terça-feira, 12 de abril de 2011

Saiba mais sobre os veículos usados para achar destroços do Air France

Partes do Airbus do voo AF 447 foram achadas a 3.900 m de profundidade.

Máquinas 'Remus 6000' funcionam sem operadores humanos.


O anúncio feito pelo governo francês da descoberta de destroços do avião da Air France - acidente ocorrido em 31 de maio de 2009, matando 228 pessoas -, encontrados nesta semana no Oceano Atlântico, só aconteceu graças ao trabalho de três veículos usados como submarinos para vasculhar o fundo do mar.

Os três Remus 6000 são veículos autônomos - que não precisam de um operador humano para funcionarem. Veja abaixo uma lista de perguntas e respostas sobre a operação de detecção das partes da aeronave:

A tecnologia do submarino existe desde quando?

O primeiro veículo da série de submarinos Remus foi feito em 1995 pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole, nos Estados Unidos. Já o uso comercial começou em 2001, quando os inventores do equipamento criaram a empresa Hydroid. A marca foi posteriormente adquirida pela norueguesa Kongsberg.

Em que outras operações esse tipo de submarino já foi usado?

Veículos submarinos autônomos podem ser usados para monitoramento costeiro, missões de pesca, mapeamento de relevo oceânico e até para coleta de amostras científicas. Em 2003, veículos Remus foram usados na detecção de minas no Golfo Pérsico por parte da marinha norte-americana, durante a invasão ao Iraque.

Ele foi usado antes?

Ele foi usado nas fases anteriores da busca aos destroços do voo AF 447, segundo informações do Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em inglês).

A área em que foram achados os destroços é a mesma que foi vasculhada no início das buscas?

A área de 10 mil km2 ainda não havia sido vasculhada.

Quantos submarinos foram usados?

Durante a nova busca, foram usados três equipamentos Remus 6000.

Quais as medidas?

Cada submarino Remus 6000 pesa 862 kg. Com o formato de um foguete, o equipamento tem 71 cm de diâmetro e 3,84 m de comprimento.

Quais equipamentos possui ou pode conter?

Sensores de velocidade, sistemas de GPS, medidores de sanilidade da água, detectores de cardumes e sonares para vistorear o fundo do oceano e encontrar objetos como as peças do avião da Air France.

A que profundidade ele pode chegar?

O veículo atinge até 6.000 m e pode ficar debaixo da água durante 22 horas, sobrevivendo com baterias de alta densidade – capazes de armazenar mais energia que as convencionais.

Como é controlado?

As informações que um veículo submarino autônomo segue são definidas por um computador a bordo. Esses equipamentos podem ser lançados ao mar a partir de embarcações pequenas. No caso do Remus 6000, existe um braço mecânico chamado LARS que ajuda o submarino a entrar na água.

De quem são?

Dois dos submarinos são do Instituto Waitt e um é do instituto oceanográfico alemão IFM-Geomar. A operação dos equipamentos ficou por conta do Instituto Oceanográfico Woods Hole, que criou e desenvolveu o equipamento na década de 1990. Atualmente, a construção dos submarinos fica por conta da Hydroid. Ao instituto cabe continuar a desenvolver a tecnologia.

De onde é controlado?

O Remus 6000 é um equipamento autônomo. A direção e os trabalhos a serem seguidos são definidos antes da entrada na água. Ele foi lançado ao mar pelo navio norte-americano Alucia, que partiu do porto de Suape, em Recife.

Qual deve ser o próximo passo das investigações?

Segundo o BEA, após a identificação dos destroços, novas buscas deverão ser feitas na área para coletar mais detalhes sobre os destroços e recolher o que for possível. Um dos objetivos é procurar pelas caixas-pretas da aeronave, que registram os parâmetros de voo e o diálogo dos pilotos.

Fonte e Artes: G1

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