: Lino Rodrigues (Agência O Globo) via Yahoo! Notícias - Foto: Divulgação
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