quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Brasil tem plano para receber 11 milhões de visitantes em dez anos

Objetivo da Embratur é usar Copa e Olimpíadas para divulgar o país.

Ministro do Turismo afirma que rede hoteleira terá R$ 1 bilhão do BNDES.

O Ministério do Turismo quer aproveitar o momento único que o Brasil terá pela frente - ao sediar a Copa 2014 e Olimpíadas 2016, os dois eventos esportivos mais importantes do mundo – e fazer com que o país seja mais conhecido no exterior. Para isso, a Embratur apresentou, nesta quarta-feira (16), o Plano Aquarela 2020, que tem entre as metas receber, no período de 2010 a 2020, 11,1 milhões de visitantes e, com isso, R$ 17,6 bilhões de divisas com gastos estrangeiros.

Segundo a presidente da Embratur, Jeanine Pires, está previsto um gasto do governo de R$ 140 milhões só para investimentos em comunicação internacional. O Plano Aquarela 2020 traça estratégias de marketing internacional do turismo brasileiro e ações a serem implementadas nos próximos 10 anos.

O ministro do Turismo, Luiz Barretto, adiantou que em janeiro de 2010 o governo divulgará o plano para a rede hoteleira brasileira, para que seja reformada até a Copa de 2014. Segundo ele, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar R$ 1 bilhão para o setor, que contará ainda com os fundos dos bancos públicos de cada região.

Transporte aéreo é desafio

Para Barretto, um dos grandes desafios é o transporte aéreo brasileiro. Segundo ele, dados da Infraero indicam que o Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, não atinge nem 50% da sua capacidade: “Acho que é um problema de gestão”, disse.

Mas o ministro ressaltou que, mesmo com problemas, o Brasil tem dados positivos: “Nunca foi tão marcante a questão das competições das companhias aéreas.Vamos bater recorde no número de desembarques internos, o Brasil terminará esse ano com mais de 55 milhões de desembarques internos, um crescimento de mais de 15 % no número de brasileiros que viajaram de avião”.

De acordo com a Embratur, o Brasil é o 7º destino na realização de eventos internacionais e é o destino líder de turistas na América do Sul.

Segundo Jeanine, a ideia não é apenas divulgar o Rio de Janeiro, cidade que vai sediar ambos os eventos esportivos, mas fazer um roteiro integrado, “com o máximo de destinos durante os eventos, para divulgar a Marca Brasil”, disse a presidente da Embratur.

A partir de julho de 2010, a Embratur vai distribuir um kit de material informativo para as cidades que vão sediar os jogos. De acordo com Jeanine, "o ponta pé para valer" do Plano Aquarela 2020 será após a Copa da África do Sul, quando o Ministério do Turismo vai aproveitar a oportunidade para expor produtos brasileiros em espaços comerciais, realizar eventos promocionais, além de publicidade e ações em diversos países.

Exemplos de outros países

As experiências dos países que já realizaram grandes eventos esportivos serviram como base de estudo para as ações do Plano Aquarela 2020. A Copa do Mundo da Alemanha, por exemplo, trouxe 9 bilhões de euros a mais para o PIB (Produto Interno Bruto) do país.

A África do Sul, que vai sediar a Copa de 2010, deverá atrair cerca de 430 mil visitantes estrangeiros. A receita esperada para o turismo é de 1,5 bilhão de dólares durante o evento, incluindo gastos de estrangeiros, patrocinadores, família FIFA e dos próprios sul-africanos.

Segundo a Embratur, a Olimpíada de Sidney foi uma das melhores experiências em benefícios para o turismo de um país na história dos Jogos. No período de 1997 a 2004, a Austrália recebeu 1,7 milhão de visitantes e 3,4 bilhões de dólares entraram no país.

Já no caso de Londres, a estimativa dos órgãos de turismo é de que os Jogos Olímpicos de 2012 gerem ganhos para o setor de turismo de cerca de 2,1 bilhões de libras no período de 2007 a 2017.

Fonte e foto: Carolina Lauriano (G1)

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