quarta-feira, 14 de abril de 2010

Desapropriações para continuar obras do Aeroporto de Vitória somam R$ 1 bilhão

As obras do aeroporto de Vitória estão caras e a população não acompanha progresso no cronograma de obras. A avaliação é do Procurador da República Carlos Fernando Mazzoco (foto), que é autor da ação civil pública movida contra a União, a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Além do que falta ser gasto com as obras do terminal aéreo, a União acumula dívidas com áreas que terão que ser desapropriadas para a continuidade das obras. O montante chega a R$ 1,2 bilhão.

"O projeto de ampliação custa em torno de R$ 400 milhões. Foram gastos até hoje mais de R$ 100 milhões. Somente para a construção da pista ainda devem ser gastos mais R$ 100 milhões. Se considerar o valor que a União ainda precisa pagar de desapropriação de área, ainda falta mais de R$ 1 bilhão. Está muito caro para termos um aeroporto que não está cumprindo o cronograma de de obras", opinou.

Ouça a entrevista que o procurador da República Carlos Fernando Mazzoco concedeu à CBN Vitória (93,5 FM)

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), ligado ao Comando da Aeronáutica, se manifestou, a pedido de Mazzoco, contra o tamanho proposto pela Infraero para a nova pista do aeroporto. O projeto prevê que a pista seja projetada com 2.535 metros, mas o Decea entende que esse comprimento não deve ser superior a 1.900 metros.

Por conta do risco, o MPF pretende impedir o reinício das obras de ampliação das pistas de pouso e decolagem do aeroporto de Vitória até que a Infraero atualize o Plano Diretor - já que o utilizado para análise é datado de 1985 - e o Plano Específico de Zona de Proteção Aeroportuária - este definido com traçados de 1994. Os resultados devem ser submetidos à aprovação da Anac e do Comando da Aeronáutica.

"A gente não quer impedir as obras de ampliação do aeroporto de Vitória. A reforma tem que ser feita e a ampliação também. Só queremos que seja construído o aeroporto desde que sejam seguidos requisitos mínimos de segurança. Que seja construída a pista desde que aprovado o projeto pela autoridade aeroportuária competente. Se é prevista a construção de um shopping no entorno do aeroporto e outras obras, é preciso saber se é viável a construção de uma pista tão grande. Afinal, do que adianta construir uma pista grande se ela não poderá ser usada. Se está se investindo um valor muito alto, que se faça investimento para melhorar a segurança também".

A ação do MPF tramita na Justiça Federal de Vitória, que já intimou representantes da Infraero a prestar declarações sobre o projeto de ampliação e reforma do terminal Eurico Salles e aguarda retorno da estatal.

Fonte: Gazeta Online - Foto: Fabiana Oliveira

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