segunda-feira, 19 de abril de 2010

Ministros da União Europeia chegam a acordo para reduzir restrições ao tráfego aéreo

Com mais de 63 mil voos cancelados e a previsão de que o tráfego aéreo nesta segunda-feira seria equivalente a 30% dos dias normais, países europeus afetados pelas cinzas vulcânicas que provocaram um caos aéreo no continente começaram a anunciar medidas para tentar conter a crise. sob pressão das companhias aéreas pela reabertura do espaço aéreo, ministros do Transporte de países da União Europeia chegaram a um acordo para reduzir gradualmente as restrições impostas aos voos. Segundo o acordo, em uma área os voos ficariam completamente suspensos, em outra todo o tráfego aéreo seria autorizado e em uma terceira área alguns voos seriam permitidos. Espera-se que até a terça-feira sejam operados entre 8.000 e 9.000 voos na Europa.

- A partir da manhã de amanhã (terça-feira) nós deveremos ver mais aviões voando - disse o comissário europeu de transportes, Siim Kallas, acrescentando que os ministros vão discutir os impactos econômicos da crise, que já causou prejuízo estimado em mais de US$ 1 bilhão para as companhias aéreas.

Como resultado a reunião de ministros do Transporte europeus, o representante da Holanda, Camiel Eurlings, disse que partidas do aeroporto de Amsterdam seriam autorizadas na noite desta segunda. O escritório do primeiro-ministro francês, François Fillon, informou que a França também está entre os países onde o espaço aéreo será aberto para alguns voos, sob rigorosas medidas de segurança, em "zonas de precaução", onde o risco é menor. De acordo com o escritório de Fillon, o país também planeja criar, na terça-feira, corredores aéreos para Paris, onde os aeroportos permanecem fechados.

Do outro lado do Atlântico, a Casa Branca afirmou que está estudando com o Departamento de Estado um plano para retirar cerca de 40 mil americanos em vários pontos do Reino Unido.

Em mais uma tentativa de contornar a situação dos cerca de 6,8 milhões de passageiros que já foram afetados, a Lufthansa conseguiu autorização de autoridades da Alemanha para realizar 50 voos com o objetivo de levar 15 mil passageiros de volta ao país, onde o espaço aéreo deverá ficar fechado pelo menos até 0h de terça-feira. A Finlândia também anunciou que abriria uma exceção, permitindo a retomada das operações no aeroporto de Helsinque por oito horas, aproveitando que um buraco havia se aberto na camada de cinzas expelidas pelo vulcão sob a geleira Eyjafjallajokull, na Islândia.

Air France oferece ônibus e navios de guerra resgatam britânicos

O aeroporto internacional de Budapeste também reabriu parcialmente nesta segunda-feira. O primeiro avião a decolar da pista do Ferihegy One pertence à empresa espanhola Canaria Travel Service. O espaço aéreo húngaro, entretanto, permanecerá com restrições, disseram autoridades locais. Enquanto os voos não são liberados, medidas paliativas foram adotadas. A companhia aérea francesa Air France ofereceria ônibus para transportar passageiros dos aeroportos no Sul do país, já reabertos, para a capital.

O governo do Reino Unido mandou navios de guerra da Marinha para resgatar os cidadãos britânicos que ficaram impedidos de atravessar o Canal da Mancha. Autoridades britânicas também anunciaram que as restrições de voos no espaço aéreo escocês serão suspensas na manhã de terça-feira. Outros aeroportos britânicos também poderão ser reabertos ao longo do dia.

UE estuda pacote de compensação financeira

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) criticou a resposta dos governos europeus à crise. Em entrevista à BBC, o diretor-geral da organização, giovanni bisignani, havia classificado a crise como um "vexame" e uma "bagunça". Segundo Bisignani, o impacto ecônomico da crise atual já supera as perdas sofridas pelas companhias aéreas após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Diversas grandes companhias aéreas fizeram voos de teste no fim de semana, sem levar passageiros. Segundo as empresas, os voos mostraram que as autoridades europeias podem ter exagerado na reação à ameça imposta pelas cinzas vulcânicas. A Comisão Europeia estuda um pacote de compensação financeira às companhias aéreas por suas perdas durante este período.

Fonte: O Globo (com Agências internacionais)

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